Bianca Kendall
Olhar para os seus olhos sofridos me fazem duvidar se há um mês atrás eu cheguei a vê-los tão cruelmente como me olhavam, com desprezo e futilidade. Agora, depois de um mês sem ver sua cara, vejo que olheiras fazem parte da bolsa de seus olhos, que a barba rala tornou-se mais cheia e completa no queixo. O gatilho me domina e lembro de suas cruéis palavras, meu coração se aperta e dissipa quais quer lembranças boas, mesmo que elas voltem a noite para me atormentar
— O que veio fazer aqui? — perguntei com arrogância. Esse era um momento especial pra mim, agora, tornou-se menos por causa de sua presença.
— Eu vim ver o meu filho. — Viktor respondeu em voz baixa, parecia receoso e esperava que eu entendesse a atendesse seu pedido.
Abri o cano da pia e joguei água no rosto, fiz isso várias vezes, depois eu fechei o registro e peguei a toalha de rosto e enxuguei. Quando olhei para o espelho outra vez, vi a silhueta de Viktor atrás de mim, me observando. Virei-me e com indiferença eu pedi:— Sai daqui.— Morena, a gente precisa conversar. — ele falou da maneira mais calma possível, está farta de sua insistência.— Me deixa em paz! Eu não tenho nada do que conversar com você!— Claro que temos, você está carregando um filho meu! — ele cruzou os braços e me olhou aborrecido.Sorri transbordando de deboche, também cruzei os braços e falei:— Esse filho não precisa de um pai como você, aceita isso de uma vez!— Eu não vou abrir mão de uma parte de mim!— Mas você abriu quando te contei, seu idiota! — gritei
Viktor GonzálezSemanas antes... Estou batendo forte no saco de pancadas na tentativa de organizar meus pensamentos embaraçados. Acerto vários golpes com toda força que habita em mim, então, Gustavo o treinador, chama a minha atenção:— Vai com calma, Viktor, desse jeito vai perfurar o saco de pancadas. — Parei de acertar golpes e me aproximei da minha garrafa de água. Tomei um gole generoso do liquido e joguei sobre meu rosto, em seguida peguei minha toalha e enxuguei. - Está tudo bem com você?— Tudo ótimo! Por que a pergunta?— Por nada, só que parece estar com algum problema.— Apena
Acordei com uma imensa dor de cabeça insuportável. Abri os olhos e percebi que estava na minha casa, na minha propriedade. Me levantei e murmurei de dor, meu corpo parecia estar em pedaços, cada parte dele estava dolorido. Em passos lentos eu fui para o banheiro e tomei um banho, depois eu vesti uma calça moletom e coloquei uma camisa, hoje eu não iria para o submundo. Depois de tomar o café da manhã eu fui para o escritório, acessei a rede dos meus negócios e entrei na parte dos anonimato da Itália. Usando poucos dados que eu me recordava da conversa com Nick, consegui encontrar o médico que atendeu Bianca no dia em que ela desmaiou nas ruas de Roma.Acessei seu histórico e encontrei seus meios de comunicação, copiei todos e comecei minha busca de informações. Preparei uma bebida para aprimorar minhas energias e esperei o retorno do médico. Minutos mais tarde fui respondido, logo, uma ch
Viktor González Você não espera ouvir da boca de uma amiga que o amor de sua vida tem um passado horrível ou traumático. Foi duro acreditar no que Kamilla acabou de nos revelar, que Bianca havia sido abusada quando criança, eu percebi que sua infância havia sido nada agradável, isso pelo fato dela nunca ter falado tanto do seu passado, assim como eu. Bianca me mostrou pouco dela, de sua essência, até mesmo da sua personalidade, eu não sei do que ela gosta, de qual seriado ela mais ama ou odeia, acho que nunca havia me importado, até agora por descobri que a amo. Lembrei sobre o seu receio de ficar sozinha nos eventos que íamos, isso voltou em minha mente como um raio. Eu e Nick encaramos Kamilla com olhares questionadores, ela estava com uma expressão de aflição e culpa, sabíamos que
A porta do quarto foi aberta e o casal havia passado como um raio alterado. Kamilla aproximou-se de mim e me abraçou sem se preocupar com a agulha que estava em meu braço. Seu suspiro de alívio foi ouvido por todos, podia ouvir o bater de seu coração, estava forte e bastante acelerado.— Você me deu um susto!— Me desculpe, não queria dar mais trabalho.— Não tem que se desculpar, você passou mal.— Você deu um susto e tanto, Bianca. — Nick comentou, sorrindo sem humor.— Que horas são? — perguntei, sentindo pouco de preocupação pelo trabalho, ele é recente e odiaria perdê-lo.— Isso é o menor de seus problemas! — Viktor argumentou.— Com licença, alguém pediu sua opinião?— Sem imaturidades agora, morena.— O inferno está funcionando direitinho? O tinhoso abandonou o posto. — Kamilla tentou segurar a risada presa em sua garganta, mas falhou inevitavelmente.
Bianca Kendall Viver sobre o mesmo teto com Viktor não seria um papel nada fácil, eu queria ficar na propriedade de Nick e Kamilla com as crianças, porém como Nick havia dito, seria impossível que fosse feito conforme eu queria, Viktor ameaçou pedir demissão da organização, mesmo sabendo que a permissão da saída dele seria a morte, coisa que Nick jamais deixaria. Embora eu odeie Viktor mais que tudo nessa vida, eu não queria que ele chegasse a tanto, sei que poça ser manipulação, mas por alguma razão ridícula movida pelo sentimento que ainda sinto por ele, não quis arriscar. Respirei fundo e concordei sem nenhuma opção que fosse ao meu favor, eu olhei para ele, frio e implacavel, pela primeira vez eu o vi com expressão na qual eu não pude analisar, mas sei que por dentro ele está rad
Os dias na casa de Viktor entraram na rotina facilmente, porem, conforme instruído por Nick, eu não frequentaria o meu trabalho até que o "problema" estivesse resolvido, outra também que eu não poderia sair desacompanhada, deveria ser na presença de no mínimo quatro soldados ou Viktor, que para ele valia de quatro brutamontes. Eu passava a maior parte do tempo no quarto, jardim, cozinha e sala de cinema, não se tinha muito o que fazer, já me sentia cansada com aquela suposta rotina.Kamilla veio me visitar algumas vezes com as crianças, aquilo alegrava um pouco o meu dia, conversávamos e falávamos sobre a nossa próxima saída ao shopping, o que me parecia tão distante.— E sua convivência com Viktor? — ela me perguntou, enquanto Esmeralda estava em seu colo e Erick fazia carinho na minha barriga.— Está suportável, mal me esbarro com ele.— Hum! E isso é..bom?— Se você esta perguntando se isso me incomoda, a resposta é não, eu nã
Bianca Kendall O receio de descer e encontrá-lo na sala cresceu dentro de mim, é a primeira vez depois de muito que lhe dou atenção, melhor, depois que vim morar em sua propriedade. Não sabia se era uma decisão certa, não sei se estou deixando que meus sentimentos falem por mim, decidam por mim. Andei pelo corredor extenso do primeiro andar, estava tão nervosa que não sentia a maciez do tapete aveludado. Eu não me queria sentir assim, nervosa e com as malditas borboletas no estômago, mas era impossível ignorar, aquilo parecia tão ridículo. Uma parte de mim queria que eu aproveitasse esta noite em todos os sentidos, que eu me divertisse e esquecesse porque estou aqui, que eu contemplasse mais de perto a evolução de Viktor depois da humilhação que ele me fez passar, mas ao mesmo tempo, meu corpo reprimia e tentava convencer minha consciência a voltar para o quarto e negasse sair com o pai do meu bebê, porém