Milena estava consumida pelos ciúmes e disse com sarcasmo: — Não pense que o Sr. Miguel mandar você limpar o andar de cima significa que ele está interessado em você. Olhe para a sua própria condição e veja se você merece isso, com essa aparência pobre.Para ser justa, Luiza era uma filha da família Santos e, naturalmente, estava à altura. No entanto, ela não estava disposta a fazer as pazes com Miguel, especialmente ao pisar no território de Valenciana do Rio, onde temia encontrar Helena, ou melhor, pessoas da família Nunes.Aquela família queria que Alice se casasse com Miguel, e naturalmente a viam como uma pedra no sapato. Se soubessem que ela tinha voltado, provavelmente não ficariam em paz.Luiza, com sua presença discreta, sem dinheiro e sem suas próprias roupas, não queria atrair a atenção delas. Mas para Milena, essa Luiza, silenciosa, sem dinheiro e sem roupas próprias, parecia apenas uma pessoa tão pobre que não podia comprar nem roupas nem um celular.Com uma voz tranquil
— Não é nada.Luiza escondeu as mãos atrás de si e mostrou um sorriso superficial.Ângela, com uma expressão complexa, pegou um tubo de pomada e entregou a ela. — Depois que terminar o trabalho, se lembre de passar um pouco de pomada. E, à noite, após o banho, use um creme para as mãos.Na verdade, Ângela também não sabia qual era a verdadeira identidade dessa mulher. Ela parecia tão nobre e delicada, e suas mãos, que claramente nunca haviam feito trabalho pesado, estavam severamente congeladas.Ângela achava que ela não deveria ser uma empregada. Mas como Eduardo havia dado a ordem, ela tinha que seguir. Disse a Luiza: — Depois que você pega congelamento, quando o tempo fica frio, a dor pode ser constante. É melhor você cuidar de si mesma.Luiza sorriu suavemente e respondeu: — Não se preocupe, vou me acostumar com o trabalho.Quando suas mãos ficarem mais ásperas e com calos, a dor diminuirá.Ela pegou uma toalha, encheu um balde com água e, ajoelhada no chão, começou a limpar.
Luiza então ficou ali, com uma tesoura nas mãos, começando a preparar o caranguejo-imperador. Liam notou as mãos dela, que estavam com feridas de frio, e demonstrou preocupação, olhando para ela. — Suas mãos parecem estar queimadas pelo frio.Miguel também desviou o olhar para ela ao ouvir isso.Luiza deu uma olhada rápida e, sem dar muita importância, respondeu: — Sim, o frio causou as feridas.Ela não mencionou o trabalho duro que estava fazendo, pois não queria parecer que estava buscando simpatia.— Você está passando algum medicamento? — Liam perguntou.Luiza confirmou com um aceno de cabeça. — Já passei.Ela havia aplicado o remédio à tarde, então suas mãos estavam menos doloridas do que pela manhã.Liam então se voltou para Miguel e disse: — Miguel, isso é um erro da sua parte. Sua empregada está trabalhando para você e as mãos dela estão assim, e você nem se preocupa?Liam, sendo estrangeiro, acreditava que todos, incluindo os funcionários, mereciam igualdade e respeito, e
Luiza tinha acabado de tomar banho e estava prestes a aplicar a pomada quando ouviu Milena dizer que Ângela a procurava. Ela colocou a pomada de lado e atendeu o telefone: — Ângela, você está me procurando?— O Sr. Miguel está bêbado. Pode vir cuidar dele? — Disse Ângela.Luiza mordeu os lábios. — Ângela, eu não sou boa em cuidar de pessoas. Não tem como chamar outra pessoa?— O Sr. Miguel pediu especificamente que fosse você. Após dizer isso, sem ouvir resposta de Luiza, Ângela falou suavemente: — Sra. Luiza, por favor, não me deixe em uma posição difícil.Luiza ficou em silêncio por um momento e disse: — Tudo bem, estou indo agora.Ângela, sendo uma funcionária assalariada, só podia obedecer às ordens de Miguel.E se Miguel, bêbado, estava chamando por ela, provavelmente era para causar problemas a ela.Luiza vestiu o uniforme de empregada, com o cabelo ainda molhado do banho, e se dirigiu a mansão principal.Ela subiu ao segundo andar, onde encontrou Miguel encostado no sofá do
Mais tarde, durante o jantar, o Sr. Miguel bebeu demais e ainda pediu que a chamassem para cuidar dele.Milena achava que Luiza era uma sedutora, então bufou irritada: — Não pense que eu não sei, você é uma aproveitadora.— Aproveitadora? Luiza finalmente reagiu.— O Sr. Miguel mencionou durante o jantar que você gosta de flertar com patrões. Com certeza você tentou seduzir o Sr. Miguel e falhou, por isso ele falou aquilo!Milena estava furiosa, essa mulher parecia ser tão honesta, mas quem diria que, em segredo, era tão promíscua.Luiza não retrucou.Ela realmente havia tentado seduzir Miguel antes, então não havia nada a negar.Sem dar mais atenção a Milena, ela foi até a cama e se deitou.Milena se aproximou e disse: — Por que não responde? Está com a consciência pesada? Hum! Eu sabia que você não presta. E mais, vou te avisando, é melhor você comprar um celular para você. Pare de deixar a Ângela ligar para o meu telefone. Eu não sou sua empregada, não preciso atender suas ligaçõ
Agora que ele estava em contato com uma família do país Y que dominava as energias renováveis, provavelmente era para enfrentar o Theo, não era?Eles ainda estavam em conflito?Luiza estava presa ali, sem celular, sem saber nada sobre o mundo exterior e como as coisas estavam lá fora.Ao ver os dois conversando, uma sombra de desagrado passou pelos olhos de Miguel.Ivy sorriu e disse: — Parece que meu irmão gostou bastante da empregada de vocês.Miguel lançou um olhar indiferente, com um toque evidente de sarcasmo:— É mesmo?— O que vocês estavam conversando? — Ivy perguntou a Liam.Liam respondeu: — Estava correndo e, por acaso, encontrei essa beldade, então trocamos algumas palavras.Ivy sorriu, mostrando o carinho que tinha por seu irmão mais novo.Nesse momento, Ângela se aproximou e disse: — Sr. Miguel, o café da manhã já está pronto.Miguel olhou para Ivy, dizendo:— O café da manhã está pronto. Vamos comer, depois eu levo vocês para visitar o grupo.— Tudo bem.Ivy assentiu,
Às seis horas, Luiza desceu pontualmente. Para sua surpresa, encontrou Liam novamente.Liam estava sentado no sofá. Ao ver ela, sorriu e disse: — Oi, jovem empregada.Ele vestia um terno claro, e ao se aproximar, seus cabelos loiros e olhos azuis lhe conferiam um ar extremamente charmoso.Luiza ficou surpresa. — Você voltou sozinho?— Sim, fizemos a visita ao grupo hoje e saí mais cedo à tarde. Comprei isso para você.Liam estendeu um saco com um par de luvas dentro.Luiza tentou recusar. — Não precisa, obrigada.Ela não tinha dinheiro para retribuir.Liam insistiu: — Foi algo barato, não é nada valioso. Notei que suas mãos estão congeladas e você precisa cuidar das plantas e podar galhos todos os dias. É melhor usar luvas.Ele forçou o saco em suas mãos.Luiza tentou recusar novamente. — Sério, não é necessário.— Eu disse que não é caro.Ele realmente não havia comprado algo caro, apenas custou algumas dezenas de reais.Diante da insistência, Luiza acabou aceitando. — Obrigada.
Luiza levantou o olhar e encontrou o olhar de Miguel, dizendo pacificamente: — Ou você contrata mais duas pessoas para trabalhar comigo, ou então estenda meu horário de trabalho.— Estender o horário de trabalho? Isso seria te dar a oportunidade de se aproximar de mim. — Miguel zombou.O coração de Luiza apertou e, em um tom baixo, ela disse: — Sr. Miguel, não se preocupe, eu sei que você me odeia e não tentarei mais me aproximar de você.Miguel ficou momentaneamente em silêncio, jogou com raiva a mesa decorativa que estava em suas mãos e, ao deixar a palavra “Limpe” no ar, se virou e foi embora.Luiza observou a mesa antiga quebrada no chão, imóvel.Ela recolheu os destroços da mesa.No dia seguinte, Ângela enviou alguém para informar que seu trabalho havia mudado. Ela não precisaria mais trabalhar no jardim, mas agora trabalharia dentro da mansão principal.Milena ficou com uma expressão alterada ao ouvir a notícia.O que essa mulher fez para conseguir isso? Em apenas dois dias, e