Aurora Backer O carro passa em frente ao prédio da minha empresa e só por avistar a movimentação de gente sei que são jornalistas. Observo John ao meu lado e sinto meu coração acelerar, temo por não saber mais como agir, em ser a fraquinha do passado. Ele sorriu e segurou minha mão:— Estarei com você independente de tudo, sabe disso, certo? — Sim, eu te amo por isso, mais confesso que tubarões por chegar até aqui e não saber como agir. — Existem tubarões dos negócios lá em cima te esperando para te devorar, então seja a filha da puta de uma orca e foda-os psicologicamente, potencial você tem, use-o!— Uma orca? — Sorrio. — Essa é a forma de ser meu coaching? — Faltou aulas de biologia? Orca é o terror dos tubarões, seja como ela, inteligente e os encare ao ponto de fazê-los tremer e correr por vê-la. — Adoro sua forma de levantar meu astral, se você confia em mim para ser uma orca, então que seja, darei meu melhor. Os acionistas terão que me respeitar, sou a única capaz de salv
AURORA Backer Após momentos de tensão na frente dos acionistas da empresa parece que me darão o direito de mostrar minhas ideias. Indireto a coluna e vou até um quadro, pego o piloto enquanto todos estão calados. Desenho uma safira e do outro lado mais uma safira, porém, vermelha. Faço questão de pintar uma, na cor azul e outra na vermelha.— Safiras vermelhas é sua solução? — Pergunta o machista.— Sim, joias exclusivas. — De onde vai cobrir o dinheiro para investir nos trabalhadores de outra mina? Ou simplesmente vai roubar outras?— Não sou ladra como vocês são, não pensem que esqueci de que me roubaram fortunas, e depois quando a empresa voltar a progredir, o salário de você vai ser ajustado e haverá descontos para me pagar.— Idiota! — Sussurrou o que se acha CEO.— Emmett, quer dizer isso mais alto?— Não disse nada…— Vou fingir que não ouvir isso, pois tratarei de vocês dois no final da reunião. — Aponto para ele e Richard Davis.— Volte a falar das Safiras. — Pediu um homem
Era a hora de enfrentar a imprensa, olhei em volta e sorri para fingir confiança. Todos estavam sentados com câmeras ligadas, microfones e celulares. Teria que sair tudo perfeito. Subo no palco e o falatório se inicia.— Peço que façam silêncio e um por vez tire suas dúvidas.— Aurora! — Levanta a mão um jornalista no canto da sala. Assenti e ele perguntou: — Qual foi a razão que a fez se fingir de morta?— Eu não me fingir de morta, apenas queria me afastar uns dias da cidade grande e viver metade do mês como uma pessoa comum.— Se era metade de um mês o porquê não voltou após esse período?— Sofri um acidente de carro, fiquei alguns dias em coma, outros dias eu não podia fazer muita coisa por culpa dos ferimentos. Um mês depois que peguei o celular, pois foi quando tirei o gesso do meu braço. — Quem é Taylor? — Perguntou uma jornalista.— Taylor é um amigo que conheci no hospital e na pensão onde fiquei. Foi o médico que salvou minha vida e sou grata por ele fazer de tudo para que
Aurora Backer 52Ao saímos do carro os pais de John se aproximaram sorrindo, segurei na mão dele que estava gelada. Meu amigo estava nervoso, sorri para Ram e Malee, pais de John. — Senhora Malee, como vai? — Pergunto quando ela me abraça.— Estou bem, e você querida?— Estou feliz por revê-los. — É bom vê-los, juntos. — Diz Ram, pai de John.— Obrigada, Ram, é sempre bom vê-los também. — John apertou minha mão e sorriu fracamente quando a mãe dele o beijou na bochecha.— Olá, mamãe, papai… — Meu garotão, espero que tenham voltado com boas notícias, quem sabe um neto? — Baixei a cabeça por lembrar do filho que perdi, meu filho com Taylor. — O que aconteceu querida? — Eu estive grávida, mas perdi há um mê e meio. — John me abraçou, não era dele, mas ainda, sim, sabia que doía em meu amigo. — Não sabia, sinto muito. — Segura minha mão e aperta, o pai de John é um senhor de aproximadamente oitenta anos, mas não parece, pois se cuida muito. Ele tem cabelos grisalhos e poucas rugas.
Voltei da biblioteca e fui direto para a sala de jantar onde todos estavam reunidos esperando por mim. Assim que coloquei o pé na porta da sala de jantar, Malee disse:— Querida, fizemos algo para você, eu espero que goste da nossa surpresa. — Empolgada a senhora bate palmas e sorri.— Surpresa? Nossa! Tô bem curiosa, o que foi que vocês prepararam para mim?John levanta e puxa a cadeira ao seu lado para que eu me sente, caminho confiante até a cadeira e sento-me agradecendo a gentileza do meu amigo.— Bem, o nosso filhão aqui — apontou o senhor Ram para John —, já tinha mencionado o quanto você é fã de salmão, então, a gente acabou pedindo uma receita que você ama…Na mesma hora a única receita que veio na minha mente foi a que eu comi com Taylor no dia em que ele me pediu em namoro, ainda no hospital, foi o salmão ao molho de ervas. Fiquei toda sem jeito, pois eu estava com o pensamento distante no meu Doutor, naquele, cujo mesmo longe ainda era presente dentro de mim. No meu pensam
Fala o senhor Ram, olhando para mim. Aquela decepção era muito grande, tanto para John, quanto para mim. Apenas respirei fundo e concordei, não poderia fazer mais nada, não posso forçar a eles me dar dinheiro.— É por isso e por outras coisas que eu excluo sempre vocês dois da minha vida, eu não quero mais fazer parte dos restaurantes de vocês, eu não quero! — Gritou John, se levantando da cadeira.— John, meu filho, por favor se sente. — pede a senhora Malee.— Eu não vou me sentar, estou indo embora daqui, agora e quero que esqueçam que um dia eu existir!— Você é tão ingrato garoto, tão mimado, eu deveria ter te dado umas surras quando você era criança.— É, pai, faça agora! — Provoca John.Se levantam da cadeira e ambos começa cara a cara, discutindo, levantei-me tentando acalmar John.— Você é uma decepção, tantos queriam ser meu filho, enquanto você tem tudo e destrói o pouco que tem.— Um pouco que tem? Temos fortunas, mais de vinte restaurantes nos maiores centros importantes.
Chegamos em casa, John ainda estava muito abalado com tudo que falou e pior ainda pelo que ele ouviu. Peguei o meu celular e verifiquei se Taylor estaria online, ouço a voz de John me chamar assim que comecei a digitar uma mensagem, logo em seguida apaguei.— Aurorinha, você pode, por favor, dormir comigo essa noite?Não era a primeira vez que eu dormiria com o meu melhor amigo e antes que você pense que dormimos abraçados não é assim que funciona.— Claro, John, irei só tomar um banho, trocar a roupa e, enquanto isso, tome um banho também. Eu vou descer depois para fazer pipoca, chocolate quente e levar sorvete. A gente vai assistir algum clichê!— Se você colocar clichê, eu vou chorar mais do que pinto no lixo…— Pelo menos, vai ser choro por algo do filme, e você vai tirar essa atenção que está sobre o que rolou agora à noite. Talvez isso acalme seu coração, ou te aqueça e faça dormir mais rápido, porque esse é o poder que um bom clichê tem.— Eu não sei o que seria de mim sem você
AURORA Backer Após o meu banho fui até a cozinha e comecei a preparar a nossa noite, peguei sorvete de baunilha, o preferido de John fiz chocolate quente e coloquei pipoca no microondas, subir para o quarto dele com tudo que eu montei em uma bandeja, assim que chego em frente à porta de John o chama:— John! Estou aqui fora, pode pode abrir...Não demora e ele abre a porta, rindo com o telefone no ouvido o que me parece bem,l estranho, o John que eu estou acostumada a ver chorando pelos cantos estava de férias? Pelo menos era o que eu imaginava que aconteceria essa noite, muitas lágrimas. Fico confusa diante daquela cena, pois ele parece muito bem.— Então, como é que vai ser? Já escolheu algum filme?— Não, amiga, desculpa! — implora baixo.— Com quem você está falando, John? — Ele tapa o celular e afasta da boca, sussurra para mim:— Com o Alex!— Alex? — refaço a pergunta.— Isso!— Acho que vai demorar...— Desculpa, amiga, mas eu acho que vai sim...— Então, tudo bem — dei de om