Luan Minha primeira corrida com Lucas, meu lobo, aconteceu exatamente como havia sonhado durante toda minha infância e adolescência. Corri sob a luz da lua sentindo a liberdade e a força que fluíam pelo meu corpo. O vento acariciava meus pêlos, a floresta parecia um cenário de sonho. Tudo era tão mágico e incrível, eu fiquei tão feliz. Após a corrida voltamos à nossa forma humana na clareira e vestimos nossas roupas que já havíamos deixado previamente lá. Todos se despediram, agradecendo pela festa, ficando apenas Raíssa. Eu esperava que ela também fizesse o mesmo. Pois de onde eu conseguia ver as luzes da casa de Rebecca estavam acesas e eu queria muito falar com ela. Pois a festa inteira não tinha conseguido lhe dar atenção, mas consegui observar ela, enquanto dançava com o filho do Colin. E isso me deixou um pouco enciumado. Mas ali estava Raíssa. Loba atirada, dava em cima de todos os lobos mais ricos da nossa escola. E sim, eu também já tinha ficado com ela há algum temp
Rebecca Luan me pegou totalmente de surpresa com essa pergunta, me deixando um pouco constrangida por estar na frente de várias pessoas, que apesar de não terem escutado o que ele disse em meu ouvido, dava a entender ser algo íntimo. - Eu preciso pensar... - Disse gaguejando. - Por favor, Rebecca, eu preciso que você aceite! Vou até a sua casa hoje a noite para ouvir a sua resposta. - Seus olhos brilhando com esperança. Ele se afastou e fiquei pensando sobre aquilo, porque assim do nada? Luan está me escondendo alguma coisa. Já em casa, depois de jantar e tomar banho, andava de um lado para outro, pesando meus prós e contras em aceitar o pedido de Luan. Minha loba não concordava: - Já temos um parceiro! - Ela disse. - Meu parceiro não se lembra de mim! E você sabe que foi pelo bem dele que o deixei! - Gritei com ela, me lembrando da dor que senti ao vê-lo se distanciar de mim depois que o hipnotizei. Todos os dias eu luto para esquecer essa imagem e seguir com a minha
Marlon Senti uma leve dor passar pela marca no meu pescoço, me fazendo novamente tentar lembrar de qualquer coisa que tivesse acontecido naquele dia. Estava pescando na primeira vez que me dei conta de ter uma marca de acasalamento em meu pescoço. Mas não lembrava de quem ou quando a deixou. Voltando para casa descobri que um dia inteiro havia sido completamente apagado da minha mente. Um dia seria o suficiente para conhecer minha companheira e ter sido rejeitado? E porque não me lembrava de nada? Nada disso fazia o menor sentido para mim. Decidido em encontrar alguma resposta, corri para casa de Maria. Foram dias correndo na mata, e tudo isso só por uma resposta. Chegando na casa de Maria, ela me recebeu muito bem. - Entre meu filho! Você deve estar exausto, vou preparar algo para você. - Obrigado, Maria. Entrei indo para o quarto de hóspedes. Já havia ficado várias vezes na casa dela. Ela quem havia acolhido minha mãe, quando eu era criança. Então a conheço há muitos
Rebecca No dia seguinte ao início do nosso namoro, cheguei na escola feliz e fui sentar junto com Camille. Mas ao contrário do que eu esperava, ela foi sentar-se em outra carteira longe de mim. Fiquei surpresa com a atitude dela que sempre foi passiva. E também fiquei constrangida, pois vários colegas nossos notaram. No intervalo para o almoço tentei falar com ela, mas apenas me lançou um olhar cheio de raiva e me deixou falando sozinha. Então Luan veio na minha direção, pegando em minha mão e puxando para o refeitório. - Apenas deixe ela, está furiosa porque começamos a namorar. - Ele disse. - Daqui a pouco ela vai se acostumar com a ideia. Vamos almoçar. Continuei o caminho para o refeitório com ele, e enquanto servia meu almoço pensava em todo tempo que fui amiga dela. E agora ela não aceitava que eu fosse namorada do seu irmão. Será que ela pensa que não sou boa o suficiente para entrar para família dela? Sentei na mesa batendo com a bandeja mais forte do que deveria, fa
Camille Eu e Luan sempre contamos tudo um para o outro, mas apesar de gêmeos somos opostos em tudo. Eu sigo fielmente as tradições, como meu pai, já Luan tem a mente mais aberta como a minha mãe. No dia da nossa transformação ele chegou em casa tarde, mas quando ouvi o som dos seus passos, fui ao seu quarto para conversar, sobre as coisas que tinham acontecido naquela noite. Eu estava tão feliz e empolgada que não consegui dormir sem antes compartilhar com ele. - Luan, você não vai acreditar! No dia da minha primeira transformação, já encontrei meu parceiro destinado! - Falei super empolgada. Mas minha felicidade diminuiu consideravelmente ao ver o estado de Luan, ele estava irritado, seu rosto vermelho e pelo estado de sua mão ele havia dado um soco na parede. - O que aconteceu? - Perguntei sem entender. - Eu também encontrei minha companheira. - Ele disse desanimado. Se sentando na cama, agora mais calmo, deixando a curiosidade o invadir. - Quem é esse, que te deixou tão
Luan Desde que Camille descobriu seu companheiro virou uma criança mimada. Não estou entendendo esse comportamento dela, agora ela decidiu fazer o casamento no mesmo dia do aniversário da minha namorada, sendo que temos os mesmos amigos. Alguns minutos depois que a família de Matteo saiu, estávamos sentados na sala ainda discutindo sobre a data do casamento de minha irmã quando John, Suyane e Rebecca chegaram. Me levantei recepcionando-os, enquanto Camille apenas saia da sala subindo para seu quarto. Eles sentaram no sofá e me sentei ao lado de Rebecca, ainda não tinha contado para meu pai com quem estava saindo, então ele pareceu um pouco surpreso. Depois da conversa cordial, começaram a falar sobre o que os tinha levado até ali. Minhas mãos estavam suando com o nervosismo, ao olhar para Rebecca notei que ela se sentia da mesma forma. - Nossos filhos estão namorando. - Disse John, e meu pai não expressou nenhuma emoção. Então John continuou. - Eles não são companheiro
Rebecca Na manhã seguinte decidi que a partir de agora sentaria junto com Luan, não só pelo fato de estarmos namorando, mas também porque Camille agora sentava-se com seu companheiro. Ainda não entendia esse comportamento dela com relação a mim, mas todas as vezes que tentei conversar ela simplesmente me ignorou. Sentei ao seu lado e logo comecei a ouvir cochichos sobre nós. Mas ignorei e comecei a conversar animadamente com Luan. A professora ainda não havia chegado e tínhamos alguns minutos para isso. Quando Raíssa entrou na sala, seus olhos brilharam de raiva ao me ver sentada com Luan, rindo e conversando. - O que você está fazendo junto com ele? - Raíssa perguntou, sua voz gelada e ameaçadora. A encarei, com um sorriso no rosto. - Estou aqui junto com meu namorado, qual o problema? - respondi enfatizando a palavra "namorado". Raíssa deu um passo à frente, seus dentes trincados. - Você não é nada para ele - Raíssa disse, sua voz aumentando de volume. - Ele é meu, e s
Sábado finalmente chegou, mas hoje o dia amanheceu nublado. Desci para tomar o café da manhã e meus pais pareciam mais tristes do que o habitual. Como a população em nossa alcatéia é pequena, quase todo mundo se conhece. Então quando ocorria alguma morte, todos ficavam em um luto silencioso. Depois do café me dirigi para o local do sepultamento, e me encontrei com Luan, ele estava preocupado: - A polícia chegou a conclusão de que ela tirou a própria vida. - Ele disse me comunicando pela ligação mental, para ninguém ouvir. E segurando a minha mão, enquanto observamos os familiares se despedirem da jovem loba. Ela morava em uma casa simples próximo a muralha. - Isso é muito estranho. - Eu falei, me sentindo um pouco perturbada com essa informação. - E tem mais, ouvi a conversa de meu pai pelo telefone, ele mandou colocar no laudo apenas morte por afogamento. Então compreendi aonde ele queria chegar. - E se... - Não completei a frase. Nós estamos pensando exatamente a mesm