A situação estava clara: como em um jogo de lábios e dentes, em que um depende do outro, se a família Laporta caísse, Francine também estaria em sérios apuros.Bruno ainda não havia entrado no elevador quando viu Francine correndo atrás dele.— Bruno, minha família está em apuros. Você poderia fazer uma ligação para nos ajudar? — Francine pediu, abaixando o tom da voz, quase suplicante.— O que aconteceu? — Perguntou Bruno, disposto a ajudá-la. Afinal, ela sabia como agradá-lo, e um pequeno favor não custaria nada para ele.Francine explicou brevemente a situação envolvendo a família Laporta. Bruno assentiu e prometeu que investigaria o caso.Na Cidade J, Gabriel ainda estava hospitalizado. Ângelo, sem ter muito o que fazer, aproveitou para fazer uma visita.— Ângelo, hoje você não vai acompanhar a Vitória? — Perguntou Gabriel, provocativo.— Ela tem companhia. Não precisa de mim.Apesar de saber que a companhia era apenas uma amiga, Ângelo ainda se sentia incomodado.Gabriel percebeu
Não importava se era Bernardo ou Daniel, ambos haviam ferido Vivi profundamente. Por causa deles, ela já não acreditava mais no amor. — Vitória, precisamos conversar. Daniel ainda acreditava que ele e Vitória não deveriam ter chegado a esse ponto. Vitória nem se deu ao trabalho de olhar para ele. Não conseguia entender de onde ele tirava coragem para aparecer diante dela e dizer algo assim. — Saia.— Vitória, você está tentando se voltar contra a nossa família Laporta? — Perguntou Daniel, franzindo a testa.Sem hesitar, Nilda deu mais um tapa no rosto de Daniel. Daniel perdeu a paciência. Ele empurrou Nilda com força, e, por estar de salto alto, ela quase caiu. Por sorte, Vitória segurou sua cintura rapidamente, evitando que ela caísse. — Você ousa empurrar nela?Vitória ajudou Nilda a se acomodar no sofá e, em seguida, se levantou. Daniel deu alguns passos para trás, instintivamente. — Vitória, eu vim aqui hoje apenas para resolver as coisas, você... Antes que ele
Ângelo se colocou na frente de Daniel, bloqueando seu caminho. — Quem te deu essa coragem? Era a terceira ou quarta vez que Daniel aparecia diante de Vitória para chamar sua atenção. — Isto é entre mim e ela, não tem nada a ver com você! — Respondeu Daniel, teimoso. Embora tivesse muito medo de Ângelo, ele estava desesperado para que Vitória poupasse a família Laporta dessa vez. — Vitória, nós dois...Ao ouvir ele ainda se atrever a falar, Nilda tentou avançar novamente para bater nele. Vitória a segurou na hora. — Nilda, não vá se machucar por causa dele. A jovem, já meio bêbada, parecia não temer absolutamente nada. Daniel ficou sem palavras. — Leve-a até o carro e espere por mim. Eu já vou. Ângelo sabia que, no final, sua função ali era ser motorista. Nilda continuava se debatendo. Com receio de que, ao recuperar a sobriedade, ela se sentisse envergonhada, Vitória a pegou no colo, em um gesto delicado, como se fosse uma princesa.— Uau! Que incrível, olha isso
Vitória achou aquilo extremamente cômico. O que passava pela cabeça daquele homem? Depois de tudo, ele realmente acreditava que falar sobre algo de cinco anos atrás mudaria alguma coisa? — Daniel, eu já disse: “Vou destruir o Grupo Laporta.” Isso não foi dito por acaso. E agora você quer bancar a coitadinha? Está esperando o meu perdão?Será que ele não sabia o que ele e a família dele haviam feito? Como ainda tinha coragem de fingir inocência? Daniel balançou a cabeça. — Eu não espero que você me perdoe, mas o que aconteceu no passado já ficou para trás. Não podemos seguir em frente?— Ficou para trás? Ha! — Vitória soltou uma risada cheia de ironia. — Daniel, quantos anos você tem? Ainda consegue ser tão ingênuo assim? Minha mãe foi levada à loucura por causa de vocês! Você realmente acha que isso pode ser esquecido? Hoje, Vitória era forte, tão forte que conseguia se proteger. Mas, sempre que pensava no que aconteceu há cinco anos, a dor ainda era tão sufocante quanto a
— Qual é o problema? O que aquele homem estava tentando fazer agora?— Nada, só queria dizer para a pequena Vitória, de quinze anos, que você passou por muita coisa. Sim, aos quinze anos, Vitória realmente enfrentou muitas dificuldades. Felizmente, ela conseguiu superar tudo isso. E agora, ela não daria a ninguém a chance de machucá-la. Ela também não confiava em ninguém, nem mesmo naquele homem à sua frente.— Ângelo, não ultrapasse os limites.Em qualquer relação, até mesmo as mais informais, era preciso respeitar os próprios limites. Quando alguém os ultrapassava, até o vínculo mais simples perdia o sentido.— Certo, entendi. Já está tarde, vai tomar um banho e descansar bem. Sabendo que ela definitivamente não deixaria Nilda sozinha ali naquela noite, ele não insistiu mais. Após um suave beijo na testa dela, Ângelo se virou e saiu, sem dizer mais nada.Ouvir essas palavras diretamente dela fez com que o coração de Ângelo, geralmente imperturbável, se apertasse de uma f
A secretária na verdade estava muito assustada. Giovana era uma mulher de métodos cruéis, e ela sabia que não estava à altura dela.— Ela não vai descobrir, pode ficar tranquila. A segurança aqui é excelente, pode morar à vontade.O que Giovana não conseguia descobrir, mas Vitória, com facilidade, encontrou tudo, inclusive aquelas fotos constrangedoras.Vitória simplesmente guardou tudo de volta.— Envie para a senhora Giovana. — Disse Vitória com indiferença.Homens eram assim, não? Se traiam uma vez, poderiam trair novamente. Giovana jamais poderia imaginar que a secretária que ela havia escolhido para Bernardo acabaria na cama dele.— Vitória, pode confiar em mim. Eu cuido disso.Michel tinha voltado da Cidade A, e já tinha quase finalizado os preparativos para a avaliação. Com a situação na Cidade J prestes a ser concluída, ele naturalmente veio para ajudar Vitória.Michel pessoalmente entregou as fotos para a família Neves.Ao ver as imagens, Giovana perdeu completamente o contr
— Se sua mãe não fosse tão interesseira, teria ficado com seu pai mesmo quando ele não tinha um tostão. Mas o que ela fez? Abandonou-o, e, depois que ele ficou rico às custas da minha mãe, teve a cara de pau de voltar para seduzi-lo.As palavras de Vitória atingiram Giovana como um tapa na cara. Giovana ficou furiosa e humilhada. E aquelas palavras também acertaram precisamente Bernardo. No fundo, ele sabia que Vitória estava certa. Giovana realmente o havia deixado no passado por causa da sua pobreza. Então, no final das contas, ela amava mais o dinheiro dele do que a ele. Se ele ainda fosse pobre, Giovana o procuraria? — Vivi, eu sei que você não gosta de mim, mas não precisa inventar coisas para me difamar. — Giovana tentou manter uma postura de vítima. — Giovana, não banque a inocente comigo. Você esqueceu o que fez? Como foi que você o seduziu? — Bernardo, você vai permitir que sua filha me trate assim? — Ele não liga para mim como filha, assim como logo vai para
Sophia realmente não entendia. Já havia se esforçado tanto, então por que ainda não podia ter uma família feliz?— Sophia, você precisa passar no Instituto. — Disse Giovana com firmeza. Agora, ela acreditava que essa seria a única forma de fazer Bernardo voltar atrás.— Quanto a aquele bastardo, eu sei como garantir que ele nunca veja a luz do dia. — Continuou Giovana, com frieza. Afinal, era apenas um pedaço de carne. Ela resolveria isso.— Sim, mãe, não se preocupe. Vou me dedicar ao máximo. — Respondeu Sophia, determinada. Se passar no Instituto fosse a única maneira de mudar tudo, ela faria de tudo para ser aprovada.Era fim de semana, e Vitória não tinha compromissos. Nilda estava sem inspiração ultimamente, então Vitória decidiu visitá-la em seu estúdio.Após uma noite de bebedeira, Nilda estava completamente sem energia. Passou a manhã rabiscando na folha, mas logo amassou tudo e jogou fora. Quando estava prestes a perder a paciência, Vitória chegou.Ela trouxe o prato fa