Nilda conseguia perceber claramente que Ângelo estava realmente apaixonado por Vitória. O problema era que Vitória simplesmente não acreditava no amor.— O que foi? — Perguntou Vitória, ao notar o olhar pensativo da amiga.— Nada. Vamos logo! Faz tempo que não como churrasco.Nilda apressou-se em trocar de roupa.Quando as duas desceram para a rua, encontraram Ângelo, ainda parado ao lado do carro.— O que você ainda está fazendo aqui? — Perguntou Vitória, franzindo a testa. — Eu não disse que não precisava me esperar?Será que aquele homem não tinha nada melhor para fazer o dia todo?— Não é nada demais. Para onde vocês vão? Posso levar vocês. Prometo que não vou atrapalhar o momento de vocês duas.Hoje ele parecia especialmente obediente e atencioso.— Que tal ele vir com a gente? — Sugeriu Nilda, com um sorriso. — Churrasco é mais divertido com mais gente.Afinal, o dia era especial, e Nilda sabia que Ângelo queria ficar ao lado de Vitória para celebrar.— Pode ser? —Perguntou Ânge
— Nilda, hoje é o nosso momento de irmãs. — Vitória disse, com um sorriso suave.— Está bom! — Nilda respondeu, meio contrariada, mas também emocionada. Pelo menos sua melhor amiga não havia trocado as amigas por um namorado. Vivi sempre fora leal, e isso era algo que ela admirava profundamente.A churrascaria, como sempre, não decepcionou. A carne estava no ponto perfeito e, com cerveja, sem dúvida, era a melhor combinação.Vitória fez questão de pedir os cortes favoritos de Nilda, que aproveitou cada pedaço, com um sorriso no rosto e os olhos brilhando de alegria.Depois de um tempo, Nilda abriu uma garrafa de cerveja para si mesma.— Vivi, sua gastrite não permite, então nada de álcool para você hoje, ok? Mas essa aqui eu vou brindar por nós duas. Quero comemorar a sua vitória. Parabéns por conquistar o projeto hoje! Sério, você é incrível, sempre foi. Eu nunca duvidei que conseguiria.Independentemente do que Vivi quisesse, ela sempre conseguiria.Nilda ergueu o copo, os olhos c
Ao chegar em casa, Bernardo encarava Giovana, mas nada do que fazia parecia agradá-la. Sempre havia uma nova reclamação, uma nova insatisfação.Por outro lado, sua secretária o olhava com admiração, os olhos brilhando como se ele fosse um herói. Isso massageava profundamente seu ego e alimentava sua necessidade de ser valorizado.— Bernardo, o que você quer dizer com isso? — Giovana rebateu, visivelmente irritada. — Está querendo começar uma briga agora? Vai me culpar também? Me diz, qual das minhas atitudes não foi pensando em você e na sua filha? Você acha que faço tudo isso só por mim? E ainda tem coragem de falar de consciência? Ela fez uma pausa, o tom mais ácido:— Agora a Vitória voltou, e tão rápido já conseguiu o contrato com o Grupo Ramos. Você acha que ela vai esquecer o que aconteceu? Claro que não! Ela nos odeia! Eu me dediquei cinco anos inteiros ao Grupo GY, Bernardo. Cinco anos da minha vida! E agora, no final, parece que tudo foi em vão. Como você acha que eu me sint
— Para ser sincero, ainda não consigo acreditar que ela tenha derrotado o Grupo Laporta.— Quem acreditaria? No início, achei que a declaração dela de conquistar o Grupo Laporta em três meses era uma piada. No final das contas, o palhaço fui eu.— Fomos todos. É inacreditável.Uma garota que não tinha nada conseguir vencer o Grupo Laporta era, por si só, um milagre.Algumas figuras conhecidas se aproximaram para cumprimentá-la.— Srta. Vitória, você foi incrível desta vez ao fechar a parceria com o Grupo Ramos. Da próxima vez, leve a gente junto, hein!— Isso mesmo! Queremos aproveitar essa maré de sucesso também.Afinal, era o Grupo Ramos! Fechar uma parceria com eles era o sonho de muitos. Se não fossem os interesses gigantes em jogo, o Grupo Laporta não teria feito de tudo para colocar as mãos nesse projeto.— No futuro, se houver oportunidade, podemos colaborar.Vitória manteve-se indiferente, como sempre. Sua postura fria fez os outros se sentirem desconfortáveis para insistir
Quando Daniel viu que ela havia voltado, saiu do quarto.— Mãe, quem está contra a nossa família Laporta? — Perguntou Daniel.Com certeza, alguém estava por trás, tramando contra a família Laporta.Caso contrário, como essa pessoa teria coragem de fazer uma denúncia publicamente?— Eu não sei. Não faço ideia de quem esteja por trás disso. O fato de não saber quem era o inimigo tornava tudo ainda mais assustador.Na internet, os vazamentos continuavam a surgir, um após o outro.Alguns eram verdadeiros, outros eram apenas boatos.No entanto, os internautas, movidos pela raiva, já não se preocupavam em distinguir o que era real do que era falso. Bastava um pequeno rumor para que começassem a atacá-los sem piedade.— Será que foi a Vitória? — Daniel perguntou, desconfiado.— Vitória? Como poderia ser ela? Vitória jamais seria páreo para mim! Luiza não conseguia acreditar que fosse Vitória.— Mãe, ela não tomou o projeto do Grupo Ramos das suas mãos? Além disso, o Sr. Ramos parece gostar
A situação estava clara: como em um jogo de lábios e dentes, em que um depende do outro, se a família Laporta caísse, Francine também estaria em sérios apuros.Bruno ainda não havia entrado no elevador quando viu Francine correndo atrás dele.— Bruno, minha família está em apuros. Você poderia fazer uma ligação para nos ajudar? — Francine pediu, abaixando o tom da voz, quase suplicante.— O que aconteceu? — Perguntou Bruno, disposto a ajudá-la. Afinal, ela sabia como agradá-lo, e um pequeno favor não custaria nada para ele.Francine explicou brevemente a situação envolvendo a família Laporta. Bruno assentiu e prometeu que investigaria o caso.Na Cidade J, Gabriel ainda estava hospitalizado. Ângelo, sem ter muito o que fazer, aproveitou para fazer uma visita.— Ângelo, hoje você não vai acompanhar a Vitória? — Perguntou Gabriel, provocativo.— Ela tem companhia. Não precisa de mim.Apesar de saber que a companhia era apenas uma amiga, Ângelo ainda se sentia incomodado.Gabriel percebeu
Não importava se era Bernardo ou Daniel, ambos haviam ferido Vivi profundamente. Por causa deles, ela já não acreditava mais no amor. — Vitória, precisamos conversar. Daniel ainda acreditava que ele e Vitória não deveriam ter chegado a esse ponto. Vitória nem se deu ao trabalho de olhar para ele. Não conseguia entender de onde ele tirava coragem para aparecer diante dela e dizer algo assim. — Saia.— Vitória, você está tentando se voltar contra a nossa família Laporta? — Perguntou Daniel, franzindo a testa.Sem hesitar, Nilda deu mais um tapa no rosto de Daniel. Daniel perdeu a paciência. Ele empurrou Nilda com força, e, por estar de salto alto, ela quase caiu. Por sorte, Vitória segurou sua cintura rapidamente, evitando que ela caísse. — Você ousa empurrar nela?Vitória ajudou Nilda a se acomodar no sofá e, em seguida, se levantou. Daniel deu alguns passos para trás, instintivamente. — Vitória, eu vim aqui hoje apenas para resolver as coisas, você... Antes que ele
Ângelo se colocou na frente de Daniel, bloqueando seu caminho. — Quem te deu essa coragem? Era a terceira ou quarta vez que Daniel aparecia diante de Vitória para chamar sua atenção. — Isto é entre mim e ela, não tem nada a ver com você! — Respondeu Daniel, teimoso. Embora tivesse muito medo de Ângelo, ele estava desesperado para que Vitória poupasse a família Laporta dessa vez. — Vitória, nós dois...Ao ouvir ele ainda se atrever a falar, Nilda tentou avançar novamente para bater nele. Vitória a segurou na hora. — Nilda, não vá se machucar por causa dele. A jovem, já meio bêbada, parecia não temer absolutamente nada. Daniel ficou sem palavras. — Leve-a até o carro e espere por mim. Eu já vou. Ângelo sabia que, no final, sua função ali era ser motorista. Nilda continuava se debatendo. Com receio de que, ao recuperar a sobriedade, ela se sentisse envergonhada, Vitória a pegou no colo, em um gesto delicado, como se fosse uma princesa.— Uau! Que incrível, olha isso