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Capítulo 0.5: Você nunca saberá de sua existência!

Uma mulher que passava pelo local, ao ver a jovem, aproximou-se dela.

—O que você tem, garota? —perguntou a senhora.

—Por favor... —Alba engasgou. —Meu bebê vai nascer —ela soluçou.

A mulher pegou o celular e imediatamente ligou para o 911 pedindo ajuda.

—Você pode andar? —perguntou à garota.

Alba balançou a cabeça.

A jovem grávida deu um grito alto e depois sentiu um líquido escorrendo pelas pernas.

—Vai nascer! —ofegou.

A senhora não sabia o que fazer, mas não podia deixá-la sozinha naquelas circunstâncias. Viu que um pequeno beco se abria bem perto.

—Vou te ajudar, garota. Faça um esforço e vamos caminhar até aquele lugar. —Ela apontou com a mão.

Alba assentiu, com o rosto cheio de lágrimas, e encostou-se ao corpo da mulher. A viagem até aquele beco parecia eterna. A cada momento, ela enxugava as gotas de suor misturadas com chuva que escorriam pela sua testa. Apertava com força o braço da boa senhora toda vez que sentia as contrações.

Assim que chegaram lá, Alba encostou-se numa das paredes. A senhora que a ajudava tirou o casaco e colocou-o no chão. Ajudou a garota a se sentar. Alba gritou, reclamou e chorou de dor.

—Respire, garota —recomendou a senhora. —Nunca fiz isso, mas vou te ajudar.

Alba cravou as unhas no chão, movendo a cabeça de um lado para o outro, desesperada. A mulher tirou da bolsa um frasco de gel antibacteriano e esfregou nas mãos. Depois, enquanto segurava o celular no ombro e ouvia atentamente as instruções da pessoa da central de atendimento 911, verificou a menina. Arregalou os olhos quando percebeu que o bebê estava prestes a nascer.

—Garota, seu filho está pronto para sair.

Alba respirou fundo, soluçando e gritando de dor, fazendo o que a mulher lhe pedia.

«Por que você nos abandonou, Santiago?» perguntou-se em sua mente.

—Não aguento mais, por favor, tire meu bebê —Alba chorava sem parar, enquanto sentia que não aguentava mais aquela dor.

—Mãe, preciso de você comigo —disse mentalmente, vendo-se sozinha, indefesa, dando à luz na rua.

****

Long Island - Nova York, EUA.

Santiago Vidal suava e revirava-se na cama daquele quarto do centro de reabilitação onde, dois dias antes, seu pai o confinou para tratar o seu problema com o álcool e afastá-lo dos excessos. A partir do dia em que descobriu a verdade, sua vida virou uma bagunça: as mulheres, as festas e a bebida eram seu pão de cada dia. Seus constantes pesadelos, como lembrança do que aconteceu naquela noite, não o deixavam em paz.

****

O jovem Vidal segurou o relatório que Eliana lhe entregou com as mãos trêmulas. Seu olhar nublou-se completamente e a fúria tomou conta de seu ser.

—É mentira! —exclamou, levantando-se. Seus olhos brilharam de raiva e sua mandíbula tremia enquanto seu coração batia acelerado. A menina que estava com ele, naquele quarto de hotel, recuou assustada; nunca tinha visto Santiago louco assim. —Eliana, não acredito que você chegou até aqui —bufou, sem querer aceitar a realidade.

—Eu entendo que você está abalado. "Eu ficaria igual", disse ela nervosamente. —Essa mulher sabe fingir muito bem; aqui está a prova.

Eliana deixou cair sobre uma mesa diversas fotos de Alba rodeada de homens naquela boate. Santiago olhou as fotos e, apesar de tudo, recusava-se a acreditar. Ele torcia para que tudo fosse uma invenção, uma mentira para separá-lo da namorada.

—Se o que você fala é verdade, vamos para aquela boate —rosnou ele, pegando com força o braço de Eliana.

Santiago não conseguia raciocinar; estava louco. Para ele, Alba era incapaz de enganá-lo e muito menos de fingir ser alguém que não era.

"Com que propósito você fez isso?" perguntou-se em sua mente, começando a ficar cheio de dúvidas e contradições.

Ao chegarem ao bar onde Alba trabalhava, ele viu uma cena que o fez perder o controle. Aquele que era um homem pacífico, que odiava a violência, naquele momento se transformou em outra pessoa. Seu olhar ficou escuro, suas pupilas dilataram, e sua frequência cardíaca acelerou. Cerrou os punhos com força, as veias do pescoço se destacaram. Ele olhou para o corpo da mulher a quem havia entregado o coração, coberta por um body justo ao corpo, saia bastante curta, meias pretas com véu; era o uniforme de uma coelhinha com o diadema na cabeça.

Ele se aproximou enquanto seus lábios tremiam ao vê-la beijando outro homem. A raiva que sentiu naquele momento subiu à cabeça. Ele era um homem calmo, porém, ao perceber o engano do qual havia sido vítima, explodiu de raiva e ciúmes.

—Alba! —gritou.

****

Santiago acordou chamando por ela, todo o seu corpo estava encharcado de suor, seu rosto estava cheio de lágrimas, sua garganta estava seca, suas mãos começaram a tremer e a ansiedade tomou conta dele.

—Preciso de uma bebida —gritou ele, mais uma vez sustentando uma de suas crises. Ele se levantou, bateu forte na porta com os punhos, gritou por uma bebida alcoólica, mas ninguém atendeu ao seu chamado. Ele deixou seu corpo cair no chão, abraçou as pernas e começou a chorar desesperadamente. Precisava arrancá-la de sua alma e de sua memória, mas era impossível, e agora ele não tinha mais em mãos a bebida que o fazia perder a consciência.

****

Bronx - Nova York, EUA.

Naquela noite fria e chuvosa, em meio à extrema pobreza, num beco escuro daquele bairro, ouviu-se o choro de um bebê.

Alba apoiou a cabeça na parede fria, respirando pesadamente. A senhora que a ajudou a dar à luz envolveu o pequeno no suéter e entregou-o a ela. A jovem, com as mãos trêmulas e o rosto coberto de suor e lágrimas, abraçou o filho contra o peito.

—Obrigada —exclamou ela, ainda com dores, soluçando, olhando para a boa mulher que a ajudou. Ela imediatamente descobriu o rosto de seu filho, seu coração batia com enorme força enquanto olhava para o rosto terno de seu bebê. Apesar de todas as lágrimas derramadas depois que o pai de seu filho a renegou, naquela noite um leve sorriso deixou seus lábios enquanto ela o contemplava. —Perdoe-me, por trazer você ao mundo nessas circunstâncias, você não tem culpa de nada. —Ela beijou a testa de sua criança, enquanto seu coração tremia ao olhar para o lugar sombrio onde ele nasceu. —Mesmo que eu tenha que trabalhar dia e noite, juro que vou te levar adiante, vou tentar fazer com que nada lhe falte, vou me tornar um pai e uma mãe para você —choramingou com a voz embargada—. Seu pai desprezou nós, e ele não merece saber da sua existência. Santiago Vidal, ele nunca conhecerá você —disse ela

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