Melanie Pov
“Tivemos algum sobrevivente?” Tina, minha mãe, questiona preocupada.
Nego com a cabeça. Papai foi categórico quando disse para matarmos todos. Não posso culpá-lo, tivemos baixa também do nosso lado.
Perdemos mais de quinze lobisomens, a maioria jovens que ainda estavam no primeiro ano de transformação. O primeiro ano com o nosso lobo é algo delicado, ainda não temos controle e sincronização com a nossa metade sobrenatural.
“Eu quero é saber como é que eles entraram aqui,” papai indaga, nervoso, andando de um lado para o outro.
Noto o olhar pesado de Henry quando ouve essa declaraçã
Melanie pov“Melanie!” Meu pai grita por mim e logo sinto seus braços me segurando para longe da Bea.Minha irmã leva a mão ao rosto, tocando o local onde a atingi, os dedos trêmulos deslizando sobre a pele avermelhada, como se não acreditasse que eu tivesse realmente a machucado. Seus olhos, sempre tão habilidosos em demonstrar a emoção exata que deseja transmitir, agora brilham com um misto de choque e um sofrimento teatral, um convite para que nossos pais corram em sua defesa. E, previsivelmente, minha mãe responde ao chamado.Tina se apressa até Bea, envolvendo-a em um abraço protetor.“Não criei vocês duas para que brigassem assim,” Tina diz
Melanie Pov“Você tem passado muitas noites na Ilha dos Prazeres,” comento em direção à Amelie, minha voz saindo mais como uma observação do que como uma acusação, mas ainda assim carregada de preocupação.Ela se engasga com o suco que estava tomando, levando a mão à boca enquanto tosse algumas vezes, os olhos arregalados como se eu a tivesse pegado fazendo algo proibido. Seu nervosismo é tão evidente que quase posso sentir a onda de pânico que atravessa seu corpo antes mesmo de ela se apressar em negar qualquer coisa.“Eu não tenho feito nada! Juro!” Amelie responde rápido, a voz ligeiramente aguda, como se estivesse desesperada para afastar qualquer suspei
Melanie Pov“É muito bom voltar para casa, não é?” digo feliz, sentindo um calor confortável preencher meu peito enquanto meus olhos percorrem o território da Killmoon.Mas Amelie não responde de imediato. O silêncio dela pesa no ar entre nós, espesso, carregado de emoções que não chegam a ser ditas. O bastante para me fazer desviar o olhar do horizonte e me virar em sua direção, estudando seu rosto com atenção.Minha melhor amiga está cabisbaixa. Sei exatamente o motivo. Acabamos com a Ilha dos Prazeres. Destroçamos aquele antro de depravação, libertamos os cativos e colocamos alguns dos envolvidos atrás das grades. Foi uma vitória. E, ainda assim, uma p
Melanie PovJá faz uma semana que Bea foi liberta do seu confinamento no alojamento e ela continua agindo como se fosse a vítima.“Por que a gente simplesmente não mata ela e desova o corpo no mar?” Faith questiona com um rosnado. “Depois matamos Karl e teremos nossa vingança!”Mantenho meu olhar concentrado em Bea do outro lado da mesa, almoçando conosco.“Porque eu não quero a morte da Bea e de Karl,” respondo com frieza. “Eu quero as lágrimas deles, quero o sangue e o suor. Quero o maior sofrimento que eles possam ter na vida e a morte não é uma delas. Morrer é fácil, rápido e simples, você sabe disso… já morremos ante
Melanie PovNarumi nega com a cabeça, os lábios se apertando em uma linha fina, enquanto enfia as mãos nos bolsos do casaco, como se tentasse conter a inquietação crescente dentro de si.“Nossa alcateia está um caos agora, Bea.” Narumi finalmente informa, sua voz saindo cansada, carregada de frustração. “Desde que foi revelado o que acontecia naquela ilha, muitos membros importantes da minha alcateia foram presos. O beta Oliver sumiu antes de ser preso, sua irmã…”“Aquela vadia não é minha irmã,” Bea a interrompe bruscamente, sua voz repleta de impaciência e desprezo. “Oliver e os membros do conselho foram idiotas em deixar registros sobre a Ilha dos Prazeres, seu pai devia
Melanie PovAndo de um lado para outro pelo corredor gelado do hospital, esperando notícias sobre a situação de Narumi.“Você vai fazer um buraco no chão dessa maneira, Mel.” Amelie diz atrás de mim.Giro meu corpo para encará-la. Minha melhor amiga está com dois copos descartáveis na mão e, pelo aroma, percebo que é café. Ela me entrega um dos copos e eu tomo um pouco.“Ela precisa ficar bem, Amelie,” declaro ansiosa. “Preciso que ela fique viva!”Narumi podia me detestar por ter ficado em Greenshadow tomando conta do lugar, mas ela ainda era uma menina de dezoito anos, começando agora a
Melanie PovEncosto no capô do carro, esperando Narumi ganhar sua alta do hospital. O dia está ensolarado e minha mente se ilumina com a virada dos eventos.“Bea será expulsa da matilha e presa!” Faith comemora em minha mente, consigo sentir sua empolgação por todo o meu corpo.“Não vamos comemorar antes do tempo. Ainda precisamos das provas contra ela e a polícia está demorando com as evidências,” respondo com cautela.Por mais que eu queira cantar vitória, o destino tem maneiras de nos surpreender. E Bea é uma mulher sagaz, tenho certeza de que ela tentará de algum jeito se livrar das acusações. Melanie povEncaro a tela do meu celular antes de tomar coragem para ligar para o Ryan.Meu coração perde algumas batidas enquanto espero ser atendida por ele.“Mel…” Ryan diz meu nome com um tom vibrante que faz minha pele arrepiar. “Acreditaria em mim se eu te falasse que estava justamente pensando em você?”Um sorriso involuntário surge em meu rosto.“Espero que tenham sido pensamentos bons, pelo menos,” respondo.“Sempre, minha querida,” Ryan declara e eu consigo imaginar ele sorrindo ao dizer isso. “Está tudo bem? Fiquei sabendo sobre sua irmã…”Capítulo 50: Emboscada na noite