Vera deixa Jeniffer sob os cuidados de seus profissionais, só retornando algumas horas depois.
- Jen, querida, esse é o meu amigo Luigi, ele é consultor de estilo das maiores socialites e celebridades do continente.
- Foi com ele que você dançou a valsa no dia do meu casamento – reconheceu Jeniffer ao ver novamente aquele rosto.
- Estou até emocionado, de uma senhora do seu calibre ter se recordado de um humilde servo como eu – responde Luigi colocando uma mão contra o próprio peito de forma exagerada.
- Não sei nem o que responder, com tantos elogios.
- Pois se acostume, porque quando você sair dessa sala, será a mulher mais linda e elegante de todo globo – disse Vera.
- Trouxe umas roupas do ateliê. Coisa básica, só pro dia a dia mesmo, e umas duas ou três peças mais chiques, pra se algo de interessante acontecer durante a semana – Luigi comenta colocando as sacolas que segurava em cima de uma mesa, e tirando item por item, de um look mais
Estava com raiva de si mesmo, por se sentir caindo por vontade própria em uma armadilha. Mas sem se dar conta, já estava rendido a pele macia e cheirosa de Jennifer. Parecia uma boneca de porcelana de tão linda e delicada. E era sua. Podia tê-la quando quisesse. Nesse momento se amaldiçoava por não ter a tomado antes. Por mais raiva que sentisse, algo precioso assim não poderia ser desprezado. Misturado a isso, sons que escapavam dos seus lábios de forma involuntária, enquanto viajavam juntos em puro êxtase a caminho do ápice. ficaram alguns instantes com as testas unidas, enquanto tanto suas respirações, quanto as batidas dos seus corações, voltavam a normalidade. Estava feito! Agora podia voltar pra vida que havia escolhido.Quando se afasta, sente o corpo dela estremecer. Evita olhá-la nos olhos, mas percebe quando desce da penteadeira d
Lhe oferecendo o braço, ambos saem juntos até o carro. Lá fora alguns homens mau encarados os aguardavam em seus ternos pretos, dois deles abrem as portas do banco de trás, pra que o casal possa entrar. Depois saíram, com um carro atrás fazendo a cobertura.O motivo do jantar deixava Jeniffer nervosa, e sempre que isso acontecia, ela acariciava a aliança em seu dedo, observando o lado de fora pela janela com uma expressão de preocupação. Leon mexia no celular, mas pode ver pelo espelho retrovisor o movimento da esposa, e instintivamente colocou uma mão sobre a sua, como um claro gesto de apoio, mesmo sem mudar sua postura, ou tirar os olhos do aparelho. Sentir o calor das mãos dele sobre a sua, pegou Jen de surpresa. Ela sorriu pro marido, mesmo sabendo que com o rosto baixo, não poderia lhe ver.O carro estacionou em um belo restaur
Jeniffer sente o golpe.No início, Leon parecia odiá-la. Depois tiveram relações, onde ele a fez crer, que talvez tivesse algum sentimento por ela. Pra no segundo seguinte, afirmar que aquele ato teria sido um erro. Agora a chama pra jantar, tem gestos românticos e de afeto, pra no fim, resumir tudo isso a uma simples ordem do seu pai.Jen sente os olhos enchendo de lágrimas. Mas se obrigou a vida toda, a não demonstrar fraqueza em público.- Preciso ir ao banheiro.- Fique a vontade – assim que tem a permissão dele, sai em disparada ao toalete.Jeniffer entra na primeira cabine desocupada, se tranca e desaba de chorar. Antes ele tivesse pedido o divórcio sem nenhuma palavra se quer.Agora teria de lidar com o fato, de que qualquer ato que ele tivesse com relação a ela, seria por pura obrigação.<
POV JENIFFERJen saiu do quarto seguindo o som alto que vinha da área externa, ela para próximo a Maria, e de frente pra uma janela que dava pra piscina.- Aquela maldita Zara de novo. E seu bando de arruaceiros – Maria falava enquanto tirava a poeira de alguns móveis – Pensei que com o senhor Leon casando, essa farra ia acabar.Zara e algumas outras pessoas pareciam fazer uma festa na casa de Leon. Tanto ela quanto as outras moças, se exibiam em biquínis minúsculos, colocando a música em altíssimo volume, sujaram toda região da piscina de latas de cerveja, e outras coisas.- Talvez eu possa pedir pra ela baixar um pouco o volume, e se comportar melhor.- Faz isso não, dona Jeniffer. Essa mulher é baixa! Não tem um pingo de educação. Nem vale a pena se rebaixar.Jen vai pra outra sala o
POV LEON- Pode dizer...Uma vez a sós em seu escritório, Leon observava Xavier diante de sua mesa com os braços cruzados, e a expressão indecifrável de sempre. - Não sei ao que o senhor se refere – o motorista responde com um leve ar de interrogação.- Diga – Leon insiste mantendo a postura imponente de sempre, sem nunca desviar o olhar.Xavier faz mistério por alguns minutos até proferir aquela famigerada frase – Eu te avisei.- Sei disso! – Leon confirma bufando – Já que se acha tão mais esperto. No meu lugar, o que faria para sair dessa enrascada?- Provavelmente iria tentar subir o mais alto, e o mais rápido possível na hierarquia da organização. Para que me concedam o divórcio sem sacrificar o cargo.- Mas pedir o divórcio logo após entrar, não seria o mesmo que admitir que só me casei, para ocupar a posição?- E o Sr. Acha realmente, que eles não sabem disso?- Mas não seria eu, a dar a eles a certeza.- É a única opção viável no seu caso. Isso considerando que até lá, o Sr. Ai
- Talvez eu não devesse te dar essa notícia por telefone, mas a verdade é que já não há muito o que eles possam fazer. Existe uma cirurgia, mas são muitos riscos e poucas chances de cura, além de tratamentos que no máximo irão melhorar minha qualidade de vida, até a minha hora chegar.Jen quase deixa o telefone cair no chão ao ouvir aquelas palavras. Um soluço doído escapa da garganta. Não conseguia aceitar que mesmo depois de tudo que foi capaz de fazer, não conseguiu salvar Clarice.- Jen. Filha, me ouve ok? Eu estou bem, e em paz. Se você me garantir que está feliz e segura, todo meu sofrimento já vai ter valido a pena.- Isso é tão injusto! É tudo culpa do Victor. Se ele tivesse impedido aquela bruxa de nos perseguir, a senhora ia poder se cuidar mais, e se prevenir do jeito certo contra essa doença.<
No caminho de volta pra mansão, Jeniffer parecia inquieta com a tempestade que ameaçava os atingir.Tinha pânico desse tipo de tempo. Pois quando era criança, o barraco em outro bairro pobre onde morou com a mãe, foi invadido pela água, e as duas por pouco não morrem afogadas.Cada sinal de raio ou trovões, atingia o corpo estremecido de Jen, enquanto flashes daquele fatídico dia inundavam sua mente, fazendo com que suas expressões fossem de dor.Ao saírem do carro já na porta da frente da mansão, outro relâmpago cortou o céu em um feixe de luz forte ultrapassando as nuvens escuras.Jeniffer parecia em choque com tamanha demonstração de soberania da natureza. Leon percebe sua dificuldade em reagir diante de algo que parece ser seu maior medo, e a conduz gentilmente pra dentro.Enquanto Xavier leva o carro de v
Tudo aconteceu tão rápido. Uma hora estávamos nos divertindo comentando sobre uma novela qualquer que não perdíamos um capítulo, e no minuto seguinte aquela chuva lá fora que parecia inofensiva, ganha uma força inesperada e a usa para invadir nosso barraco levando tudo que encontra pelo caminho. A única coisa de que consigo me lembrar com clareza, é da água beirando o meu pescoço, minha mãe diante de mim desesperada, implorando pra que mantivesse o rosto fora d’água, e uma força que vinha de baixo me sugando pra escuridão. Não era como se a morte nunca tivesse estado diante de mim, mas foi até então a primeira vez que acreditei não ser capaz de sobreviver a ela...- Mãe! – Jen acorda assustada.Leon estava ao seu lado parecendo preocupado, e antes que qualquer outra coisa pudesse ser d