Encontrei Rocco sentado sozinho, próximo da fogueira ele parecia estar lutando contra o sono. — O que faz aqui? — Ele perguntou. — Não consigo dormir, mas vejo que não tem problema com isso. — Digo me aproximando mais dele. — Rocco não tem medo de seus sonhos como vossa alteza. — Ele sempre se manteve longe de mim, não sei exatamente o por que. — Do que está falando? — Sabe vossa alteza, Rocco não acha que seja mau, mas não consigo ver essa inocência que tentam atribuir a você. — Quem tenta? — Seus soldadinhos. — Ele faz menção aos homens. — Dizem que ela é muito nova, não sabe o que está acontecendo, devemos protegê-la e devemos guiá-la. — Acha que não sou tão inocente então? — Rocco não conhece o mundo, mas Rocco conhece a maldade quando ver. — Está me dizendo que sou má? — Eu nem ao menos pensei em me defender. — A vingança é um tipo de maldade. — Ele disse parecendo pensativo. — Rocco deve vigia e vossa alteza deve ir dormir. — Não quero ser má, mas não sei como posso
Andei apressada para a tenda, mas ele me puxou pelo braço, parecia furioso, seus olhos caíram sobre os meus, e então ele me beijou novamente, eu o empurrei, porém ele não saiu do lugar. — Não vai fazer isso. — Se eu tivesse tido coragem de morrer, tanta gente teria sido poupada. — Esse povo não tinha esperança até que você apareceu, por anos viveram na escuridão, viu como estavam ontem? — Eu não sou a luz, Daniel sou escuridão, eu a trago comigo por onde eu passo e se eu viver não sei como ele vai me usar. — Quem, me diga quem vai te usar? — Eu me calei, estava desmoronando — Não importa. — Falei me afastando dele, não o quero envolvido nisso. — Não permitirei que desista. — Ele falou, e eu senti vontade de rir, homens sempre achando que tem nossas escolhas. — Não pedir sua permissão. — Ele se aproximou e me pegou pela cintura. — Sempre abusada. — Ele sorriu, e selou um beijo em meus lábios. — Mas saiba que se me der na telha a levo daqui agora, não ache que te deixarei coloc
O dia estava acinzentado, não fazia frio nem calor, meu pai diria que era um bom dia para iniciar uma guerra, o sol não iria atrapalhar a visão dos soldados e não haveria chuva para deixa o solo escorregadio, sem dúvidas era um bom dia para guerra ou talvez um bom dia para morrer. — Estamos prontos para partir. — Reno disse caminhando na minha direção. — Preciso ver alguém antes. — Falei. — Quem? — Ele perguntou sem paciência. — Anny, preciso libertá-la. — Reno olhou para Rafi que pareceu concedido. E ela estava encolhida no canto, parecia estar chorando, seus cabelos estavam sujos e suas roupas rasgadas, vi que tinha uma tornozeleira no pé, e suas mãos estavam amarradas. O lugar não era o mais limpo, o que era de se esperar sendo um lugar improvisado, havia um pote de água no chão. E eu tinha culpa, Anny estava assim porque eu permiti, mas isso tinha que acabar. — Anny. — Ela levantou a cabeça, me encarou com tanto ódio que por um momento a desconheci, a garota que estava ali,
Vejo daqui o castelo reluzente e majestoso como sempre, não demoraria muito para chegar até ele e devo admitir que estou com medo, não bastante para correr, mas o bastante para senti um arrepio se espalhando por todo o meu corpo e o mesmo tempo um alivio, porque para o bem ou para o mau ia acabar. Olhei para Daniel que cavalgava a minha frente. Ele estava quieto há bastante tempo, nem mesmo Reno que sempre fala muito parecia está disposto a dizer algo, todos sabíamos que os soldados enviados a nossa frente estariam indo para um banho de sangue, eles eram a distração, precisamos deles para Eliza entrar com os outros no castelo, e não podíamos deixar de nos sentir culpados, havia muitos homens bons, muitos que estavam lutando por uma esperança e muitos só esperavam morrer fazendo o reino um lugar melhor, estavam dando suas vidas por algo tão incerto e duvidoso. E eu os invejo não por valentia, não porque estavam sendo bons soldados, eu os invejo por ter esperança e arriscarem tudo por el
E a primeira parte do plano tinha dado certo estávamos dentro do castelo, fui levada contra a minha vontade para longe de Daniel e Reno, jogada em um quarto, minhas mãos foram amarradas na cama, e a porta trancada, não sabia como Reno planejava me tirar daqui. E não demorou muito para ouvir o barulho e a porta se abriu. Anastácia estava linda, seus olhos brilharam como diamante, ela usava um vestido leve, no tom branco, porém duvido que seja o vestido do casamento, ela pareceu me avaliar por um instante. — Então pensou melhor? — Claro. — Eu disse sem baixar o olhar como ela esperava. — Não tem como ganhar de mim, minha querida, não pode simplesmente desejar ser rainha, sabe o que tive que fazer para ter essa coroa sobre a minha cabeça? — O que quer? — Perguntei impaciente. — E se conseguisse iria fazer o que? — Parecia calma, e curiosa. — Não sei ao certo. — Eu sentia raiva dela, ela parecia saber como me derrubar. — Claro que não sabe alguém como você seria massacrada por todo
Meu plano era arriscado e nenhum dos meus amados protetores sabiam, mas Odin tinha me dito o que fazer, Anastácia armou uma armadilha, o casamento não aconteceria, ela só queria me atrair, nunca pensou em unir seu reino com o de outro. Seus melhores soldados estavam esperando pelo ataque, mas Anastácia me subestimou. — Como conseguimos reunir as sete escolhidas devemos honrar o que foi oferecido aos deuses. — Olhei para a Anastácia. — Minha querida Dominique, esperávamos por sua chegada para darmos andamento a cerimônia. Olhei para meninas que com certeza deviam estar me amaldiçoado em pensamento e sorri. Fomos levadas para fora do castelo, os convidados da rainha pareciam ansiosos para o momento do nosso sacrifício, havia um grande círculo de flores, sentir meu coração palpitar nos não iriamos para o altar, como seria agora? Senti quando um dos soldados da rainha puxou um pouco mais meu braço. — M*****a seja Dominique. — Rafi sussurrou. — Ainda bem que conseguiu. — O alívio me tom
Era um sonho ou a mão que apertava a minha era de Caio? Não olhei, não queria sentir a decepção que viria a seguir, mas apertei com mais força e senti o aperto gentil, depois uma mão acariciou o meu rosto, aquilo estava acontecendo mesmo? O toque era suave e tão gentil, e a sensação era como se eu estivesse em casa. Era tão familiar e aconchegante, não abri os olhos, queria aquela sensação para sempre. — Não quer me ver? — A voz suave e alegre me fez virar a cabeça o mais rápido que pude, e me deparei com ele, seu sorriso não mudou era alegre e gentil, seus olhos azuis como o céu. — Como pode ser você? — Digo soltando nossas mãos para poder tocar em seu rosto, então uma dor no meu abdômen me fez congelar, olhei para ver o que tinha me atingido, havia sangue muito sangue. — Estou morrendo? — Sinto por ter semeado algo tão ruim em você. — Ele disse passando a mão pelo meu rosto, parecia tão preocupado. — Não semeou nada de ruim em mim, não seria capaz de algo assim. — O amor que sen
Quando acordei, vi que em meu leito tinha alguém, seus olhos brilharam, minha mãe estava muito mais velha do que antes, tinha em seu rosto magro marcas das suas angústias vividas no castelo, ela estava com seus cabelos pretos amarrados e seus lindos olhos verdes inchados. — Está viva! Pelos deuses está viva! — Ela disse enxugando as lágrimas me beijando. — Não diga nada, perdeu muito sangue. — Rafi? — Ela me olhou confusa. — Onde está Rafi? — Os gêmeos? — Balancei a cabeça. — Ela ficou bem pensativa por um momento, como se estivesse avaliando o que me diria. — Ele ainda não acordou. — Eu senti um alívio, ele estava vivo. — Quantos dias eu... Me sentia fraca, e sentia minha garganta seca, minha mãe depressa me deu um pouco d’água. — Três dias. — Minha mãe parecia exausta, tenho certeza que permaneceu ao meu lado todo esse tempo. — E o papai? — Ele está com seu amigo. — Provavelmente era o Reno, precisava falar com ele. — Pode chamar o Reno aqui? — Não verá ninguém, ficará a