Miguel abaixou a cabeça e deu de cara com a testa bonita e o nariz delicado dela, e logo abaixo estavam seus lábios rosados.Ele não pôde evitar lembrar de todas as vezes que a beijava; seus lábios eram tão macios quanto uma gelatina doce.Pensando nisso, sua garganta secou, e as mãos que a seguravam começaram a esquentar sem motivo aparente.Sua temperatura aumentou, e ela também pôde sentir. As mãos dele, pousadas em sua cintura, pareciam estar queimando como ferro em brasa.O rosto dela corou inexplicavelmente.No estacionamento, Miguel abriu a porta do passageiro e a acomodou no assento. Sem saber como, acabou dando um beijo em sua bochecha.Era macio.Ambos ficaram surpresos.Luiza olhou para ele.Miguel disse:— Desculpa, não foi intencional.Luiza não respondeu, ajeitou as pernas, e de repente uma mão se estendeu em sua direção. Ela se assustou e olhou para ele.— O que você está fazendo?— Vou colocar o cinto de segurança em você. — Respondeu Miguel, passando a longa mão pelo c
Luiza disse:— Não foi nada, o médico falou que foi só uma distensão de ligamento. É só fazer compressas de gelo por dois dias e repousar por umas duas semanas que vai ficar tudo bem.— Então, você não vai poder sair de casa nesses dias? — Priscila perguntou.Luiza assentiu:— Se puder, é melhor não sair. Mas se precisar, posso usar muletas ou uma cadeira de rodas.— Se machucou a perna, é melhor ficar em casa descansando. — Melissa deu um tapinha na mão de Luiza. — Quanto ao seu pai, já mandei aquela empregada chamada Larissa para cuidar dele. Ela é bem eficiente, então você pode ficar tranquila e descansar em casa. Quando melhorar, poderá ver seu pai.— A Larissa já chegou ao País R? — Luiza perguntou.Melissa fez que sim com a cabeça:— Sim, o assistente a trouxe esta tarde. Eu a observei, e, realmente, ela parece boa, então a mandei para cuidar do seu pai.Com Larissa cuidando do pai, Luiza ficou mais tranquila. Afinal, ele estava em um centro de reabilitação, e era mais seguro ter
— Ué, você até que se importa com as aparências, hein?— Claro, eu sou o "Felipinho, o estiloso"! — Felipinho resmungou, com uma expressão de orgulho.Luiza não conseguiu segurar o riso; o garotinho era realmente adorável.— Felipinho, o que você está fazendo aqui? Hora de comer, desça logo para jantar com a tia. — Priscila, que não encontrou Felipinho no andar de baixo, subiu para procurá-lo e o encontrou no quarto de Luiza.— Estou conversando com a mamãe. — Felipinho respondeu.Priscila disse:— Sua mãe machucou o pé, então não a incomode. Deixe ela descansar bem hoje à noite, tá bom?— Tudo bem. — Felipinho pulou da cama.— Que menino bom você é, Felipinho. — Priscila o elogiou, segurando sua mão, e acrescentou. — Sua mamãe está machucada hoje, então talvez não consiga dormir com você hoje à noite. Não queremos que você acabe chutando o pé dela sem querer. Que tal você dormir com a Maria hoje?— Dormir com a Maria? — Felipinho ouviu isso e seus olhos brilharam.Priscila assentiu.—
Miguel respirou fundo, envolveu a cintura fina dela e murmurou com voz rouca. — Não se mexa tanto, cuidado com seu pé.— Se não, o que eu faço? — Luiza corou. Naquela posição, de frente um para o outro, tão próximos, podiam sentir a respiração um do outro. A atmosfera ficou inexplicavelmente carregada de um certo clima.Miguel olhou para o rostinho ligeiramente corado dela. — Está nervosa?"E como não estaria?" Estavam tão próximos que era impossível não se sentir constrangida. Luiza virou o rosto. — Você não acha que isso é errado?— Errado por quê?— Somos apenas amigos.— Mas já fomos casados. — Disse Miguel. — E muito apaixonados.Luiza sentiu que ele estava provocando ela. Ela queria rebater, mas não tinha argumentos. De fato, eles já tinham tido uma relação muito boa. Se não fosse por tantos mal-entendidos, talvez agora já teriam dois filhos.Depois de pensar muito, ela só conseguiu dizer: — Descanse, eu vou dormir.— Depois de acordar, como é que vai dormir de n
Ela pulou em uma perna só para fora do banheiro e estava prestes a bater na porta quando esta se abriu.O corpo ereto de Miguel apareceu à sua frente.Peito musculoso, pernas longas, aquele "V" irresistível...O mais impressionante era que ele não estava vestido...O rosto de Luiza ficou imediatamente vermelho.— Por que você não está usando roupa?— Estou tomando banho, como iria usar roupa? — Miguel percebeu o rosto corado dela e sorriu levemente. — Estava justamente pensando em dizer que você, com a perna machucada, não precisava pegar nada, que eu mesmo sairia para buscar, mas aí você apareceu.Luiza ficou sem graça, pensando: "Se você sair sem roupa, aí é que eu fico ainda mais envergonhada."Distraída, a toalha em sua mão foi puxada de repente.Ela reagiu instintivamente e segurou a toalha antes que ele a tirasse completamente.— O que foi? Ainda não viu o suficiente? Quer que eu fique assim para você ver mais? — Miguel arqueou uma sobrancelha, a voz rouca.Seu olhar era profundo
Francisco disse:— Conversei com sua avó à tarde e conseguimos fechar um bom preço.— Foi tranquilo?— Tranquilo, já estamos assinando o contrato.Luiza ficou tão feliz que quase soltou um grito, mas antes que pudesse dizer algo, Miguel falou:— Cuidado com o seu pé.Luiza olhou e viu que seu pé estava bem apoiado no travesseiro, sem problema algum.— Meu pé está bem.— Com quem você está conversando, Francisco? Parece tão feliz. — Miguel se aproximou, o rosto bonito com uma expressão fria, claramente insatisfeito.— Quem está aí com você? — Francisco perguntou ao telefone. — É o Miguel?— Sim. — Luiza assentiu.Francisco disse:— Já são mais de oito horas da noite, ele ainda está na sua casa? Pretende passar a noite aí?— Não, daqui a pouco eu faço ele ir embora. — Luiza ignorou Miguel e continuou conversando com Francisco.Miguel franziu a testa, lançando a ela um olhar ressentido.Luiza o ignorou, sem vontade de dar explicações. Afinal, não tinham nenhuma relação, e ela não precisav
— Tá bom. — Desta vez, ele não deu mais desculpas, talvez também porque sabia que não poderia ficar. Se levantou e foi até o banheiro para se trocar.Dez minutos depois, o homem voltou do banheiro já arrumado, com uma presença nobre e radiante.— Estou indo embora. — Disse ele, parando calmamente em frente a ela.Luiza não olhou para ele, apenas soltou um leve murmúrio, encostada no travesseiro.Miguel a observou por um instante, mas acabou saindo, relutante, embora soubesse que não tinha motivo para ficar naquela noite.Ele também temia que, se pressionasse demais, acabaria afastando ela ainda mais.Só depois que Miguel foi embora, Luiza virou a cabeça, olhando fixamente para a porta por onde ele saiu.Quando ele estava ali, ela se incomodava.Mas, quando ele foi embora, de repente sentiu um silêncio incomum, algo desconfortável.Miguel desceu para o primeiro andar.Melissa e Dalila estavam tomando chá, conversando sobre assuntos da empresa.Ao vê-lo descer, Melissa sorriu e perguntou
— Eu... — Ela gemeu inconscientemente.O coração de Miguel apertou, e uma chama intensa subiu dentro dele.Como ele poderia se segurar?Ele abaixou a cabeça de repente e a beijou.Suas línguas se entrelaçaram firmemente; quando ela tentava se afastar, ele a perseguia, beijando ela até que ela ficasse sem fôlego..."O que está acontecendo? Por que está tão quente? E esse cheiro... Por que é tão familiar? Quem é?"Confusa, ela abriu os olhos e viu um rosto belo. O homem segurava seu rosto com as mãos, absorvendo o perfume de seus lábios com carinho.Luiza estremeceu, tentando empurrá-lo, mas ele a envolveu pela cintura, puxando ela para perto, colando ela em seu corpo.Ele segurou sua cabeça e, antes que ela pudesse falar, ele a beijou novamente, com uma intensidade dominadora.A mente de Luiza parecia que ia explodir.Por que eles estavam se beijando?Não, esperem!Por que o Miguel estava no quarto dela?"Ele não foi embora ontem à noite?"Sentindo sua distração, ele mordeu de leve o ca