Em São Paulo...
Eduardo deu um salto assim que viu Suélen, Tiago olhou de canto para a garota, ela parecia ter crescido uns 20 centímetros e estava muito mais madura, maquiada e bem arrumada, Sebastien caminhou até ele de cabeça baixa.
- Foi uma tortura.
- Eu imagino, ela ta muito gata, como foi que ela cresceu assim? Tem certeza que só passou um ano?
- Nem me fale e além de gata, ela me odeia.
- Também pudera néh? O lance no palco foi pesado na época, ainda fico me perguntando como ninguém a reconheceu do videoclipe.
- Graças a Deus, se alguém a reconhecesse ai sim seria o fim, será que um dia ela vai voltar a me olhar como gente?
- Como gente ou como homem?
- Os dois.
- Como gente talvez, mas como homem, bem improvável... Mas você ainda é a fim dela?
- Sei lá cara, não sei se a fim é o termo certo, mas tipo, ela meche comigo eu só não sei se é por que tem algo ou se por causa do lance que a gente viveu.
- Ah, então vai dando um tempo ao tempo, logo, logo tudo se ajeita.
Érika entrou no quarto e abriu seu e-mail, na página do site a entrevista dos garotos da banda chamava a atenção, ela ficou olhando uns cinco minutos antes de clicar, por que de repente ela tinha medo de saber as respostas de Tiago? E se ele tivesse respondido que estava namorado? Como ficaria seu coração, aliviado ou destruído? Possivelmente aliviado, considerando que algo entre eles seria impossível, mas com certeza destruído, por que ela queria acreditar que era possível.
- Solteiro! – Gritou e comemorou - Ufa!
Ela fechou a página logo em seguida e saiu para fazer o jantar, agora que Angélica tinha voltado a pintar, o jantar da noite era com ela nas terças feiras, já que Marilza era dispensada nesse dia para ter uma folguinha, com isso acabou descobrindo que o pai era um bom cozinheiro por que volta e meia ele lhe ajudava.
Érika ouviu quando a campainha tocou, mas ignorou segundos depois ao ouvir que seu pai é quem tinha atendido, não demorou muito para ele entrar na cozinha com um ramalhete de flores.
- O vizinho te mandou flores, existe algo que eu deva saber?
Érika não acreditou no que tinha ouvido, olhou para as flores em cima da mesa e caminhou até onde o pai estava.
- Eu não acredito que aquele idiota me mandou flores!
Stefany entrou correndo e sorrindo.
- Uhu, Érika ganhou flores! Ta podendo hein... O Ike é um ótimo partido!
- Não estou procurando um bom partido e nada muda o fato dele ser ridículo!
- Na verdade ele é bem bonito, não tem nada de ridículo naquela cara de cafajeste...
Nicholas olhou para as duas e recolheu as flores.
- Chega de cafajestes nessa família, estou querendo um bom genro e não mais um neto sem pai, vou por as flores na água.
Érika segurou o pai pelo braço.
- Espera pai, na verdade tenho um destino melhor para elas.
Érika retirou o bilhete que ele havia enviado junto e escreveu outro, depois pediu para que o guardinha do condomínio entrega-se o buque.
Henrique não era do tipo de m****r flores, na verdade aquelas tinham sido as primeiras flores que mandava na vida, mas tinha visto nos filmes e sabia que dava certo, ou pelo menos ele acreditava que daria.
Passou sua vida inteira enterrado nos estudos e no trabalho, após a morte dos pais então ele afundou a cabeça de vez na ideia de reerguer a empresa dos dois, e conseguiu, porém deixou a sede nos Estados Unidos onde estava vivendo até ficar sabendo sobre a morte do irmão, se tinha algo do que ele se culpava era de ter largado Pedro para trás, ele nunca imaginou que o irmão seria capaz de cometer suicídio, não por causa da doença pelo menos, mas a verdade é que não era só por causa da doença, ou do status que ele tinha e acabou perdendo, ou pela falta de amigos verdadeiros, ou pela solidão, era por causa de tudo isso junto e misturado, ele tinha sido tão cego, enxergado apenas o próprio umbigo, sonhava em um dia voltar e levar ele consigo para o EUA, porém agora era tarde, se ele quisesse tudo que levaria seriam ossos.
Quando o porteiro tocou na porta ele logo imaginou que seria uma possível resposta de Érika, abriu a porta entusiasmado, mas seu sorriso desapareceu ao perceber que as flores tinham voltado.
- O que houve? Ela não estava em casa?
- Na verdade a mocinha mandou devolver, tem um bilhete para o senhor dentro, sinto muito.
Henrique dispensou o homem e fechou a porta, procurou pelo bilhete dentro do ramalhete de flores e as deixou sobre a mesa.
“Caro vizinho, me admira ter se lembrado de me enviar flores, mas agradeço, use-as para enfeitar o tumulo de seu irmão, já que serão as primeiras que ele irá receber de você”!
Henrique se sentiu envergonhado, ele tinha tentado fazer as pazes com a garota e agora tinha descoberto o quando era desprezado, sua intenção nunca fora dar em cima dela ou qualquer coisa do tipo, ele apenas imaginava que sendo ela amiga de Pedro seria bom conviver com alguém em quem ele confiava, mas pelo que ele tinha percebido seria muito mais difícil se aproximar daquela baixinha, o que ela tinha de pequena sem dúvidas ela tinha de enfezada, ah as mulheres brasileiras ele já tinha se esquecido do quanto elas eram bravas.
Em São Paulo Jennifer olhou pela vidraça do hotel que Marcus tinha conseguido para eles. - Até que aqui é legalzinho, mas não sei Marcus, esse seu plano é meio maluco, não acha que estamos indo muito rápido? Ao perceber que não teve resposta ela olhou para trás e viu que o companheiro tinha adormecido no sofá, ela analisou discretamente a barriga dele que se sobressaia pelas calças e pela camisa havaiana pequena demais para ele e torceu a boca. - Deus... Será que a vida é só isso mesmo? Ela vestiu os shorts curto e desceu para o hall do hotel, pegou um taxi e foi para a praia, o lado bom de estar com Marcus e ser a protegida dele é que ele tinha muito dinheiro e é claro que tudo que ele tinha ele gastava com ela e com os planos mirabolantes dele para conseguir mais, o lado ruim era como ele fazia para conseguir dinheiro, Jennifer tentava não se sentir culpada pelas mortes, afinal ela tinha se envolvido com aquelas pessoas, era meio qu
Érika se despediu de Laura e seguiu para o corredor para a próxima aula, seu corpo congelou ao alcançar a porta da sala e reconhecer de imediato o rapaz que estava apoiado a mesa do professor, era Henrique, mas o que ele estava fazendo ali e por que conversava amigavelmente com a turma? Ele não tinha mais idade para ser aluno... Teria deixado o ensino médio incompleto e resolvido completar agora? - Bom dia, Érika junte-se a turma. Ela concordou com a cabeça e depois seguiu em silencio para o seu lugar, ele se dirigiu a lousa e escreveu em letras maiúsculas. - Meu nome é Henrique Teixeira de Borba e eu sou o novo professor de tecnologia digital. Disse ele com um sorriso, Érika sentiu seu coração parar de bater e voltar novamente, seu rosto devia estar muito estranho por que todos a olhavam, mas que diabos ele estava fazendo como professor? Ele tinha uma empresa de robótica! Pedro tinha lhe contato sobre o projeto do irmão que tinha dado certo... <
Apesar de sua carreira como escritora ter decolado Suélen ainda era uma menina em formação, e mesmo tendo estudado muito nesse último ano para recuperar os anos que ficou afastada da escola, agora ela precisava voltar a frequentar uma escola de verdade, ela olhou duas vezes para a mochila para ter certeza de que tinha pegado tudo, Eduardo parou ao seu lado. - Tem certeza que quer ir? Podemos contratar professores particulares. - Edu, eu sei que a banda ta fazendo sucesso e que eu também tenho grana agora, mas sério mesmo, eu quero poder voltar à ativa, quero poder levar uma vida normal, vai me fazer bem, vai me dar ainda mais confiança, eu disse que eu conseguiria lançar meu livro e viver pelas minhas próprias pernas e eu consegui durante um ano, não é algumas garotas malvadas da escola que vão me botar medo agora. - Espero que você tenha razão, mas não pense duas vezes se precisar que eu vá até a escola eu irei sem pensar duas vezes. Ela colocou as m
Seven atendeu o telefone que tinha insistido em tocar o dia todo, esperava que não fosse nenhum show pois a agenda estava lotada e ele não gostava de deixar ninguém na mão.- Oi, maninho.- Chuck, ainda acho estranho quando você me liga.- Para ser sincero também acho estranho ter que ligar, mas é importante.- Aconteceu alguma coisa?- Algumas coisas, lembra da entrevista exclusiva que o Tiago deu pra aquela revista de fofoca sobre a vida dele ?- Vagamente, mas tem tempo isso.- Sim, eu sei, mas fiquei sabendo faz pouco tempo que a entrevista teve umas consequências negativas.- Como assim?- Algumas fãs surtadas resolveram “pegar no pé” de Lílian, tem enviado cartas ameaçando ela e perseguido ela, esses dias picharam o carro dela, frases horríveis, ela ficou péssima, mandou para a pintura e não m
Em São Paulo... Jennifer esperou Marcus acordar, suas mãos tremiam, ela não queria ter que contar para ele o que tinha acontecido, sabia que ele bateria nela, porém se não contasse ele acabaria descobrindo da pior forma, era obvio que os rapazes da banda iriam reconhecê-la se ele visse que o plano tinha ido por terra antes de começar certamente ele a mataria. Marcus acordou rabugento e observou a garota sentada no sofá nervosa, ele sabia que ali vinha alguma coisa. - O que foi? - A banda, aquela que você quer enganar o nome deles é Ravens não é? - Sim, isso está no portfólio que eu passei a você, não está? - Sim, eu sei... É que tem algo que eu preciso contar a você. – Ela falou por fim ainda mais nervosa quase gaguejando, ele deu passos largos até ela e segurou seu braço com força. - O que há afinal?! Alguma você aprontou! Isso é certo... - Ontem à tarde quando sai para dar uma volta, eu esbarrei em um rapaz n
Enquanto isso na casa de Eduardo... Suélen vestiu o uniforme da escola e caminhou decidida pela casa, Eduardo a observou em silêncio, até que por fim não se conteve. - Tem mesmo certeza disso? - Eu já fiz isso antes Eduardo! Eu já estive em uma escola por que tanto pavor? - Estava em uma turma com alunos mais novos que você, era totalmente desconhecida, mas agora... Agora eles sabem, sabem sua história, sabem tudo que aconteceu, e estão crescidos! Ela se aproximou do irmão sentindo sua preocupação, fez um carinho em seu rosto e sorriu para ele. - Eu sei Edu, eu sei... Tenho medo também, mas estou lutando para que ele não me domine, pois seu eu deixar ele entra mais uma vez talvez eu não o consiga expulsar dessa vez, eu preciso ter uma vida normal, eu preciso andar com as minhas próprias pernas, me deixe pelo menos tentar ok? - Tudo bem, mas vou falar com o diretor dessa escola, vou deixar meu telefone para todas as pro
Já no Rio de Janeiro... Érika por sua vez subiu no skate tentando criar alguma manobra, mas acabou caindo, uma duas três vezes, Gabi olhou para ela torcendo a boca. - Tem certeza que sabe andar com essa coisa? Ela suspirou, seus pés estavam sobre o skate, mas sua cabeça estava em São Paulo, ela tinha sonhado com Tiago a noite toda e aquilo a estava corroendo por dentro, por que no sonho ela não o via como o irmão protetor que a tinha criado e se preocupava com ela, mas como o astro do rock que a tinha beijado e que agora pertencia aos seus mais profundos desejos obscuros. - Definitivamente não estou com cabeça para isso, achei que o skate iria me fazer relaxar, mas é quase como se eu estivesse descontando minhas frustações sobre ele. Laura olhou para Gabi e as duas olharam para Érika rindo. - Achamos que tem um garoto nisso. Érika torceu a boca e afundou a cabeça entre os joelhos, Laura e Gabi eram suas amigas desde o
Já em São Paulo... O colégio imperial era um colégio reconhecido na cidade de São Paulo, assim que encostou o carro em frente aos portões altos Eduardo suspirou. - Tem certeza que quer estudar nessa escola de riquinhos? - Eles têm o melhor curso de literatura da cidade, todos os anos os alunos daqui são selecionados para universidades de fora do país, vai ser importante para minha carreira. Eduardo cruzou o olhar com uma garota morena que ergueu a sobrancelha olhando para ele e depois para Suélen, ele podia sentir a inveja brotando dos seus olhos e se derramando sobre sua irmã. - Ok, só prometa que vai tomar cuidado, alguma coisa me diz que essas garotas aqui não são tão boazinhas como as da ultima escola. - Eu vou me cuidar, Edu... Eu prometo. Ela sorriu e se despediu com o beijo na bochecha dele saindo do carro e andando decidida para dentro da escola, não que Suélen fosse ingênua, mas ela estava tão encantada com a