Entrei em casa às pressas com o coração apertado sem nem mesmo entender esse sentimento estranho que me sufoca desde que vi o olhar de decepção de James. O fato de que eu o tenha magoado me deixou triste e eu nem mesmo sei o porquê, que droga! Eu devo ser louca! O que está acontecendo comigo? Eu devo ter entendido errado, não há motivo para que ele tenha ficado decepcionado, só por eu ter beijado o Caio... Argh! O que eu tenho na cabeça para ter deixado aquele maluco me beijar? Queria poder voltar no tempo e dar na minha cara momentos antes de eu cometer esse erro absurdo, e dizer, sua louca...O que pensa que está fazendo? Não vou pensar mais nisso, o melhor é fingir que não aconteceu, é o certo a se fazer.
Fiquei parada de frente para a porta por tantos minutos, perdida em meus pensamentos, sem me dar
Uma brisa suave atinge meu rosto bagunçando meus cabelos assim que chego à área descoberta da piscina. Desço pelo caminho de pedras com pequenos arbustos de cada lado, que dá direto ao coreto no meio do jardim rodeado por canteiros de flores. Na escuridão da noite, mas parece um lugar encantado, apenas iluminado pela luz da lua e os vaga-lumes brilhando no escuro. Quando eu era criança, eu passava minhas tarde livres brincando no coreto ou em volta dele, correndo atrás das borboletas que vinha atrás do pólen das flores. Na maioria das vezes eu ajudava minha mãe a cuidar dos canteiros, ela tem um amor pelas flores que plantávamos juntas. E no fim da tarde, antes do por do sol, sentávamos na pequena escada do coreto e ficávamos sentido o cheiro misto dos perfumes das flores se misturando pelo ar, era nosso momento
Acordo ao som estridente do meu despertador anunciando as notícias do trânsito de Toronto. Por qual motivo mesmo tenho que saber como está o trânsito hoje? Nem ao menos irei dirigir o meu carro. Ah não, por que eu tive que lembrar isso agora? Tive dificuldade em dormir ontem, fiquei rolando na cama por horas tentando decifrar o que havia de errado com meu coração. Toda vez que eu fechava meus olhos era seus malditos os olhos azuis que vinha em minha mente, me tirando o juízo, a capacidade de raciocinar. Tenho que parar de pensar nisso, não ter a certeza do que eu sinto vai me enlouquecer.Levanto-me lentamente, indo para o banheiro, preciso de um banho quente relaxante ou não serei capaz de chegar atá o fim do dia. Depois de pronta dou uma última olhada no espelho conferido minha roupa. Estou de calça jeans e uma blusa
Ainda estou parada no mesmo lugar, os minutos passam lentamente enquanto tudo o que eu consigo olhar é para o sangue do cara que quase me matou escorrendo pela calçada, imagino que poderia ser eu agora no lugar dele. Se James não tivesse sido rápido o bastante para entrar na minha frente, atirando antes no bandido, seria meu sangue escorrendo pelo chão, uma angústia se forma em meu peito, seguro a vontade de chorar. Aos poucos, vou percebendo a bagunça que se formou ao meu redor, vidros da porta e da janela espalhados pelo chão, se misturando a sangue e café do copo que eu estava segurando minuto antes de tudo acontecer. Na confusão não sei em que momento caiu de minha mão, o bolinho está esmagado quase irreconhecível.- Você está bem? - James me pergunta verificando em meu corpo se há algum machucado.- Acho que eu deveria
Vejo mamãe assim que entro em casa, ela está sentada no sofá rodeada de preparativos para o jantar beneficente que ela está organizando desde o inicio do mês. Ao sentir minha presença ela levanta e vem em minha direção com os braços abertos, me aconchego em seu colo como eu fazia quando era criança, e ainda tem o mesmo efeito calmante, de quando eu era apenas uma pirralha chorona.- Sinto muito querida, seu pai me ligou avisando. - Ela beija o topo da minha cabeça passando as mãos em meus cabelos. - Como Você está? Está machucada? - Ela afasta-me, analisando-me com um olhar de mãe preocupada. Sacudo a cabeça em sinal negativo. De repente as lembranças dos eventos de hoje mais cedo vem em minha mente. A gritaria, o barulho dos tiros, o pavor e desespero de não saber se sairíamos de lá vivos, me afl
No decorrer das duas semanas tenho preferido ficar mais em casa, tranquila no meu quarto estudando, fazendo trabalhos e pesquisas da Faculdade, aproveitando e colocando a leitura em dia o que venho tentado desde o início do ano. Aproveito e tenho passando mais tempo com minha mãe, a ajudando com os preparativos finais do jantar que será semana que vem. Gosto desses nossos momentos juntas, de ver sua alegria em poder ajudar crianças e jovens que precisam desses pequenos gestos humanitários para reconstruir suas vidas.Todas essas tarefas e momentos com mamãe tem me ajudado a manter meus pensamentos longe do ocorrido no Starbucks. Ainda tenho medo e aflição só de imaginar que quem quer que tenha tentado me matar ainda pode vir atrás de mim ou dos meus pais e cumprir suas ameaças. Não houve mais nenhum incidente desde aquele dia, tudo tem sido mais calmo.
Em minha mente me pergunto... O que eu estou fazendo sentada aqui ao lado do Caio? Quando eu poderia estar fazendo milhões de coisas mais interessantes, como por exemplo, eu poderia estar nesse momento na piscina da minha casa, desfrutando de uma sombra agradável com um suco gelado ou lendo, vendo um filme ou até mesmo batendo minha cabeça na parede até que eu tenha um aneurisma e perca os sentidos. Mas não, tive que ouvir a maluca da minha melhor amiga que só me põe em roubada, toda vez que ela diz que vai ser legal, pode saber vai dar merda, e olha só não é que deu mesmo? Não posso colocar a culpa no lugar, é até agradável, ambiente tranquilo e uma decoração rústica, o problema está na companhia. Que nesse momento não para de pôr a mão em mim, alisando meu braço, mexendo no meu cabelo. &nb
Organizar meu quarto tem sido uma ótima terapia, passei o resto da tarde arrumando a bagunça que estava minha escrivaninha. Joguei fora papéis velhos, guardei as anotações da semana e terminei trabalhos que estavam se acumulando. Depois coloquei em ordem meu closet, que se encontrava em total desordem, levei a manhã toda me ocupando , mas meus pensamentos me traíam ao me levar para a noite de ontem. Penso em James, em nosso quase beijo, em como eu desejava que tivesse acontecido, em sentir seus lábios nos meus, passei a noite sem conseguir dormir, pensando nele.Não há como explicar como me apaixonei por ele em tão pouco tempo, acho que foram os pequenos momentos que tivemos. As trocas de olhares, sorrisos tímidos, sua proteção, ainda assim, é loucura pensar que posso estar amando uma pessoa que entrou em minha vida há pouco tempo, mas que encontrou um
Dava para ouvir o barulho da festa a quilômetros de distância, e ainda tivemos dificuldade para estacionar. James só achou vaga a uma rua depois, tivemos que ir a pé até a entrada da casa. CASA? Estava mais para mansão, três vezes maior que a minha, na verdade, nem se compara. Lá dentro estava uma bagunça de copos espalhados por todos os lados, pessoas dançando e se pegando sem nenhum pudor.Aproximo-me de James o avisando que vou atrás de Kallie.- Vou procurá-la, ela não deve saber que cheguei. - Grito para que ele me ouça sob a música alta.Ele concorda, afasto-me, abrindo caminho entre as pessoas dançando, quando sinto alguém pegar na minha mão e entrelaçar nossos dedos.-Tenho que estar com você o tempo todo, se lembra? - Dou uma revirada de olho, mas um sorriso involunt&aacu