6- O Encontro

Ao chegar na casa do cliente da Fabi, fiquei impressionada, eu não podia imaginar ver uma casa tão luxuosa como aquela, parecia um conto de fadas. Naquela hora eu fiquei imaginando o que aquele cliente deveria fazer para ter uma casa daquele jeito? Era tão imponente que eu me senti deslocada só de passar pela porta de entrada, fui recebida pelos funcionários que me trataram bem e me levaram para o meu quarto, que era tão impressionante quanto a casa em si. Era em tons claros e a cama parecia daquelas que vemos em filmes e a vista da sacada, era de arrancar suspiros de qualquer um.

Eu banho em uma enorme banheira e finalmente comecei a pensar que talvez pudesse me sentir segura naquele lugar, tenho certeza que ninguém me encontraria lá, a minha família possuía algum dinheiro, mas não a ponto de termos uma casa daquela. Após o banho recebi uma mensagem dizendo que o dono daquela mansão queria me conhecer, meu corpo estremeceu, o que eu vestiria para encontrar com o cliente da Fabi? Santo Deus, todas as roupas que eu trouxe eram simples ou casuais, nada que eu vestisse faria com que eu me sentisse confiante para enfrentar aquele homem… Eu vesti uma calça jeans e um suéter e rezei para que aquele homem não prejudicasse a Fabi de alguma maneira, já que ela sempre se vestiu bem melhor do que eu…

Eu mandei uma rápida mensagem para ela, eu queria que ao menos se tudo desse errado ela ficasse ciente das minhas condições naquele momento.

“ Não se preocupa com isso, ele é bem tranquilo e sabe das suas condições”

Eu liguei para ela…

Como assim sabe das minhas condições? - perguntei

-Lena, eu expliquei para ele a sua situação, então ele não espera nada dessa situação… - ela ria

-Fabi, onde você me meteu? - eu falei rindo

-Olha, não se preocupe! Vai dar tudo certo! Falando nisso, não vou conseguir te encontrar aí… Surgiu um contratempo - ela parecia preocupada

-Contratempo? - Quase engasguei - Você me mandou vir para cá e agora não vem? Eu nem conheço esse seu cliente e se ele for um psicopata? 

-Não fica brava! E ele não vai fazer nada com você, ele é dono do escritório onde eu trabalho…

-Dono? E se eu fizer alguma merda? Fabi! Você ficou louca de me mandar para cá?

-Não pira! Vai dar certo ok?

-Eu tô mais nervosa agora… O que eu vou falar com ele? Não sei nada sobre Direito… - me senti mal por nunca ter prestado atenção no que minha mãe falava sobre o trabalho, talvez agora não estivesse me sentindo assim…

-Respira fundo… Vai dar certo, assim que se passarem alguns dias vai estar tudo resolvido...

-Sei…

Eu desliguei o telefone e respirei fundo, desci as escadas e segui para o escritório e quando passei pelo escritório me deparei com um homem atrás de uma mesa, ele estava tão entretido com os papéis na sua frente que pareceu não notar a minha presença, ou era o que eu imaginava.

-Você deve ser a amiga da Fabiana, certo? Helena? - Ele continuava olhando para os papéis - Por favor, sente-se 

Eu me sentei em uma cadeira a frente da mesa e continuei encarado aquele homem, ele era bem mais novo do que eu imaginava, devia ter por volta de uns 35 anos, não conseguia ver sua aparência muito bem, já que já começava a escurecer e a aquele escritório era escuro e a única luz era a que estava sobre os papéis e a que vinha de uma lareira.

-Vocês estão economizando luz? Porque aqui está tão escuro - falei sem pensar, merda! O que eu pensei em falar uma merda assim? Estou na casa dele como “convidada” e ainda falo isso? Deus, meu rosto começou a esquentar e senti minha garganta secar, olhei para minhas mãos, só queria sair daquele lugar agora…

-Estou a tanto tempo aqui que não me dei conta da hora… - ele ria - Como foi a viagem?

-Foi boa, correu tudo bem… Desculpe… por…- tentei me desculpar pela merda que eu falei, mas me sentia estranha, era como se meu corpo não me obedecesse, me sentia tonta e tinha a sensação de que ia desmaiar

-Você está se sentindo bem? Parece meio pálida - ele fez um movimento de se levantar e quando percebi ele estava ao meu lado, eu me sentia tão envergonhada que mal conseguia olhar para ele… - Você deve estar cansada e com fome… Venha… 

Ele me ajudou a levantar, eu podia sentir um cheiro amadeirado do perfume dele e o calor das mãos dele me causavam arrepios, fomos para uma outra sala que tinha uma enorme mesa onde haviam dois pratos, ele me ajudou a sentar de um lado e se sentou na minha frente, eu sentia seus olhos me observando e eu não tinha coragem de olhar para ele, o jantar foi servido, eu me sentia pressionada com aquele olhar, eu estava até deixando a comida cair do talher de tanto nervosismo, eu sabia que se olhasse para ele, eu iria querer sair dali, continuei a tarefa de tentar fazer a comida chegar na minha boca sem fazer com que ela caísse nesse processo.

-Vai me ignorar até quando? - Ele deu uma risada, eu pensei que ele não fosse se importar se jantasse e subisse até o meu quarto.

Tomei coragem e olhei para ele e meu Deus…Ele possuía uma beleza magnética que parecia desafiar as leis da física. Seus olhos era da cor do âmbar escuro, era profundo e misterioso, seu cabelo era uma cascata de fios que caiam com elegância sobre a sua testa, contrastando com sua pele impecável e levemente bronzeada, ele se sentava de maneira imponente e uma postura confiante.

Agora eu entendi, porque a Fabi me disse para ter cuidado, eu me engasguei com a comida e nada do que eu fizesse ajudava com a situação, ele fez um movimento de que ia se levantar e eu sinalizei com a mão de que estava bem, eu estava me sentindo patética naquele momento, eu só queria férias tranquilas… Era pedir demais?

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