Marcelo
―Hoje estou renascendo.
Estou me sentindo vivo novamente.
Esses meses sem você foram como estar andando a beira de um precipício, imaginando que jamais ouviria sua voz novamente.
Deduzindo que nunca sentiria seu toque, seu carinho e seu beijo.
Hoje eu quero celebrar a vida, quero celebrar o dia em que te conheci.
Você lembra?
Eu lembro de chegar naquela noite naquele estabelecimento, após um dia de serviço exaustivo, e colocar minhas apostilas na mesa e pedir um pastel e um guaraná.
Você estava linda...
Veio até mim, anotou meu pedido, sorrio com esses seus olhos cor de esmeralda e me disse que logo traria meu pedido.
Estava nervosa,não sei bem porque, mas estava muito nervosa.
Logo trouxe meu lanche e sumiu de minhas vistas, não a vi mais naquela noite.
No outro dia,quase não consegui trabalhar direito, pois não via a hora de anoitecer para que eu pudesse vê-la novamen
BeatrizQuando penso que Marcelo não pode mais me surpreender, ele vem e me prova totalmente o contrário...Ao chegarmos no jardim me deparo com uma bela imagem.Um ambiente todo organizado com uma bela decoração de arranjos florais e como destaque, os girassóis, minha flor preferida. Eu adoro a flor do girassol pelo seu lindo significado."Uma Flor de luz ou flor de sol que simboliza a felicidade. Sua cor amarela ou seu belo tom cor de laranja simboliza o calor, a lealdade,o entusiasmo e a vitalidade, refletindo assim a energia positiva do sol. É uma flor que segue a caminhada do Sol, indicando luz, sentimento de conforto, felicidade e sorte. Algo que sempre procurei seguir em toda minha vida...procurar sempre a luz, apesar de muitas vezes andar pela escuridão.Olhei ao meu redor e nossa família toda reunida em uma mesa enorme, rústica e decorada com pequenos arranjos de vidro com mini girassóis, pratos brancos e talheres dourados. Um pequeno
Naquele anoitecer de inverno chuvoso, Beatriz sentou-se na varanda enrolada em uma coberta, com seus pensamentos distantes.Marcelo se aproxima trazendo-lhe uma xícara de chá,se acomoda ao seu lado e segura sua mão.Ela o olha com surpresa tentando lembrar quem ele é, mas mesmo assim sorri para ele.Marcelo sente seu coração despedaçar após aquela sua indagação, após aquele seu olhar confuso. Seu filho Pedro, então se aproxima e beija-lhe seu rosto sentindo que a presença de sua mãe não está mais ali. Olha com tristeza para seu pai que está com os olhos lacrimejando e o abraça forte, saindo logo em seguida.―Vamos entrar querida,está muito frio aqui fora, ele diz a ela.Estendê-lhe a mão, que então retribui e entram para dentro da casa. Ele a guia pela mão, subindo a escada que leva ao segundo andar. Entram em seu quarto,ela deita-se na cama, ele a cobre ,deita-se ao seu lado em seguida.Na manhã seguinte, Marcelo a ajuda como em todas as manhãs, penteando se
Epílogo...2 anos depois...após Beatriz sair do coma―Amor você chega que horas?―Oi querida acho que umas 19 horas estou chegando, só estou resolvendo uns pepinos aqui com o Marcos mas logo estou indo pra casa.―Está bem eu tenho algo pra você, um presente, não sei se vai gostar mas...―O que é sua danadinha? O que você está aprontando Bia?―Quando você chegar ,você descobrete amo amor....mais tarde...―Beatriz??? Que silêncio essa casa,tudo apagado que estranho, nem a Eunice esta, oque está acontecendo?''Marcelo chega em casa e se depara com a casa em silêncio e basicamente escura. Coloca sua pasta e o celular em cima da mesa e sai acendendo todas as luzes do andar de baixo. Procura e pergunta por Beatriz e as crianças, mas ninguém responde.Ao acender as luzes, nota alguns brinquedos bem infantis ainda novos com laços amarelos em a
Marcelo e Beatriz viviam um casamento feliz até a chegada do seu primeiro filho. Não que eles não se amassem ou não amassem seu filho, mas sim pelo fato de estarem iniciando uma vida juntos. Tinham muitos sonhos, uma carreira ao qual os dois estavam lutando para fazer crescer. Tiveram então que mudar todos seus planos. Marcelo era um homem de garra, determinado, descendente de italiano, trabalhava no ramo de construções durante o dia e estudava a noite na mesma área em que ele trabalhava. Beatriz era órfã de mãe, criada pelo pai e a avó, uma jovem moça batalhadora e gentil. Estudava de dia e trabalhava a noite em uma lanchonete. Uma noite após a aula,Marcelo entrou naquela lanchonete onde Bia trabalhava. Ainda estava um pouco sujo de cimento, pois quando ele saia do trabalho não daria tempo de passar em casa para se aprontar para ir a aula, então, apenas trocava a roupa que levava na mochila e ia estudar. Ele então colocou seus pertences na mesa abriu o caderno para fazer a lição, pa
Beatriz Nem percebi o tempo em que estou aqui embaixo desse chuveiro.Meus pensamentos viajam longe, imaginando em como tudo podia ter sido diferente, me sentindo até mesmo culpada por essa situação. Mas concordei em dar o divórcio a ele, não irei dificultar as coisas então é melhor eu reagir. ... Desligo o chuveiro e saio do banho,então acordo para minha realidade. Me seco e logo me enrolo na toalha. Vou até a cômoda pego o celular e percebo que já são quase dez horas da noite, ―Preciso ligar para Ana e saber como o Pedro passou o dia., penso comigo. Passo um óleo de hidratação pelo corpo, que exala um cheirinho de avelã e pimenta,a fragrância que o Marcelo sempre adorou. Sempre usei esse produto desde que namorávamos. Ele até me chama de morena pimenta, um apelido carinhoso que inventou devido a minha pele e o fato de eu sempre usar esse óleo. Me recordando disso,sorrio involuntáriamente e meus olhos novamente umedecem,pois já faz algum tempo que ele não me chama dessa forma. E
Marcelo. ―Então Marcelo,o hotel em Fernando de Noronha está quase no fim das obras.Precisamos do seu aval para que na próxima semana, começar-mos a construção do Resort em Búzios. ―Por enquanto não iremos assinar nada,vamos terminar uma obra pra depois começar outra. ―Mas Marcelo esse resort vai ser de grande importância para o setor turístico,vai ajudar e muito para alavancar nossas vendas no ramo. As vendas no setor hoteleiro no mês passado caiu muito e esse resort vai ser bem mais atrativo.Teremos um cinema dentro do resort e outro ao ar livre. Bangalôs espalhados por todo ele,vai ser algo extraordinário acreditamos que será nossa salvação. ―Você escutou o que acabei de falar?Por enquanto vamos esperar. Não podemos meter os pés pelas mãos e gastar mais do que temos. É só isso por hoje? Porque eu preciso ir tenho um compromisso. Todos que estão na reunião sinalizam que sim―Então reunião encerrada. ... Encerramos a reunião,olho no relógio e percebo estar atrasado muito atrasado
Beatriz ―Me desculpe eu não queria te acordar,só fui tomar uma ducha e pegar alguma peça de roupa,a porta estava destrancada,então entrei. Marcelo veio saindo do banheiro secando o cabelo com a toalha, seu cheiro incendeia o quarto inteiro me deixando extasiada.Uma fragrância suave e intensa com leve toque de sândalo paira no ar.Vestindo apenas uma bermuda cinza com um cadarço preto na cintura,sem camisa com seu corpo bem definido.Perfeitamente belo, sempre muito charmoso e com um olhar sedutor. Sinto meu rosto queimar ao perceber seu olhar com desejo, e o pior é que eu correspondo...me disfarço ao perceber algumas gotas de água de seu cabelo molhado, percorrer seu belo corpo. Meu desejo é ir ao seu encontro me atirar em seus braços e me entregar a ele deixando assim meu orgulho de lado.Mas me contento só em olhar e volto a minha realidade, ―Não,não tem problemas, está tudo bem. Me desculpe eu que esqueci de deixar algumas roupas na sala pra você. Me levanto na intenção de ir a
Beatriz Não consegui dormir nada essa noite,nem o remédio que tomei me derrubou. Provavelmente devo ter cochilado uma hora ou menos. Me levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal. Tomei um banho rápido e coloquei algo leve, uma camiseta regata branca e um shorts de malha azul,meu tênis de corrida,amarrei o cabelo em um rabo de cavalo, olhei no relógio e conferi a hora, 6 horas da manhã em ponto. Fui até a cozinha, fiz um café forte e coloquei na xícara. Beberiquei um pouco da bebida e logo meus olhos se encontram com os dele, que veio em minha direção saindo da sacada,ouço dizer que ele dormiu na rede. Seus olhos tristes e abatidos iguais aos meus. Ele me diz que vai tomar um banho e depois sair. Aceno com a cabeça e beberico mais um pouco do meu café, em seguida coloco a xícara na bancada que divide a cozinha e sala. Fico em silêncio sozinha pensando em minha vida. Apesar de termos grana,nós crescemos na pobreza e simplicidade, nunca nos importamos em ter luxo. T