As mãos de Daniel estavam apertadas em punhos.Ele estava tomado de ódio. Como aquele homem se atrevia a fazer isso com ele?As pessoas ao redor cochichavam e apontavam, e ele não ousava levantar a cabeça, com medo de que descobrissem que ele era o herdeiro da família Neves.Os seguranças da família Neves, que estavam ali por perto, nenhum deles se arriscava a intervir.Ângelo estava realmente farto dele, de ver aquele homem aparecer repetidamente na frente de Vitória.Ele deu mais alguns chutes fortes.— Para de bater, se continuar assim, vai acabar matando o cara! — Uma moça ao lado não conseguiu se conter e falou.Embora as coisas que o homem na cadeira de rodas havia dito fossem extremamente ofensivas, não dava para simplesmente bater até matar.— Ele é seu namorado, não é? Vai lá, tenta intervir. E ainda estavam na frente de tanta gente! Se realmente matasse o cara, seria impossível resolver a situação.— Vamos embora!De fato, havia muita gente ali, e Ângelo não podia continuar
Depois de resolver as questões com Daniel, Ângelo parecia de excelente humor. Os dois caminhavam à beira do rio, em um ritmo descontraído. Vitória seguia um pouco à frente, o vento brincando com seus longos cabelos que se esvoaçavam de forma graciosa. O conjunto feminino que usava a ela caía perfeitamente, destacando a cintura esbelta e atraindo olhares. Ângelo, completamente enfeitiçado, não conseguia desviar o olhar dela. Quando Vitória se virou, pegou-o em flagrante, olhando-a com uma intensidade que fez seu coração disparar. Ser observada daquele jeito por um homem tão cativante era algo que mexeria com qualquer mulher. O breve olhar que trocou com ele ficou gravado na mente de Ângelo, como se o tempo tivesse parado por um instante. A beleza daquele momento era hipnotizante. Ângelo, sem resistir, aproximou-se passo a passo até envolver a cintura dela com suas mãos. Porém, o que parecia uma cena romântica foi quebrado quando Vitória, com uma expressão irônica, pisou
— Eu não acho que você seja sujo.Vitória ficou sem palavras. Ângelo a deixou na casa da família Neves. — Eu moro na casa ao lado. Se precisar de qualquer coisa, é só me procurar. — Ângelo apontou para a mansão vizinha. — E por que eu iria te procurar? Ela realmente não tinha tempo para isso. — Para o que quiser. Estou à sua disposição.Vitória ignorou o comentário, abriu a porta do carro e desceu. Ângelo não foi embora imediatamente. Ele pegou um cigarro do maço, colocou na boca e acendeu, tragando profundamente. Nem a nicotina era capaz de acalmar o desejo que sentia por ela. Quando Sophia voltou do instituto da Cidade J, viu Ângelo sentado no carro esportivo, fumando. Bastou aquele olhar para que o coração de Sophia acelerasse, sem que pudesse controlar. Sem pensar muito, estacionou seu carro ao lado do dele, abriu a porta e foi até ele. — Você se lembra de mim?Ângelo virou-se para olhá-la. — Quem é? Sophia não esperava essa resposta. Eles já haviam se encon
— Eu estou na família Neves há tantos anos, mesmo que não tenha grandes méritos, eu me esforcei, Srta. Vitória, por favor, me perdoe!Paulo estava verdadeiramente apavorado.Era bom que ele estivesse com medo.— Chega de enrolação. Você sabe muito bem o que aconteceu há cinco anos. Se quer que eu o deixe em paz, basta contar detalhadamente como ajudou Bernardo e Giovana a armarem contra minha mãe.Ao ouvir sobre os acontecimentos de cinco anos atrás, o rosto de Paulo ficou pálido.— Srta. Vitória, eu não sei do que está falando. — Paulo negou veementemente.Não importava o que tivesse acontecido naquela época, cinco anos já tinham se passado e, agora, Bernardo era o seu patrão. Como poderia traí-lo?Vitória riu com desprezo.Paulo ainda estava ajoelhado no chão.— Srta. Vitória, por favor, tenha piedade de mim! Já sou um homem velho, mesmo que tenha cometido algum erro, peço que me deixe em paz!— Deixar você em paz? E quem deixou minha mãe em paz? Paulo, a idade lhe dá permissão para
Apesar da idade avançada, ela ainda agia com dureza, sem o menor respeito pelos mais velhos!Sophia levantou a mão e deu um tapa em Paulo.— Cinco anos atrás, nada aconteceu. Este tapa é só para te fazer refletir.Era uma história velha, que não valia a pena continuar remoendo. Mesmo que Vitória estivesse insatisfeita, o que isso mudaria? Ela poderia ainda encontrar alguma prova?— Mas ela me mostrou uma gravação, eu... Paulo tentou continuar, mas o olhar de Sophia o fez temer.— Eu mandei você calar a boca. Você já está velho, é melhor arrumar suas coisas e voltar para o interior!Deixar ele na casa só traria problemas. A mentalidade dele estava muito abalada para lidar com a situação.— O que? Agora que estou velho, vocês não querem mais importar de mim? O mordomo da família Neves ganhava bem, além de gerenciar muitos empregados, o que tornava seu trabalho mais tranquilo. Como poderia abrir mão de um emprego tão bom?— Já que você está dizendo que está velho, por que ainda está a
— Eu vim te encontrar.Ela respondeu com um simples "não", e, com isso, ele já sentia uma dor por ela.Será que as pessoas da família Neves estavam intimidando-a?— Não precisa. — Vitória recusou, afinal, o que ele estaria fazendo ali, já tão tarde da noite?— Então vem até aqui. Tenho várias bebidas boas, você pode vir e experimentar.— Não quero beber.— O que você quer fazer? Eu te acompanho.Não importava o que ela quisesse, ele estava disposto a acompanhá-la.— Certo, em dez minutos você estará na porta da minha casa para me pegar.Depois de desligar, Ângelo deu um grande gole no vinho da taça e foi até o armário.Ficou olhando as roupas por um bom tempo, sem saber qual escolher. Para ser sincero, nunca tinha tido esse tipo de dilema antes. Agora, tudo o que ele pensava era: como se vestir para conquistar essa mulher?Gabriel entrou e viu Ângelo parado, olhando para uma fileira de roupas.— Ângelo, vai sair?— Gabriel, o que você acha que as jovens gostam que os homens usem?— Va
Uma mulher deslumbrante dirigindo um supercarro já era algo impressionante, mas ninguém esperava que essa mulher fosse tão arrojada ao volante.— Enrico, você foi ultrapassado por uma mulher.— Como isso seria possível?. Enrico Ramos não acreditava que, em um simples passeio, teria como adversário alguém tão habilidoso. Mas fazer com que ele se rendesse? Isso estava fora de questão.Ele, um piloto renomado que já conquistou posições em competições de Fórmula 1 de nível mundial, não podia perder assim.Com o pé no acelerador e a mão firme no volante, Enrico estava totalmente concentrado.Na escuridão da noite, os dois supercarros, um vermelho e um azul, cortavam as estradas, alternando posições: ora o vermelho na frente, ora o azul liderando.Ao olhar pelo retrovisor e ver o homem no supercarro vermelho, um sorriso desafiador se formou nos lábios de Vitória.Ângelo já tinha percebido que a jovem estava apenas brincando com o adversário. Com as habilidades dela, não havia como aquele
Vitória sussurrou algo no ouvido do boxeador do País H.O ambiente animado do clube de boxe caiu em um silêncio absoluto. Ninguém sabia ao certo o que ela havia dito.— Eu venci.O arrogante boxeador estrangeiro já estava prestes a tirar as luvas, quando, ao contar até dois, o árbitro viu o boxeador do País H se levantar.Ele estava em péssimas condições, com o rosto coberto de hematomas e mal conseguindo se manter de pé.Ainda assim, no último segundo, ele se levantou.Ele era um boxeador. Podia ser derrotado, mas jamais aceitaria que sua dignidade, ou a de seu povo, fosse pisoteada.E, no momento em que ele se levantou, a silenciosa arena de boxe foi tomada por uma salva de aplausos ensurdecedora.O boxeador do País H olhou para Vitória e, ao encontrar seu olhar firme, assentiu com a cabeça.Vitória então fez alguns gestos, indicando pontos específicos em seu corpo.— Não confronte força com força, use a suavidade para vencer o duro.O povo do País H, por sua natureza, não conseguia