Quando acordei já estava quase na hora do almoço, sentei na cama observando meu braço, que se curava lentamente, sem a ajuda de Beck. Comecei a lembrar do olhar de Luan para mim no carro, eu nunca havia pensado nele dessa forma, sempre o vi apenas como amigo. Somente essa semana comecei a notar o quanto ele era bonito, com seus sorriso encantador, seu cabelo loiro escuro, seus olhos incrivelmente azuis e a tensão que crescia quando estávamos muito próximos. Porque eu o beijei, afinal? Beck deve me odiar ainda mais agora. Respirei fundo, e me levantei. À noite, me arrumei para o aniversário de Matteo, e me vesti exatamente da mesma maneira que na minha visão. Cheguei na festa um pouco mais tarde, pois queria que todos já estivessem lá. Quando entrei todos ficaram olhando para mim, então me dirigi lentamente até Matteo para o parabenizar, apertei a sua mão e dei-lhe um beijo no rosto, mas ele não soltou a minha mão. Ao invés disso, ele me puxou por ela para um canto e perguntou: -
Luan Eu sempre fui apaixonado por Rebecca, seu sorriso doce, seu temperamento forte e suas atitudes. Sempre fazendo de tudo para proteger as pessoas que ela ama, como se ela fosse responsável pelos outros, como uma verdadeira luna. Desde a sua transformação, não conseguia tirar ela da minha cabeça. Sei que tem algo que ela está me escondendo, não sei o que é, mas é algo que a está fazendo sofrer muito. Depois daquele beijo no carro, estou disposto a escolher ela como minha companheira, rejeitaria quem quer que fosse minha companheira destinada, por ela. Meu coração se partiu ao vê-la chorar na clareira, então depois de levar Camille para casa decidi voltar para conversar com Rebecca, mas ela não estava mais lá, então voltei para casa. Quando acordei, meu pai me chamou para conversar no escritório. Apenas o segui, ainda sonolento. - Nossos guardas tem visto lobos negros rondando nossas fronteiras, e estou preocupado, pois não sei o que eles procuram em nosso território! - E
Rebecca Depois de me deixar voltar para casa em forma lupina, Beck se recolheu novamente e não falou mais comigo. Ela sabia que eu não tinha intenção de sair da minha alcatéia para ir atrás de Marlon. E não adiantava discutir com ela de que estava fazendo isso para protegê-lo, ela parecia não entender. Decidi falar para Luan sobre o pai dele, espero que ele consiga evitar um desastre. No dia seguinte na escola, Camille chegou sozinha e estranhei. - O Luan não veio com você? - Ele saiu com meu pai, precisa aprender sobre os negócios da alcatéia. - Ela falou tranquila, ajeitando os materiais na carteira. Fiquei nervosa com essa resposta, pois sabia que além de não conseguir impedir o Alfa Zeus de sair, ele ainda havia ido junto. Tentei respirar fundo e não pensar no pior, precisava me concentrar na aula. A tarde teve ensaio dos líderes de torcida e precisei comparecer, não é que eu não gostasse, eu até gostava, mas o problema era ter que suportar a Raíssa e a turminha
O dia das semifinais do futebol masculino finalmente chegou. A Lua Crescente enfrentaria a alcatéia Sombras da Noite em um jogo histórico. Com a permissão do Alfa Zeus, nossa matilha sairia do território para disputar o título. Infelizmente, Luan não pôde participar, ainda se recuperando da cirurgia. Após a desavença com Raíssa, eu reconsiderei minha participação, graças à insistência de Camille. Sua carinha do gato de botas, foi o suficiente para me convencer. Ao chegarmos ao ginásio de esportes, um território neutro, senti uma mistura de emoções. O ônibus parou, e vimos jovens de diversas alcatéias. Eu estava ansiosa e empolgada. No vestiário, encontramos as meninas da Sombras da Noite, que nos lançaram olhares de deboche. O jogo começou, e tudo estava normal até o segundo tempo. Nossa vitória parecia certa, mas os jogadores adversários se recusavam a aceitar a derrota. Uma falta grave contra Matteo desencadeou uma briga generalizada. O juiz perdeu o controle, Matteo trocou
A semana passou rápido e chegou a sexta feira, coloquei algumas roupas e comida na mochila, tomei um café reforçado e me despedi de meus pais, dizendo para não se preocuparem comigo pois iria dormir na casa de Camille. Com isso ganharia pelo menos um dia até que começassem a me procurar. Mandei mensagem para Camille dizendo que não iria para escola pois estava indisposta. E me dirigi à clareira. Lá me transformei, segurei a mochila com a boca e comecei a minha jornada ao encontro do meu companheiro destinado. Já sabia o caminho, mas ainda assim era um bom tempo correndo mata adentro para chegar na cabana. Cinco dias depois consegui avistar a cabana. Então parei e fiquei observando, Marlon mantinha sua rotina como eu imaginava. Caçando, pescando, cuidando da horta e treinando. No dia seguinte pela manhã vi ele descer para pescar e o segui, voltei a minha forma humana, coloquei uma roupa da mochila e fui me aproximando dele devagar, sentindo seu cheiro amadeirado, másculo, que me enl
Marlon Eu estava pescando quando fui surpreendido por uma garota linda, a princípio pensei ser alguém enviado pelos Guerreiros da noite, mas ela simplesmente disse que veio pois era minha companheira. Desde meus dezoito anos, Dom sofre por ainda não ter encontrado sua companheira, nas noites de lua cheia a dor da solidão se intensifica e ele uiva em direção a lua. Será que isso fez com que minha companheira realmente aparecesse aqui? Não, isso é impossível, essa cabana fica a alguns dias de distância de qualquer alcatéia. Essa loba atrevida só pode estar enganada! Ela parecia muito cansada e com fome, mas dava para ver o quanto ela é linda e seu cheiro natural me inebria. Quando ela saiu do banho, não resisti e a beijei, e meu lobo Dom a reconheceu com minha. Todo o sentimento de solidão saiu como mágica do meu peito, a sensação de felicidade me invadiu, cada toque dela no meu corpo fazia minha pele queimar de desejo e excitação. Parecia que toda minha vida tinha valido a pen
Rebecca Não consegui acreditar que estava chegando exatamente ao mesmo ponto do novamente. Justamente onde eu não queria chegar, Marlon parece estar decidido a voltar para Guerreiros da noite e pior para lutar contra Caleb. Precisei me sentar na cadeira quando ouvi falar isso, lembranças do seu olhar vazio e seu corpo sem vida passaram pela minha mente. Tudo que eu queria era evitar que isso acontecesse e agora tudo estava caminhando novamente para isso. Marlon notou que eu não estava bem e se aproximou tocando em meu ombro. O toque dele fez minha pele se arrepiar, e não conseguia pensar em perdê-lo novamente. - O que foi? - Ele disse. Me levantei ficando de frente para ele e olhei bem em seus olhos: - Marlon. - Falei em tom suplicante. - Promete para mim que não vai voltar para Guerreiros da noite e que nunca vai lutar contra Caleb. - Eu preciso lutar, sou primogênito, aquele é o meu lugar por direito! Eu não tinha motivos para lutar, até você aparecer, mas agora eu tenho. E
Quando chegamos, várias pessoas nos rodearam, algumas preocupadas outras curiosas e comecei a ficar nervosa. Mas então vi Luan e me dirigi a ele, sentindo alívio. Ele pediu para todos se afastarem e me levou para casa. Assim que entrei em casa, meus pais começaram a fazer uma série de perguntas nas quais eu não queria responder. Apenas subi e me tranquei no quarto dizendo que conversaria com eles depois. Tomei um banho e me deitei, pegando no sono assim que coloquei a cabeça no travesseiro. Já estava escurecendo quando acordei, desci para jantar e meu pai parecia muito chateado. - Então você mente para nós, some por duas semanas e simplesmente volta como se nada tivesse acontecido, e ainda não quer dar explicações para nós! É isso mesmo? - Meu pai disse alterando a voz enquanto falava. - Eu apenas quis explorar a floresta mais a fundo, ninguém nunca me contou o que tem lá. - Dei uma desculpa esfarrapada mas que não deixava de ter um fundo de verdade. - Mas você não tem su