Ao chegar na casa do cliente da Fabi, fiquei impressionada, eu não podia imaginar ver uma casa tão luxuosa como aquela, parecia um conto de fadas. Naquela hora eu fiquei imaginando o que aquele cliente deveria fazer para ter uma casa daquele jeito? Era tão imponente que eu me senti deslocada só de passar pela porta de entrada, fui recebida pelos funcionários que me trataram bem e me levaram para o meu quarto, que era tão impressionante quanto a casa em si. Era em tons claros e a cama parecia daquelas que vemos em filmes e a vista da sacada, era de arrancar suspiros de qualquer um.
Eu banho em uma enorme banheira e finalmente comecei a pensar que talvez pudesse me sentir segura naquele lugar, tenho certeza que ninguém me encontraria lá, a minha família possuía algum dinheiro, mas não a ponto de termos uma casa daquela. Após o banho recebi uma mensagem dizendo que o dono daquela mansão queria me conhecer, meu corpo estremeceu, o que eu vestiria para encontrar com o cliente da Fabi? Santo Deus, todas as roupas que eu trouxe eram simples ou casuais, nada que eu vestisse faria com que eu me sentisse confiante para enfrentar aquele homem… Eu vesti uma calça jeans e um suéter e rezei para que aquele homem não prejudicasse a Fabi de alguma maneira, já que ela sempre se vestiu bem melhor do que eu…
Eu mandei uma rápida mensagem para ela, eu queria que ao menos se tudo desse errado ela ficasse ciente das minhas condições naquele momento.
“ Não se preocupa com isso, ele é bem tranquilo e sabe das suas condições”
Eu liguei para ela…
Como assim sabe das minhas condições? - perguntei
-Lena, eu expliquei para ele a sua situação, então ele não espera nada dessa situação… - ela ria
-Fabi, onde você me meteu? - eu falei rindo
-Olha, não se preocupe! Vai dar tudo certo! Falando nisso, não vou conseguir te encontrar aí… Surgiu um contratempo - ela parecia preocupada
-Contratempo? - Quase engasguei - Você me mandou vir para cá e agora não vem? Eu nem conheço esse seu cliente e se ele for um psicopata?
-Não fica brava! E ele não vai fazer nada com você, ele é dono do escritório onde eu trabalho…
-Dono? E se eu fizer alguma merda? Fabi! Você ficou louca de me mandar para cá?
-Não pira! Vai dar certo ok?
-Eu tô mais nervosa agora… O que eu vou falar com ele? Não sei nada sobre Direito… - me senti mal por nunca ter prestado atenção no que minha mãe falava sobre o trabalho, talvez agora não estivesse me sentindo assim…
-Respira fundo… Vai dar certo, assim que se passarem alguns dias vai estar tudo resolvido...
-Sei…
Eu desliguei o telefone e respirei fundo, desci as escadas e segui para o escritório e quando passei pelo escritório me deparei com um homem atrás de uma mesa, ele estava tão entretido com os papéis na sua frente que pareceu não notar a minha presença, ou era o que eu imaginava.
-Você deve ser a amiga da Fabiana, certo? Helena? - Ele continuava olhando para os papéis - Por favor, sente-se
Eu me sentei em uma cadeira a frente da mesa e continuei encarado aquele homem, ele era bem mais novo do que eu imaginava, devia ter por volta de uns 35 anos, não conseguia ver sua aparência muito bem, já que já começava a escurecer e a aquele escritório era escuro e a única luz era a que estava sobre os papéis e a que vinha de uma lareira.
-Vocês estão economizando luz? Porque aqui está tão escuro - falei sem pensar, merda! O que eu pensei em falar uma merda assim? Estou na casa dele como “convidada” e ainda falo isso? Deus, meu rosto começou a esquentar e senti minha garganta secar, olhei para minhas mãos, só queria sair daquele lugar agora…
-Estou a tanto tempo aqui que não me dei conta da hora… - ele ria - Como foi a viagem?
-Foi boa, correu tudo bem… Desculpe… por…- tentei me desculpar pela merda que eu falei, mas me sentia estranha, era como se meu corpo não me obedecesse, me sentia tonta e tinha a sensação de que ia desmaiar
-Você está se sentindo bem? Parece meio pálida - ele fez um movimento de se levantar e quando percebi ele estava ao meu lado, eu me sentia tão envergonhada que mal conseguia olhar para ele… - Você deve estar cansada e com fome… Venha…
Ele me ajudou a levantar, eu podia sentir um cheiro amadeirado do perfume dele e o calor das mãos dele me causavam arrepios, fomos para uma outra sala que tinha uma enorme mesa onde haviam dois pratos, ele me ajudou a sentar de um lado e se sentou na minha frente, eu sentia seus olhos me observando e eu não tinha coragem de olhar para ele, o jantar foi servido, eu me sentia pressionada com aquele olhar, eu estava até deixando a comida cair do talher de tanto nervosismo, eu sabia que se olhasse para ele, eu iria querer sair dali, continuei a tarefa de tentar fazer a comida chegar na minha boca sem fazer com que ela caísse nesse processo.
-Vai me ignorar até quando? - Ele deu uma risada, eu pensei que ele não fosse se importar se jantasse e subisse até o meu quarto.
Tomei coragem e olhei para ele e meu Deus…Ele possuía uma beleza magnética que parecia desafiar as leis da física. Seus olhos era da cor do âmbar escuro, era profundo e misterioso, seu cabelo era uma cascata de fios que caiam com elegância sobre a sua testa, contrastando com sua pele impecável e levemente bronzeada, ele se sentava de maneira imponente e uma postura confiante.
Agora eu entendi, porque a Fabi me disse para ter cuidado, eu me engasguei com a comida e nada do que eu fizesse ajudava com a situação, ele fez um movimento de que ia se levantar e eu sinalizei com a mão de que estava bem, eu estava me sentindo patética naquele momento, eu só queria férias tranquilas… Era pedir demais?
Após aquele surto patético de tosse, eu tentei recuperar um pouco da dignidade que eu tinha e continuei ali na mesa como se fosse a coisa mais normal do mundo.-Você tem certeza que está bem? - Ele sorria e se divertia -Tenho… - Falei com a voz meio presa, tentando evitar com que eu tivesse outra crise de tosse-Soube da sua situação… É complicado… - Ele agora cutucava a comida com o talher, como podia uma pessoa ser tão elegante assim, eu estava hipnotizada por cada movimento daquele homem - O que você vai fazer?-Desculpe.. o que? - Eu parecia estar em outro mundo, porque não conseguia acompanhar a conversa - Fazer o quê?-Seus pais Helena, o que você vai fazer com toda essa situação - Ele me encarava, ele parecia estar curioso-Não sei… - eu agora que cutucava a comida, era algo que de fato eu precisava resolver, como eu voltaria para casa? -Eu estou na mesma situação… -Mesma situação?? - Olhei para ele curiosa Sim, tenho que me casar em menos de um mês - Ele estava com um olhar
Eu comecei a rir, ele me segurava pelo braço com uma expressão séria.Se deve tá de brincadeira né? - Eu me joguei em um pequeno sofá, ele me seguiu e agora estava de frente para mim-Não! Porque eu estaria? Eu preciso de uma nova e você de um motivo para sair dessa situação! Ninguém desconfiaria de nada - ele me olhava com os olhos brilhando-Isso não iria dar certo!!! O que eu ia falar para minha família? Que me apaixonei por um estrangeiro e me casei? - eu fechei meus olhos e encostei a cabeça no sofá, eu sentia tudo girar.-Não sou estrangeiro! Moro na mesma cidade que você, só estou aqui… de férias? - Ele se sentou ao meu lado e pegou minha mão - Pensa só nisso, iríamos resolver a nossa situação e bem depois de algum tempo a gente poderia se divorciar e ninguém saberia de nada!-Você só pode estar maluco? Isso tudo é loucura! - Eu abri meus olhos e olhei para ele chocada - Olha que proposta… Casar com um cara que eu sou apaixonada, mas não me ama ou casar com um desconhecido? Não
A cerimônia foi simples e rápida, com apenas alguns presentes… Eu estava fora de mim, não entendia como tudo aquilo tinha chegado a um casamento com alguém que eu mal conhecia, apesar dos elogios e das felicitações eu só queria terminar tudo o mais rápido possível.Após a cerimônia, fomos para um hotel. Eu estava em pânico e não sabia o que estava por vir, maldita desatenção! Eu estava tão angustiada com a situação que assinei aquele maldito contrato e nem li nada, não peguei uma cópia… Droga! Por isso que minha mãe e a Fabiana sempre brigavam comigo por assinar qualquer coisa e não pegar uma cópia. Eu olhava para o luxuoso quarto de hotel em que estávamos, ele sorria e me observava. Eu olhei de volta furiosa.-Você vai dormir no chão!-Querida! Você acha mesmo que eu vou dormir no chão? - Ele se jogou na cama e abriu os braços - Se quiser dormir no chão fique à vontade, mas eu vou dormir na cama… E de preferência com a minha mulher! - ele me encarava-Vai sonhando que eu vou dormir c
Se algum dia eu já tivesse me impressionado com alguma coisa, esse era um daqueles momentos em que eu tinha certeza que não tinha visto nada. A casa dos Blackwood era quase como um palácio, daqueles mais luxuosos e que ostentava o poder que aquela família tinha, no meio da viagem Dylan me informou que a família dele era dona de diversos empreendimentos e que um dos principais era o ramo de jóias. Ele não entrou em detalhes sobre o quão grande era a empresa, mas pela casa e o estilo de vida dele era muito fácil supor.Fomos recebidos pelos pais de Dylan que me receberam com um abraço acalorado e me dando as boas vindas a família. Amelia Blackwood era uma mulher extremamente elegante e carismática, ela me recebeu com um belo sorriso e me convidou para sentar ao seu lado, me peguei admirando a beleza dela que parecia atemporal, ela possuía traços delicados e uma aparência elegante. Seus cabelos eram loiros e caíam graciosamente sobre os ombros dela, ela se virou e começou a me olhar com
Após minha pequena crise de choro, eu desci para conhecer um pouco a casa, era adorável e muito luxuosa, algo com o qual eu não estava acostumada. Vi que tinha uma grande biblioteca e um lindo jardim, era difícil imaginar o quanto minha vida tinha mudado e que agora eu estava casada.Eu sabia que agora teríamos que lidar com a minha família, eu não sabia bem o que esperar de toda essa situação, ainda mais depois do que eu soube pela Sra. Blackwood, eu não podia imaginar que minha família sentia vergonha de mim, porque não tem outra explicação. Eu sentia tanta falta do Hugo nesse momento, ele saberia o que fazer… Desde que ele desistiu de tudo e foi para o exército, só ficamos eu a Sophia e o Ryan, apesar de tudo ele sempre me protegeu e eu sentia tanta falta dele nesses últimos meses.Eu precisava de alguma forma tentar falar com ele, antes de encarar a minha família, só que como ele estava recluso em uma missão eu tenho certeza de que seria impossível.Meu celular começou a vibrar e
Ao chegar em casa, eu peguei minhas coisas que estavam todas em sacos pretos, eu sentia tanta vergonha por aquilo. Dylan me ajudou e carregou alguns sacos até o quarto, ficamos em silêncio enquanto recolhia minhas coisas, eu estava destruída.No final do corredor tem uma sala que você pode usar como escritório. Já comprei os móveis e irão montar amanhã.-Certo.-Eu preciso trabalhar… Você quer um tempo para se arrumar?-Arrumar para que?-Você vem comigo - ele começou a caminhar em direção a uma porta - Este vai ser o seu closet, acho melhor amanhã você comprar algumas roupas. Essas você pode deixar aí que a Mary irá organizar dentro do armário.Eu nem tentei fazer com que ele mudasse de ideia e me deixasse em casa, porque eu sei que seria impossível. Depois de alguns minutos estávamos na empresa dele e como todo o restante era imensa, maior do que a empresa dos Miller, fomos até o último andar onde ficava o escritório dele, todos me olhavam chocados, comecei a passar a mão na minha
Eu coloquei o vestido e agradeci por ter um sapato que combinava bem com ele. Fiz uma maquiagem e ajeitei meus cabelos. Ao me olhar no espelho quase não me reconheci. O vestido era de alças e tinha uma abertura em formato de uma fenda na perna, ele tinha a cor preta e parecia ser de cetim, os sapatos eram de salto alto e meus cabelos estavam presos apenas com um grampo do lado direito, eles caiam sobre meus ombros e escondiam os meus ombros. Eu agradeci por ter longos cabelos e poder esconder um pouco daquele decote.Coloquei algumas coisas e meu celular dentro da pequena bolsa que veio com o pacote, coloquei um pequeno brinco de bijuteria e fui até o restaurante, percebi que todos me olhavam, eu não estava acostumada com aquilo, mas respirei fundo e segui em frente, em qualquer outra situação teria voltado e trocado de roupa, mas o Dylan foi bem direto quando me disse que eu não deveria envergonhado e apesar da raiva que eu sentia, eu não podia prejudicar nos seus negócios, primeiro
Eu me sentei no chão, comecei a pesquisar sobre a criação de jóias e como pode criar uma com tão poucas informações sobre para quem ela seria.“Simples e elegante”Pesquisei algumas na internet e comecei a fazer pequenos esboços nos papéis, eu tinha alguma habilidade com desenhos já que sempre fui apaixonada por eles, era algo sem futuro segundo a minha família, mas nunca me importei muito e continuei como um hobbie e até mesmo uma maneira de me desestressar.Eu fiquei a até tarde acordada, mesmo com o Dylan gritando e me carregando até a cama, minha cabeça não parava com milhões de idéias, eu me levantei e caminhei para a varanda, a cidade estava linda, eu via ao fundo a cidade brilhando, me sentei no chão e fechei meus olhos.Se me dissessem que eu estaria naquele aqui algum dia, eu chamaria a pessoa de louca, eu sorria, me sentia feliz e não sabia explicar o porque, por mais que eu estivesse presa nesse casamento, eu me sentia mais livre do que nunca… Como isso era possível? Eu con