CeyasFico meio desnorteado pelo tanto de coisa que descubro, porém, aparentemente, enquanto puder manter meus olhos nela, fico bem. Meus impulsos ficam controlados, meu lobo não demonstra nenhum incômodo, também não experimento hostilidade.Eles fazem exatamente o que dizem que vão fazer.Se a minha alfa não anunciou que precisam me arrancar do meu lugar para me chutar, me tolerarão, ou seja lá o que eles fazem. Vigiar ainda parece ser o mais correto, embora não me incomode, o que é bem mais estranho.Geralmente, é normal se sentir estranho por saber que alguém mede cada um dos seus passos, mas não tenho esse tipo de emoção negativa. Gostaria de saber se é tudo devido à presença dela.— Ele é o genitor do Éden — conta Julien. — Chamá-lo de pai seria um pecado e ele tem pais o suficiente — murmura a bruxa, me olhando como se eu não devesse criticá-la pelo que diz.Não tenho a intenção, no entanto, é difícil saber como o lobo reagirá às suas palavras. É difícil dizer o que ele tinha em
RosianEntendo que Neamir tenha decidido falar muitas coisas para Ceyas. Na verdade, nem foi ela quem começou o assunto e, sempre que falamos sobre o que somos, acabamos sendo levados para outras direções, e elas tendem a terminar em Zenit. Ele é o diabo que puxa as cordas de Devian, enquanto Uvtrian, o último escroto a conseguir colocar as suas mãos em Neamir, é o bobo da corte que b**e palmas para os impressionar.Pode até ser que não saiba disso, mas é essa a sua posição.Depois de uma conversa tão demorada, apenas nos reunimos para uma refeição. Após ela terminar, cada um seguiu para fazer aquilo que mais o agrada. Contudo, Neamir permanece pensando demais em algo que não sei.Temo que, se entrar na sua mente agora, veja um emaranhado de informações que ela não quer destrinchar porque não tem certeza se deve apenas aceitar que algumas coisas são impossíveis de mudar.Como o fato de ele ser o seu lumeny, assim como é verdadeiro que somos ligados a um sanguessuga demoníaco que tende
CeyasDesperto de um pesadelo angustiante, sentindo um aperto doloroso no coração, como se algo estivesse tentando me rasgar por dentro. Não tenho certeza do que sonhei, mas sinto o cheiro pungente de sangue sob as minhas narinas.A dor me incomoda tanto, e eu sei exatamente de onde ela vem.A ausência dela, minha lumeny, é um buraco profundo e insuportável que me consome. Como tenho certeza disso, quando até pouco tempo atrás não havia certeza em minha mente, é o que não sei.É como se toda a confusão tivesse sido consumida pela negritude do cômodo.O quarto está mergulhado em uma escuridão silenciosa, com apenas um fraco brilho da lua filtrando pelas cortinas, iluminando os lençóis amassados ao meu redor. Eles estão pesados e sufocantes, e a sensação de estar preso entre eles só intensifica minha ansiedade.Sei que não me sentia confortável em minha própria cama, mas isso é completamente diferente. Dessemelhante da minha casa, aqui há a presença dela. Se me concentro, posso até ouvir
CeyasAcordo lentamente, a luz do sol filtrando-se suavemente através das cortinas, tocando a cama com um brilho quente e acolhedor. Os odores próximos, porém, não desconhecidos, me deixam inebriado.Minha mente ainda está envolta em névoa, e, conforme vou me despertando, percebo um peso reconfortante ao meu lado. Quando olho para baixo, vejo que estou abraçado a Neamir, os braços dela envoltos ao meu redor e meu corpo parcialmente sobre o dela.A sensação é de um conforto inesperado, mas a noção de que me agarrei a ela durante a noite me faz sentir um misto de vergonha e surpresa. Em nenhuma das vezes que dividimos a cama antes nos aproximamos tanto.Sempre imaginei que ela abriria minha cabeça no meio se a tocasse.Neamir ainda está deitada, porém, ao voltar meu rosto para verificar o seu, sou pego pelos seus olhos verdes, brilhando com um toque de diversão, me levando a perceber que ela já estava acordada há algum tempo.A loba estava me enganando, fingindo dormir.Ela sorri gentilm
CeyasQuando conheci Neamir, tive certeza de que ela poderia causar uma confusão no meu dia a dia. Fiquei mais certo disso depois dela tentar me matar, mas agora me questiono sobre o porquê de nosso elo ter ficado tão escondido.Foram minhas próprias emoções que o esconderam?Rosian volta a beijar Falout, como se pedisse para ele não ficar irritado.Também me parece que quer motivos para continuar na cama.Falout e Rosian compartilham um olhar compreensivo, e a sensação de tranquilidade que emana deles é palpável. Sinto um profundo alívio, não apenas pela presença deles, mas pela certeza de que o bebê está bem.Isto é o que ela queria quando fugiu da minha casa, e eu a entendo, talvez até demais.Toda a emoção boa se espalhando pelo cômodo me deixa meio anestesiado.De repente, Neamir começa a contorcer-se na cama, um gemido de dor escapando de seus lábios. Inesperadamente, isso me faz afastar do corpo dela, já que não quero machucá-la.A expressão dela se contorce com uma agonia indes
CeyasEstou sentado no jardim da mansão, cercado por flores que parecem dançar ao sabor da brisa suave. O aroma doce das rosas e jasmim mistura-se com o frescor da grama recém-cortada, criando um refúgio quase perfeito de paz.Me pergunto quem é o responsável por cultivá-las. Será que Tity também é responsável por essa parte da casa? As sombras das árvores oferecem um alívio sutil do sol, enquanto almofadas confortáveis e uma pequena mesa de madeira completam a ambientação serena.Rosian se aproxima em silêncio, tão leve quanto o vento que brinca com seu manto. Em suas mãos delicadas, ele traz uma xícara de chá quente, o vapor subindo em espirais preguiçosas. Ele a estende para mim com um sorriso suave, seus olhos escuros refletindo a luz suave do final da tarde.— Tome isso — pede Rosian, me entregando uma xícara fumegante e, por mais que não tenha certeza do que se trata o conteúdo, sinto-me impelido a aceitar. — Preparei especialmente para você — ele diz, a voz melodiosa, quase um s
Lugi— Você parece péssimo — digo para Lewyn, me surpreendendo dele não ter tentado ficar com Éden próximo a ele, já que não ficou tanto tempo quanto imaginei no quarto, avaliando o estado de sua luparck.— Não devo estar tão ruim — articula, com a voz soando meio estranha, talvez por suas preocupações estarem procurando uma maneira de saírem dele, dado que não encontrou outra forma de extravasá-las.— Sabe quanto tempo passei olhando para você? — pergunto a ele, tentando manter um clima suave em nossa conversa. — Sei quando está estranho — asseguro a ele.Pode até não confiar em minhas habilidades, uma vez que nunca percebi que era um lobo sofrendo pela falta de sua outra metade. No entanto, gastei boa parte do meu tempo tentando entender como poderia me aproximar dele, embora não tenha sido muito eficiente.— Olhou tanto assim para mim? — replica, o que me deixa confuso.Devo ter expressado tal emoção muito bem em minha face, dado que leio algo semelhante na sua. É uma preocupação po
Falout— Você está aqui — murmura Rosian, adentrando no cômodo e tomando meu colo como seu assento. Ele olha brevemente para o sujeito dormindo, que foi colocado para descansar por sua magia.— Onde mais eu poderia estar quando estão aqui? — pergunto, ouvindo seu sorriso com alegria. É como se ele adentrasse pelos meus ouvidos, fazendo parte de uma mágica.É estranho pensar que suas risadas esporádicas costumavam me irritar. Depois de ser mantido em cativeiro, qualquer coisa que se assemelhasse a alegria me incomodava.Sabendo disso, Rosian me provocava. Ele tem olhos muito atentos para o que ocorre ao seu redor. Estando ali, tão perto dele, não há como manter segredos.Ele se culpa por ter criado o feitiço que Devian usa para manipular os traços dos seres sobrenaturais. Esquece-se de que, se não o fizesse, acabaria morto.E não seria o único, já que nos tornaríamos apenas testes falhos, mortos pelas mãos daquele ser que, acima de tudo, quer moldar as pessoas à sua visão de perfeição,