PovAva estava com um frio na barriga que se alastrava pelo seu corpo, provocando-lhe arrepios. Eles estavam em um quarto de hotel chique, com uma enorme cama. O espaço era amplo, com uma janela de vidro que ia do teto ao chão. De fato, era um lugar lindo e luxuoso. O que lhe trouxe muitos questionamentos.Ela não conhecia o seu marido, apenas sabia que ele era um mafioso perigoso que quase a matou. Ou tentou fingir isso. Logan não desejava machucar Ava de forma alguma. Ele até pensava no que faria se alguém tentasse tocar nela, mesmo antes de ela ser sua esposa. Com a aliança em seu dedo, ele tinha a certeza de que ela seria só dele a partir daí. O poder que isso representava o deixava maluco. Era um poder que ele jamais pensou que teria.Era curioso. O que tinha essa médica desbocada, sem medo dele, para o fazer ficar tão maluco por ela?— Finalmente a sós — ele disse ao se aproximar dela. Ela ainda encarava a janela. O mundo lá fora estava barulhento, enquanto, naquele quarto, u
AvaEncarei aquela enorme casa, com um embrulho no estômago. Eu já havia estado nela, onde tudo aconteceu, todavia, fiquei presa em um dos enormes quartos, sem saber onde estava e como fugir.Dessa vez, eu estava ali de bom grado, e com o meu marido, que era a pessoa que tinha me sequestrado.Eu achava que tinha alguma coisa errada comigo, com certeza; que não estava com as minhas faculdades mentais em dia. — Deixa eu ver se entendi. — Ainda encarando a estrutura enorme e bela, cerrei os olhos. Tínhamos acabado de sair do carro escuro e chique, que estava sendo escoltado por outro atrás de nós, como se o presidente do país estivesse dando um passeio pela cidade. — Você quer que eu more na casa em que fui mantida refém, junto com a sua família de criminosos?O safado deu um sorriso, fazendo-me desejar dar um soco nele, mesmo eu sabendo que não surtiria efeito. — Minha esposa mora onde eu moro. — O homem encheu a boca para falar isso, como se essa fosse a coisa mais natural da vi
Pov Logan não era o homem mais amoroso do mundo. Aprendeu, desde muito cedo, que não herdaria apenas um prédio alto e bonito, mas sim um legado de sangue e pó que seu pai e avô se dedicaram para ter.Ele era o filho mais velho, o mais sombrio e forte, que tomava o que queria e derrotava seus inimigos. Depois do que houve, ele ainda não tinha buscado represália, pois se preocupava com o seu pai, e ainda tinha o problema com Ava, a médica que estava tirando o seu sono. Contudo, aquele era o momento no qual ele buscava por vingança, e isso estava deixando um rastro de sangue. Em uma rua mal iluminada e pouco movimentada, dois homens estavam mortos no chão e outro estava sentado, todo ensanguentado, implorando pela vida.Logan estava suado, com as mangas da blusa levantadas, o soco inglês no punho e a arma no coldre. Os cabelos escuros sobre a testa, úmidos, forçavam-no a colocá-los para trás. Ele olhou bem para o carinha, que se contorcia de dor aos seus pés, e sorriu. Amava provoca
AvaEu não conseguia ficar calma com aquela situação. Meus pais e Mary entrariam por aquela porta, na casa de mafiosos que fingiam ser pessoas comuns, inofensivas. Eu não confiava neles nem um pouco.A conversa com o pai de Logan me deixou com muitos questionamentos. Eu não confiava em nenhum deles, por isso me sentia assim, tão vulnerável. Eles não tinham palavra. Não eram piedosos. E, assim como Michael disse, sempre havia uma intenção maliciosa por trás de cada movimento deles.Em frente ao espelho, naquela casa enorme, que não era minha, eu sentia a mente pesada. Minha roupa era até bonita. Logan estava me enchendo de presentes e de um novo guarda-roupa. Coisas que eu não queria. Contudo, pelo que parecia, ele não se importava com os meus nãos, sempre fazia o que desejava. Eu não deveria estar surpresa, afinal, ele me propôs casamento em troca da minha vida. Apesar de Michael dizer que o filho nunca havia tido — nem tinha — intenções de me machucar, eu ainda não conseguia acre
PovLogan viu Ava com a cabeça baixa, arrumando a sua camisa branca, depois de insistir muito. A expressão de desânimo dela não o agradou. Ela tinha um rosto lindo, e quando ficava assim, tirava o brilho natural que tinha.Ele, com a ponta do seu dedo, levantou o queixo dela, fazendo-a olhá-lo nos olhos. Ava estava perto demais dele. Mesmo tentando odiar esse babaca, depois de ele ter feito tantas merdas com ela, ela não conseguia, simplesmente.— O que está te deixando triste? — Ele não entendia a situação. Jamais tinha pensado que forçaria uma mulher a se casar com ele. Mas essa mulher tinha um poder inexplicável, pois conseguiu dominar sua mente e mudar seus planos. Além da atração. Ele enlouquecia quando pensava em seu corpo nu na sua cama. — Não estou fazendo exatamente o que deseja?— Isso é o bastante para você?Logan não entendeu onde ela queria chegar.— O bastante?— Logan, você não é o homem perfeito que pensei em apresentar aos meus pais.Isso iria tirá-lo do sério.
AvaParecia que minha vida seria resumida a momentos como aquele: estranhos e que me davam nos nervos. Nunca suei tanto com uma coisa ou a temi; nem mesmo na minha primeira cirurgia ou no dia em que fui sequestrada e quase morta.Meus pais estavam na casa de um homem perigoso, com outros caras, que não tinham medo nem escrúpulos, e isso me deixava tensa. Eu poderia passar por tudo isso sozinha, mas os levar ali foi passar dos meus limites. Meu coração batia descompassado no peito e a minha mente estava cheia de preocupações.Eles não sabiam nada sobre a família de Logan. Não sabiam sobre as peculiaridades e os segredos que escondiam nas sombras daquela casa luxuosa.Senti um nó se formar em minha garganta. Meus pais entraram, seguidos por Mary, minha melhor amiga desde a minha residência no hospital. Meu coração se afundou quando os vi, misturado com um pânico crescente.Corri em direção a eles, tentando esconder minha ansiedade sob um sorriso falso. Abracei minha mãe e meu pai co
AvaTudo ocorreu muito bem naquele jantar.Bem, algumas coisas fizeram os meus pais ficar em dúvida. Eles ainda não tinham aceitado totalmente o que eu fiz, ou o que achavam que eu tinha feito. E sobre Mary, não sei o que ela pensava. Ela ficou calada e saiu dali tão rápido, que não pudemos conversar.Eu confesso que estava um pouco apreensiva com um embate entre nós, porque sabia que ela iria me colocar contra a parede no trabalho.Naquele momento, eu estava no quarto. Um que eu não podia considerar meu, porque não era. Estava frio e tarde. Eu olhava pela janela, para o lado de fora, vendo e sentindo o vento bater nas árvores e em meu rosto, levando os meus cabelos quando passava. Agasalhada por uma manta, olhei para o céu e para as estrelas que brilhavam sobre a minha cabeça.Eu realmente não tinha noção do que fazer. Não tinha ideia de como agir, pois não tinha me casado com um homem que eu amava, tinha me casado com uma pessoa que me forçou a fazer isso. Contudo, eu também não
AvaEu já não aguentava mais aquele desconforto com Mary. Nosso trabalho tinha correlação, nos víamos o tempo todo e eu era a sua melhor amiga. Ou achava que era, pois ela estava tentando me evitar, e eu ainda não sabia o motivo. Se essa fosse só mais uma reação por ela não ter estado no meu casamento ou por eu ter tido o impulso de me casar sem que ninguém soubesse, estava bastante exagerado, afinal, foi algo que eu escolhi. Pelo menos na visão deles, já que a realidade era outra. E eu não poderia confessar isso à minha melhor amiga.Depois de um dia cheio de visitas e consultas, decidi confrontá-la, já que nossa amizade não poderia acabar por causa de algo tão bobo. Além do mais, eu só a estava protegendo ao não lhe contar a verdade. Se bem que era eu que corria perigo, e não estou falando fisicamente. Talvez fisicamente também, porque meu marido era um criminoso, mas, além disso, eu corria o risco de realmente gostar daquele idiota. Ele era bruto e insensível, mas às vezes par