O céu estava claro e o ar, gélido como o aço, cortava a paisagem russa com uma força implacável. Kiara estava sentada ao lado de Sergey, com os olhos fixos nas ruas de Moscou que se estendiam diante deles. A cidade, coberta por uma camada fina de neve, parecia viva com o ritmo frenético da vida urbana. A arquitetura clássica e moderna se misturavam, criando um contraste que, de alguma forma, fazia a cidade parecer ainda mais mágica. As cúpulas douradas de igrejas ortodoxas cintilavam ao longe, enquanto as fachadas de edifícios contemporâneos refletiam a luz cinza do dia.Sergey estava sentado ao volante, seus olhos atentos à estrada enquanto o carro avançava pelas ruas. Para ele, as ruas de Moscou eram familiares, quase íntimas, como um velho amigo reencontrado. Para Kiara, porém, tudo era novo. Moscou era como um personagem vivo, com uma presença palpável, quase intimidante. A cidade parecia ter segredos escondidos em cada esquina, histórias gravadas em cada pedra.Kiara observava a
A noite estava envolta em um silêncio suave, com apenas o som distante da cidade se fazendo ouvir. Kiara e Sergey estavam sentados à mesa, as velas ainda iluminando suavemente o ambiente, criando uma aura íntima ao redor deles. A comida estava deliciosa, mas era a conversa que realmente os nutria.Sergey observou Kiara enquanto ela dava pequenos goles de vinho, seus olhos observando com um interesse atento, como se quisesse entender cada nuance da mulher ao seu lado. Ela sentiu seu olhar pesado sobre ela, e por um momento se sentiu vulnerável, mas de uma maneira boa, como se fosse completamente segura em sua presença.— Eu nunca pensei que a Rússia fosse assim — disse Kiara, interrompendo o silêncio entre eles. — Sempre imaginei um lugar muito mais frio, mais... austero. Mas Moscou é diferente. Tem algo de mágico aqui, algo que me atrai.Sergey sorriu levemente, seu olhar se suavizando ao ouvir suas palavras. Ele pegou sua taça de vinho e, com um gesto suave, levantou-a em direção a e
A manhã seguinte chegou suave, com o sol da Rússia brilhando através das pesadas cortinas de seda. Kiara acordou lentamente, sentindo o calor do corpo de Sergey ao seu lado. Ela ainda estava se acostumando com a ideia de compartilhar sua vida com alguém tão intenso, alguém que trazia consigo uma história cheia de sombras e luzes. Mas havia algo nele que a atraía de maneira indescritível, algo que fazia seu coração bater mais rápido, suas mãos suarem de antecipação, até nas coisas mais simples, como compartilhar o café da manhã.Sergey estava em um estado profundo de descanso, seus traços mais relaxados, algo que raramente ela via nele, uma vez que sua vida estava sempre em movimento, sempre com pressa. Ele sempre parecia estar lidando com algo importante, com desafios e responsabilidades, mas neste momento, ali, com ela, ele parecia estar em paz. Kiara não queria interromper esse momento, mas não conseguiu evitar o impulso de tocá-lo suavemente. Ela deslizou a mão pela sua pele, tocan
A luz dourada da manhã invadia o quarto da mansão como um convite para um novo dia. Kiara acordou primeiro, seus olhos se abrindo lentamente enquanto a claridade suave desenhava formas pela mobília luxuosa ao seu redor. Ela se virou, encontrando Sergey ainda adormecido ao seu lado. A expressão dele era pacífica, diferente da dureza que frequentemente moldava seus traços. Ela sabia que momentos assim eram raros, e tomou seu tempo para observá-lo, capturando cada detalhe antes que o ritmo implacável da vida os chamasse de volta.Sem querer despertá-lo, ela se levantou da cama, enrolando um roupão macio em torno de si. Descalça, Kiara caminhou até a varanda. Lá fora, a paisagem invernal russa parecia algo saído de um conto de fadas. Camadas de neve cobriam as árvores, e o céu límpido prometia um dia bonito, apesar do frio. A vista era deslumbrante, mas o que realmente ocupava seus pensamentos era Sergey. Eles estavam juntos há algum tempo, mas ainda havia muito que ela não sabia sobre el
O dia havia sido perfeito em sua simplicidade. O passeio pelos pontos turísticos de Moscou havia encantado Kiara, e Sergey, apesar de ser um homem de poucas palavras, demonstrou um lado descontraído que raramente deixava transparecer. Os momentos que dividiram, seja caminhando pelas ruas cobertas de neve ou observando o ritmo da cidade, tornaram-se memórias que Kiara sabia que guardaria para sempre.Quando voltaram à mansão, a noite já havia caído. A lareira da suíte principal estava acesa, preenchendo o ambiente com um calor acolhedor e um brilho suave. Kiara estava cansada, mas um tipo diferente de exaustão, aquele que vem após um dia bem aproveitado. Sergey parecia igualmente relaxado, mas ela podia notar o brilho de algo mais em seus olhos – uma promessa silenciosa, um fogo que queimava apenas para ela.— Foi um bom dia, não acha? — Ele perguntou enquanto tirava o pesado casaco de lã e o pendurava cuidadosamente.— Foi maravilhoso — respondeu Kiara, os lábios curvando-se em um sor
A água quente da banheira ainda estava espumando ao redor deles quando Sergey, com um sorriso provocante nos lábios, puxou Kiara para mais perto. O vapor envolvia os corpos deles, criando uma atmosfera de intimidade e desejo. Ele a observava com um olhar faminto, admirando cada curva e cada gota d'água que escorria por sua pele.— Você é absolutamente deslumbrante — disse ele, sua voz carregada de desejo. Kiara sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir aquelas palavras, e a conexão entre eles se intensificou.Com um movimento suave, Sergey a levantou da banheira, suas mãos firmes segurando a cintura dela enquanto a levava para o quarto. O calor do corpo dele contra o dela era eletrizante, e Kiara não conseguia conter a ansiedade que crescia dentro dela. A expectativa de estar sozinha com ele em um espaço mais privado a deixava ainda mais excitada.Ao chegarem ao quarto, Sergey a colocou delicadamente sobre a cama, onde as cobertas estavam macias e convidativas. Ele se inclinou
Moscou estava coberta por uma fina camada de neve, mas ainda trazia consigo a beleza encantadora da capital russa. Sergey e Kiara estavam na casa dos pais dele há uma semana, desfrutando de momentos de intimidade e descobrindo mais sobre a cultura russa. A casa era aconchegante, com lareiras crepitantes e o aroma de pratos tradicionais sendo preparados na cozinha.Entretanto, a tranquilidade da visita estava prestes a ser interrompida. Enquanto Kiara se acomodava em uma poltrona perto da janela, observando os flocos de neve caindo lentamente, Sergey estava na cozinha conversando animadamente com sua mãe sobre os planos para o dia. O clima festivo era palpável, mas algo no ar parecia prestes a mudar.Naquela mesma manhã, uma figura familiar estava prestes a cruzar o caminho de Sergey. Ekaterina, havia recebido notícias sobre sua nova vida com Kiara. A ideia de vê-lo feliz com outra mulher não era algo que ela aceitava facilmente. Determinada a recuperar o que acreditava ser seu, Ekater
Nos dias seguintes ao desconfortável encontro com Ekaterina, Sergey e Kiara esforçaram-se para focar no que realmente importava: sua conexão e as maravilhas de Moscou. A cidade estava deslumbrante sob um véu fino de neve que a transformava em um cenário de conto de fadas. As luzes das festividades, combinadas com a atmosfera gélida, davam aos passeios pela Praça Vermelha uma aura mágica. As risadas das crianças, os artistas de rua se apresentando em meio ao frio, e o cheiro de chocolate quente das barracas ambulantes criavam um quadro inesquecível.Porém, mesmo diante de toda essa beleza, Kiara não conseguia se livrar das sombras que rondavam sua mente. O encontro com Ekaterina fora um lembrete do passado de Sergey, algo que ela ainda lutava para compreender e aceitar. Mais do que isso, havia algo na maneira como Ekaterina os observava — uma mistura de determinação e nostalgia — que fazia Kiara temer por seu futuro. Ela sabia que o amor não era apenas sobre momentos felizes, mas sobre