Deixamos as portas da biblioteca para trás indo em direção mais uma vez da praça central. O ser do qual ainda desconheço o nome nos leva até a fonte da praça e ali se senta.
— Por onde começo. — Ele olha para cima e desliza a mão pelo cabelo negro.
— Pelo começo seria bom. — Estella diz rindo. Ele a fita com um olhar de reprovação a piada. — Ok, me desculpe. — Ela pigarreia.
— Eu e Áster sempre fomos bons amigos, Uriel era o único que me deixava vê-la, mesmo sendo uma grande porcentagem anjo ainda assim sou visto com maus olhos no céus, como sempre, anjos arrogantes, nada mudou. Mas continuando, quando tínhamos doze anos o rei Tyr declarou guerra aos demônios sem razão aparentemente, por pura bestialidade, sempre achara que os anjos eram os místicos superiores, que deveriam dominar sobre todos os outros ao invés de coexistir em paz. As tropas angelicais se dirigiram ao vale de Mavka onde o combate aconteceria, os demônios por outro lado armaram uma emboscada pegand
O sono de fato não se lembra mais de vir a mim, depois de alguns minutos de conversa com Meliorne, Estella e eu retornamos ao palácio, e aqui estou eu, virando de um lado a outro da cama repetidas vezes, pensando em quais destinos Áster pode ter tomado, o que pode ter ocorrido as ela e Lilith, se fugiram ou se foram mortas como forma de silenciar seu amor. Viro-me para a janela e fecho os olhos tentando adormecer, mas diferentemente das vezes anteriores agora ouço uma voz, abro os olhos procurando alguém, mas no recinto só vejo o Estella dormindo profundamente, volto ao estado anterior e novamente a voz vem a meus ouvidos, desta vez não a procuro só a sinto, momentos depois a reconheço, o mesmo timbre que ouvi nos céus em contato com a estátua, porém mais clara, mais vibrante e escuto com perfeição as frases dita."Khione, espero que me escute, venho tentando contatá-la a muito tempo, mas creio que os demônios tenham lançado algum tipo feitiço de bloqueio me impedindo de falar
EstellaAcordo ao som das palavras da Rainha soando em meu ouvido.— Preciso de vocês no andar inferior, Psyche mencionou comigo sobre vocês irem até o inferno em busca dos capturados, o que me interessa pois um dos meus foi levado cativo.— Ir até o inferno?— Sim, o plano de vocês. Não é? — Kastian diz com uma expressão confusa.— Não fui contatada a respeito desse plano.— Parece que te excluíram do planejamento, assim como eu, da maior parte digo.— Sim, totalmente.— Acorde-a espero vocês na sala de reuniões. — Ela diz apontando para Khione e logo em seguida saindo do recinto.— Khione? — Balanço seu braço tentando desperta-la, mas sem sucesso. — Khione! — Chamo outra vez dando um tapa eu seu rosto, em parte para acorda-la em parte por raiva, por ter me deixado de fora dessa ideia e por não ter nem sequer perguntado minha opinião. Seus olhos se abrem em um quase susto. — Até que enfim, achei que estava em coma. Vamos,
— Não consigo fazer isso, ela ficaria devastada.— Ela ficará pior caso te veja com outro alguém, alguém que você esteja realmente apaixonada. — Olho para Khione ao lado de fora pelo vidro da imensa janela.— Ela?— Você sabe, eu sei, nós sabemos, e está tudo bem. Só seja sincera com a rainha.— Estella você se equivocou um pouco. — Psyche ri afrouxando a gola da blusa.— Seja franca consigo mesma, você deixou de dormir no quarto real que é milhares de vezes mais confortável para dormir no nosso, só por ser ao lado dela.— Só não estava com sono o suficiente para dormir, e nem um pouco afim de olhar Kastian enquanto ela dormia.— Acaba de provar que está realmente apaixonada. Vi você observando Khione dormir com um sorriso nos lábios.— Você viu? — Ela cobre o rosto em sinal de vergonha.— Não, mas agora eu sei que realmente fez isso. — Digo rindo.— Já te disse que não gosto de você? — Diz fechando o rosto.
Entro nos jardins reais que mais se assemelham a um labirinto a procura da rainha, depois de alguns minutos sem saber por qual dos caminhos seguir a encontro sentada em prantos em meio aos arbustos.— Kastian?— Te disse para nunca mais me dirigir a palavra, então me pergunto o motivo de estar me chamando! — Grita tão alto que os animais ao redor fogem, definitivamente ela não é o tipo de elfo que se espera, não o que os animais amam estar perto.— Só pensei que precisasse de consolo.— Consolo? — Ela ri escandalosamente. — Mesmo que precisasse preferiria qualquer pessoa, até a própria Psyche, mas nunca você. — Diz em uma mistura de choro e riso, não consigo distinguir.— Só quero ajudá-la. — Tudo bem, até eu admito que não sou uma das melhores pessoas para estar aqui, sei que no momento mais que nunca ela me odeia, mas quero ajudá-la.— Ajudar-me? Sério? Sabe como poderia ter me ajudado? Não aparecendo aqui, não se apaixonando por ela, não beijan
— O que? — Fala rindo. — Está falando sério?— Sim, tudo se encaixa, desde que fui aos céus tenho escutado uma voz, que se denomina minha mãe, a poucas horas atrás eu a ouvi novamente, me disse algo sobre eu ser a herdeira dos céus, ser uma híbrida e por esse motivo ter anjos me perseguindo, também disse que fui resgatada de um precipício por Arwen, mencionou estar em mim, dentro de mim. Veja, tudo se encaixa.— Dentro de você? — Sua expressão muda, agora para um rosto sério.— Sim.— O feitiço, foi um aprisionamento.— Sim, foi.— Então você é filha dela, o que significa que é minha sobrinha. — Abre um sorriso.— Sobrinha? Você e Áster…— Sim, éramos irmãos, ou melhor somos irmãos.— Por que não assumiu os céus no lugar dela então? Resolveria todos os problemas que tiveram.— Não sei se lembra mas assim como você eu sou um híbrido, um bastardo como o rei Tyr adora me chamar, o fruto de uma traição. A rainha, minha mã
— Sei que já disse uma vez mas seja bem-vinda, agora oficialmente. — Sorri me estendendo a mão.— Por que me fez ficar aqui, não me conhece e aparentemente não existem razões para isso.— Quero te conhecer melhor.— A tentativa de primeiro encontro mais peculiar que já vi. — Digo rindo.— Tenho que aprimorar meus modos, já faz tempo desde a última vez que fiz isso. — Diz colocando a mão atrás da cabeça em sinal de vergonha. — Posso reaprender se você me ensinar.— O que pretende fazer comigo aqui?— Nada que você não queira.— Não queria estar aqui.— Se bem me lembro você e sua amiga vieram de livre e espontânea vontade.— Por bons motivos.— Quer me contar mais sobre o por que de estar fugindo, claro, já sei alguns rumores mas nada como a versão de quem sabe realmente a verdade.— Não confio em você para isso, aliás só por saber que estávamos indefesas se aproveitou querendo algum tipo de recompensa, ent
EstellaOuço Kastian me chamar e em seguida me nomear guarda particular, não entendo o que está acontecendo mas a sigo quando sai do recinto.— Me siga.— O que houve?— Nada em específico, só preciso de alguém aqui.— Não poderia ser a Psyche ou a Khione? — Ela me dá um olhar de desdém, e mesmo sabendo que minha pergunta foi estúpida diante das circunstâncias responde.— Não, você está mais apta a me guardar.— Kastian, sejamos sinceras, você é capaz o suficiente de proteger a si mesma e a todo esse reino se quiser.— Já entendi que não está contente em ter ficado aqui, comigo, mas poderia só ficar em silêncio por alguns minutos e fingir que gosta de minha pessoa? Ou será que é difícil demais para voc&eci
— Perdemos? Como assim perdemos? — O sorriso em meu rosto se desfaz após as palavras de Psyche.— Eu a levei a Devin, nunca estive lá mas sei que é um dos últimos lugares onde os anjos procurariam.— Devin? Perdeu o juízo?— Não esperava uma rainha manipuladora e que vive a custo de barganhas.— Um gole do próprio veneno, como se sente? — Kastian pergunta quase em uma risada.— É um assunto sério.— Ela a matou? — Digo preocupada.— Não, muito pelo contrário, aparentemente a rainha se encantou por Khione, fez o acordo de não nos entregar para as tropas angelicais e em troca a nossa querida ruiva deveria ficar com ela durante um mês.— Um mês? E o Arwen, Demir, como iremos resgata-los?— Isso não depende somente da Khione, ainda temos você, Kastian, Meliorne e a mim. Damos conta de alguns demônios.— Vemos que você é uma ótima guardiã mal ficou a sós com ela e já a perdeu.— Queria que eu lutasse com u