Gostar era uma coisa, não gostar era outra.Vitória estava de repente irritada e sentiu vontade de fumar. — Me dá um cigarro. — Pediu ela.Ângelo acendeu um cigarro, colocou-o na boca e deu algumas tragadas profundas. Ele se esforçava para se controlar. Cada célula do seu corpo clamava para que ele a puxasse para os braços dele. Afinal, eles já tinham passado a noite juntos uma vez. O corpo dele guardava muitas lembranças. No entanto, ele não queria forçá-la. Era um homem orgulhoso, e o que ele realmente desejava era que ela o quisesse de livre e espontânea vontade.Depois de algumas tragadas, Ângelo finalmente passou o cigarro para ela. A mulher, com seus longos cabelos soltos caindo sobre as costas, cruzou as pernas atraentes, com o pescoço esguio e gracioso como o de um cisne. Uma mão apoiava-se na mesinha de café, enquanto a outra segurava o cigarro, tragando e soltando a fumaça no ar. Ela tinha um jeito especial ao fumar, isso a tornava ainda mais charmosa. Aqueles lá
Bernardo foi tomar banho, e na sala restaram apenas Giovana e Sophia.— Mãe, você é incrível. Meu pai realmente faz tudo o que você diz. — Comentou Sophia, admirada.Desde pequena, ela sempre sentiu uma pontada de inveja de Vitória. Vitória havia conquistado o pai dela. Embora também fosse filha de Bernardo, Sophia cresceu enfrentando dificuldades. E Vitória? Ela era a princesinha da Cidade J, fazendo o que queria, sem que ninguém ousasse criticá-la. Naquela época, Sophia se forçava a ser amiga de Vitória, mas cada momento ao lado dela era um tormento.Felizmente, tudo estava diferente agora. O homem que Vitória amava se tornara o noivo de Sophia. Ela estava prestes a entrar no instituto, tornando-se o alvo da inveja de todos. Seu pai também era só dela, e, no futuro, o Grupo GY seria dela também.Vitória jamais tiraria dela o que lhe pertencia.— Sophia, você é minha filha e já é excelente por si só. Aprenda a controlar suas emoções, e você também terá sucesso. — Disse Giovana.
— Agora, o Grupo GY está nas mãos do seu pai e da Giovana. Se você quiser tomar o Grupo GY de volta, eu posso te ajudar, contanto que você fique comigo. — Disse Daniel, evitando mencionar a palavra "amante" para não manchar sua própria visão de amor.— Vitória, você sabe, na Cidade J, só eu posso te ajudar. Pense bem, está bem? E, afinal, você também me ama, não é? Pelo nosso amor, o que custa se sacrificar um pouco?Na mente dele, as mulheres viviam para o amor. Ela não podia ceder um pouco por causa deles?— Se você está preocupada com a Sophia, podemos manter isso em segredo.Quanto mais ele pensava, mais certo estava de que essa era uma excelente ideia.Vitória riu com desprezo. Bernardo era asqueroso, mas ver Daniel tão jovem querendo os mesmos privilégios repugnantes era quase cômico.— Daniel, eu realmente estava cega no passado. Terminou? Vai sonhando, porque no sonho você consegue tudo. — Respondeu ela com sarcasmo.Vitória ainda nem tinha começado a atacá-lo, mas Daniel não
— Daniel, você está querendo morrer?No momento em que Daniel estava sem saber o que fazer, Ângelo o levantou com uma mão e o empurrou contra a grade que cercava o rio.Atrás dele, as águas caudalosas do rio se agitavam, e à sua frente estava aquele homem perigoso.— Eu te dou dinheiro, não importa quanto você queira, eu pago! — Daniel, em um momento de desespero, começou a oferecer. — Te dou o suficiente, assim você não precisa mais ir para aqueles lugares na fronteira.Era a primeira vez que Ângelo se deparava com alguém que tentava comprar sua proteção com dinheiro.— Me dar dinheiro? — Perguntou ele, arqueando uma sobrancelha. — Sim, sim! — Daniel concordou freneticamente. Ele não podia morrer ali. Ele era o herdeiro da família Neves, um aluno de primeiro nível do instituto M, seu futuro era promissor. Como poderia morrer nas mãos de um simples gangster?— E quanto você está disposto a me dar? Vamos ver se isso é suficiente para me convencer. A tensão estava crescendo, e Daniel
A família Neves exercia um poder imenso na Cidade J, e os médicos e enfermeiros presentes não ousavam desagradar a Luiza.Assim, eles suportaram as ofensas e tentaram responder pacientemente às suas perguntas.— Sra. Luiza, não se preocupe! O Sr. Daniel vai acordar em breve. — Disse o diretor do hospital, tentando manter a calma. Dentro do hospital, pacientes e familiares sempre o tratavam com respeito.Ele tolerava o desdém porque sabia que, no fundo, a posição da família Neves era indiscutível. No entanto, a raiva de ser tratado dessa forma o incomodava.— Quanto tempo até ele acordar? A paciência de Luiza estava no limite, e ela não queria perder tempo com o que considerava médicos incompetentes.— No máximo, em uma hora. — Respondeu o diretor, aliviado ao finalmente dar a resposta que Luiza queria ouvir.Com essa informação, Luiza seguiu diretamente para o quarto. Sophia, que já estava lutando contra o sono, hesitava em se afastar. Com Luiza lá, ela se sentia obrigada a ficar a
Daniel sentia uma dor de cabeça intensa, a sensação de quase se afogar ainda o atormentava. Sua garganta queimava como fogo. Ele realmente estivera à beira da morte.E aquele homem... Apenas observava tudo em silêncio.— Daniel, estou falando com você! Não me escuta? O que está acontecendo com você? Você me desaponta tanto. Seu pai era assim, e você também é. Que tipo de feitiço Tábata e a filha dela lançaram sobre vocês? — Luiza gritou, completamente fora de si.Tábata havia destruído sua vida, e agora a filha dela queria destruir o seu filho também?— Mãe, isso é um problema entre mim e Vitória. Não se envolva. Eu vou resolver sozinho.Daniel finalmente falou, mas suas palavras não eram o que Luiza queria ouvir.— E como você pensa em resolver? Ela está te perseguindo, não está? Ela e a mãe são iguais, malucas. Com esse tipo de pessoa, eu proíbo qualquer tipo de envolvimento seu.— Mãe, eu já sou adulto. Sei o que estou fazendo. Você pode parar de interferir na minha vida? Desde cri
Vitória abraçou Nilda com carinho.— Nilda, eu voltei, fica tranquila! Ninguém vai me fazer mal. — Sabendo da preocupação de Nilda, Vitória a acalmou com paciência.Hoje, Nilda precisava ir para a escola e não poderia acompanhar Vitória até o Grupo GY.As duas entraram no elevador, e Vitória apertou o botão para o estacionamento subterrâneo.— Vivi, meu carro ainda não foi consertado, não precisa ir até o estacionamento subterrâneo.— Já foi consertado.Vitória levou Nilda até o estacionamento subterrâneo e caminhou até a vaga do carro de Nilda.Na vaga, havia um carro coberto com uma capa protetora.— Por que ainda está com essa capa de proteção? É só um carro usado, não precisa de tanto cuidado assim! — Fica aí.Nilda permaneceu onde estava, enquanto Vitória se aproximou do carro e retirou a capa protetora. Quando a capa foi removida, um carro esportivo vermelho e novíssimo apareceu diante delas.Nilda ficou boquiaberta.— Quem sou eu? Onde estou? Esse carro é meu? Não, não pode ser
Vitória chegou ao Grupo GY, mas parecia ser invisível. Ninguém parecia perceber sua presença.Atualmente, o grupo estava sob o comando de Bernardo e Giovana, enquanto Vitória havia sido deixada de lado de fronteira por cinco longos anos. Era provável que nem tivesse terminado a faculdade. Como poderia alguém assim competir com Bernardo, tão astuto e experiente, ou com Giovana, que se formou na Universidade UNIFACS?Bernardo soubera pela manhã que Vitória havia sido liberada. Ele imaginava que, no mínimo, ela ficaria presa por um tempo, mas jamais esperava que fosse liberada na noite anterior. Mas, e daí que foi liberada?Os dois projetos em questão eram extremamente desafiadores, mas, como líder do Grupo GY, Bernardo sabia que, independentemente das dificuldades, sempre teria alguém para ajudá-lo a executá-los. Já Vitória? Ela estava sozinha, uma jovem imatura e sem experiência tentando encontrar seu caminho.— De qualquer forma, você ainda é minha filha, e, claro, quero que se sai