- Quem é você? - ele fingiu não reconhecê-la.Mas a verdade é que Jeremiah sabia muito bem quem era a mulher diante dele.- Oh, pensei que você se lembrasse de mim... - murmurou mais para si mesma -. Bem, me apresento. Sou Nora, assistente de cozinha.Ela acrescentou isso com um sorriso tremendo em seus lábios.- Já entendi - disse Jeremiah, lançando um rápido olhar para a mulher -. Você pode deixar a comida ali...Ele apontou para a mesa de vidro elegantemente posicionada perto da ampla janela, permitindo que a luz natural iluminasse o espaço. Nora assentiu com reverência e se aproximou da mesa, colocando os pratos em cima dela, fazendo o que o diretor havia lhe incumbido.Se ela soubesse que seu chefe era aquele homem, certamente não estaria tão nervosa em atender o diretor geral do hotel Beaumont.Mas ela mal sabia que Jeremiah era o dono daquele majestoso lugar.Concluído seu trabalho, ela se encaminhou para a porta, pronta para sair do escritório e deixar para trás aquele ambient
Sem aviso prévio, a mulher virou-se revelando seu rosto. Era Nora, a mesma Nora que ele estava fingindo não reconhecer. Ela estava de frente para Dylan, olhando para ele com expectativa e cautela, esperando que ele falasse.- Como você tem estado? - perguntou Dylan, tentando quebrar o desconfortável silêncio que os cercava.Nora franziu a testa e respondeu desdenhosamente.- Você realmente se importa?Dylan sentiu um aperto no estômago ao ouvir aquelas palavras. Ele queria explicar como se sentia, expressar todo o remorso que havia sentido desde que eles se separaram. Ele não queria perdê-la totalmente e desejava, pelo menos, recuperar sua amiga.- Nora, é claro que me importo. Todo esse tempo eu vivi preocupado com você - disse Dylan sinceramente, buscando se reconectar com ela.Nora soltou uma risada sarcástica e o olhou com incredulidade.- Sério? Bem, suas ações não pareciam refletir essa suposta preocupação. Você agiu como um idiota comigo e isso não é algo que eu possa esquecer
Nora caminhava junto com sua filha em direção à creche, enquanto Zoe segurava sua mão com força. A menina se sentia segura ao seu lado e não queria se afastar de sua mãe.— Mamãe, não quero ir para a creche. Quero ficar com você — disse Zoe com um tom triste em sua voz.— Oh, meu amor, entendo que você não queira ir. Mas lembre-se de que é importante que vá para a creche para brincar com seus amigos, aprender coisas novas e se divertir — respondeu Nora tentando animá-la, mas sua filha negou.— Eu não tenho amigos — murmurou Zoe.— Ai querida, por que você diz isso? — sua mãe perguntou olhando-a atentamente.— Eles zombam de mim porque não tenho pai, dizem que ele não me quer e por isso nunca virá me buscar — a menina disse baixinho.O coração da mãe se apertou ao ouvir aquilo, ela parou no meio da rua deserta e se agachou para ficar na altura de sua filha.— Querida, não é verdade o que dizem. Você é uma garota única e especial que trouxe brilho e felicidade à minha vida — disse Nora
Ambos se dedicaram a lavar os pratos enquanto conversavam sobre assuntos triviais. Nora ouvia atentamente a Elliot, aprendendo muitas coisas sobre ele em poucas horas. Ele era o único filho de seu pai, mas aparentemente sua mãe havia perdido seu irmão mais velho antes dele nascer. Sua paixão pela culinária havia começado desde criança, e embora seu pai fosse inicialmente contra, agora o apoiava.Ele falou sobre o bom relacionamento que tinha com sua mãe e como era sortudo por tê-la.Nora pôde ver o quanto o chef era próximo de sua família e não pôde deixar de sentir um pouco de inveja.Ela havia crescido sem pais, e embora sua única figura materna fosse sua irmã Irena, quando ela faleceu, Nora se sentiu sozinha no mundo. Mas a chegada de Zoe foi a companhia que ela precisava naqueles momentos tão difíceis.Sua filha era a única coisa que ela tinha, e por isso iria protegê-la de qualquer perigo. Não importava se tivesse que arriscar sua própria vida para fazer isso.Enquanto continuava
Elliot ficou um pouco nervoso diante do olhar inquisitivo do diretor. Ele sempre achou o homem intimidante e misterioso, agora entendia por que os outros evitavam cruzar com ele.- Não, senhor. Tive alguns contratempos, mas já consegui resolvê-los - respondeu Elliot, tentando parecer convincente - Além disso, eu me ofereci para ajudar a senhorita.A última parte não agradou Jeremiah, mas ele se conteve para não mostrar seus ciúmes.- Hm, um homem atencioso, que bom. Mas lembre-se, Elliot, o trabalho dos outros não é da sua conta, deixe que cada um cuide do seu - disse o diretor.Elliot assentiu e olhou para o diretor com desculpas em seus olhos.- Desculpe, senhor. Isso não vai acontecer novamente - disse o Chef.- Quanto à senhorita Nora, não tente fazer o trabalho sozinha. Embora eu esteja ciente, hoje era a vez da senhorita Hellen lavar os pratos, por que você fez isso? - perguntou o diretor e Nora olhou para ele com medo.Ela estava um nervosismo só.- Eu... - começou a dizer, mas
Viajar no transporte público era um desafio para Nora. Todos os dias, ela lutava contra a multidão que costumava esperar na estação, lutando por um espaço no ônibus lotado. Parecia que a maioria das pessoas estava na mesma situação que ela; atrasadas para o trabalho e o tráfego não ajudava ninguém.Nora olhou apressadamente para o relógio, percebendo que faltavam poucos minutos para as oito. Ela sabia que seria completamente impossível chegar a tempo no hotel onde trabalhava. Não havia mais nada que pudesse fazer para salvar a situação, nem mesmo tinha uma desculpa crível para explicar por que estava tão atrasada.Embora o prédio onde morava ficasse relativamente perto da creche de sua filha, e por isso ela costumava aproveitar para ir a pé para o trabalho. No entanto, naquele dia ela acordou tarde e antes precisava levar Zoe para a creche, o que levou mais dez minutos e a atrasou ainda mais.Ela só tinha cinco minutos, então sua única opção para chegar a tempo era pegar um ônibus que
- Ok, espera alguns minutos. Chegarei logo - disse Jeremiah desligando a ligação.Um sorriso surgiu no rosto de Jong, fazendo com que Nora o observasse de soslaio. O homem ao seu lado tinha um sorriso brilhante, e sua pele de porcelana era impecável.Ela tinha certeza de que ele era asiático, pelos seus traços bem definidos e pela maneira como pronunciava as palavras, mesmo falando inglês perfeitamente. Ela o observou por mais alguns segundos, notando o quão bonito ele era, como alguém que só havia visto na televisão.Mas agora ela podia apreciá-lo bem de perto.De repente, um carro preto parou em frente a eles. Jeremiah abaixou o vidro, olhando para seu melhor amigo que se apressou em entrar no carro.- Ufa, obrigado. Pensei que você nunca chegaria - disse Jong e Jeremiah revirou os olhos.- Você está exagerando, nem passaram cinco minutos - olhou para ele enquanto balançava a cabeça.- Para mim, foi uma eternidade lá fora, com as roupas molhadas e geladas - comentou Jong enquanto sa
—É um chá tradicional coreano feito com frutas ou gengibre —interviu o diretor, recebendo um olhar desagradável de Jong—. Você encontra muitos desses no mercado, não é nenhuma receita secreta.Acrescentou, e Jong fez um estalo com a língua. Nora reprimiu um sorriso ao ver a expressão do outro homem.—É delicioso, nunca experimentei um chá como esse antes —disse, tomando o último gole e devolvendo a xícara ao dono—. Muito obrigada...—Jong —ele lhe deu um sorriso que ela correspondeu—. Sou o melhor amigo desse idiota.—Infelizmente —murmurou o diretor.Minutos depois, Jeremiah desceu do carro junto com Jong e Nora, que vinha atrás tentando passar despercebida entre os outros que os observavam curiosos. Os olhos curiosos dos presentes se fixaram neles, especialmente em Nora, cuja roupa encharcada deixava um rastro evidente por onde passava.Ela manteve os olhos fixos no chão enquanto atravessavam o saguão do prédio.Os três estavam completamente molhados, com gotas de água escorrendo po