EdwardOlhei com grande admiração para a bela mulher a minha frente, minha esposa Beatrice e sorri junto com ela, ao lembrarmos de um episódio de nossa infância.— Ah, Edward! — ela reclamou, sorridente — Você sempre conseguia convencer a todos da sua inocência, mesmo quando tinha sido você o responsável pelas nossas peraltices.Beatrice soltou uma sonora gargalhada, olhou em torno do pub, já bastante vazio àquela hora e me encarou com o cenho franzido.— Acho que já passou da hora de irmos embora, Edward. — ela apontou, tentando uma expressão de seriedade que não combinava com o bonito sorriso em seu rosto.Olho em torno, constatando que além de nós dois, havia apenas mais uma mesa ocupada por um outro casal e concluí queela tinha razão.O fato é que a conversa estava bastante agradável e eu não percebi o tempo passar. Agora já deveria ser tarde e confirmo no relógio em meu pulso que já são quase meia noite.— Tem razão, querida. — digo, ainda olhando ao redor do pub, mas não tenho n
BeatriceCheguei ao jornal na manhã seguinte ao meu jantar com o Edward me sentindo terrivelmente culpada, pois não haveria matéria alguma para publicar, afinal, eu me deixei levar pelo charme do meu ex-marido e esqueci totalmente do real motivo para estarmos juntos.Agora, quando o senhor Smith me chamasse até a sua sala, algo que eu tenho absoluta certeza de que ele fará mais cedo ou mais tarde, como eu vou explicar que não há nada? Nem mesmo uma única resposta para todas as perguntas que a mídia está levantando nos últimos dias.Dizer que eu me sentia péssima não definia o estado em que eu estava naquele momento, ao entrar na minha sala no jornal e jogar a minha bolsa sobre a cadeira em frente à minha mesa.Liguei o computador, a todo momento aguardando uma ligação da Lucy, a secretária do senhor Smith, para avisar que ele está me chamando em sua sala, o nervosismo tomando conta de todo o meu ser.Os segundos foram passando, se tornando minutos e depois horas, enquanto eu tentava t
EdwardO almoço com Beatrice não transcorreu exatamente conforme minhas expectativas. Lamentei a maneira como ela se afastava cada dia mais de mim, sem que eu conseguisse conquistar seu coração.O jantar da noite anterior não foi um completo fracasso, mas também não ocorreu como eu esperava. Depois de sair da casa dela extremamente irritado com a recusa da minha esposa em conversar, consegui acalmar minha mente e reconsiderar minha posição inflexível.Refleti calmamente sobre como poderia me aproximar novamente de Beatrice, preferencialmente sem dar a ela a chance de se afastar, como costumava fazer. Lembrei que a entrevista ainda não havia ocorrido. Por esse motivo, naquela manhã, fui até o jornal para falar pessoalmente com Joel Smi
BeatriceSuspirei resignada, algo que fazia com bastante frequência nos últimos dias, e continuei a digitar a matéria para o jornal, com a entrevista exclusiva com o meu ex-marido.Aquilo parecia uma piada de mau-gosto, mas é a minha realidade e eu precisava fingir que estava tudo bem e seguir com a minha vida, mesmo que sentisse que nada estava realmente como eu gostaria.Eu estava tentando viver sem o Edward, superar o grande amor que sempre senti por ele, mas isso se tornava muito difícil quando o universo parecia conspirar contra mim, e até o meu chefe me dava uma tarefa como a que eu tinha realizado naquele dia.De maneira otimista, acredito que aquela tenha sido a última vez que eu precisei estar com o Edward. Eu tinha deixado claro que era tarde demais para tentar novamente, quando não há mais volta.Naquele instante, senti uma leve tontura se apossar de mim e me mantive quietinha no mesmo lugar, aguardando que o mal-estar fosse embora.Que coisa estranha! Eu me alimento bem e
BeatriceEdward não sabia sobre a minha muudança, então, eu precisei então ligar para ele e informar sobre o fato. No horário acordado, Edward apareceu na minha casa e juntos partimos em direção a Kent. Contrariando suas promessas anteriores, ele evitou responder às minhas perguntas, mudando de assunto e até mesmo fazendo algumas brincadeiras para me distrair.Eu já esperava essa atitude dele, afinal, o conhecia bem o suficiente para saber que não era dado a confissões e conversas sobre si mesmo. Portanto, decidi simplesmente aproveitar o passeio, apreciando a paisagem e respondendo a ocasionais comentários sobre nossa infância e adolescência juntos.Eu tinha imaginado que nossa chegada causaria algum tipo de agitação entre as pessoas presentes, mas estava completamente enganada. Todos agiram como se nem tivessem conhecimento da nossa separação. Embora não apreciasse ser alvo de comentários, também não gostei que todos agissem como se Edward e eu ainda estivéssemos juntos, o que não c
EdwardEu não tinha conhecimento sobre a mudança de Beatrice, e quando vim buscá-la em sua nova casa, ela já estava à minha espera do lado de fora, sem sequer me convidar para entrar. Um desconforto pairou no ar, como se houvesse uma barreira invisível entre nós.No caminho de volta de Kent, antes que eu pudesse abrir a porta do carro para minha esposa, ela já estava descendo apressadamente. Notei sua pressa e comentei:— Parece apressada.Segui-a em direção à porta da sua casa, tentando entender o que estava acontecendo. Beatrice me encarou com uma expressão de desagrado que me incomodou profundamente. Enquanto tirava as chaves da bolsa, ela disse com certa frieza:— Não há motivo para prolongar nossa conversa, Edward.O tom cortante de suas palavras me pegou de surpresa. Aquilo não parecia a mulher que eu conhecia.Quando a porta se abriu, ela entrou sem esperar por mim. — Estou cansada, Edward. Acredito que você também estar. Deveria se apressar também.Não me importo de responder
Beatrice Na manhã seguinte à nossa visita a Kent, eu já estava pronta para sair em direção ao jornal, como de costume. Mas, de repente, a campainha tocou, fazendo-me dar um salto. Quem poderia estar à minha porta tão cedo? Abri a porta, e lá estava ele, Edward, com um sorriso cativante nos lábios. — Edward, o que faz aqui tão cedo? — perguntei, minha voz um misto de surpresa e confusão. Ele me encarou de um jeito que eu costumava conhecer tão bem e que durante o nosso casamento nunca senti o mesmo olhar, e explicou: — Pensei em te levar para o trabalho hoje, Beatrice. Edward queria me levar para o trabalho? Era algo que nunca esperei dele, considerando como as coisas costumavam ser entre nós. Uma onda de emoção e confusão se espalhou por mim. A atenção que ele estava me dando era inesperada, e eu não sabia como reagir. — Pensei que estivesse chateado comigo. — eu fujo da resposta — Pelo menos foi o que deu a entender, ao sair da minha casa ontem à noite. No mesmo instante que
BeatriceMinha vida estava tomando rumos inesperados, e o trabalho não era exceção. O senhor Joel Smith, que havia me proposto a entrevista com Edward, não havia cumprido sua parte no acordo. Eu ainda estava presa à minha posição de repórter na coluna de fofocas do jornal. A decepção em relação a essa situação estava começando a me afetar.Fui surpreendida novamente quando meu chefe me chamou à sua sala. Ele me incumbiu de uma tarefa que inicialmente rejeitei com determinação. — Acredito que você entenda que trabalha para o meu jornal e, por esse motivo, precisa atender às solicitações que fazem parte de suas responsabilidades, Beatrice — o senhor Smith disse, usando sua autoridade para me pressionar.Sua postura autoritária não me agradou, mas eu sabia que, como funcionária do jornal, era meu dever atender às demandas que me eram feitas. Depois de um momento de reflexão, acabei recuando em minhas palavras.— Entendo, senhor Smith. Peço desculpas pela minha reação inicial. Pode conta