*Lembranças*
Onde está Autran? Achei que ele viria hoje… perguntei a minha mãe, que estava sentada em uma poltrona a minha frente.
Ela apareceu um pouco incomodada e se mexeu no assento.
Ele deixou isso pra você… ela estende a mão com um envelope em minha direção.
Sinto meu coração palpitar, era uma carta e pelo olhar dela era o estava pensando.
Querida, Matilda…
Penso que não há ninguém nesse mundo merecedor do seu amor, muito menos eu. Peço perdão até do que fiz a você, mas muito mais pleo o que estou fazendo agora. Me despeço da pessoa mais enigmática e amável que já conheci, sinto que não sou suficiente pra toda a sua grandiosidade, me dói te deixar nessa situação, mas as circunstancias me obrigaram a is
O sono estava me vencendo.Sentei no chão ao lado da cama de Maurício, não conseguia deixar ele sozinho então quis ficar o mais perto possível. Porem eu precisava ficar alerta, mas com o tempo passando e a exaustão acabou me vencendo.Me encostei na cama e adormeci sentada.. Não sei por quanto tempo dormi, nem se tudo que vi enquanto dormia era real.Meus cabelos estão sobre meu rosto e apoio minha cabeça no meu braço, o vestido ensaguentado e rasgado estão sobre o chão frio.Vejo alguém se aproximar, mas não consigo me mover, duas pernas vestidas com uma aça preta e coturnos baixos.Não consigo ver seu rosto estou no chão e ele em pé, mas logo se ajoelha e entra no meu campo de visão. A máscara de lobo estava parcialmente coberta por sangue, meu instinto é gritar, mas minha voz est&aacu
Não sei ao certo, mas a presença de Autran me incomodou... apertei as mãos na borda da banheira e encarei a água vermelha. Os dois saíram do cômodo e eu pude respirar normalmente.Eu sai da banheira e entrei na ducha esperei todo vestígio de sangue sair do meu corpo pra poder me secar.Escolho uma calça preta e uma blusa da mesma cor e busco uma jaqueta grossa e amarro na minha cintura.Então caminho pelo corredor e parcialmente iluminado em direção ao quarto da minha mãe. Passo pela cozinha e vejo a sala de jantar ontem estava um caos. Agora parecia um cenário de Apocalipse, pois as nossas janelas bloqueadas com pedaços de madeira.Caminho hesitante ao passar põe ali meus pés afundam nos estilhaços de vidros no chão.O silêncio na casa era assustador e eu podia imaginar Christian
O som ofegante da minha voz era o único barulho que aquela floresta estava ouvindo, o pisar forte, mas silencioso da minha corrida não denunciavam minha localização. Era o meu desespero que fazia esse serviço. Era uma adrenalina que não conseguia descrever em palavras, um pulsar dentro do corpo que te deixar sem ar e sem chão.Corri pela estrada de terra e eu não olhei se quer para trás nenhum segundo, o tempo estava frio e eu podia sentir minhas bochechas queimarem pelo tempo gelado e pelo meu esforço físico. Não fazia sentido e nem tinha ideia que Christian tinha me notado, se tivesse estava demorando muito para aparecer, mas eu tentei concentrar apenas nos meus esforços em correr o mais longe possível.Devo ter alçado alguns quilômetros de chão até avistar uma barreira, que por conta da noite escura só conseguia enxerga
Abri os olhos devagar aos pouca minha visão foi identificando o lugar onde eu estava.Eu estava deitada sobre um colchão a minha visão inicial era um telhado escuro e velho. Ao tentar enxergar ao meu redor, percebo que estou numa cabana pequena e na verdade estava muito escuto e aos poucos comecei a sentir minha perna latejar.Meus olhos percorram minhas pernas até chegar numa atadura envolta da minha panturrilha. E provavelmente eu estava sob efeito de algum remédio eu sentia dor, mas era leve e bem diferente do que senti antes de cair no chão.Ao tentar me mexer mais eu escuto o som de correntes e noto que uma das minhas pernas está presa em um grilhão. Eu estava presa.Sinto uma tontura repentina e deito a cabeça no colchão, eu estava muito lenta o telhado de vez em quando girava e eu gemia baixinho de dor.Tentava concentrar meus pensamentos de como vim parar ali do porque me
Dormiu bem? Ele finalmente falou com um tô irônico que me fez a minha explodirá.Eu respirei fundo e o encarei...Quem você matou?Ele desligou a torneira e moveu as mãos no ar para enxuga-las.O que te faz pensar nisso? Por causa disso? Ele aponta para a pia cheia de sangue. Ah nem havia reparado.Eu fecho os punhos e bufo de raiva.Ele se aproxima e eu avanço para empurrá-lo, mas ele segura meus braços e me imobiliza.Você ainda está quente e mesmo doente não perde a postura bem diferente de ontem a noite... ele aproxima o seu corpo do meu e eu giro o rosto.Seu tom de voz era sugestivo para me fazer sentir culpada por ter aceitado os seus cuidados.Quem você matou? Repito com firmeza e eu não conseguia tirar aquilo da minha cabeça.Ele me solta e sai da cabana me deixando novamente sozinha com a incerteza do que acontec
Meu corpo cai no chão com o impacto ele havia me dado um tapa tão forte que meus olhos reviraram. A minha fraqueza já estava no ápice.Você acha que pode impor condições aqui? Pois eu quero que você beba essa água e você vai beber.Ele parte pra cima de mim eu tento recuar, mas ele segura a mão com força nos meus cabelos e me puxa para perto de seu rosto. Minha afeição é de ódio, mas parece que isso que o diverte.Beba...Eu respiro fundo e vejo a água a minha frente ser a mais maravilhosa do mundo. A necessidade faz coisas inimagináveis com o ser humano. Além de ser forçada a isso.Eu tentei uma maneira de me impor ao estabelecer opções, mas parece que só piorou a situação.Então eu bebi desesperadamente como um animal que ele queria que eu fosse. Eu me senti
A noite parecia uma eternidade, minha mente buscava sanidade, mas enclausurada naquele lugar era impossível.Christian tinha ido embora me deixando um copo de água e um analgésico. Como se toda a sessão de tortura não tivesse acontecido.Ele fazia isso com frequência... havia chances de humor num momento era violento no outro era completamente diferente.Era tão imprevisível... isso dificultava qualquer plano que eu pudesse criar.Lembro da humilhação que passei e principalmente da confissão dele. Uma criança maltratada, passando por tantas coisas. Nada justifica os atos cruéis dele, mas também nada justifica o que ele passou.Se ele era capaz de matar os próprios pais, eu e minha família não éramos nada.Lembro que minha mãe falou que havia quatro corpos, mas visivelmente Christian
Ao passar o grilhão de volta no meu tornozelo eu senti dura realidade de ser prisioneira.Tínhamos voltado em silêncio e ele permaneceu assim. Com aquele ar de superior e rude. Perto dele eu só sentia raiva, confusão e nojo. O único medo que ele me fazia ter era de ter controle sobre mim, mas eu tentava desesperadamente impedir isso.Antes de se levantar e sair, ele passou um dedo subindo pela minha perna. Notei uma certa frequência naquele tipo de toque como se fosse algum tipo de código, como se tivesse algum significado.Você já fez isso várias vezes… o que significa? Pergunto intrigada…Ele logo levanta e se aproxima de mim e a sua máscara está bem próxima do meu rosto e eu o encaro. Ele passa a mão pela jaqueta dele que eu estava usando e a tira do meu corpo.É uma forma de conexão… ele põe a jaqueta n