capítulo 5/ desesperador

KILLIAN TURNER

Fora da rotina, eu odiava estar assim, nunca gostei de nada fora do lugar e sempre fui extremamente organizado e pontual, seja nas duas escolas que frequentei ainda na juventude, ou agora com 39 anos lecionando em universidades e tudo isso, toda minha pontualidade e organização não me fizeram ver malícia nos olhos da doce senhorita Britany Adams, fui tão cego ou só não a enxerguei como queria e só agora que meu nome quase foi para lama é que consigo perceber, nunca foi desinteressada, sempre que tinha alguma dúvida vinha até mim e me tocava mais que o decoro mandava, me olhava por tempo demais e era sempre a ultima a deixar a sala junto comigo.

Era uma bela jovem, isso era um fato, mas a garota tinha dezessete anos, o que diabos iriam pensar de mim? Sem contar que era a minha aluna e para mim, nunca a vi com outros olhos e foi assim com todas as alunas que me pareciam interessadas demais na minha aula, até que um dia ao entrar na sala de aula fui arrebatado por uma beleza que destoava de todas, a pele bronzeada, os olhos claros, cabelos castanhos e um rosto pequeno, assim como seu corpo, foi a primeira vez que me senti desarmado diante de uma garota tão jovem, perguntei seu nome e se apresentou tímida o que não combinava com o seu corpo, por fora parecia quente e sexy, mas ao abrir a boca era tímida e contida. Não quis admitir, mas me senti atraído desde que meus olhos a viram no canto da sala tentando passar despercebida, o que era impossível quando se destacava pela beleza única que possuía. 

Até tentei agir profissionalmente e ignorar a sua presença que me atraía como um imã, mas não estava funcionando e vinha me deixando irritado até que eu tive a brilhante ideia de chamá-la para me ajudar com alguns trabalhos, ela teria o que todas as minhas alunas queriam, principalmente Britany, e sempre me ajudou com bastante educação sem malícia e isso parecia me atrair ainda mais, até que em uma noite ficamos presos no elevador que dava acesso a minha sala e pela falta de energia ouvi a sua respiração pesada, porra! Aquilo me deixou duro feito pedra e a vontade que tive de empurra-la contra a parede de metal só foi contida porquê ela era a minha aluna.

" senhor Turner? Está tudo bem?" 

Perguntou de maneira inocente não se dando conta das safadezas que rondavam a minha mente e tudo a envolvia.

" não, não está nada bem" 

Isso devia bastar para mantê-la longe o problema foi quando abriu a boca e disse.

" estou incomodando? Eu sei que várias alunas queriam estar aqui no meu lugar e acredite em mim, ainda não  entendo porque me escolheu."

" não consegue enxergar o quanto se destoa das outras, do quanto é mais interessada nas aulas?"

o quanto a beleza quente dela me deixava em chamas?

" obrigada, pela oportunidade. "

a sinceridade e timidez na sua voz me fez sentir como um tarado e me dei conta de que estava perdendo a minha razão e foi por isso que na semana seguinte a dispensei formalmente com um e-mail e lhe agradeci pelos serviços prestados e dei a vaga para Britany depois de ter insistido no assunto, e eu estava tão focado em esquecer Diandra que não pensei direito e aceitei a bajulação da garota loira.

Esse foi o meu maior erro e me dei conta disso duas semanas depois quando tentou me beijar na minha sala e  afastei explicando que aquilo era impossível e não sentia mesma atração que confessou ter sentido por mim, deve ter sido um golpe duro para a garota mimada que aparentava ser e com o orgulho ferida ela foi até a diretoria e disse ao reitor que eu tinha aa assediado, não pude acreditar na sua cara de pau ao afirmar isso na minha frente e se não fosse uma garota, teria dado uma surra nela por ser tão cínica.

Graças a minha amizade com o reitor Adkins não fui expulso, ele conhecia me caráter, mas decidi pedir transferência Summercity, universidade que meus pais se conheceram e estudaram, não tive problemas para me mudar, até porque meu irmão adotivo Alessandro morava ali há dois anos e cuidou da casa da nossa família. Suspiro ao deixar o aeroporto, demorando a me acostumar com a calmaria do lugar, diferente de Nova York que era barulhenta, Summercity era calma e pacífica, minha mãe costumava dizer que era justamente isso que amava na sua cidade natal, encaro o carro do lado de fora e sorrio ao reconhecer José o motorista da família desde que meus pais eram vivos, caminho até ele e ignorando a placa com meu nome o puxo para um abraço.

__ quanto tempo em Joseph, o que andou aprontando? Parece mais arrumado, alguém especial?

O senhor bufou e abri um sorriso, era divertido implicar com ele e fazia isso desde pequeno quando me pegava correndo pelos corredores da mansão.

__ sempre o mesmo petulante, bem vindo de volta Scott. 

__ o Alessandro te mandou aqui?

__ sim, está mostrando a casa para a garota que está hospedada lá.

Suspirei me sentindo perturbado de ver meu irmão tão interessado por uma garota que mal saiu  das fraldas. 

como se você não tivesse feito o mesmo.__ meu subconsciente me acusa.

__ ele parece ter gostado dela.

__ claro que gostou, a senhorita é um doce de pessoa.

__ até você José? Ela é o quê, uma espécime de bruxa?

__ estou sendo verdadeiro. __ assume abrindo o porta-malas e coloca as minhas. __ a garota tem um olhar triste, parece ter passado coisas demais para alguém tão jovem... seja legal com ela.

__ e quem disse que não vou ser? Nem a conheço.

Entro no carro e espero que siga em silencio para casa, mas não o faz.

__ é uma boa garota, vai gostar de conhecê-la e ficar tão encantando quanto Alessandro. __ afirma e sorrio para ele, me tornando ansioso, criando uma expectativa de conhecer a nossa hóspede, quando o carro estaciona sinto uma agitação em meu peito e não espero que José abra a porta, acho isso desnecessário e o faço sozinho, quando estamos nos aproximando do jardim escuto a risada do meu irmão alta e contagiante.

__ maninho, bem vindo de volta. __ cumprimenta, mas não consigo respondê-lo porque meus olhos estão presos na garota que incendiou o meu corpo e vê-la ali ao lado do meu irmão, não me deixou furioso, mas curioso para saber o que falou a ponto de fazê-lo sorrir.

Ela continua ainda mais bonita, só que não parece mais contida e isso me afetou mais do que quero admitir, e queria desviar meus olhos do seu corpo ainda mais delicioso do que me lembrava, mas era impossível a garota tinha um fodido ímã que só fui me dar conta de que a comia com os olhos quando ouvi o pigarro de José atrás de mim. 

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