— Vovó! — Alice abraçou a Sra. Nunes com força.A Sra. Nunes não sabia que Alice estava fingindo. Seu coração doía tanto que ela mal conseguia respirar. Abraçando Alice, ela disse:— Alice, não faça mais nenhuma besteira. Depois que você se casar com o Miguel, você será feliz. Tudo isso vai passar.Só assim Alice concordou em cooperar com os médicos para ser examinada. Ela pediu ao médico para lhe aplicar um sedativo, dizendo que queria dormir bem e se recuperar.A Sra. Nunes, ao ouvir isso, chorou de alegria e rapidamente chamou o médico.A médica entrou no quarto e aplicou a injeção em Alice.Alice logo adormeceu.A Sra. Nunes saiu do quarto com Miguel e perguntou, em um tom grave:— Aquela mulher voltou?Miguel parou abruptamente. Então, a Sra. Nunes também tinha visto Luiza?A Sra. Nunes continuou:— Não me importa qual é a sua relação com ela agora, mas você precisa se casar com a Alice. Quatro anos atrás, ela fez de tudo para te ajudar. Hoje, por causa daquela mulher, ela sofreu
Miguel a observou por um momento e disse: — Se você está chateada, pode me dizer o que pensa. Eu vou te explicar. — Não estou chateada, você quer retribuir um favor, eu deveria te apoiar. — Essa frase soou meio sarcástica. — Miguel comentou. — Está com medo de que eu te tranque de novo, por isso nem se atreve a ficar chateada? — Estou aqui para me redimir, tenho plena consciência do meu papel. — Com medo de que seus sentimentos fossem interpretados como distantes demais, ela tentou parecer mais suave. — Miguel, vá retribuir seu favor. No fim das contas, fui eu quem te prejudicou, não quero te colocar em uma situação difícil. Ela parecia tão magnânima ao falar, mas isso fez com que Miguel franzisse ligeiramente as sobrancelhas. Ele respondeu em um tom sério: — Pode ficar tranquila, eu não vou me casar com ela. Agora estou cuidando dela apenas para ajudá-la a se reerguer. — Certo. — A conversa terminou ali, sem mais o que dizer. — Vá tomar banho, eu vou dormir. Luiza se d
— Obrigada. — Luiza sorriu ao se sentar, colocando as rosas ao lado e perguntou. — Já pediu a comida?— Já, mas veja se quer pedir mais alguma coisa. — Miguel lhe entregou o cardápio. Sair para um encontro com Luiza era sua forma de tentar fazê-la se sentir mais feliz.Durante todo o processo de escolha dos pratos, Luiza manteve um sorriso no rosto.Miguel a observava em silêncio. Parecia que, ultimamente, ela estava sempre feliz, com um sorriso constante, mas ele não conseguia mais sentir suas emoções. Fosse alegria ou tristeza, ele não conseguia perceber.Luiza pediu alguns pratos e entregou o cardápio ao garçom. — Só isso, obrigada.— Certo. — O garçom saiu com o cardápio.Os pratos sofisticados foram sendo servidos um a um, e Luiza, de cabeça baixa, comia lentamente.Miguel perguntou: — Depois do jantar, o que você quer fazer? Quer passear? Ou ver um filme?— Ver um filme? — Luiza perguntou.Miguel assentiu, sorrindo: — Não é um encontro? Claro que temos que ver um filme.—
Miguel pensou um pouco antes de atender. — Alô. — Miguel, a Alice está tendo uma crise porque não consegue te ver, está chorando e gritando sem parar. Você pode vir ao hospital falar com ela, por favor? — Isabelly falou ao telefone, preocupada. Luiza, que estava perto o suficiente para ouvir, olhou para Miguel enquanto segurava a pipoca. Miguel já a observava e, vendo sua expressão despreocupada, perguntou: — Chamaram um médico? — Chamamos, mas ela não quer ouvir o que o médico diz, trancou a porta do quarto e continua chorando lá dentro. — A voz de Isabelly estava cheia de urgência. — Ela não para de chamar o seu nome, venha vê-la, por favor. Miguel apertou os lábios, lançando um olhar inconsciente para Luiza. Luiza sorriu de leve. — Vai, Alice precisa de você agora. — O filme está para começar. — Miguel respondeu. — Não tem problema, a gente pode ver o filme depois. A Alice está doente, ela é mais importante. — Luiza disse gentilmente, pegando o refrigerante das
Isabelly ficou tão irritada que quase quebrou os dentes de tanto ranger e xingou com a voz rouca: — Eu sabia que você não prestava! — Depois disso, desligou o telefone bruscamente, parecendo extremamente aborrecida. Luiza soltou um sorriso sarcástico e entrou na sala de cinema segurando um balde de pipoca. Ela assistiu ao filme inteiro sozinha. Embora fosse uma comédia, ela acabou chorando copiosamente. Às vezes jogava pipoca na boca, mas seu sorriso era mais triste do que o próprio choro. Quando saiu da sala, Luiza já havia recomposto suas emoções. Com seus seguranças a acompanhando, ela estava prestes a sair quando ouviu uma voz familiar: — Luiza? Luiza virou a cabeça e viu o rosto radiante de Luana. Ao seu lado estava um homem alto, seu irmão, Simão. Ambos pareciam surpresos ao vê-la. — Então é você mesma. — Luana e Simão se aproximaram. — Você voltou ao país? Luiza acenou com a cabeça e deu uma olhada em Simão, que retribuiu o gesto com um leve aceno de cabeça
— Como você encontrou a Luana e o Simão? — Miguel perguntou de lado, no carro.Luiza estava com a cabeça baixa, mas ao ouvir a voz dele, olhou em sua direção e viu a desconfiança em seus olhos.Por mais que ela se esforçasse para agradá-lo, ele ainda não confiava nela.Luiza sentiu um pouco de autodepreciação, mas respondeu com seriedade: — Acabei de ver o filme e os encontrei. Troquei contatos com a Luana e combinamos de tomar um café da próxima vez.Ela parecia tão gentil e sem qualquer erro aparente que Miguel ficou em silêncio por um momento antes de perguntar: — O filme era bom?— Sim, muito engraçado. — Ela sorriu e perguntou. — Conseguiu resolver o problema da Alice?— Sim, fiquei com ela por um tempo. Depois deram um calmante e ela dormiu. — Miguel respondeu casualmente.— E depois você voltou?— Sim.— A mãe dela não tentou te segurar? — Luiza perguntou.Isabelly a xingou tão ferozmente ao telefone, não parecia o tipo de pessoa que deixaria Miguel ir embora facilmente.— T
Ela rapidamente se escondeu no closet e atendeu a chamada de vídeo.Quando a chamada foi conectada, o rostinho bonito de Felipinho apareceu na frente de Luiza, dissipando temporariamente o frio que havia em seu coração.— Felipinho. — Ela sorriu, mas seus olhos ficaram um pouco marejados.Felipinho era uma criança esperta, e suas pequenas sobrancelhas imediatamente se franziram.— Mamãe, você não está feliz?— Claro que estou. — Luiza sorriu amplamente, com medo de não parecer convincente o suficiente, ainda piscou de forma brincalhona. — Você acha que alguém com essa cara está infeliz?Felipinho não disse nada, e só depois de um momento, com sua voz doce e suave, ele disse:— Mas mamãe, eu acho que você não está feliz.As lágrimas quase escaparam dos olhos de Luiza. Ela rapidamente os fechou, piscando para afastar a ardência.— A mamãe não está infeliz.— Mamãe, se você não está feliz com o papai, volte para nós. — A voz de Felipinho era tão leve e suave, como se quisesse confortá-la.
Luiza também acenou com a cabeça e entrou.— Lulu, você veio. — Marina ficou radiante ao ver Luiza.Luiza sorriu levemente: — Não tinha nada demais para fazer, então vim fazer companhia para você e o Leo.Marina, entediada no hospital, riu: — Você pode vir sempre que quiser, estou aqui sozinha todo dia, é bem chato.— Claro. — Luiza entregou presentes e frutas para Leo. — Leo, isso é para você.— Leo, essa é sua madrinha, a madrinha Luiza. — Marina apresentou.Leandro olhou silenciosamente para Luiza e, como raramente, sorriu.Luiza ficou surpresa: — O Leo sorriu.— Eu também vi. — Marina estava surpresa, com os olhos arregalados, olhando para Luiza. — Lulu, o Leo com certeza gosta muito de você, ele quase nunca sorri.— Sério? — Luiza ficou contente e se aproximou um pouco mais de Leandro. — Você gosta de mim? Que tal apertar minha mão?Ela estendeu a mão para Leandro e, para sua surpresa, Leandro realmente estendeu a mão e segurou a mão delicada dela.Até Luiza ficou intrigada.