— Não se preocupe, estou bem de verdade. São só uns arranhões. — Ângelo falou com uma tranquilidade que parecia quase absurda, como se os ferimentos em suas costas não fossem nada. Para ele, viver perigos e enfrentar situações extremas era apenas mais um dia normal. Vitória, no entanto, não conseguia esconder a preocupação ao examinar as queimaduras que se espalhavam pelas costas dele. — Isso não é só um arranhão. Se você não cuidar direito, pode piorar muito.As lesões eram sérias, provavelmente causadas por calor intenso e respingos de óleo ou fogo. Para qualquer outra pessoa, seria um motivo de desespero, mas Ângelo permanecia firme, como sempre. Ao observar os músculos definidos dele, Vitória teve um pensamento que a pegou de surpresa. — Doutor, ele vai ficar com cicatrizes? O médico, que limpava cuidadosamente os ferimentos, ergueu os olhos, surpreso com a pergunta. — Ele é um homem adulto. E daí se ficar com algumas cicatrizes? — Depois de um acidente desses, o fato
Os homens de preto os ignoraram completamente e seguiram cuidando de seus próprios afazeres.— Será que tem alguma figura importante no hospital? Esses caras de preto parecem diferentes do normal. — Sophia ajudou Bernardo a se apoiar na parede.A família deles era influente na Cidade J, mas nunca haviam sentido a necessidade de andar com seguranças. Quando necessário, contratavam alguns seguranças apenas para ocasiões específicas. No entanto, aqueles homens de preto não pareciam ser simples seguranças.— Não sei... Será que Vitória realmente morreu? — Bernardo estava com a mente presa àquela dúvida. Afinal, Vitória já havia conseguido acesso ao grande projeto do Grupo Ramos.— Pai, o que você quer dizer com isso? Você não quer que ela morra, é?— Como poderia? — Ele riu com desdém. — Eu adoraria que ela já estivesse morta! Desde que ela voltou, nossa família nunca mais teve um dia de paz.Era evidente que ele não sentia o menor afeto pela filha.Enquanto isso, Gabriel já havia despe
— Certo.Ângelo era conhecido por sua impiedade e sua falta de escrúpulos. Qualquer um que ousasse cruzar seu caminho acabava desejando nunca ter nascido.No entanto, bastava uma única palavra de Vitória para que ele cedesse sem pensar duas vezes.Os dois seguiram diretamente para o estacionamento subterrâneo.— Já descobriram quem fez isso?Aquele acidente não podia ser coincidência. Era evidente que alguém queria causar problemas para eles.— Não se preocupe. Já mandei resolver isso.Quem quer que fosse, Ângelo não deixaria impune.— Ok.Vitória não insistiu.Ao chegarem ao carro, Ângelo estendeu a chave para ela.— Vamos para a minha casa. Vou cuidar do corte na sua mão.Para ele, tratar aquele tipo de ferimento era algo banal. Um pequeno arranhão não era nada para alguém acostumado a se machucar.— Tudo bem.Vitória assumiu o volante enquanto Ângelo se acomodava no banco do passageiro, distraído com o celular.Um sorriso discreto apareceu em seus lábios ao ver os comentários onlin
Será que realmente não estavam atrás de dinheiro?O homem de preto agarrou Bernardo e o empurrou com força contra a parede.— Não mexa com quem você não deve. — Dizendo isso, começou a desferir socos e chutes em Bernardo, que nem ousou reagir.Após terminar, os homens de preto gravaram um vídeo da surra e enviaram para Ângelo.O que seria suficiente para ele? Não sabiam se Ângelo ficaria satisfeito com o resultado.Enquanto isso, ao lado, Sophia estava paralisada de medo.O que esses homens queriam? Eles eram enviados de Vitória?Se fossem, Vitória era ainda mais assustadora do que imaginava.— Quem são vocês? — Sophia não conseguiu conter a pergunta.— Foi Vitória quem mandou vocês? Então ela não morreu, não é?Maldita Vitória! Só podia ser ela.Na Cidade J, ninguém além dela teria coragem de fazer algo assim com eles.— Não conheço nenhuma Vitória. Mas vou dizer uma coisa: essa sua cara me incomoda. É melhor não aparecer mais na minha frente. Caso contrário, não serei tão educado da
Ângelo puxou Vitória para o sofá e começou a cuidar dos ferimentos dela. Seus gestos eram tão gentis quanto sempre foram.Depois de terminar o curativo, ele inclinou-se e deu um beijo na mão dela.Naquele momento, o coração de Vitória parecia sair do controle. Ela levou a mão ao peito, tentando acalmar as batidas aceleradas.— O que foi? Está sentindo alguma coisa? — Perguntou Ângelo, preocupado.A explosão havia atingido uma área muito grande. Apesar de tê-la protegido com o próprio corpo, ele não podia garantir que ela não tivesse se machucado.— Vivi, ouça bem. Da próxima vez que houver uma situação perigosa como essa, fique longe, entendeu? A vida dos outros não é problema seu.Ele não se importava com o destino de ninguém, contanto que ela estivesse a salvo.— E você tem algum direito de dizer isso para mim? Você mesmo não foi o primeiro a correr para o perigo? — rebateu Vitória.— É diferente. Gabriel é meu amigo. — Ângelo faria qualquer coisa pelo amigo, até arriscar a própria
Homens... Nenhum deles presta.Quando Vitória percebeu que estava perdendo o controle emocional, Ângelo a puxou para seus braços. Não disse nada, mas ofereceu sua força silenciosa.Ela tentou se desvencilhar, mas ele a segurava com tanta firmeza que era impossível escapar. Então, em um ato de frustração, Vitória deu um tapa nele. O som ecoou na sala, e Ângelo gemeu baixinho de dor. O ferimento em suas costas era sério, e ele não podia suportar impactos como aquele.Do outro lado da linha, a Tábata demonstrou estar atenta.— Vivi, que som foi esse? Ouvi uma voz masculina?Vitória congelou.— Mãe, não, não tem nenhum homem aqui. — Ela mentiu, com a voz firme. — Afinal, entre ela e Ângelo era apenas uma relação física. Sua mãe não precisava saber de nada. — Mamãe, estou com sono, vou dormir agora. Você também deveria descansar. Logo vou buscar você.Desde que voltou, Vitória não teve tempo para visitar seus avós. Sempre algo ou alguém a prendia. Como eles estariam agora?— Mamãe, passe
Vitória estava realmente sem palavras. Afinal, o que Ângelo pensava dela?Sem dizer nada, continuou a desabotoar os botões da camisa dele e, com cuidado, retirou a peça de roupa. As feridas em suas costas estavam abertas novamente.— Não é nada. Amanhã vou ao hospital trocar os curativos.Ela permaneceu em silêncio. Pensava que não deveria se importar, afinal, entre eles não havia compromisso real, apenas um caso casual, sem amarras. Porém, ao ver as costas dele cobertas de sangue e ferimentos, algo dentro dela apertou.Ângelo só estava machucado porque a protegeu, a ela e ao Gabriel. Se não fosse isso, ele teria saído ileso.Era impossível não se abalar com uma proteção tão altruísta. O coração de Vitória, apesar de sua fachada dura, não era feito de pedra.Quando Ângelo percebeu que ela olhava fixamente para suas costas, a puxou gentilmente para perto.— Não sinta pena de mim, Vitória. Isso não tem nada a ver com você.Ele não queria que ela carregasse uma culpa que não era sua.
Ele fazia de tudo para seduzi-la. Um homem que já experimentara o prazer carnal com frequência normalmente carregava marcas físicas dessas experiências. Embora tivessem se entregado ao prazer apenas duas vezes, ele já conhecia os pontos mais sensíveis do corpo dela.Suas mãos pareciam eletrizadas, onde quer que tocassem, faziam o corpo dela estremecer. No início, Vitória tentou resistir, mas com o tempo, ela não conseguiu mais. E, no fundo, nem queria resistir.Era impossível negar: Ângelo era um amante excepcional. Entre eles, tudo havia começado com dor. Na primeira vez, foi difícil para ela, mas, no fim, ela também experimentou prazer. Na segunda, naquela estrada sinuosa na montanha, ele fez de tudo para agradá-la. Ele a fez sentir-se bem, viciada em cada sensação.Hoje, Ângelo não era diferente. Estava tomado pelo desejo, mas ainda assim conseguiu se controlar. Antes de buscar o próprio prazer, queria satisfazê-la. Um homem, tão altivo e orgulhoso, disposto a se reb