Elena Winslow Quando abri os olhos, a luz ofuscante me envolveu como um abraço caloroso, e o ambiente ao meu redor era um vasto espaço branco, brilhante e etéreo. Era como se eu estivesse dentro de um sonho, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia tão… real.No centro desse esplendor, uma mulher se destacou, ela era simplesmente deslumbrante, com cabelos, olhos e pele tão brancos quanto a neve, e por todo o seu corpo havia estrelas que cintilavam como sardas, refletindo uma beleza que eu nunca havia visto, uma que era literalmente, sobre humana.Fiquei hipnotizada, admirando a mulher, sua presença emanava uma calma que me fascinava, e fazia o meu corpo ficar cada vez mais leve, mas… à medida que ela se aproximava, pude sentir uma aura de proteção e até mesmo, de cuidado de certo modo.— Olá, minha criança. — sua voz soou suave e melodiosa, e por mais que eu me sentisse no paraíso… eu também não podia evitar de ficar confusa.Porque eu não sabia o que estava acontecendo, não sabia… onde eu
Elena Winslow As palavras de Selene ainda flutuavam no ar, e a enormidade da revelação começava a se instalar em mim, porque era tanta informação para processar, que… eu me sentia como se estivesse à beira de um abismo.Quando a deusa afagou minha cabeça de maneira gentil, um conforto inesperado se espalhou pelo meu ser.— Isso foi apenas o começo de tudo. — ela disse, e naquele momento, o peso da minha antiga vida recaiu sobre meus ombros, enquanto eu me perguntava, o que mais tinha acontecido nela, que poderia me machucar ainda mais.Um sentimento de orfandade me envolveu. Eu estava lá, mas ao mesmo tempo, me sentia como Lux novamente afinal, por mais que fosse uma uma identidade que eu havia abandonado, tudo aquilo… ainda parecia se agitar dentro de mim, tentando encontrar seu lugar.— Nada disso foi sua culpa. — Selene insistiu, como se pudesse ler meus pensamentos.— Eu sei… — soltei, com a voz carregada pela dor. — mas… o que mais aconteceu que eu não sei?— Cassius… ele descob
Elena Winslow Acordei sentindo um calor familiar no peito, mas ao mesmo tempo, o frio da solidão ainda me envolvia como uma sombra. As palavras de Selene ecoavam na minha mente, e meu coração se apertava ao lembrar que Zane me amava, me protegia... desde antes de tudo. Desde antes de eu sequer imaginar quem eu realmente era. Senti algo molhado no meu rosto e ao levar a mão até minha bochecha, percebi que eram lágrimas. Eu havia chorado, possivelmente a noite toda, e o peso dessa realização me fez querer voltar a dormir, me esconder de tudo. Mas havia algo em mim, uma força nova que não me deixava ceder à fraqueza. “Eu vou te dar a minha força”. Ouvi a voz doce de Selene novamente, como um sussurro que ecoava dentro de mim. De repente, uma onda elétrica e forte percorreu meu corpo, tão intensa que prendi a respiração por um segundo, antes de soltar o ar em um suspiro pesado.Abrindo os olhos devagar, senti uma estranha sensação, como se algo tivesse mudado em mim, como se eu… tiv
Elena Winslow Eu sabia que não podia mais me esconder, porque desde o momento em que abri os olhos e vi meu reflexo no espelho, percebi que não havia como voltar atrás. Selene não me deu apenas a sua força; ela me deu um propósito, e agora? Era hora de agir. A primeira coisa que fiz foi exigir uma reunião com todos os membros da matilha, afinal, eu precisava de todos reunidos, especialmente aqueles que não haviam ido com Zane para o evento do eclipse de sangue. Eles precisavam ouvir de mim, sentir a minha presença e entender que as coisas haviam mudado. Quando cheguei ao salão principal, senti os olhares curiosos e desconfiados me seguindo. Ninguém ousava dizer nada, mas podia sentir a tensão no ar. O som de passos se misturava ao murmúrio baixo das conversas, enquanto os membros da matilha se acomodavam em torno de mim, e assim que a última pessoa entrou, fechei os olhos e inspirei profundamente. Era hora. — Obrigado por terem vindo. — comecei, minha voz soando firme, apes
Elena Winslow Após a reunião e todos terem me apoiado, fui para a casa dos meus pais, senti uma vontade imensa de dormir no meu antigo quarto, no local onde nasci, com a família que sempre cuidou de mim, com muito amor. Após tomar um caldo reforçado da minha mãe, fui para meu quarto, onde tudo estava bem arrumado, sentia cheiro de lenços lavados e o edredom também. Ao me sentar na cama macia, olhei ao redor do quarto. Tudo estava como antes, minha mãe não havia mudado nada. Nesse momento, um curto sorriso surgiu, e olhei para minha mãe, que ficava em frente a porta. — Tudo bem, meu amor? — ela perguntava, de um jeito doce. Eu apenas assenti, para a confortar.— Sim, estava apenas me lembrando dos bons momentos que tive aqui, com vocês. — soltei as palavras, sentindo meu coração leve, naquele momento. Mas saberia que nós próximos dias, poderiam ser difíceis, mas naquele momento, a nostalgia era intensa dentro de mim. Minha mãe se sentava do meu lado, e seus dedos alisavam o meu
Davian - Sombra de Zane. Eu queria ter voltado para ajudar Zane, mas ele havia mandando eu tirar Elena dali, eu tinha que a proteger, e depois voltar para acabar com todos. Após procurar outro cavalo, sai às pressas dali, tentando encontrar Elena pelo caminho, mas não via rastros seus, pelo caminho. Enquanto as horas se passavam, e o cavalo cavalgava mais rápido entre a floresta, eu ficava a todo tempo, preocupado com Elena, se ela estaria bem. Pois ela não queria ter saído assim, ela ficaria com Zane até o final. Horas depois, quando estava chegando na matilha, um borrão de paisagens desoladas e pensamentos ainda mais sombrios, porque eu ainda podia sentir o gosto amargo da última visão que tive de Zane. O meu alfa cercado, lutando com todas as forças, enquanto eu e Elena escapamos. E eu sabia que essa era uma cena que eu nunca conseguiria apagar da mente, não importa quanto tempo passasse, e a cada passo meu parecia ecoar uma pergunta: "Ele está vivo? Ele conseguiu escapar?" Q
Zane Quimby Dor... muita dor. Era só isso que eu conseguia sentir, a dor era uma coisa viva, pulsando em cada músculo, em cada osso quebrado, em cada ferida aberta, e as correntes de prata queimavam a minha pele, como se cada elo estivesse tentando arrancar a minha própria essência. Eu estava pendurado ali, incapaz de me mover, incapaz de lutar, enquanto os homens de Cassius continuavam a me espancar, golpe após golpe.Eu sentia o sangue escorrer em meu rosto, e em outras partes do meu corpo, mas eu permaneci aguentando, em cada golpe. Eu sabia que o que estava acontecendo comigo era muito pior do que a morte. Morrer, pelo menos, seria um alívio, uma fuga dessa tortura interminável, mas Cassius? Não queria me matar. Não ainda. Ele queria me quebrar, me humilhar, fazer com que eu perdesse qualquer esperança de escapar, qualquer resquício de força que eu ainda tinha. Cada vez que um soco ou chute me atingia, sentia meu corpo tremer de dor, mas também de ódio. O rosto de Cassius
Elena Winslow Depois que arrumei as minhas coisas, como alimentos e pares de roupas, Davian já tinha arrumado os cavalos para nossa viagem.Ele pegou a minha mochila, a colocando em suas costas, eu agradeci, com um balançar de cabeça. Me despedi dos meus pais e em seguida, subi no cavalo. Em seguida, fomos em direção às montanhas, com Davian atrás de mim.*****A jornada até as montanhas na fronteira de Fenixis foi exaustiva, e conforme a paisagem ao meu redor se tornava cada vez mais desolada e isolada, minhas emoções se misturavam.O frio da altitude era cortante, mas a sensação de estar me aproximando de algo que poderia mudar tudo me mantinha aquecida, e meu coração batia num ritmo frenético enquanto meus pensamentos estavam voltados para Zane, para a matilha... e para o que estava por vir.Cada galopada do cavalo, aproximava-se dos lobos sagrados, e a expectativa do que poderia acontecer era quase esmagadora. Porque eu sabia que estava apostando tudo nessa viagem, mas não havi