Florence suspeitava que o filho de Daphne talvez não fosse de Lucian. Por isso, ela começou a fazer perguntas para Lyra sobre os homens que poderiam estar envolvidos com Daphne. No entanto, até aquele momento, não havia conseguido nenhuma pista concreta. Ainda assim, ao observar o comportamento nervoso de Daphne, Florence sentia que sua teoria estava cada vez mais próxima da verdade. Nos quatro dias seguintes, Daphne, mesmo maquiada com perfeição, desaparecia repentinamente por alguns momentos. Florence sempre a encontrava escondida no depósito, gemendo baixinho de dor. Parecia que, conforme o médico havia mencionado, o aborto com medicamentos não tinha funcionado. Forçando-se a aguentar mais dois dias, Daphne finalmente ficou tão pálida que nem o blush conseguia disfarçar. Foi só então que ela inventou uma desculpa para sair e finalmente ir ao hospital. Florence, com o pretexto de entregar algo, aproveitou para segui-la discretamente. Daphne foi até o consultório do médico q
Kaué estava se preparando para os atendimentos da tarde, mas sua expressão era visivelmente tensa. Nesse momento, outro médico passou pelo corredor e lançou-lhe um olhar curioso. — Dr. Kaué, por que você não foi almoçar? Também não te vi descansando no consultório. Onde você estava? Kaué se assustou visivelmente, deixando cair o que segurava nas mãos. Ele sorriu de forma constrangida e respondeu: — Estava me preparando para uma cirurgia. — Cirurgia? E precisava se preparar tão cedo assim para um procedimento pequeno? Nos dias de hoje, um aborto nem era considerado uma cirurgia de verdade. — A paciente estava com medo, então conversei um pouco com ela para tranquilizá-la. — Disse Kaué, mantendo o sorriso, embora gotas de suor começassem a escorrer por sua testa. O outro médico não desconfiou de nada, apenas assentiu e seguiu seu caminho. Florence, observando de longe, afastou-se da multidão e saiu apressada, seguindo na direção em que Daphne havia ido. Daphne, claramen
Florence ficou chocada com a atitude do homem, mas o que veio em seguida a deixou ainda mais atônita. — O filho foi embora, e daí? Nada nesse mundo é mais importante para mim do que você. — Disse o homem, enquanto segurava o rosto de Daphne com as mãos. Ele passou os dedos pelos cantos dos olhos dela, limpando qualquer resquício de lágrimas, e, sem aviso, a beijou. Daphne ficou paralisada por um momento, mas logo empurrou o homem para longe. — Você está louco? Isso aqui é um hospital! E se alguém nos vir? — Você não gosta? — A voz do homem mudou para um tom debochado e provocador. Ele não soltou o rosto de Daphne, ignorando completamente o tom irritado dela. Com um gesto autoritário, ele voltou a beijá-la, sem dar espaço para recusa. No início, Daphne tentou se desvencilhar, mas, após alguns segundos, ela cedeu. Suas mãos subiram e envolveram o homem, e os dois começaram a se beijar com uma intensidade crescente, ao ponto de os ruídos dos beijos ecoarem no ar. Florence fi
Por causa da pressa e do nervosismo, Florence pisou em falso no gramado macio e acabou torcendo o tornozelo. O celular escorregou de sua mão, deslizou pelo declive e caiu direto no lago artificial. Ela nem se preocupou em tentar recuperar o celular. Com o coração disparado, Florence rapidamente se escondeu novamente entre os arbustos. Do outro lado, o homem demorou alguns segundos para chegar até os arbustos, já que estava protegendo Daphne, mas logo apareceu. De repente, um pequeno gato pulou do mato, parou para lamber as patas e soltou um miado leve. O homem deu de ombros, segurou Daphne pela cintura e tentou retomar o que estavam fazendo. — É só um gato. — Disse ele, despreocupado. Quando ele se aproximou de Daphne, no entanto, foi empurrado por ela com um gesto de irritação. — Para com isso. Eu já disse que não estou me sentindo bem. O homem, ao ouvir isso, imediatamente tirou sua jaqueta de couro e a colocou sobre o casaco de Daphne, cobrindo-a com cuidado. Daphn
Florence não pôde permanecer ali por muito tempo. Após garantir que ninguém estava por perto, ela saiu rapidamente do esconderijo. Tentou correr, mas uma pontada aguda de dor no tornozelo a fez parar. Ela mordeu os lábios, suportando a dor, e foi mancando até a beira do lago artificial. Ao avistar o celular, Florence se deitou no chão, inclinando o corpo quase completamente para alcançar o aparelho. Com muito esforço, conseguiu pegar o celular, mas, devido ao tempo que ele passou submerso, ele já não ligava mais. Florence se levantou, segurando o celular na mão, e tentou encontrar um equilíbrio. Ela precisava urgentemente de um lugar para consertá-lo. No entanto, ao dar o primeiro passo, sentiu uma dor tão intensa no tornozelo que se viu obrigada a se agachar novamente. Ao levantar a barra da calça, Florence percebeu o estado do tornozelo. Depois de torcê-lo antes, ela ainda usou uma postura desconfortável enquanto estava escondida no mato, o que piorou a situação. Agora ele es
O motorista deu uma olhada no celular e disse:— Posso cortar caminho por uma rua menor, mas mesmo pulando alguns sinais, não consigo garantir que a gente chegue em meia hora.— Vamos tentar. — Florence sabia que não tinha uma opção melhor.O motorista foi eficiente e, em meia hora, deixou Florence na esquina próxima ao ateliê.Assim que desceu, Florence olhou para o tornozelo inchado e avermelhado e franziu a testa. Ela não podia arriscar Daphne tirar conclusões ao ver aquele machucado, então precisava de uma desculpa convincente para o ferimento.Enquanto pensava nisso, Florence avistou um canteiro de cimento ali perto. Sem hesitar, ela arrastou o tornozelo machucado pela borda áspera do canteiro. A dor aguda fez com que ela se sentasse no chão, suando frio.Ela cerrou os punhos, respirou fundo para conter o sofrimento e discou o número de Rosana no celular.Agora, ela precisava de uma testemunha.Florence tinha certeza de que Rosana era quem repassava tudo para Daphne, então ninguém
Dentro do carro, Daphne já tinha notado Florence do lado de fora e, de propósito, aproveitou a ocasião para se inclinar e tentar beijar Lucian, bem na frente de Florence.Ela queria que Florence entendesse de uma vez: dormir com Lucian não queria dizer nada, porque, no fim das contas, era ela, Daphne, quem Lucian escolhia.Mas, antes que o beijo de Daphne chegasse ao rosto de Lucian, ele ergueu o braço e bloqueou o avanço dela, afastando-a com um gesto sutil.Daphne ficou alguns segundos paralisada, depois deixou escapar um olhar magoado:— Lucian, o que foi?Lucian puxou um lenço de papel, limpou o local da manga onde ela encostou e falou com um tom despreocupado:— Essa cor de batom não combina com você.Na mesma hora, Daphne empalideceu, levou a mão aos lábios e apertou forte o tecido do vestido, tentando disfarçar o incômodo.Lucian lançou um olhar de lado:— Tá nervosa por quê?Daphne se forçou a relaxar, mesmo estando visivelmente abalada:— Não é nada, acho que exagerei no café
O motorista parou o carro imediatamente no acostamento, mantendo o olhar fixo na estrada, sem desviar nem por um segundo.Lucian soltou uma fumaça fina entre os lábios e disse, com indiferença:— Eu já te avisei para não passar dos limites. O que você queria, já conseguiu. Pode descer. O seu motorista também veio atrás o tempo todo.As palavras de Lucian pegaram Daphne completamente desprevenida. Ela tinha contado para ele que o motorista dela tinha tido um problema, só para convencê-lo a buscá-la pessoalmente.Ser desmascarada assim foi como levar dois tapas secos na cara. O rosto dela queimava de vergonha, mas, só de pensar em sair do carro daquele jeito, ela não conseguia aceitar aquilo.Ela se recusava a acreditar que Lucian não sentia nada por ela. Mesmo que não fosse amor, pelo menos desejo, não? O que é que Florence tinha que ela não tinha?Com o coração acelerado, Daphne se jogou sobre Lucian, abraçando-o com força, quase chorando, e se aninhou no colo dele, sem se importar com