Josué Monteiro
Anoiteceu sem qualquer notícia do paradeiro de Luara Arantes. Ela nem sequer foi pegar o Lucas na escola. Precisei pagar uma babá para ficar com ele. Não sabia ao certo quanto tempo já estava preso dentro do carro, rodando a cidade toda a sua procura. Como tudo acabou daquele jeito? Alexandra tinha razão quando disse que era tudo minha culpa? Eu sabia que tinha sido um idiota, mas não pensei que ela fosse simplesmente sumir.
Minha aflição crescia a cada minuto de silêncio. Retornar para hotel sem ela estava fora de questão. Lucas queria a mãe e eu não tinha respostas de onde ela poderia estar. Esperava que ela estivesse bem, minha preocupação era que algo ruim pudesse ter acontecido. Uma vez meu pai disse que o coração fala, e o meu estava gritando de pavor.
— Esteja bem. — murmurei, atento na estrada d
Luara ArantesO dia anterior tinha sido de muitas emoções, mas pela manhã do dia seguinte tinha um pouco mais. Acordei com o sol batendo no meu rosto. Procurei pelo Lucas e não o encontrei. Quanto tempo estive dormindo? Me perguntei enquanto espreguiçava-me ainda na cama. Eu queria que tudo não tivesse passado de um sonho ruim, entretanto, Josué logo surgiu na minha frente. Trazia consigo uma caneca e usava chinelos e uma bermuda de cor branca. Puxei a coberta e cobri meu rosto. No dia anterior tínhamos tomado aquele banho embaraçoso e tudo aquilo pareceu real, no momento em que vi todos seus músculos expostos diante de mim. Não éramos íntimos e ele deveria usar seus trajes formais e não estar daquele jeito perto de mim.— Bom dia, Luara! Sei que nã
Josué MonteiroApós o incidente no banheiro de dias atrás, muitas coisas aconteceram. Saímos do hotel para o apartamento do meu filho, sim, comprei e coloquei em seu nome. Foi difícil convencer a mãe dele de que era melhor assim, ela era uma orgulhosa. Luara me disponibilizou o quarto que era pra ser de hóspedes. Eu sei que foi a forma dela agradecer tudo que havia feito por ela e pelo filho que também era meu. No dia que fomos comprar toda mobília do apartamento foi uma loucura, não concordávamos com nada. Mas no fim, conseguimos entrar em um acordo. A convivência com os dois até que estava sendo divertida. O garoto acabou descobrindo sozinho que eu era seu pai. Como isso aconteceu? Ele ouviu por detrás da porta uma das minhas conversas com sua mãe. Infelizmente, meu filho não conseguia me chamar de
Luara ArantesConhecer Alexandra ao vivo era tudo que imaginei e um pouco mais. Ela era elegante e muito inteligente, uma mulher poderosa. Tudo que estava vivendo parecia fora da minha realidade, não que fosse algo ruim, pelo contrário, estava maravilhoso. No entanto, tudo na vida tinha um prazo de validade, e eu esperava não ficar aos prantos quando chegasse ao fim, o sonho de ter pessoas que se importavam comigo de verdade. Minha nova amiga não tinha vindo para uma simples visita, como pensei que fosse, até o momento dela esperar Lucas dormir e chamar Josué e eu para uma conversa.Sentei no sofá ao lado de Josué. Nos olhamos e em seguida, voltamos nossa atenção a sua prima que parecia preocupada. Senti medo do que ela falaria, portanto, engoli em seco e respirei fundo. Alexandra estava n
Josué MonteiroEntre a razão e o desejo, o desejo falou mais alto que qualquer possível arrependimento nosso. Eu não quis saber de nada além de aproveitar aquele momento de emoções à flor da pele. O beijo era diferente de tudo que tinha experimentado antes, tínhamos uma química incrível. Nossas línguas pareciam brigar entre si enquanto não conseguia controlar tanto calor no meu corpo febril de tesão. Cada vez puxava seu corpo com mais força contra o meu. Afastei meu rosto a poucos centímetros do seu, recuperando meu fôlego. Sorri colando minha testa na sua.— Luara, você tem a chance de me pôr do seu quarto pra fora. — comentei, acariciando sua bochecha direita. — Você sabe que não me aproveitaria de
Luara ArantesTer rejeitado Josué justo no momento em que estávamos prestes a cometer uma loucura juntos, me fez passar a noite em claro. Por que mudei de ideia bem na hora H? Senti medo e também foi como se ouvisse a voz da minha família me repreendendo, por estar com um homem branco. O único homem que tinha feito amor comigo era Yago e Josué era diferente em todos os sentidos, embora eu soubesse a diferença enorme entre os dois, não tive coragem de seguir em frente. Meu coração não era um bom exemplo. E se eu estivesse caindo em outra enrascada? Ele era o pai legítimo de Lucas, talvez não fosse uma boa me envolver justamente com ele.Me perguntei o quanto tinha frustrado o primo de Alexandra, pois os dois estavam há um bom tempo em seu quarto. Eu não es
Josué MonteiroPra uma viagem repentina e cheia de conflitos, conseguimos chegar sem maiores danos a casa dos meus pais. Lucas não conseguia ficar nenhum segundo no mesmo lugar, não sei por ser um local grande ou porque também estava ansioso. Aguardávamos pelos meus pais na sala de estar. Luara roíaas unhas de nervosismo, enquanto Alexandra tentava acalmá-la. Bom, e eu, não conseguia nem respirar corretamente, foram anos sem contato com eles e revê-los daquela maneira não seria agradável, sabia que não, pois conhecia bem meus pais.Meu pai Augusto foi o primeiro a descer as escadas. O conhecia bem pra saber que aquela expressão séria escondia uma de suas grosserias certas. Suspirei nostálgico.— Voc
Luara ArantesSer adulta tornava tudo mais constrangedor. Do que estou falando? De ter deixado Josué falando sozinho no quarto, claro! Entrei em uma das portas que vi pela frente e ali fiquei durante um tempo, refletindo minhas atitudes. Eu tinha tanto medo que não conseguia me colocar no lugar dele. Se alguém fugisse da forma como eu costumava fazer, nunca mais olharia na cara, no entanto, com ele era diferente, conseguia ver que não eram palavras da boca pra fora.— É apenas o Josué, ele é um cara bacana e gosta de você. — disse pra mim mesma. — Ele não é Yago e muito menos alguém da sua família tóxica. Por que não dá uma chance a ele? Não é mesmo?Com o pensamento firme, sa&ia
Josué MonteiroUma chegada e tanto ao hospital, pensei ao ser notado por todos como se fosse um maluco. Com certeza, era o pijama e os pés descalços que chamou tanto atenção. Alexandra demonstrava estar indiferente e apenas saiu me puxando pelo braço pelo corredor. Próximos a uma porta de um dos leitos ela largou meu braço.— Entra, mas não esquece que ela passou mal! — avisou, empurrando-me porta adentro.Meu pai estava em pé perto da janela e minha mãe ao nos ver virou a cara. Por que tanto desprezo? Era algo que não dava pra entender! Eu era o único filho dela, não queria causar nenhuma confusão.— O que esse ingrato faz aqui? — mam