*Sons de ambulância*
Vai ficar tudo bem meu amor... mamãe disse com a voz engasgada.
A minha visão era turva e sentia os olhares julgantes a minha volta. Por que tinha que ser logo na escola?
Eu tinha tido um ataque, eu pulei em cima de uma garota chamada Alana gritei e agi grito uma louca. Como sempre então minha pressão caiu e eu desmaiei.
Porque você fez isso Matilda?! A voz de Autran ecoava longe.
Senti o paramédico por uma máscara em meu rosto estava deitada na maca era mais fácil respirar agora. Tentei abrir os olhos o máximo que pude o vi olhar pra mim com muita preocupação eu sorri e ele logo sorriu de volta. Que lindo...
Consegue me dizer seu nome? Me olhou curioso...
Matilda...
Ouvi minha mãe dizer algo, mas apaguei logo em seguida.
Dias atuais...<
Segredos que talvez nunca sejam seus...Eu lembro de ter amado ela mais do que qualquer coisa.Lembro de ter vivido o infinito do amor dela.Mas as coisas mudam...Ela me mudou e eu nunca achei que poderia amar alguém que não fosse a Matilda.Não temos controle por quem nos apaixonamos, certo? Eu espero que não porque penso em Matilda rodas as noites com dor no coração.Talvez seja por isso que vim ao aniversário dela... ou eu queria recuperar o que sei que seria impossível.Vi ela com vestido amarelo e laço no cabelo, ela estava linda como na primeira vez que a vi.Não pude conter o sorriso... E eu sentia falta dela, mas não tanto quanto a minha culpa.Eu podia sentir o cheiro de baunilha de longe como uma menina que ama doces e sempre guarda um no bolso. Eu estava nervoso e não sabia o que poderia
Minha cabeça sempre foi uma confusão sobre meus pensamentos fora da realidade e sempre tiveram comigo. Mas eu sei que aquilo foi real por mais que todos não acreditem em mim e eu mesma duvide do que eu vi.Saio do quarto meio zonza tentando compreender o que havia acontecido eu estava apavorada e sem chão porque sabia que pedir ajuda era em vão e sempre foi assim nessa família.Logo vejo Autran na porta da sala vindo em minha direção sem a menor noção do quanto eh estava desestabilizada eu desabo no chão aos prantos.Essa sensação de impotência de dor por não ter credibilidade de não ser o que queriam que eu fosse isso é dilacerante.Ele corre até mim e me acolhe nos braços no chão como nos velhos tempos.Shhh... vai ficar tudo bem eu tô aqui com você não chora... ele sussurra
Uma raiva descomunal cresce no meu peito e parecia estar tudo claro aquela mensagem foi fita como verídica no meu coração. Como verdade absoluta!Olho em busca de Autran e logo vejo ele abraçado com minha mãe.Meu coração estala como se uma agulha perfurasse lentamente no meu órgão.Não, não pode ser...Mas não pude pensar muito, pois escuto galhos sendo quebrados na floresta e alguém estava se aproximando muito rápido. Meu instinto é gritar...Ele estava vindo...Vamos sair daqui! Entram! Rápido! Corro tentando puxar eles pra dentro de casa.Eles me olhavam sem entender, mas os barulhos ficavam maiores então começaram a me ouvir.Mas que merda é essa Matilda?! Nem pra sua... A voz de Rosana é interrompida pela flecha atravessada em sua cab
O tempo estava frio e a beira da lareira meus olhos fitavam a lenha queimando lentamente como uma vida que tem um começo e um fim.Eu estava apavorada com o que estava por vir, mas, ainda assim, meu coração estava cheio de coragem como nunca tinha sentido antes.Então devíamos ter insistido mais... talvez ela ainda estivesse viva...Dou um sobressalto quando Autran surge ao meu lado.Com tudo que tinha acontecido eu esqueci completamente do irmão de Rosana ele devia ser o que mais estava sofrendo nessa história toda.Autran... eu sinto tanto quando percebi o que ele...Minha voz falha... eu tentei ajudar... as lágrimas finalmente vieram eu ainda não tinha chorado depois de tudo que tinha acontecido eu queria dar força a todos, mas com Autran me senti responsável.Ele pôs a mão no
A cena poderia nunca sair de nossas mentes... A imagem dele deitado sobre a cama encharcada de sangue. O desespero da minha avó ao se ajoelhar diante daquele espanto. O tempo parecia ter pausado naquele instante. Meus olhos focaram no corpo do meu avô sem vida, inerte, violado e desfigurado. Os gritos de horror estavam abafados pelo meu pavor estava eu paralisada em frente a cama sentindo-se exposta, inútil a toda aquela sensação. Depois de muito tempo levanto o olhar e percebo o quão cruel aquela cena parecia. Na parede uma frase escrita com carvão vegetal. GrosseiramenteTudo vemQuando te convém.. Estreito os olhos em busca de pistas do porque estava ocorrendo aquela barbaria, mas tudo não fazia sentido. A frase, as aparições do assassino, Autran aparecer de repente. Sinto minha pele roçar algo quente e vejo a mão de Maurício passar pelo meu ombro e seu rosto tra
*Lembranças*Onde está Autran? Achei que ele viria hoje… perguntei a minha mãe, que estava sentada em uma poltrona a minha frente.Ela apareceu um pouco incomodada e se mexeu no assento.Ele deixou isso pra você… ela estende a mão com um envelope em minha direção.Sinto meu coração palpitar, era uma carta e pelo olhar dela era o estava pensando.Querida, Matilda…Penso que não há ninguém nesse mundo merecedor do seu amor, muito menos eu. Peço perdão até do que fiz a você, mas muito mais pleo o que estou fazendo agora. Me despeço da pessoa mais enigmática e amável que já conheci, sinto que não sou suficiente pra toda a sua grandiosidade, me dói te deixar nessa situação, mas as circunstancias me obrigaram a is
O sono estava me vencendo.Sentei no chão ao lado da cama de Maurício, não conseguia deixar ele sozinho então quis ficar o mais perto possível. Porem eu precisava ficar alerta, mas com o tempo passando e a exaustão acabou me vencendo.Me encostei na cama e adormeci sentada.. Não sei por quanto tempo dormi, nem se tudo que vi enquanto dormia era real.Meus cabelos estão sobre meu rosto e apoio minha cabeça no meu braço, o vestido ensaguentado e rasgado estão sobre o chão frio.Vejo alguém se aproximar, mas não consigo me mover, duas pernas vestidas com uma aça preta e coturnos baixos.Não consigo ver seu rosto estou no chão e ele em pé, mas logo se ajoelha e entra no meu campo de visão. A máscara de lobo estava parcialmente coberta por sangue, meu instinto é gritar, mas minha voz est&aacu
Não sei ao certo, mas a presença de Autran me incomodou... apertei as mãos na borda da banheira e encarei a água vermelha. Os dois saíram do cômodo e eu pude respirar normalmente.Eu sai da banheira e entrei na ducha esperei todo vestígio de sangue sair do meu corpo pra poder me secar.Escolho uma calça preta e uma blusa da mesma cor e busco uma jaqueta grossa e amarro na minha cintura.Então caminho pelo corredor e parcialmente iluminado em direção ao quarto da minha mãe. Passo pela cozinha e vejo a sala de jantar ontem estava um caos. Agora parecia um cenário de Apocalipse, pois as nossas janelas bloqueadas com pedaços de madeira.Caminho hesitante ao passar põe ali meus pés afundam nos estilhaços de vidros no chão.O silêncio na casa era assustador e eu podia imaginar Christian