Estou aqui, sem conseguir dormir. Não acredito que Camila tentou me beijar, e bem na hora sua mãe apareceu. Pelo menos não desconfiou de nada ou disfarçou muito bem. Acho que isso foi um sinal de que não é para me envolver com aquela garota. Eu tenho que ser forte e me manter afastado dela. Aquela beleza toda junto com aquele jeito doida se ser dela está me encantando, e não posso deixar isso acontecer.
Minha mãe, durante todo o jantar, ficou questionando se havia algo de errado comigo. Respondi que não, mas não tenho certeza. Acho que seria melhor voltar para São Paulo antes que as coisas comecem a sair do controle por aqui. Mas aí teria que enfrentar todo o problema que causei, e vim para cá para fugir deles. Ou pelo menos tentar não me culpar tanto, mesmo sabendo que foi tudo culpa minha. Pego meu celular para ver o horário e são duas da manhã. Meus pais foram dormir cedo. Já eu não estou acostumado com isso. Já me acostumei com a vida noturna, em virar a noite. Entro no F******k, mas logo estou entediado. Nada de interessante. Bloqueio o celular e coloco ao lado do travesseiro.Escuto um barulho estranho e olho em volta, mas não vejo nada. Deve ser a minha cabeça me pregando peças. Fecho os olhos para tentar dormir, mas logo aquele barulho volta. Decido me levantar e verificar direito. Ele está vindo da janela. Encosto minha orelha nela e tenho a certeza de que alguém está jogando algo nela. Abro a janela devagar e uma pedra acerta o meu rosto. — Que merda! – falo, colocando a mão onde a pedra atingiu. — Vamos dar uma volta? – escuto uma voz baixa, e me esforço para conseguir enxergar quem seria naquele breu. Não posso acreditar que Camila está às duas da madrugada jogando pedrinhas na minha janela. Eu falo que essa menina tem uns parafusos a menos.— Não é hora de crianças estarem dormindo? – falo baixinho para não acordar meus pais que dormem no quarto ao lado.
— Os velhos também já deveriam estar no décimo sono. – Ela retruca, e faz sinal com a mão para que eu vá até ela.
— Espera aí! – falo e ela concorda. Eu fecho a janela devagar. Como gosto de dormir de cueca, pego uma bermuda e uma camiseta, me visto rapidamente calço meus chinelos. Antes de sair do quarto, ainda dou uma olhada no espelho para ter certeza se tudo está no lugar, e confiro se estou com bafo. Já havia escovado os dentes, mas vai saber. Acabei de falar que tenho que manter distância dessa garota e agora estou aqui arrumado para ir sei lá aonde com ela no meio da madrugada? — É a vida, né? – falo para mim mesmo, dando de ombros. Saio de casa sem fazer nenhum barulho. Ela já havia descido as escadas e está sentada em uma bicicleta. — Eu não tenho bicicleta! – falo, cruzando os braços. — Nós dividimos a minha. – Camila se levanta e me oferece o assento. O que eu estou fazendo? É o que penso assim que ela se senta no cano da bicicleta entre meus braços. — Eu vou te mostrando o caminho. – Seu entusiasmo é notável. — Ta bom, né! – falo, como se eu não houvesse escolha.
E realmente não há. Se essa garota me chamasse para ir até o Japão, levando-a assim, na bicicleta, eu iria..começo a pedalar, e a brisa da noite faz seu perfume me embriagar. O que esta acontecendo comigo? — À direita, Davi! – ela fala assim que chegamos a uma parte mais densa da mata. — Garota, você não está me levando pra morte, não né?! – falo, e ela cai na gargalhada. Sem perceber, também estou sorrindo. A lua está cheia o, que ajuda muito a conseguir ver bem para onde estamos indo. Um pouco mais à frente, vejo um lago. Quando chegamos lá, eu paro a bicicleta e Camila desce, e depois eu faço o mesmo. Deixo sua bicicleta encostada em uma árvore. Ela começa a caminhar e se senta bem próxima ao lago. Vou até ela e me sento ao seu lado. — Tinha me esquecido de como o céu é lindo por aqui. Na cidade não dá pra ver as estrelas assim, devido a poluição. — Me deito na grama. — Então deveria se mudar pra cá de vez. — Se deita ao meu lado. – Você poderia ficar aqui comigo? – Me viro pra ela. – Quer dizer, aqui na casa de seus pais — fala sem jeito. — Eu já tenho uma vida em São Paulo. Tenho minha carreira. Só vim pra cá pra dar um tempo, já te falei isso.Nesse momento ela se vira para mim. — Não há nada que te faça ficar? – questiona. — Não – digo, sério. Ela se vira e volta a olhar as estrelas. Eu faço o mesmo. — Você tem alguém lá te esperando? Por isso não quer ficar? Por isso não me beijou mais cedo?Não estava esperando esses questionamentos. Ela realmente queria que eu ficasse? Queria que eu a beijasse? Mas acabei de conhecê-la. — Eu não tenho ninguém e nem estou à procura. Acho que nem mereço ter alguém ao meu lado. Principalmente se esse alguém for você. Por isso não te beijei mais cedo. Não foi por falta de vontade, mas sim porque não quero te magoar, não quero que se apaixone por mim e depois sofra quando eu for embora — falo. Não tem como ser mais sincero que isso. — Queria entender o motivo de você se sentir assim, por que fala essas coisas, como se tivesse cometido um crime. — É muito complicado, Camila. Um dia quem sabe eu te explique tudo. — Não pode ser hoje? Agora? – Se senta com suas pernas cruzadas.
— Ainda não estou pronto pra falar sobre isso. — Olho em seus olhos.
— Quanto estiver pronto, estarei aqui pra te ouvir. — Abre um sorriso lindo, e a vejo estremecer quando uma brisa fria a atinge.— Deveríamos ter trazido uma coberta. Nem pensei nisso. – Me sento.
Ela tira a pequena mochila que havia em suas costas, abre o zíper e tira uma pequena manta de dentro dela. — Mágica! – Balança a mantinha xadrez em suas mãos. – Não tinha como colocar duas, então vamos ter que dividir. Sentamos um colado ao outro, lado a lado, e nos envolvemos nela. — Bem melhor! – Camila concorda. – Por que você implicou tanto comigo quando me conheceu?— Por que me senti atraída por você. Nunca havia sentido isso antes, então não soube como reagir. Eu nunca namorei nem nada desse tipo. – Ela foi bem direta, e fico sem palavras. – Então passei o resto da tarde pensando e pensando. Davi, você quer ficar comigo esse tempo que vai ficar aqui na fazenda? Não vai ser namoro nem nada sério, eu quero ficar com você.
Será que havia escutado direto?
Camila havia mesmo me proposto a ficarmos juntos o tempo que vou passar aqui na fazenda? Meu corpo grita para aceitar logo, mas minha razão fala que isso não daria certo. — Então, o que me diz? Não fica assim em silêncio, Davi. –Seguraminhas mãos. — Você acha mesmo que é uma boaideia? – questiono, olhando em seus olhos. Ela faz que sim com a cabeça. – E se um se apegar ao outro? Não quero te fazer sofrer. – Levo minha mão ao seu rosto; sua pele macia me encanta. — E se eu conseguir te convencer a ficar? A ficar aqui, comigo e com sua família? — Eu não quero que você se apegue a essa ideia, Camila. Eu não pretendo ficar aqui. –Agoraé a sua mão que está acariciando o meu rosto. Seu toque é tão delicado, cheio de ternura. Sinto o meu coração aquecer no mesmo instante. — Mas eu quero tentar. Me deixa tentar? Se após esse tempo juntos, você ainda quise
Acordo com minha mãe me chamando. Abro meus olhos e ela está me olhando e sorrindo. — Vamos almoçar, filho? Fiz um almoço bem caprichado. — Já vou, mãe. Obrigado por me acordar. — Te esperamos na mesa — fala,saindo do quarto. Me levanto, jogo uma água no rosto e visto uma camisa, já que estou de bermuda e vou para a cozinha. Almoço com meus pais e depois ajudo minha mãe a arrumar tudo. Conceição não está para ajudá-la. Como era domingo, estava de folga. Vou até meu quarto e começo a arrumar minhas coisas no lugar.Quando termino de arrumar tudo, me deito na cama e fico mexendo no celular. Chega uma mensagem no W******p de um número desconhecido e olho a foto. É a pivete. Me pego sorrindo igual um bobo. Salvo seu contado e respondo sua mensagem. Camila:Ei, velhote, já está pronto pra nossa ida a cachoeira? Davi:Já sim, só estou te esperando. Não esqueça de
Camila está ofegante em meus braços após um longo beijo. Me deito ao seu lado e ficamos olhando um para o outro. — Como você conseguiu fazer isso? – Camila me olha sem entender minha pergunta. – Como você conseguiu mexer comigo assim, me deixar caidinho por você, me fazer te levar por aí na sua bicicleta com uma mochila rosapinknas costas? É tudo muito louco. Dois dias atrás eu nem sabia da sua existência e agora estou aqui na sua frente perdido no seu olhar. Ela estende a mão e acaricia o meu rosto. — Eu também queria saber como você me encantou em tão pouco tempo. Acho que já estava traçado. Nossos caminhos tinham que se encontrar. Assim que te vi naquela cozinha você despertou algo em mim, Davi. Algo que nunca havia sentido antes. Eu entendo completamente como você se sente, e quero aproveitar cada momento ao seu lado. – Deita sua cabeça no meu peito e me abraça forte. Também quero aproveitar cada momen
Já está quase na hora de ir buscar Camila. Já havia tomado banho e estava só de cueca em frente ao guarda-roupa, decidindo qual roupa usar para impressionar. Estou parecendo uma garota que não sabe o que vestir. Só aquela menina para me deixar assim. No fim, coloco uma calça jeans e uma camiseta xadrez vermelha. Deixo as mangas dobradas e os primeiros botões abertos, pego uma bota preta emprestada do meu pai, arrumo meu cabelo, passo um perfume e claro, não posso esquecer o chapéu. Sinto a minha barriga doer de ansiedade para ver como minha linda estará arrumada. Meus pais sabem para onde estou indo e com quem. Ele me emprestou a chave da suaHiluxvermelha e pediu para que tomasse muito cuidado, pois é o seu xodó. Vou até o quarto, aviso aos dois que já estou saindo, d pouco tempo depois já estou em frente a casa de Camila. Saio do carro e fico de pé encostado na porta. Assim que ela sai pela porta, fico encantado. Ela é a mulher mais linda q
Assim que termina o último gole da cerveja, ela olha para mim com cara feia. Seu olhar é penetrante e dá para ver que está furiosa. Camila se senta no capô do carro de braços cruzados. Me aproximo devagar. — Ei, vamos voltar pra festa. – Tento segurar a sua mão, mas ela puxa de volta no mesmo instante. – Vamos, Camila, a festa está tão boa. você não vai ficar aí emburrada,né? — Vai lá com sua amiga peituda. Ela está doidinha pra “dar” pra você. –Abreum sorriso forçado. Mesmo sabendo que não deveria acabo rindo. — Às vezes esqueço que você é tão direta assim, mas é uma das coisas que gosto em você. — Meencaixo no meio de suas pernas e seguro sua cintura. — Me dá essa garrafa! – fala, tirando a cerveja da minha mão. Em questão de segundos já não havia uma gota. — Acho que já chega de cerveja por hoje – falo e ela revira os olhos. — Davi, eu vou beber o quanto q
💗Camila narrando... Em questão de segundos, estou em cima do colo de Davi e ele já está sem camisa. Minhas mãos deslizam sobre seu peito. Posso sentir que ele já está duroem baixode mim. Nunca me senti assim tão louca de desejo por um garoto. Sinto meu corpo todo queimar. Ele está me proporcionando sensações novas, e estou amando isso. Afasto nossos lábios e começo a abrir os botões na minha camisa. Davi segue cada movimento meu com o olhar. — Assim você me mata do coração Camila — falaassim que abro o último botão. Seguro suas duas mãos e levo aos meus seios. Ele massageia mesmo por cima do sutiã. Seus lábios agora percorrem meu pescoço, e um gemido baixo escapa dos meus lábios. Sinto a minha intimidade pulsar. Caramba, eu quero mais. Tiro a minha camisa, que já estava aberta, e jogo no banco do passageiro. Sinto que Davi quer fazer isso, mas ele está co
💫 Davi. 💫 Após o café da manhã, pergunto a Conceição o horário que Camila sai e em qual faculdade ela está estudando. Meu pai me deixou ficar com um dos carros usados para buscar compras no centro da cidade. Tomo um banho e me arrumo. Quero fazer uma surpresa para ela.Fico do outro lado da rua esperando ela sair. Assim que a vejo, ela está com seu braço entrelaçado ao de um garoto. Os dois estão bem sorridentes. Vou me aproximando devagar. O garoto a abraça e começa a fazer cócegas nela, que cai na gargalhada. Preciso assumir que fico com muito ciúmes. Muito mesmo. Não o quero tocando nela. Não quero ninguém além de mim tocando nela desse jeito. Sei que não devo pensar assim. Fui eu mesmo que falei que não temos nada sério. Mas ver a intimidade que os dois tem me ab
Respiro fundo e desço do carro. Sei que será difícil, mas isso é preciso. Tenho que afastá-la de mim a qualquer custo. — Quero conversar com você, Davi. Não quero ficar assim. – Ela estende a mão para segurar aminha,mas eu me afasto. — Camila, eu estava com Sabrina. Nós dois ficamos. Seus olhos se enchem de água. Isso parte meucoração,mas não tem como voltar atrás. — Vocês se beijaram? – fala limpando uma lágrima. — Não, nós fomos mais além. Nos dois transamos, Camila, e foi muito bom. – Em seu olhar posso verdecepção, raiva e arrependimento. Claro que estou mentindo. Foi um sexo totalmente sem química,sem sentimento. — Você é um idiota, Davi! Você falou que tinha sentimentos por mim, que só eu pra você bastava, que não iria ficar com ela. – Suas lágrimas caem descontroladamente. — Eu errei, Camila, em aceitar ficar com você. Ach