SAFIRA

Já fazem duas noites que estou aqui amarrada igual bicho nessa árvore, estou suja e cheirando mal, a floresta durante o dia faz um calor infernal e a noite o frio beira ao insuportável, sem falar que estou fazendo minhas necessidades fisiológicas aqui mesmo, o que torna o cheiro extremamente desagradável.

Handu aparece uma vez ao dia e traz uma miséria de comida que é o que tem me sustentado, mesmo assim eu me sinto fraca, minha boca saliva ao lembrar do gosto do algodão doce que Marcelino faz lá no circo, o que eu não daria para comer um algodão doce?

Não sei quando esse meu inferno vai acabar, quando tento forçar a corrente acabo me machucando, os cadeados são grossos e não sei o que fazer para sair daqui, estou definitivamente nas mãos do perverso Handu, um homem sem coração algum.

Deito-me por cima dos galhos mortos e se