Miguel respirou fundo, envolveu a cintura fina dela e murmurou com voz rouca. — Não se mexa tanto, cuidado com seu pé.— Se não, o que eu faço? — Luiza corou. Naquela posição, de frente um para o outro, tão próximos, podiam sentir a respiração um do outro. A atmosfera ficou inexplicavelmente carregada de um certo clima.Miguel olhou para o rostinho ligeiramente corado dela. — Está nervosa?"E como não estaria?" Estavam tão próximos que era impossível não se sentir constrangida. Luiza virou o rosto. — Você não acha que isso é errado?— Errado por quê?— Somos apenas amigos.— Mas já fomos casados. — Disse Miguel. — E muito apaixonados.Luiza sentiu que ele estava provocando ela. Ela queria rebater, mas não tinha argumentos. De fato, eles já tinham tido uma relação muito boa. Se não fosse por tantos mal-entendidos, talvez agora já teriam dois filhos.Depois de pensar muito, ela só conseguiu dizer: — Descanse, eu vou dormir.— Depois de acordar, como é que vai dormir de n
Ela pulou em uma perna só para fora do banheiro e estava prestes a bater na porta quando esta se abriu.O corpo ereto de Miguel apareceu à sua frente.Peito musculoso, pernas longas, aquele "V" irresistível...O mais impressionante era que ele não estava vestido...O rosto de Luiza ficou imediatamente vermelho.— Por que você não está usando roupa?— Estou tomando banho, como iria usar roupa? — Miguel percebeu o rosto corado dela e sorriu levemente. — Estava justamente pensando em dizer que você, com a perna machucada, não precisava pegar nada, que eu mesmo sairia para buscar, mas aí você apareceu.Luiza ficou sem graça, pensando: "Se você sair sem roupa, aí é que eu fico ainda mais envergonhada."Distraída, a toalha em sua mão foi puxada de repente.Ela reagiu instintivamente e segurou a toalha antes que ele a tirasse completamente.— O que foi? Ainda não viu o suficiente? Quer que eu fique assim para você ver mais? — Miguel arqueou uma sobrancelha, a voz rouca.Seu olhar era profundo
Francisco disse:— Conversei com sua avó à tarde e conseguimos fechar um bom preço.— Foi tranquilo?— Tranquilo, já estamos assinando o contrato.Luiza ficou tão feliz que quase soltou um grito, mas antes que pudesse dizer algo, Miguel falou:— Cuidado com o seu pé.Luiza olhou e viu que seu pé estava bem apoiado no travesseiro, sem problema algum.— Meu pé está bem.— Com quem você está conversando, Francisco? Parece tão feliz. — Miguel se aproximou, o rosto bonito com uma expressão fria, claramente insatisfeito.— Quem está aí com você? — Francisco perguntou ao telefone. — É o Miguel?— Sim. — Luiza assentiu.Francisco disse:— Já são mais de oito horas da noite, ele ainda está na sua casa? Pretende passar a noite aí?— Não, daqui a pouco eu faço ele ir embora. — Luiza ignorou Miguel e continuou conversando com Francisco.Miguel franziu a testa, lançando a ela um olhar ressentido.Luiza o ignorou, sem vontade de dar explicações. Afinal, não tinham nenhuma relação, e ela não precisav
— Tá bom. — Desta vez, ele não deu mais desculpas, talvez também porque sabia que não poderia ficar. Se levantou e foi até o banheiro para se trocar.Dez minutos depois, o homem voltou do banheiro já arrumado, com uma presença nobre e radiante.— Estou indo embora. — Disse ele, parando calmamente em frente a ela.Luiza não olhou para ele, apenas soltou um leve murmúrio, encostada no travesseiro.Miguel a observou por um instante, mas acabou saindo, relutante, embora soubesse que não tinha motivo para ficar naquela noite.Ele também temia que, se pressionasse demais, acabaria afastando ela ainda mais.Só depois que Miguel foi embora, Luiza virou a cabeça, olhando fixamente para a porta por onde ele saiu.Quando ele estava ali, ela se incomodava.Mas, quando ele foi embora, de repente sentiu um silêncio incomum, algo desconfortável.Miguel desceu para o primeiro andar.Melissa e Dalila estavam tomando chá, conversando sobre assuntos da empresa.Ao vê-lo descer, Melissa sorriu e perguntou
— Eu... — Ela gemeu inconscientemente.O coração de Miguel apertou, e uma chama intensa subiu dentro dele.Como ele poderia se segurar?Ele abaixou a cabeça de repente e a beijou.Suas línguas se entrelaçaram firmemente; quando ela tentava se afastar, ele a perseguia, beijando ela até que ela ficasse sem fôlego..."O que está acontecendo? Por que está tão quente? E esse cheiro... Por que é tão familiar? Quem é?"Confusa, ela abriu os olhos e viu um rosto belo. O homem segurava seu rosto com as mãos, absorvendo o perfume de seus lábios com carinho.Luiza estremeceu, tentando empurrá-lo, mas ele a envolveu pela cintura, puxando ela para perto, colando ela em seu corpo.Ele segurou sua cabeça e, antes que ela pudesse falar, ele a beijou novamente, com uma intensidade dominadora.A mente de Luiza parecia que ia explodir.Por que eles estavam se beijando?Não, esperem!Por que o Miguel estava no quarto dela?"Ele não foi embora ontem à noite?"Sentindo sua distração, ele mordeu de leve o ca
Ela desviou o olhar, embaraçada, com os olhos baixos, e disse:— Não chegue perto.— Você fica se mexendo e ainda quer que eu não chegue perto? — Miguel abaixou a cabeça e a olhou, com um olhar ardente como fogo, o corpo todo tenso de desejo.Afinal, foi ela quem começou a provocá-lo.— Foi você quem me segurou à força. — Sua voz continha um tom de mágoa. — Se eu não fugisse, teria que ficar parada e deixar você...Ela não conseguiu terminar a frase.Mas Miguel fez questão de perguntar:— Deixar eu fazer o quê?Ela ficou vermelha e disse:— Você sabe.— Assim? — Ele avançou e demonstrou um pouco do que ela queria dizer.Luiza sentiu um arrepio na nuca e se segurou nos ombros dele, dizendo:— Não faça isso.Ela estava tão nervosa que a ponta do nariz estava úmida de suor, e o rosto, todo vermelho, a fazia parecer uma coelhinha assustada.Miguel levantou o queixo dela e a encarou diretamente nos olhos:— Você não quer?— Não quero! — Ela respondeu na mesma hora.— Estamos separados há ta
— Mamãe, você está acordada? — De repente, a voz de Felipinho surgiu à porta.Logo em seguida, a voz de Maria se juntou.— Irmão, será que a tia Luiza ainda está dormindo?— Provavelmente, né? Fique aqui esperando, eu vou entrar para pegar meu brinquedo. — Felipinho respondeu, empurrando a porta.O que ele viu primeiro foi uma pequena sala de estar, e só depois o quarto.Felipinho já tinha entrado na salinha.Luiza levou um susto e abriu os olhos, olhando para Miguel.— O Felipinho chegou. — Ela ainda estava presa nos braços dele, com os olhos um tanto enevoados.Os dois estavam com as roupas desarrumadas; se fossem vistos assim pela criança, não haveria como explicar!— Ele ainda não entrou, por que está tão apressada? — Miguel não parecia nem um pouco nervoso.— Mas eles já estão aqui!— E ainda não entraram no quarto. — Miguel, tranquilo, lançou a ela um olhar e sussurrou. — Quando ele sair, continuamos.O rosto de Luiza ficou vermelho.Continuar o quê?!"Foi só um momento de fraque
— Se eu não dissesse, o Felipinho iria sair? — Ele olhou para ela, provocando. — Ou você quer que ele te veja assim?Ele apontou para os dois debaixo do cobertor.Ambos estavam com as roupas desarrumadas, o que tornava a situação ainda mais constrangedora.Vendo o olhar ameaçador dele, Luiza deu um tapinha em seu braço.— Me solte, meu tornozelo está machucado, e daqui a pouco os empregados vão trazer o café da manhã. Se te virem assim...Antes que ela terminasse de falar, ouviram a voz de Melissa do lado de fora.— Felipinho, bom dia! — Bisavó, vovó Dalila, por que vocês subiram?— Sua mãe machucou o tornozelo, viemos trazer o café da manhã para ela e dar uma olhada. — Dito isso, Melissa e Dalila começaram a entrar.O rosto de Luiza ficou vermelho na mesma hora. Olhando para Miguel, ela murmurou:— Viu? Eu disse que alguém ia aparecer.Miguel não insistiu mais.Com tanta gente ali, ele sabia que o assunto terminava ali por hoje. Soltou ela e arrumou as roupas bagunçadas.Luiza rapida