Laura MillerDentro de mim havia um turbilhão de sentimentos conflitantes, devia estar focada em descobrir quem é o responsável pela morte da minha irmã. Mas agora estou aqui toda derretida por Vittorio correndo a nossa frente para ir ver os ursos pardos que estavam sendo alimentados.Steffano conseguiu manter o zoológico aberto até um pouco mais tarde, pelo menos para nos três.Ver Vittorio se divertindo me trouxe lembranças de minha infância, uma que idealizava antes de ser levada pela SISU daquele orfanato com a minha irmã. Um sonho de que conseguiríamos ser adotadas por um casal que nos amaria e nos levaria para passeios assim, para conhecer o zoológico, ir ao shopping e comprar bonecas que eu pudesse escolher.Podia ser coisas bobas, mas o desejo de poder dormir com um beijo de boa noite e ouvir que me amava se tornou cada dia mais distante depois que entramos na enorme mansão ao norte da Escócia, onde conheci o senhor Sinclair.Um homem ruivo com um certo charme, mas havia um ar
Steffano RomanoEstou de certo modo preocupado com o que Vicenzo pode fazer, estou receoso em deixar que Laura fique por perto enquanto me divirto com aquele idiota que resolveu colocar a mão nela e ainda exigir qualquer coisa com a minha mulher.Outra coisa que me fez ficar pensando é o fato de não esconder nada de Vittorio, já que percebi que não conseguirei manter as mãos longes de Laura, um exemplo foi não resistir a sua beleza e ter deixado o desejo explodir e ter trepado com ela embaixo da escada.Aproveito que Laura foi olhar os animais e me sentei em um banquinho com Vittorio. Via meu filho com um sorriso enorme, algo que já fazia um bom tempo que não via. Meu garoto estava sempre criando algum problema, dando trabalho para as babá que estavam cuidando dele.— Vittorio, você gosta de Laura? — pergunto observando ele pulando em minha frente.— Sim, ela é diferente, gosto como ela cuida de mim! — Ele diz e senta ao meu lado.— Você ficaria muito triste se eu passar a gostar dela
Laura MillerNão deveria estar aqui sentada no colo de Steffano enquanto ele procurava algo para assistirmos, mesmo sabendo que um filme seria a última coisa que teria a nossa atenção naquela noite. Sentia a sua mão no meio de minha costa fazendo círculos e olhava atentamente para o seu rosto.Sabia que ele tinha algo a me contar e ver toda a movimentação da casa como estava tendo estava me deixando ainda mais curiosa para saber se Steffano contaria a mim toda a verdade ou somente o que ele acha que é conveniente para aquele momento.— O homem que estava no escritório quando você entrou mais cedo é Caterino Caccini! — Ele diz parando de procurar algo na programação.— Ok, o que tenho a ver com isso? — Pergunto me fazendo de boba.— O idiota que você se defendeu na hípica é Vicenzo Caccini, filho dele e fazem parte da mesma organização que faço! — Seu rosto parecia tranquilo.Mas conseguia sentir a sua pegada em minha cintura, me mantendo presa ali em sua perna, evitando que saísse de
Steffano RomanoEstávamos deitados já algum tempo, havia venerado o corpo de Laura que continuava olhando para mim como se não acreditasse em nada o que havia lhe dito, fazia um carinho lento em seus ombros e a via sorrir.— Vocês ficarão seguros, mas quero que aprenda a manejar uma pistola! — Tento dizer de forma leve.— Steffano… — A vejo querer negar e viro nossos corpos um de frente para o outro.— Prometo que ensinarei a você principalmente como se defender, mesmo achando que não seja necessário. — Sorrio ao lembrar como ela agiu com Vincenzo.Coloco a mão no meio da sua coluna e a puxo em minha direção, sinto algo ardendo no meu peito apenas por imaginar que algo aconteça com Laura, que algo aparecido como aconteceu com Eleonora volte a acontecer.— Steffano, fique tranquilo, tenho certeza que nada acontecerá! — Seguro em seu queixo e a faço me olhar.— Mia cara, acredite em mim que tudo pode acontecer e quero que você saiba se defender! — Digo e suspiro.A vejo concordar e acre
Laura MillerAssim que termino o meu banho pego um dos uniformes para poder ir cuidar de Vittorio que logo estará acordado. Mas continuo com o pensamento em Enrico e a russa que estava em seu ombro, com certeza deve ter apanhado dela, pela forma como ele estava quando surgiu no corredor.Deixo o esboço de um sorriso nascer com a lembrança de ver Enrico irritado. Saio do quarto e vou para o fim do corredor onde fica a sala de cinema para acordar Vittorio e descer com ele para o café.Entro no cômodo e o vejo se mexendo na cama, me aproximo e retiro tudo o que Steffano havia preparado para nossa diversão e acabamos nem comendo, olho para os chocolates que havia ali e sorrio por ver o que mais gosto no meio de tantos outros.— Vamos acordar, está na hora de ir tomar um banho! — Digo e me aproximo dele na cama.— Buongiorno… — Ele diz bocejando e esfregando os olhos.— Bom dia querido. — Engatinho na cama e deito ao seu lado.O vejo sorrir e observo em seu olhar todas as perguntas que est
Steffano RomanoO dia foi interessante ainda mais depois que conhecemos Irina que desafiou meu irmão a cada frase que pronunciou durante o nosso café, ela estava bastante irritada com o fato de que durante os últimos meses ele mentiu descaradamente para ela.Mas gostei da russa, ela tem um temperamento forte e tão parecido com o dele que tenho certeza que darão um casal perfeito.Também notei que Laura parecia ter gostado da mulher que mexerá com a cabeça de meu irmão e principalmente com a sua paciência, claro que gostarei de jogar um pouco de diesel nessa situação. Vê-los dois brigando e depois se acertando será ótimo.— Vamos Vittorio, escolha apenas um… — Ouço Laura falando assim que passo em frente da porta de seu quarto.— Papai disse que ficaremos muitos dias, preciso deles! — Paro na batente da porta para ouvi-los.Conseguia ouvir a discussão deles que vinha do closet, dava para ver a Laura ajoelhada no chão com a mala aberta a sua frente com a testa franzida, provavelmente te
Vittorio RomanoOuvir Laura dizer “sim” para meu pai me deixou ainda mais alegre do que já estava. Via nela algo que a muito não sabia mais o que era, algo que sentia até mesmo um pouco de inveja de todos os meus outros amigos.Ter uma mãe!Fazia muito tempo que havia perdido a minha e não tinha ainda muito entendimento de como era as coisas, mas sabia que ela me dava muito amor e carinho.Hoje estava mais feliz, Laura disse que iria me ensinar a nadar e queria logo chegar a nossa casa no campo, queria mostrar a todos que agora tenho uma mãe tão boa como todos os outros, meus amiguinhos.— Oi, mamãe! — Digo assim que Laura entra na cozinha.Vejo o seu sorriso fica maior e uma lágrima surgir no canto de seu olho. Ela se aproxima da mesa onde estava comendo uma fatia de bolo e se abaixa.— O que disse traquina? — Ela pergunta.— Oi, mamãe? — Digo confuso.A vejo se ajoelhar ao meu lado e me puxar para o seu colo e chorar baixinho, consigo sentir uma tristeza profunda naquele seu choro e
Laura MillerPosso não ter um vasto conhecimento em um relacionamento, mas tenho certeza que Steffano fodeu com essa emprega, por isso ela está assim parecendo querer me matar. O olhar furioso dela em minha direção é mais que o suficiente para me deixar convencida sobre isso, por hora vou tentar ignorar.Assim que Vittorio sai do escritório viro de frente para Steffano, via que o abridor cartas estava em uma posição na mesa que parecia fora do lugar. O Don mafioso e quente como o inferno me olhava e sei que ele estava esperando por alguma reação minha.Passo por Steffano me aproximando da mesa e com o indicador esticado passo pela superfície reta da mesa, com um sorriso de canto puxo o abridor de onde estava e observo o objeto que parece muito mais uma joia que um acessório de escritório.A lamina prateada e o cabo de um material maciço, talvez apenas banhado em outro, giro a peça entre minhas mãos e vejo a riqueza em detalhes que há nele, as pequenas joias que tenho certeza que são d