Florence
Meus dias têm sido tão atolados de trabalho que eu nem percebi o tempo passar, faltam dois dias para Diego chegar e eu nessa semana quase nem falei com Jackson. Confesso que estou com uma puta saudade dele.
— Senhora! – Anne chama minha atenção.
— Sim? – Respondi me recompondo.
— O carro já está pronto! Vamos? – Me levantei pegando minha bolsa e fui com Anne em direção ao elevador privado.
— Pelas fotos parece bem interessante o lugar. Mas a senhora pretende ficar com o terreno apenas? – Anne pergunta tentando tirar algo de mim.
— Ainda não sei o que quero. – Respondo colocando meus óculos escuros assim que as portas abrem e os raios de sol atingem meus olhos.
— Boa tarde, senhora! – Mike me cumprimenta assim que eu chego perto.
— Boa
JacksonChegamos à sala de jantar e um rapaz alto, branco, usando uma calca jeans e uma camisa que marcava todos os seus músculos, estava parado de frente pra janela panorâmica que dava uma linda vista pro jardim.Florence pronunciou uma palavra no que eu percebi ser português e o rapaz se virou sorrindo. O sorriso dele me lembra o de Florence.Eles se abraçaram por um longo tempo, quando terminaram, se afastaram um pouco e selaram suas bocas num selinho rápido. Eles não acham isso estranho?Senti o olhar do rapaz em mim e levantei a cabeça esperando uma palavra que eu entendesse.— Jackson, este é Diego, meu irmão. – Florence se virou para o irmão. – Diego, este é Jackson! Meu namorado! – Ela falou namorado?— E aí irmão. – Diego estendeu a mão e eu apeguei apertan
FlorenceDepois do café da manhã, Diego e eu fomos até meu escritório.— Então, o que tinha pra me dizer? – Pergunto acendendo um cigarro de menta.— Quero fazer parte dos negócios da família. – Respondeu de cabeça baixa.— Diego, olha pra mim quando falar. – Ordeno e ele me obedece.— Quero fazer parte dos negócios da família. – Repetiu me encarando. – Tentei muitas áreas e nenhuma delas eu me encaixo, quero tentar o negócio da família, talvez eu tenha nascido para mexer com essas coisas também. – Deu de ombros.— Você tem certeza disso? – Eu não vejo verdade em seus olhos, tem mais alguma coisa aí e ele não quer me contar.— Tenho sim, maninha! Eu e papai temos conversado bastante e eu acabei m
JacksonFlorence desapareceu dentro dessa casa e ninguém sabe onde está.— Tem certeza que ela ficou no quarto quando você saiu de lá? – Pergunto mais uma vez a Angel.— Claro que tenho certeza. Se ela tivesse descido, nós teríamos visto. – Fala de braços cruzados.— Ela sempre faz isso, deve estar pensando em algum lugar. – Mike finalmente abre a boca. De todos nós, ele é o mais tranquilo e o único que parece saber onde ela se meteu.— Então você sabe onde ela está? – Pergunto.— Sei! – Responde.— Onde? – Pergunto e ele ri.— Não tenho autorização para revelar tal informação, mas fique aqui que vou tentar traze-la novamente. – Ele levanta e olha para Diego. – Não deixe
FlorenceDepois de arrumarmos tudo, um mordomo apareceu e se desculpou por ter atrasado, na verdade eu não me importei, colocar minhas roupas ao lado das roupas de Jackson é um avanço e tanto. Eu nunca tinha feito isso. Nem com Malik.A noite caiu e Jackson apagou. Duas da manhã, meu celular vibrou e eu dei um pulo da cama, já estava arrumada. Coloquei a arma na cintura e fui de encontro com Mike e Diego.— Tudo pronto? Angel dormiu? – Perguntei.— Apagou! – Respondeu.— Kobe também apagou, tenho inveja deles. – Diego falou.— A equipe está toda lá fora já, vamos! – Falei andando em direção a saída alternativa do hotel.Encontramos o restante da equipe e seguimos para Villa Medicea. Chegamos por trás e conseguimos passar despercebidos pelos seguranças.
FlorenceLevanto indo me arrumar e em vinte minutos eu tô pronta. Saímos de nossos aposentos e seguimos para onde o pessoal está. Estávamos caminhando de mãos dadas quando Jackson trava e fica encarando uma pessoa do outro lado do hotel.— Que foi? – Pergunto.— Nada, achei que tinha deixado o celular no quarto, mas está aqui. – Ele fala tirando o celular do bolso. Está mentindo, sei que está.Seguimos até o pessoal e sentamos para tomar café. Todos estão fazendo planos para mais tarde, pra onde iremos e o que faremos. Eu só quero ficar sozinha com aquelas telas e chamar meu especialista aqui. Outra coisa que não sai da minha cabeça é aquela mulher que Jackson ficou encarando mais cedo. Sei que estava encarando-a. Ele gelou quando a viu.— Que tal irmos até Milão
JacksonDepois de chegarmos ao hotel, seguimos cada um para sua mini vila e Florence foi logo para o banho, entrei com ela na banheira que havia ali e ela parecia cansada.— Cansada? – Perguntei depois de me sentar no lado oposto da banheira.— Sim, meus pés estão acabados, andamos demais hoje. – Ela fala sorrindo. – Mas é um cansaço bom.— Então vou te ajudar. – Falo pegando um de seus pés e massageando-os.— Jackson. – Chamou-me com o tom severo.— O que foi? – Perguntei já rindo.— Você sabe que meu ponto fraco fica aí. Sabe muito bem que nosso primeiro contato foi por aí. – Falou fechando os olhos e controlando a respiração já ofegante.— Sim, mas agora você vai relaxar, sem sexo. Se controle. – Falei
FlorenceAcordo no susto e olho ao redor do quarto. Jackson não está aqui. Pego o celular no criado mudo e olho as horas, uma da manhã.Jackson ficou de me chamar para o jantar, agora não atende o celular. Tento ligar mais umas duas vezes e ele não atende. Devem estar todos juntos, Mike irá me atender.Levanto colocando uma calça preta, minha bota também preta e uma camiseta. O celular de Mike toca duas vezes e na terceira ele atende.— Sim?— Posso falar com Jackson? Ele está com você?— Jackson não está comigo, vocês não desceram pra jantar, achamos que estavam ocupados, cê sabe...Meu coração para por um segundo.— Eu estava dormindo desde cedo. Jackson sumiu! Me encontre no hall agora!Desligo o telefone, coloco minha arma na cintura e saio
FlorenceViajamos cerca de trinta minutos até o lugar de destino.O zoo é um lugar em Serpiolle. Lugar onde a máfia italiana mantém seus ringues clandestinos. É aqui que as pessoas vêm procurar um dinheiro extra, alguns vem aqui apenas para lutar, outros vem apenas para assistir. Tem bastante tempo que eu não faço isso, mas as circunstâncias me obrigam.Entramos numa estrada de terra e depois de piscar o farol três vezes, um grande portão se abriu revelando uma estrutura de três andares, algumas luzes fracas iluminavam o caminho e a entrada principal do lugar. Era cheio de árvores enormes que nunca foram podadas propositalmente, a estrutura olhada numa imagem de satélite, parece apenas um lugar com a vegetação crescendo sem rumo. Nenhum pedacinho sequer de concreto aparece.Depois que estacionamos o carro em uma vaga, eu me