Marcelo
Caminho a passos largos em direção a sala de cirurgia , meu coração acelerado ansioso e angustiado. Me preparo para assistir o parto de Beatriz.
Doutor Jorge me explica a respeito do procedimento, e tudo como será feito para tentar me tranquilizar.
Tiveram que fazer uma anestesia geral visto que ela se encontra nessa situação,uma situação muito delicada, sua pressão está um pouco alta e tudo mais, então é melhor que ela estava totalmente dormindo.
Entro na sala de parto e a encontro dormindo, dopada , totalmente indefesa.
Meu coração aperta ao pulsar acelerado, e me dói muito vê-ela nesse estado, me sinto impotente, sem poder fazer nada, apenas observar.
O médico começa o procedimento...
Meu nervosismo transparece em meu rosto em gotas de suor frio.
Doutora Helena acompanha todo procedimento de perto. Ela tem sido uma grande amiga para Beatriz , d
Marcelo―Beatriz! Não,não, meu amor. Me dê sua mão,Não faz isso comigo, volta!Não me deixe querida!Luiza, Beatriz !―Eu sinto muito querido.Espero que me perdoe um dia.Ainda nos veremos novamente. Eu te amo... Adeus Marcelo......―Marcelo! Marcelo! Acorde meu irmão!Sou despertado de um pesadelo por Marcos que insistia para mim acordar.―Hãn? O que? Respiro fundo tentando recuperar meu ar. Levo a mão até o rosto, secando o suor, respiro fundo sentindo o ar entrando e saindo de meus pulmões,― Aff, foi um pesadelo, apenas um pesadelo horrível, que horas são? Pergunto a Marcos que me olha assustado.―São quase 7 horas da manhã, ele me diz colocando a mão em meu ombro―Está tudo bem agora me
MarceloHoje Beatriz não acordou bem. Está enjoada, com dores de cabeça e com sono. Estou muito preocupado com ela.Marcos trouxe Pedro para vê-la, mas ele nem conseguiu conversar direito com a mãe, pois ela estava muito sonolenta. Vi em seu rostinho o desapontamento e a tristeza ao mostrar a ela seu desenho que havia feito para Luiza.Na segunda feira, ela vai ser operada. Todos nós estamos muito esperançosos que tudo vai dar certo. É uma cirurgia simples mas delicada. Muito delicada.Espero ansioso para saírmos desse hospital e podermos tocar nossa vida em nossa nova casa.Luiza ganhou peso, algumas gramas na verdade, mas já é o suficiente. O pediatra disse que ela está se desenvolvendo bem, até melhor do que o esperado, talvez daqui uns 15 ou vinte dias, ela poderá ir para casa.
Marcos :Hoje o dia está perfeito. Uma bela manhã de sábado de sol.Tirei o dia para levar o Pedro para passear.A princípio íamos assistir O Homem de ferro no cinema mas ele não quis mais ir, então decidimos ir a praia.Convidei Helena mais de uma vez, mas ela se recusou, infelizmente.E por mais que isso me doa, estou desistindo dela, eu já corri atrás dimais, pra mim chega. Ela não quer nem minha amizade que dirá algo mais.―Pedrinho vamos? grito com ele,―Já estou indo tio, ele me responde eufórico.Passei na casa do Marcelo para ver como estão as coisas por aqui. Trouxe Pedro para pegar umas coisas dele, pois desde que Bia foi internada, ele está na casa dos avós, é mais reconfortante para ele estar lá.Sento na varanda esperando por Pedro que está lá em cima com Eunice, então escuto meu telefone tocar no carro. Vou até ele e o pego, olho na tela e
MarceloO fim de semana passou voando.Sinceramente, queria que nem tivesse passado, na verdade queria que esse dia não chegasse, mas é necessário.Um dia em que minhas aflições estão me matando, me martirizado.Doutora Helena entra no quarto de Beatriz juntamente com Marcos, minha mãe e seu Jaime. Estamos todos na expectativa da cirurgia de dela torcendo para que nada dê errado.Em seguida uma enfermeira também adentra ao quarto avisando que dentro de alguns minutos ela vem busca-la para a cirurgia.Doutora Helena nos da um tempo nos deixando a sós saindo em seguida junto com a enfermeira.Me aproximo de Beatriz, e a abraço tão forte como se eu nunca mais fosse vê-la, como se eu pudesse gravar seu cheiro e seu toque em minha pele.―Amor...ela diz segurando me
MarceloHoje me deparei olhando algumas fotos em um álbum que Beatriz deixou na cômoda do quarto do hospital...Fotos do nosso namoro, do nosso casamento, da gravidez do Pedro, alguns passeios em família...Relembrando esse momentos sem perceber, sinto meu rosto umedecer e lágrimas rolar por ele.Sinto um nó na garganta ao pensar em tudo isso, como se fosse o fim, como se nunca mais fosse vê-la acordada. Como se nunca mais eu pudesse ouvir sua risada e o som de sua voz ao brigar comigo, sentir o seu toque em meu rosto me acalmando. O jeito que levanta a sobrancelha quando está desconfiada, o gosto dos seus beijos em minha boca o cheiro do seu corpo em minhas narinas, a sua alegria de viver em meus olhos.Ah meu Deus porque isso foi acontecer com a gente?Porque ? Eu não entendo ?Guardo o álbun e me sento por alguns minutos em frente a cama que Bia ficou por tanto tempo antes da cirurgia.Meu peito dói
MarcosMarcelo permeceu o caminho todo em silêncio.Sinto que meu irmão está morrendo, está despedaçado por dentro.Ele parece ser forte, é um grande homem de negócios, mas sem o grande amor da sua vida, é como se mais nada fizesse sentido. Ele se torna vulnerável.Mau estaciono o carro e Pedro vem correndo ao nosso encontro.Pula no colo de Marcelo que quase senta no chão do gramado.Meu irmão permanece calado, tenta esboçar um sorriso e abraça forte o filho. Pedro percebe que algo não vai bem. Olha pra mim, mas não pergunta nada apenas retribui o abraço,―Eu te amo Papai.Essas palavras fazem Marcelo acordar de um transe.―Eu também te amo filho...Abraça novamente o pequeno e deposita um beijo em sua cabeça.Ficamos todos em silêncio até que nossa mãe se aproxima.―Meus filhos queridos venham, eu acabei de fazer um café.―Obrig
MarceloConsegui dormi um pouco essa noite. Me acordei com o sol invadindo o quarto, pois deixei as cortinas abertas na noite anterior.Alcanço meu celular ao lado da cama, e vi a hora, quase 6 horas da manhã.Pedro ainda dormia, então me levantei, fechei as cortinas, para que ele pudesse dormir um pouquinho mais, e vou sigo até o banheiro.Tomo um banho rápido, faço minha higiene pessoal e quando estou prestes a sair do banheiro, Pedro aparece na porta me olhando confuso―Bom dia filho, digo enquanto seco o cabelo,―Bom dia pai, me responde coçando os olhos.Vou até ele, deposito um beijo em sua testa, ele volta para cama se aninhando nela,―Pai...eu queria ver a mamãe ele diz bocejando,―Sim meu filho, podemos ir,Seus olhinhos brilham e um sorriso se forma em sua boca,―Então eu vou me arrumar, ele diz se levantando da cama,
Marcos―Eu estava louco para ficar a sós com você.―Marcos, por favor...aqui é meu trabalho, não faz isso.―Não falei nada de mais , é a verdade Helena, falo piscando o olho pra ela, que fica corada e começa a ajeitar o cabelo―Aquele beijo vai ter segundo round? pergunto,―Meu Deus, pare com isso, você está me deixando constrangida as pessoas podem perceber ,―Perceber o que? Que eu tô caidasso por você?―Vem!pelo amor de Deus,para de falar besteira, ela diz sussurrando,― Achei seu celular na minha casa,está na minha sala,acho que quando você colocou Heloise na cama ele caiu e não percebemos devido ao carpê, e com essa correria desde segunda, esqueci de te falar.―Ah, então estava com você, não tem problema, até já comprei outro, digo dando de ombros seguindo ela até sua sala. Ela caminha em minha frente usando uma camiseta regata branca com o jaleco do hospital por cima e uma calça de tecido moli