Antonella Bellini Assim que sai do trabalho, fui direto para casa de Jamie. O celular tocou enquanto ia até a estação. Vi quem estava ligando e sorri quando o nome dele brilhou na tela.- Você não está pensando em desistir de me levar para dormir na sua casa hoje, não, né?Jamie riu.- Sem chance. Espero que você esteja com as suas coisas prontas, amor. - Então por que está me ligando.- Bom, apareceu uma coisinha chata aqui no trabalho e não vou estar em casa para te receber. Eu sinto muito... tem uma chave reserva embaixo do tapete. Quero que se sinta em casa até eu chegar. Você faz isso para mim, meu amor?- Acho que sim, tudo bem. - Minha cabeça estava rodando, tonta com todas as implicações de me ver sozinha na casa dele. Não estava exatamente com medo, mas a ideia não me deixava muito animada. - Você tem certeza, Jamie? Quero dizer, a gente pode fazer isso uma outra noite, se você estiver ocupado.- Eu vou dormir com você hoje, Antonella. Na minha cama. Fim de papo.- Ai, meu
Antonella BelliniEstava estática olhando para Eleanor. Preciso ficar calma e ligar para o Jamie, ele com certeza vai saber lidar com ela. Com muita elegância ela caminha até o pequeno bar no canto da sala.- Perdão? Acho que não ouvi direito.- Eu nunca fui de sentir ciúmes, mas confesso que o que ela disse realmente me afetou. - E você está aqui por que? Não sabia que o Jamie havia adotado uma criança.- O sarcasmo escorria em sua voz. Eu ri levemente. Tenho certeza que ela sabe exatamente por que eu estou aqui, e está claramente se sentindo ameaçada.- Acho que não me apresentei. - Dou um sorriso cínico. - Antonella Bellini, namorada do Jamie. - Não sabia que Jamie namorava garotinhas. Devo chamar a assistência social ou a polícia?- Nossa, que piadinha sem graça. É da sua época? - Ela me olha com raiva.- Você é um pouco jovem para o Jamie. - Seu tom é hostil, e ela não olha para mim quando fala. Eu estremeço. Eu realmente não gosto dessa mulher. - Eu sou. - Eu concordo. Ela se
Antonella Bellini Jamie me trouxe café na cama no dia seguinte. Sentei recostada na cabeceira e puxei os lençóis para me cobrir. Com uma sobrancelha levantada, ele sentou na beira da cama e me entregou a xícara com cuidado.- Acho que acertei, mas prova você e me diz.Dei um gole e fiz uma cara.- Botei metade de leite e três colheres de açúcar. - Ele deu de ombros. - Você mesma preparou a máquina, eu só apertei o botão.Mantive o suspense por mais um minuto até abrir um sorriso e dar mais um gole no café, que estava delicioso.- Que foi? Só estou me certificando de que é capaz de preparar corretamente uma boa xícara de café. Tenho meus padrões. - Pisquei para ele. - Acho que você consegue, senhor Farley.- Você é um demônio, me tentando desse jeito. - Ele se inclinou para me beijar, tomando cuidado com o café quente. - Gostei da ideia de deixar a cafeteira pronta na véspera. Não sei como nunca pensei nisso.Jamie continuava perto do meu rosto, me encarando com atenção, o cabelo ain
Amélie Farley Surpreender Olivia depois do trabalho parecia uma boa ideia. O nosso relacionamento estava "as mil maravilhas", e aos poucos fui perdendo o medo e me entregando de verdade. Gosto bastante dela, não, eu amo ela. Mas o pensamento de confessar isso para ela, me apavora.Tentei ligar para Antonella, mas ela não atendeu. Fui até seu apartamento e ela não estava, também. Ela anda muito estranha ultimamente, nunca fomos de ter segredo uma com a outra. Estamos muito distante, e confesso que, parte disso é culpa minha.Estive pensando em fazer uma surpresa para Olivia no almoço. Ela já fez tanto por mim, e um mimo de vez em quando não mata ninguém.Assim que cheguei da faculdade, arrumei toda a casa e preparei alguns sanduíches. Fui até o marcado comprar algumas cervejas, sei que ela adora, na volta passei na floricultura. Joguei algumas pétalas de rosas no tapete da sala e acendi algumas velas, enquanto esperava.O celular vibrou com uma mensagem de Olivia. Ela já estava quase
Amélie FarleyOlívia correu para o telefone para desligá-lo, mas era tarde demais. Já tinha ouvido a voz da minha própria "Irmã" falando tudo isso. Antonella e meu pai, juntos? O pensamento é nojento.Empurrei-a com força, lutando para me desvencilhar de Olivia.- Amélie, não! Por favor, deixa eu te explicar.Nossos corpos ainda estavam unidos, mas ela estava branca como uma folha de papel, absolutamente apavorada.- Sai de cima de mim. Me deixa ir, vou dá na cara daquela mentirosa filha da puta!Ela me segurou, os olhos me encarando.- Baby, me escuta. Ela ia te contar tudo, já estava querendo fazer isso há um tempo. Mas não teve coragem. Não queria te magoar.- Sai de cima de mim agora!- Por favor, me escute Amélie. Ela não quis te magoar, só estava com medo de te contar. Eles são adultos, e se amam. Sei que o pensamento da sua amiga com o seu pai pode ser estranho, mas tente entender o lado deles. - Tentou me beijar.Virei o rosto para o outro lado e fechei os olhos. Toda a confia
Antonella Bellini Meu rosto pulsava no mesmo ritmo do meu coração. Eu olhava para Amélie sem reação. Sabia que uma hora ela ia descobrir, mas não esperava essa reação. - Você me traiu da pior forma possível. - Ela parecia instável, nunca vi Amélie assim. - Iamos te contar, só estavamos esperando o momento certo. - Merda, eu sentia meu corpo dormente, um frio na barriga e a garganta ardendo por conta do choro preso. - Você sabia Antonella, sabia que eu nunca superei a separação dos meus pais. - Ela parecia transtornada. - Você sabia de tudo e fez isso comigo. - Foi tudo muito rápido, ela me prensou na porta e agarrou meus cabelos, deixando nosso rosto próximos. - E pensar que eu cheguei a te amar. Me fala, como é ser a putinha do meu pai? Ele te contou que você não é a primeira? - Ela deu um sorriso maldoso. - Provavelmente não será a ultima. Não consegui mais segurar, e deixei as lágrimas rolarem livremente pelo meu rosto. Não posso acreditar em suas palavras, ela só está queren
Antonella Bellini - Antonella? - Jamie entrou no quarto, mas não me movi. Continue sentada na cama, encarando a janela. -Querida, fale comigo.- Ele se ajoelhou na minha frente e segurou minhas mãos frias. - Quero ir embora. - Foi tudo que consegui dizer. - Não vai, por favor. - Ele passou a mão em minhas bochechas, limpando minhas lagrimas. - O que Amélie disse… é verdade? - Me limitei apenas em acenar com a cabeça. - Eu preciso de um tempo.- Ele pareceu surpreso com minha pequena declaração. - Foi tudo rápido demais, intenso demais... Desde o começo, você me dizia o que eu queria escutar. Falou que me desejava. Não teve problema algum em falar o que queria comigo ou como se sentia em relação a mim. Não me refiro só ao sexo. Essa é uma grande parte da nossa conexão, mas não é tudo. Você consegue falar sobre seus sentimentos com facilidade. - Olhei em seus olhos.- Você me deu paz e segurança num nível que eu jamais havia sentido antes, pelo menos em relação a minha vida sexual
Antonella BelliniOs pesadelos são reais. Eles aparecem toda noite, quando durmo. Tento combatê-los, mas eles quase sempre ganham de mim. Tudo está escuro, porque meus olhos estão fechados. Mas eu ouço sons. Palavras cruéis sobre alguém, termos nojentos, palavrões. E uma risada assustadora... Ele acha graça em me rebaixar. Meu corpo está fraco e pesado. Ainda o escuto rindo e repetindo toda a maldade que me fez.Acordei gritando, sozinha na cama. Compreendi onde estava quando Olivia entrou correndo no quarto, os olhos assustados. Comecei a chorar assim que a vi; solucei ainda mais alto quando ela sentou na cama e me abraçou.- Está tudo bem, estou aqui com você. - Ela me aninhou em seu colo - Você teve um pesadelo, só isso.- Aonde você foi? - Perguntei, entre lágrimas.- Estava na sala trabalhando... - Beijou-me na testa. -Mas fiquei aqui até você pegar no sono.- Estou com medo Liv.- Sussurei me encolhendo mais em seu colo.- Eu sei querida, agora estou aqui e vai ficar tudo bem. Que