— Apenas para me fazer sorrir?— Apenas pra te fazer sorrir. Embora eu ache que ainda não foi suficiente.— Como assim?Não tenho tempo de me proteger antes do Asher lançar os braços à minha volta e começar a me fazer cócegas. Para tentar fugir, me apoio em uma parede perto de nós, mas ele não dá trégua e me segue, apoiando-se junto comigo.— Pare. — grito aos risos — Pare, Ash.— Só quando eu achar que você já sorriu o suficiente. — ele fala de forma diabólica.Suas mãos em garras são perversas e rápidas, e estão fazendo com que eu chore de tanto rir. Não que seja uma coisa ruim, porque se é pra chorar, que seja por um bom motivo. Quando eu peço, sem aguentar mais para ele parar, ele finalmente detém seu ataque de cócegas. Mas com isso, agora estamos muito próximos um do outro. Tão próximos que eu posso sentir sua respiração perto da minha boca. Nos olhamos tempo suficiente para criar um clima que não deveria estar aqui. Ele então limpa a garganta com um pigarro e se afasta. Eu olho
Saio rapidamente, deixando um Nick inconsolável em casa. Eu passei pelo inferno nos últimos dias por causa da mentira dele. Bom, que ele tenha pelo menos o gostinho disso agora. Não queria que tivesse chegado a tanto, mas como eu posso deixar passar em branco algo como isso? Simplesmente não consigo esquecer o que aconteceu... Prometemos dizer a verdade sempre, desde antes de começarmos a namorar, mas ele ignorou essa parte do nosso trato. Ele pisou na bola uma vez e eu o perdoei. Essa segunda está sendo bem mais difícil.Espero um táxi por alguns minutos ao lado de um poste a dez metros de distância da casa dele. Em nenhum momento ele faz menção de sair. Da última vez ele saiu correndo atrás de mim e assim, poucos minutos depois de eu chegar, ele já estava no meu prédio. Agora ele não faz isso. O meu celular na minha mão está quieto. Nenhuma vibração. Nenhuma ligação desesperada. Nenhuma mensagem me pedindo pra voltar. Nada. Talvez sua ficha ainda não tenha caído em relação ao tempo
Asher solta uma série de palavrões enquanto mantém a cabeça pra cima para evitar que o sangue que jorra manche todo o chão assim como a sua camisa. Nick lhe dá um sorrisinho digno de um Hoffman orgulhoso e entra na cabine aberta do elevador.— Não me leve a mal Ellen, mas o seu namorado tem graves problemas. — Asher fala quando chegamos ao apartamento dele, depois de passar a tarde inteira no hospital.Por sorte não foi necessário fazer cirurgia no nariz dele. O doutor falou que se tivesse sido aplicado um pouco mais de força seria necessário operar. Mas apenas deslocou um pouco, e apesar da dor e de alguns cuidados que o Asher terá que ter, nada mais grave ocorreu.— Ele disse que não foi responsável pelos ferimentos anteriores que você teve.— E você acreditou nele? — ele pergunta indignado.Ponho as gazes e analgésicos comprados na farmácia em cima da mesinha de centro na sala dele. Não acho que o Nick mentiria assim com tanta cara de pau sobre ter agredido o Asher.— Eu deveria pr
— Fico imensamente feliz em saber que você já está pronta pra outra, Ellen. — Terry me diz com um sorriso reconfortante ao me readmitir no meu antigo emprego.Não diria que totalmente pronta pra outra, mas certamente, pronta pra deixar o passado pra trás e focar no futuro.— É claro que será um honra tê-la de volta à minha equipe no clube.— Obrigada, Terry. Eu estava ficando louca por não ter o que fazer.Uma semana depois da partida do Nick para Nova Iorque, eu acordei com uma vontade renovada de conseguir de volta tudo o que eu tinha antes, começando pelo meu emprego. É verdade que tirar umas férias, passar algum tempo sem fazer nada é bom, mas chega uma hora em que a vida tem que voltar à sua velha rotina.— Eu imagino que sim. Por mim, você já poderia começar hoje mesmo, mas acho melhor vir só segunda.— Também acho. Preciso ver bem direitinho como vai ficar a minha rotina daqui pra frente.Afinal de contas, não é só o emprego que voltará à minha vida, eu serei estudante novament
— Vocês se mudaram? — ele pergunta olhando pelo vidro e apontando o polegar para trás, onde a casa ficou distante.— Eu me mudei. — respondo meio séria.Benny analisa a minha resposta por um tempo e após uma aceno de cabeça, me questiona quando não dou maiores explicações.— Eu vou querer saber o motivo?— Quando chegarmos em casa.Depois de contar tudo ao Benny sobre as mais recentes coisas que eu descobri, ele senta-se ao meu lado na cama e me abraça forte. Mais forte do que jamais o fez. Eu não posso resistir à sua demonstração de paternidade e choro em seus braços até ficar aos soluços. Achei que não tinha mais lágrimas depois de todo esse tempo, mas obviamente elas ainda estão aqui. Só precisavam de alguém para fazê-las sair.Ele não sabe, mas deve imaginar pelo quê eu estou passando. Estaria mentindo se dissesse que esse aborto não me afetou mais do que qualquer outra perda que eu já tive. O choque inicial quando eu soube não chega nem perto do que realmente tem se passado no me
Fico pensando bastante na minha conversa com o Oliver ainda por várias horas depois que desligo o celular. E a cada dez minutos, ligo para o Nick e deixo mensagem na sua caixa postal. Tenho plena certeza de que ela já está totalmente lotada, mas eu não me importo. Preciso falar com ele. Mas quando o Benny acorda, pouco depois do meio dia, eu ainda não consegui ouvir a sua voz. Pelo menos não a voz real. Apenas sua voz eletrônica típica, dizendo que está ocupado no momento e para ligar depois. Para me distrair, e também é claro pelo fato de eu não cozinhar muito bem, proponho sairmos para comer fora.Quando chegamos ao Joe's, faço-o pedir o ensopado de lula e polvo que é um dos pratos mais famosos do restaurante. Meio desconfiado, ele segue minha sugestão, mas só por precaução, peço uma porção de camarões à milanesa e arroz branco para mim porque se ele não gostar do ensopado, podemos trocar de prato e eu sei que ele adora camarão. Porém, quando o garçom serve os nossos pedidos, ele de
Atravesso as portas duplas da boate e saio com a cara para cima, tomando um pouco de ar fresco. É incrível como está quente lá dentro. A brisa vinda dos mar, quarteirões à frente, me atinge em cheio. Embora existam prédios e casas entre o mar e a boate, aqui ainda dá pra sentir os efeitos dele e a brisa sempre foi minha favorita. Como a brisa que invadia o quarto do Nick quando dormíamos com as portas de vidro abertas.— Mas podemos não beber, se quiser. Por que não vamos ao cinema? — ele me traz de volta ao agora com uma pergunta — Se tivermos muita sorte podemos conseguir um ingresso para aquele filme que você tanto fala.— Qual? — pergunto confusa. Não me lembro de ter falado em nenhum filme ultimamente.— Cinquenta tons de cinza. Você só falava nele desde que soube que lançaria esse ano. Hoje é a estreia.Ah claro. Cinquenta tons de cinza. Eu fiz planos no ano passado de assistir esse filme com o Nick. Não poderia de jeito algum vê-lo agora com outra pessoa. Principalmente com o A
Tudo bem, não sou hipócrita ao ponto de não admitir que rolou um clima naquela noite, mas não aconteceu nada. Eu logo o afastei. Porém, vendo essas fotos dessa forma, qualquer um entenderia isso errado. Posso ver nos olhos do Nick a pergunta que ele ainda não fez, mas que está se coçando pra fazer. E de repente, um novo calafrio percorre o meu corpo.— Nick, eu posso explicar tudo isso.— Tenho certeza que sim, mas por que eu acreditaria em uma única palavra sua?— Por que tudo o que sempre disse a você é verdade.— Sabe, houve um tempo em que eu olhava dentro desses olhos verdes e acreditava no que você dizia pra mim. Pra falar a verdade, eu realmente achei que existiria uma explicação razoável para essas fotos, mas devido aos novos fatos que eu presenciei...O quê? Que fatos? Meu Deus, o que aconteceu em Nova Iorque que virou a cabeça do Nick desse jeito?— Nick, o que está dizendo? — peço com pavor. Não quero acreditar que ele está duvidando de mim. Ele tem que me deixar explicar.