Quando acordou, seu rosto estava coberto de sangue. Ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe, apenas a imagem de empurrar Zeca continuava a ecoar em sua mente. Ele achou que tinha sido ele, sentiu dor, confusão. Quando decidiu se entregar à polícia, seus companheiros disseram que o Zeca tinha caído por estar bêbado. A polícia americana também disse isso. Bryan admitiu que estava com medo. Ele ainda tinha uma filha pequena esperando por ele em casa, então aceitou essa versão, acreditando que Zeca tinha caído por conta própria após beber demais. Quanto àquela imagem de empurrar Zeca, provavelmente era apenas um sonho estranho que ele teve depois de beber muito. Mas ele jamais imaginou que a verdade seria outra. Depois de ouvir toda a história, os olhos de Bryan ficaram vermelhos. Ele se lembrou de Zeca naquela época, machucado e ensanguentado, com alguém segurando firmemente sua mão para forçar suas digitais. Quão desesperado ele deveria estar? Mais tarde, por causa
— Sim. — Luiza respondeu em um tom indiferente. — O motivo pelo qual nossa família chegou a esse ponto também tem a ver com ele. Isso é algo que ele deve fazer.— Se for falar de responsabilidade, o Theo é ainda mais culpado. Era um mal-entendido que poderia ter sido resolvido, mas acabou assim por causa das jogadas astutas dele... — Para ser sincero, Francisco ainda sentia um pouco de pena. Conhecer alguém como o Theo, uma pessoa tão traiçoeira, era uma infelicidade para toda a vida.— É claro que a maior parte da culpa é dele. — Em relação ao Theo, ela sentia ainda mais ódio. — E vocês, como têm lidado com ele ultimamente?— Estamos pressionando, mas ele tem um grande apoio por trás e continua recebendo financiamento. Só conseguimos dar alguns golpes nele. Quanto ao Grupo Pires, ainda não conseguimos tomar o controle. — Francisco já havia pensado em adquirir diretamente o Grupo Pires, e os dois lados travaram uma batalha na bolsa de valores.Mas não esperava que o Theo tivesse um apo
Priscila agora era extremamente fria com ele, e Francisco finalmente estava provando o gosto de ser ignorado. — Você realmente não planeja voltar a ficar com ele? — Francisco perguntou em tom neutro. Luiza assentiu com a cabeça. — Não, não pretendo. — Mas ele não para de te olhar. Luiza, na verdade, podia sentir o olhar de Miguel. Ela levantou a cabeça e o viu parado não muito longe, olhando para ela com uma expressão fria e, ao mesmo tempo, lamentável. Ele ainda era facilmente ciumento, mas agora conseguia se controlar, não demonstrando mais aquele comportamento possessivo. Luiza pensou: "Lágrimas de crocodilo!" — Se você realmente quer se livrar dele, eu posso te ajudar. — Francisco disse, de pé ao seu lado. Luiza virou o rosto, sua bela face voltada para ele. — Como você vai me ajudar? — Você pode fingir que está flertando comigo, assim ele vai pensar que você está comigo. Ele perde as esperanças e, naturalmente, volta para trás. — Francisco sugeriu. Luiza po
Francisco estava sorrindo, mas ao ouvir as palavras de Miguel, seu olhar ficou frio: — E eu não sou diferente de você? — Diferente como? Você não se casou com a filha de uma família importante por causa de poder, machucou a Priscila profundamente, e agora que ela não quer mais saber de você, está aí correndo atrás? — Miguel não recuou. As desventuras de Francisco já eram fofoca comum entre a alta sociedade de Valenciana do Rio. Todo mundo sabia. O rosto de Francisco ficou sombrio como carvão. Ele bufou friamente e disse para Luiza: — Luiza, vamos embora. Ele puxou Luiza e tentou sair. — Francisco. — Miguel de repente o chamou, com uma voz fria e indiferente. — Os problemas entre você e a Priscila são de vocês. Não meta a minha mulher nisso, e nem pense em fazer nada contra ela. Se você se atrever a ameaçá-la, eu vou fazer você pagar caro. "Ele estava ameaçando Francisco na frente de todos?" Luiza ficou sem palavras. Francisco, por sua vez, esboçou um sorriso sarcást
— Srta. Luiza. — O mordomo se aproximou e a chamou. — O jantar está quase pronto, quer que o Sr. Miguel fique para jantar?Luiza olhou à distância, onde os dois se divertiam jogando. Mas ela não queria que Miguel ficasse para o jantar.Do outro lado, Felipinho disse animado: — Como você fez aquele movimento agora? Eu não entendi, você comeu minha peça assim? Miguel respondeu: — Jogar xadrez é uma questão de mentalidade. Só com paciência e mantendo a calma é possível virar o jogo no momento final. — Uau, pai, você é muito bom! Me ensina! — Felipinho arregalou seus grandes olhos, cheio de curiosidade, no auge de sua vontade de aprender. Miguel sorriu: — Eu te ensino da próxima vez. — Então amanhã? — Pode ser. — Miguel aceitou prontamente. Luiza, porém, franziu as sobrancelhas. "Amanhã de novo? Ele não vai voltar para Valenciana do Rio, é?" Ela se aproximou e disse a Felipinho: — Pronto, essa partida acabou, nada de mais jogos por agora, está quase na hora do jantar.
Ela fez uma pausa com os talheres e colocou o camarão no prato de Felipinho. — Felipinho, coma você. — Mamãe, você não adora camarão? Por que hoje não quer comer? — Perguntou Felipinho, confuso. Luiza respondeu calmamente: — Mamãe não quer comer hoje. — Ah, tá. — Felipinho não pensou muito sobre isso. O rosto de Miguel ficou visivelmente sombrio. Dalila percebeu e comentou com Melissa: — Tia Melissa, parece que a Luiza está bem resistente a ele. Melissa assentiu com a cabeça. — Uma ferida, quando é aberta, sempre deixa cicatrizes. Não dá para esperar que tudo se resolva de um dia para o outro. — Mas a gente pode dar uma ajudinha, né? — Sugeriu Dalila, que também era uma pessoa travessa. — Ajudar como? — Melissa ficou interessada. Dalila disse: — É só dar um empurrãozinho, aproximá-los mais. — Dito isso, ela se sentou à mesa de jantar e perguntou de propósito a Miguel. — Você é o pai do Felipinho? — Sim. — Miguel respondeu ao ver que Dalila tinha um olhar a
Ela provavelmente não queria pensar nisso por enquanto. No momento, estava vivendo feliz com Felipinho, ao lado da avó, de Priscila e de Maria. Seu pai também havia acordado, tudo estava mais claro e alegre, e agora ela começava a pensar que o casamento não era tão importante assim; estar ao lado de sua família já era mais do que suficiente. Depois de passar mais de uma hora no quarto da avó, Luiza saiu e voltou para o próprio quarto. Assim que entrou, viu Miguel com um livro ilustrado em inglês, lendo uma história de ninar para Felipinho. Essas coisas antes eram sempre ela quem fazia. "E já são quase nove horas, ele ainda não foi embora?" Ao vê-la parada na porta, Felipinho levantou as sobrancelhas e sorriu ao chamá-la: — Mamãe, o papai está lendo uma história para mim. Vem ouvir com a gente. O semblante de Luiza ficou um pouco mais sério, e ela entrou dizendo: — O Felipinho precisa dormir. Você já deveria ir embora. Já eram nove horas, ela realmente não queria q
— É sobre aquelas palavras de que você ia me buscar, levar a mim e ao Felipinho de volta. — Como isso pode ser mal interpretado? — Ele a encarou. — Essas sempre foram minhas palavras sinceras. Dizendo isso, ele deu um passo à frente com suas pernas longas, aproximando seu corpo alto dela em um instante. Aquela sensação opressiva familiar veio de imediato, e Luiza ficou levemente surpresa, recuando instintivamente até encostar as costas na parede. Sob a luz, ele a olhou, seu olhar profundo e indecifrável. Luiza ergueu o rosto e disse: — Pode ser que sejam suas palavras sinceras, mas elas podem causar problemas para os outros, especialmente na frente da minha família, então eu exijo que você não fale essas coisas sem pensar. — Do que você tem medo? — Ele perguntou de repente, olhando para os lábios vermelhos dela. Luiza estava muito próxima, sua respiração vacilou ligeiramente. — Eu, com medo do quê? — Eu só quero ser bom para vocês, compensar vocês, mas você tem tant