Deixa-me sair.
Não.
Não.
Não. Grito na minha própria mente. E dessa vez seus rosnados pararam, e ela ficou quieta. E o alívio é tão grande, que posso chorar.
Abro meus olhos e encontro meu irmão ao meu lado, segurando minha mão. Ele está preocupado, posso ver em seu rosto. Mas não posso falar nada, ainda não.
– Você ficou desacordada por quase uma hora. – meu irmão revelou, segurando minha mão.
– Muito bem. Sua pressão está baixa – falou a enfermeira.
– Eu já me sinto melhor – eu comento levantado e o movimento foi tão rápido que fico tonta, e volto a deitar.
– Será necessário fazer alguns exames... – ela para de falar quando o Gael entra na sala. E eu solto um suspiro apaixonado.
– Como você está? – ele pergunta me analisando. E eu me sento e meu irmão se afasta um pouco.
– Estou bem. Só acho que comi algo que me fez mal. – falo sem sentir tontura quando fico de pé.
– Sobre isso. Tenho minhas suspeitas – falou a enfermeira me olhando com pena. E eu realmente quero dá na cara dela.
– Que seria? – perguntei cruzando os braços sobre meu peito.
– Sua menstruação está atrasada? – ela pergunta se aproximando da sua mesa, e abre uma gaveta.
– Sim. Mas ela sempre foi irregular – respondi, sem me preocupar com Gael e meu irmão. É algo que acontece com a mulher, paciência se não estão confortáveis com esse assunto.
– Ok. Com as náuseas, vômitos e desmaios, somando com o atraso acredito, que possa está grávida – ela fala, enquanto estende um teste que tirou da gaveta na minha direção, mas eu não pego.
– Como? – sussurrei.
– Você pode está grávida. Isso acontece quando jovens, não se protegem – ela fala. – Você pode fazer o teste no banheiro, e se de fato der positivo, indico que comece o pré-natal com sua médica.
– Espera. Eu não estou grávida! Isso é impossível! – eu falo saindo da confusão que tinha nublado a minha mente com sua revelação.
– É bem possível! Você está com os sintomas…
– Gravidez não é doença! Eu não estou grávida. Virgens não ficam grávidas! – eu falo antes que me irrite com ela. Mas já estou irritada.
– Bom…
– Bom nada. – eu digo contando em minha mente, e resolvi sair antes que pule na garganta dessa mulher.
Viro-me e meus olhos se encontram com o de Gael e um sorriso divertido brincar nos seus lábios, e ser a causa do seu sorriso me faz querer ser louca mais vezes. Talvez eu seja.
– Você está mesmo bem, Aurora? – pergunta, olhando para meu rosto. E eu amo como meu nome fica bem em seus lábios. Quero que ele diga mais vezes.
– Sim. Nada pode me derrubar. – falei, e de fato isso é verdade. Estou lutando há muito tempo, e sei que sou forte. E posso suportar muita coisa, mas não queria suportar. É tão difícil.
– Como sempre foi. – ele diz, e eu concordo e olho para meu irmão que está me olhando com curiosidade como a enfermeira. E sem querer chamar atenção para isso, resolvi acabar com essa conversa, será melhor assim.
– Será melhor voltar para aula. Eric, você vem? – perguntei para o meu irmão, que concordou e saímos dali direto para a saída. Nunca conseguiria prestar atenção na aula, sabendo que ele está aqui.
– Todos estão em casa – Eric diz e olha para meu carro, e depois aponta para sua moto. – Não acho que você consiga dirigir.
– Consigo sim. Faço isso há muito tempo – rosno, passando por ele, e pego a chave reserva que levo no bolso. Não quero voltar para pegar minha bolsa. Antes de entrar no carro, olho para o prédio, e vejo Gael na janela. Parece que ele conhece agora a minha fama de fujona, e sorriu enquanto pisco o olho na sua direção antes de entrar no carro e dirigir para longe dali.
Sei que tenho que contar toda a verdade e isso é doloroso, mas já passou da hora de revelar tudo, não preciso mais lutar sozinha.
Não demora muito para estar em casa, mal sai do carro, e todos estão fora de casa. Até Ella e Ariel estão aqui. E eu engulo em seco.
Sai do carro, e me joguei para os braços da minha mãe. E eu deixo as lágrimas que segurei por tanto tempo sair. Se libertar, tirei esse peso das minhas costas por um tempo, para eu conseguir respirar, nem que seja por alguns segundos.
– Vai tudo bem, filha. – papai falou me tirando dos braços da mamãe, e seu abraço é apertado.
– Talvez não. – sussurro. Sem mais delongas. Logo estou sentada na sala com todos esperando que eu comece a contar tudo.
– Desembucha Filha. – mamãe fala, com um olhar sério. E não tem como enrolar, mesmo que eu quisesse.
– Encontrei meu companheiro – sussurro, levando minha mão até o meu coração.
– Oh, meu amor. Parabéns! – mamãe fala feliz por mim. Todos na família sabiam o quanto eu desejava.
– Diga – meu irmão rosna. E eu seguro um rosnado. Eu sei que ele só está preocupado.
– Isso foi há dois anos. – revelei, e o silêncio cai na sala. Mas não dura muito quando todos falam ao mesmo tempo, um por cima do outro.
– Que diabos?
– Aurora! Sua louca
– Deus!
– Filha!
– Aurora!
– Para! – eu peço ao me levantar e olhos para os rostos da minha família, eles estão assustados, com medo, tristes. E isso é tão doloroso. Não queria machucá-los.
– Mas não podia! Simplesmente não podia!
– Por quê? – Ella é a única que tem coragem para perguntar.
– Por que diferente da sua história, ele é fato casado – digo desabando no chão, deixando as memórias voltarem.
Dezoito anos. Enfim dezoito.
Abro um sorrindo vendo o sol nascer, levantei e corri para tomar banho e me arrumar. Hoje o dia vai ser cheio, afinal, vou procurar por toda a cidade pelo o meu companheiro.
Queria ser sortuda como a mamãe, e ter meu feliz para sempre. Sonho tanto isso, que posso simplesmente chorar de alegria quando isso acontecer.
Acho que nunca chorei de alegria, e isso será perfeito.
Coloco as minhas mãos na barriga, e imagino o fruto do nosso amor, crescendo aqui dentro, e sei que isso me fará a pessoa mais realizada do mundo.
Amarrei meu cabelo, e saí do quarto e vejo papai. Ele me olha surpreso, pois não sou apaixonada por acordar cedo, na verdade, eu prefiro dormir até tarde, mas hoje é um dia feliz, e posso fazer uma exceção.
– Bom dia! Hoje será um dia maravilhoso! – falo beijando seu rosto, e ele sorri.
Papai não volta para o quarto, na verdade ele faz meu café, e me observa com cuidado, com o tivesse guardado esse momento para sempre no seu coração.
– Minha princesa cresceu, e está na hora de abrir voou para longe do ninho. – ele fala e isso me tira um sorriso.
– Sempre vou voltar. E meus bebês estarão comigo. – falo e ele abre um sorriso.
Depois disso, ele não consegue mais me segurar em casa. Passo as próximas cinco horas caminhando pela cidade tentando encontrar o rastro que me faça enlouquecer, para encontrar meu companheiro. Mas isso começa a ficar difícil, quando todos os lobos solteiros e sem companheiras são descartados, eles não são meus.
Eu não me preocupo que ele seja humano, ele foi escolhido para ser meu par, e vai ser perfeito para mim, é isso que importa.
Decido ir ao parque, perto da escola, tenho que eliminar esse lugar, mas meus passos param quando um forte cheiro chega até mim, e eu sei, sei que encontrei meu companheiro.
Mas minha felicidade logo se acaba quando descubro onde ele está. E meus olhos o encontram, sorrindo, beijando uma mulher vestida de noiva, na porta da igreja. As pessoas estão comemorando, pelos recém-casados.
Gael, meu tutor de matemática, é meu companheiro. Sua namorada do colegial é sua esposa.
Não. Eu.
A dor me rasga, e eu quero acabar com ela por tocar nele... Ele é meu. Mas antes foi dela. É dela. Será dela até eles morrerem.
Dói. Tanto.
Minhas lágrimas embaçam minha visão, mas eu posso o ver, olhando para frente, e confusão enche seu olhar quando me vê.
Antes que ele possa perguntar o que está acontecendo, dou um passo para trás, e corro para longe dele, desviando dos carros.
Preciso. Respira.
Minha loba grita! Está querendo marcá-lo.
Meu. Meu.
Não.
Corro para a floresta e me deito no chão, em posição fetal e choro. Por tudo.
Em quinze dias, tudo vai estar pior. E não posso deixar.
Ele será feliz. Nem que eu seja infeliz para isso acontecer.
– Como eu não vi?! Minha filha estava sofrendo... Eu sou uma mãe horrível. – mamãe chora. E isso me mata.
– Só não queria preocupá-los. Não tinha solução. – sussurro admitindo o que demorei em aceitar.
– Aurora! Você é minha filha. Meu bebê. Você sempre está me preocupando. – mamãe fala brava.
– Desculpa... Não sabia... Não tinha o que fazer. – digo enrolada por causa das lágrimas. Todos estão chorando.
– Você poderia nos contar! Podia sequestrá-lo! Coloca a razão nele. – Bela fala vermelha de raiva.
– Não. Não podia. Ele está feliz. Tão feliz.
– Quem é? – Ella pergunta, mas depois ela se recorda. – Gael.
– Sim. O amigo de Trent e Derek. O humano que vivia com eles. – falei.
– Deus! Ele era seu tutor, ninguém conseguiu te ensinar matemática! O chamei, ele te ensinou por três anos. Até quando foi fazer faculdade na cidade vizinha, ele nunca deixava de te ensinar, não até muda para a capital. – papai fala.
– Você não sentiu nada antes de descobrir? – Ariel pergunta.
– Não, Ariel. Eu sou inteligente como você.
– Temos que fazer algo! – Jasmine diz.
– Não. Ele voltou. E o que tenho que fazer é evitá-lo. Por mim e por ele.
Será melhor assim.
Posso fazer isso por mais tempo.
Não, você não pode. Trent ordena, e eu não sei como evitar tudo isso.
AuroraTrês dias depoisA tevê está ligada, passando um filme de terror, mas meu foco não está nela, mas sim, na floresta, e como ela parece está me chamando. Estava evitando está lá fora a três dias, o motivo, caçadores humanos estão na área. Claro que podia fugir deles, mas minha loba está muito agressiva, talvez eles não sobrevivam ao meu ataque.Mas esse problema foi resolvido por Derek e seu pai, junto com o quartel de bombeiros, e claro a guarda florestal, todos em sua grande maioria lobos ou vampiros, resolveram assustando e usando a lei a favor de nós.Fecho os olhos. E antes de sair do quarto, desliguei a tevê. E peguei um sapato no meu closet, e saí de
AuroraRosno para mim mesmo, estou com raiva. Quero ir para a escola, ver meu companheiro, mas não será prudente. Deus! Quando fui prudente? Nunca. Mas preciso ser nesse momento.Sigo com o carro por mais alguns quarteirões e paro dentro da oficina do meu primo. Ele está falando algo com um dos seus funcionários. Mas para quando me vê.– Você não devia estar em outro lugar? Tipo a aula. – ele diz quando saiu do carro.– Preciso de uma revisão. – falo sem respondê-lo.– Precisa do seu companheiro. Posso sentir sua loba oscilando dentro de você. Um dia você não vai segurá-la e eu vou ter que acabar com isso
AuroraTenho que pensar em algo.Ir para a escola é legal. Gosto de ver Gael e ser a mais inteligente nas suas aulas, é divertido ver quando ele abre um sorriso para mim. Vivo por esses momentos. Mas isso não é o bastante. As coisas tem que acontecer mais rápido. Só não sei como fazer isso.Saiu de casa olhando para meu pai que apareceu na varanda e mexeu a cabeça na minha direção. Quero que ele durma, mas sei que não vai, até que eu voltar para casa.Pais são assim, os filhos vêm em primeiro lugar, pelo menos, os pais que amam seus filhos. Porque infelizmente tem pessoas no mundo que não merecem filhos. AuroraEnquanto subo as escadas, penso no que devo fazer para amarrá-lo de todas as maneiras possíveis. Gravidez é uma opção, mas não quero isso. Não ainda.Em vez de ir para o banheiro, abro onde Zeus está e ele corre para mim, e eu o pego e faço carinho na sua cabecinha. Ele é muito fofo.– Temos que fazer seu pai me amar. Estou contando com sua ajuda – sussurrei antes de colocar ele de volta no chão, e entrei na porta que ele indicou. O banheiro é confortável, mas sei que esse é o social, não o dele, mas uma coisa por vez.Saiu do pijama e o deixo no chão, e entrei no box, e escolho a água quente, e suspiro feliz quando sinto, ela bate na minha pele. Mas fico uCapítulo 7
GaelOs alunos e funcionários da escola estavam a todo vapor quando cheguei dez minutos antes de iniciar a primeira aula. Atrasei-me porque não parei de pensar em Aurora, e imaginar aquela mulher é algo que me leva à beira da loucura.Ela não é mais uma menina, na verdade ela é uma mulher, e pude perceber quando estava com ela nos braços. E como gostei de senti-la e beijá-la. Queria levar as coisas para além, nunca em toda a minha vida senti algo assim, nem pela minha ex mulher. E não sei como reagir.E o único jeito é evitá-la.Mexo minha cabeça e comprimento às pessoas que estão na sala dos professores, pego um copo de café, e me dirijo a minha sala, onde algum
AuroraSaí da biblioteca e olho todas as saídas, e janelas se estão fechadas e fico feliz quando vejo que Sebastião fez a parte dele, olho para o pátio e meu carro também não está lá. Junto com o de Gael, seria suspeito ter dois carros no estacionamento da escola no fim de semana. Então quem cuidou dessa parte foi Adien e Maria Isis.Como eu disse, toda a matilha quer que eu tenha um final feliz.Entrei na sala onde Gael está e me sento e o fico olhando dormir, ele é tão lindo e logo será meu, e toda dor que sentir antes desse momento não vai importar.Não conseguir resistir e se aproximo dele, e beijo seus lábios, e fico feliz com esse contato, mesmo que ele não fa&cc
AuroraEu e Gael nos encaramos por vários segundos sem falar mais nada depois da minha fala impertinente, claro ele podia negar, e falar que a brincadeira acabou, mas estava torcendo que ele sentisse nossa conexão. Não estou sozinha aqui com esses sentimentos.Dane-se. Saltei da mesa, e parei bem na frente dele, e abro um sorriso enquanto o encarei esperando algum sinal de qual será o seu próximo movimento. Só que ele está demorando demais para o meu gosto. E então, eu o mesmo beijo.Ele tenta não me tocar, e até não corresponder o beijo, mas segundos depois ele está me devorando, me vira contra a parede, e sinto meu corpo vibrando de alegria. Minhas mãos seguem até sua nuca, onde cravo minhas unhas na sua pele.<
AuroraSonhos. Foram diversos deles, focados nesse momento, mas nenhum desses sonhos chegou aos pés desse momento que estou vivendo. É real, ele sabe que existo, sabe que somos únicos e nunca mais vai me deixar.Nunca. Serei só. Nunca mais.Sorriu enquanto o levei para o estacionamento, meu carro está lá, minha irmã Jasmine trouxe de volta quando a avisei do que estava acontecendo.– Onde está meu carro? – perguntou Gael curioso enquanto nos aproximamos do carro rosa.– Bom. Eu posso ter sumido com ele – falei abrindo a porta do motorista, Jasmine o deixou tudo pronto.– Eu quero saber disso? – el