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104: O pai da mentira está criando uma filha
Ouvir a declaração de Richard faz com que Alice se sinta confusa quanto ao que escutou.— O que você disse? — pergunta, esperando que o que ele diga seja apenas coisa de sua cabeça.— Pensei bem e decidi que é melhor irmos para a Califórnia, assim dá tempo de arrumarmos um apartamento para você.— Você tem uma noiva? — indaga, ignorando as outras coisas que ele disse.— Eu ia te contar antes — diz ele. — Mas todas as circunstâncias que nos encontramos aconteceram outras coisas.— Claro, mas essas coisas só aconteceram porque você não me disse antes sobre a existência dessa noiva — diz nervosa, sentindo-se enganada por ele.— Sinto muito — expressa. — Devia ter te contado antes de algumas coisas terem acontecid… — Antes de terminar a frase, Richard sente o seu rosto queimar, com um tapa que Alice desfere nele.— Como tem coragem de dizer isso como se fosse a coisa mais comum do mundo? Você deixou que eu me declarasse como uma tonta para você, ou pior — lamenta, alterando a voz. — Se de
105: Uma nova mulher
Silvia não entende o motivo de a filha estar tão calada desde que chegou da rua. Enquanto brinca com a neta na cama, vê Alice arrumando as suas malas e a da filha.— Quando você vai? — questiona Silvia.— Não sei, vou esperar o Richard me avisar — responde Alice. — Separando as roupas que levaria e as que deixaria ali.— Aconteceu alguma coisa entre vocês? — indaga. — Você parece meio nervosa.— Não é nada, é apenas a ansiedade de mudar de país de uma hora para outra.— Não se preocupe com isso, creio que você se adaptará bem fácil, ainda mais quando começar a trabalhar.— É o que espero, pois estou ansiosa para conhecer pessoas novas — anuncia, de modo que transparecesse um pouco de impaciência.Silvia estranha a fala da filha, mas não resolve questioná-la por aquilo.— Seu pai disse que ontem encontrou o Richard aqui bem tarde da noite — comenta. — Vocês estão se dando bem?— Ele queria ver a Lily — explica. — Ele não vem por mim, mãe, é por minha filha, apenas por ela.— Sim, eu se
106: Apresentando a filha e a ex-namorada
Pela manhã, lá estava Alice se despedindo dos pais no aeroporto. Silvia e George choram com a neta no colo, sabendo que só a veriam nas férias.— Vai ser tão ruim voltar para casa e não encontrar coisas de criança espalhada pelo chão — Silvia diz, enchendo a neta de beijos.— Olhe pelo lado bom, poderá voltar a sua rotina normal — Alice sugere, pegando a filha no colo.— Por favor filha, mande sempre notícias de tudo o que está acontecendo. Não deixe de nos dizer como está lidando com tudo por lá. — George diz, abraçando a filha.— Não se preocupe, pai, eu vou ligar sempre para contar sobre todas as coisas que me acontecerem por lá até me estabilizar.Enquanto conversam, Richard Carter se aproxima saudando a todos, ele olha para Alice, mas percebe que ela evita contato visual.— Bom dia a todos — diz Richard. — O avião está pronto, é melhor embarcarmos.Todos se despedem ali. Alice está carregando a filha e uma bolsa na mão. Quando nota isso, Richard se oferece para carregar a bolsa,
107: Uma conversa franca
— Quem era a mulher? — Richard indaga, olhando para Alice.— Ninguém importante — responde, o ignorando mais uma vez, não querendo falar sobre aquele assunto na frente de todos. — É um prazer revê-lo, senhor Smith — ela se dirige a Steve com um sorriso.— Como esse mundo é pequeno — Elis diz empolgada.— Realmente, pequeno até demais — Abraham se aproxima dizendo. — Olá, senhorita, seja bem-vida à nossa casa. — Estende a mão para Alice.Meredite também cumprimenta Alice educadamente, se desculpando por encará-la de um modo estranho no início.Todos naquela sala a tratam bem, de modo que ela comece a ficar mais à vontade. Os pais de Richard fazem algumas perguntas como era previsto, mas nenhum foi invasivo.— Se eu soubesse que o Richard iria apresentar uma filha, teria trazido os gêmeos. Tenho certeza de que eles amariam conhecer a prima — diz Elis.— Você tem gêmeos? — Alice pergunta, surpresa.— Sim, dois garotinhos bem sapecas — revela. — Nosso pai também tem um irmão gêmeo, então
108: Um sorriso que cativa
Enquanto caminhava com Alice até a cozinha, Elis a abarrotava de perguntas.— Como você conheceu o meu irmão?— Me mudei para o apartamento dos meus pais e não sabia que ele foi alugado para o seu irmão. Então, por um acaso, me esbarrei com o Richard.— Uau, isso parece até história de uns livros que gosto de ler — brinca, abrindo a geladeira. — Você prefere água com ou sem gás?— Sem gás, por favor — Alice responde.— Gostei de você, sabia? — revela, sem se importar se Alice acharia aquela informação estranha. — Quando o Richard chegou de viagem, me confessou que havia se apaixonado por alguém na Inglaterra, o que me fez questionar que tipo de mulher seria essa que havia conseguido roubar o coração do meu irmão. — A declaração de Elis deixa Alice desconfortável, ainda mais por saber que Richard tem uma noiva. Ela não sabia o que responder, então apenas pegou a garrafa que a moça lhe ofereceu, abriu e deu um gole. — Você é muito bonita e parece tão legal, além disso, tem uma filha tão
109: Ou toma atitude ou vai perder o amor de sua vida
Alice mostra as fotos de Lily para a família de Richard e conta como foi a vida dela desde o nascimento. Todos ficam muito interessados em suas histórias, o que a faz ficar à vontade naquele lugar. Ao contrário do que pensou em como seria tratada naquela casa, se surpreende em como a família de Richard é calorosa e atenciosa.— O que gosta de comer, Alice? Pedirei que façam algo que goste para o jantar — Meredite menciona.— Não precisa se importar com isso, senhora, creio que não jantarei aqui e sim no hotel — responde.— Hotel? Como assim? — Abraham pergunta surpreso.— O Richard já reservou um hotel para mim — informa.— Que história é essa, Richard? — Abraham olha para o filho que está no canto da sala conversando com Steve. — Por acaso está querendo que a sua filha e a mãe dela fiquem num hotel, mesmo sabendo que a nossa casa tem vários quartos disponíveis?Richard se aproxima inquieto, pois não sabia que a sua família ficaria tão próxima de Alice a ponto de questionar sobre aqui
110: Aprendendo a ignorar
O barulho de alguém batendo à porta acorda Alice, que percebe que já anoiteceu. Ela deixa Lily protegida na cama com uma almofada de cada lado e vai em direção à porta. Ao abrir, se depara com Richard. Ele está com o cabelo molhado e usa um conjunto de moletom na cor cinza. O cheiro do seu perfume cítrico a faz pressentir que ele havia acabado de tomar banho.— Estava dormindo? — pergunta, ao notar o rosto dela amassado com marcas do lençol.— Sim, o cansaço da viagem foi bem grande que até a Lily está dormindo ainda — responde.— O jantar já vai ser servido. Meus pais pediram para te chamar — diz, explicando o motivo de estar ali.— Eu não vou — informa Alice.— Como assim? — questiona, surpreso.— Minha cabeça está doendo um pouco e eu quero ficar aqui.— Mas eles esperam por você — insiste.— Sua família é uma ótima anfitriã e eu sou muito grata por isso, mas eu não quero me envolver muito com eles — revela, recebendo um olhar confuso de Richard. — Se quiser esperar, vou dar banho
111: O que é o brilho da lua, em relação ao brilho dos seus olhos
Ouvir que a amiga está com uma nova mentalidade faz com que Laila fique mais despreocupada com tudo.— É isso aí, nada de ficar se lamentando por um homem que não te deu o devido valor — comenta, com voz acalorada. — Quando você me enviou uma mensagem contando o que aquele idiota fez, me deu tanta vontade de socá-lo com as minhas próprias mãos.— Não se preocupa, amiga, eu também quis fazer isso, mas só pude dar um tapa em seu rosto — revela, lembrando-se do tapa que deu em Richard.— E qual foi a reação dele?— O que ele poderia fazer? Sabia que estava errado. Acho que para ele devia estar sendo tão prazeroso ouvir me declarar para ele todos os dias — revela, ressentida.— Não pense desse jeito, amiga, pelo que você me contou, eu também achei que ele estava caidinho por você. Eu ficava daqui pensando em quando você me ligaria para contar que se resolveram.— Ele soube me enganar tão bem, Laila — confessa. — Mas agora tudo o que quero é desprezá-lo.— Você está na casa dos pais dele?
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