LIZ NARRANDO. Jogo o telefone na pia e choro compulsivamente e volto para o banho tentando tirar aquela dor de mim. Eu não vou casar com o Thales, nem que eu faça uma loucura, mas eu não vou. — Que mal eu fiz para estar vivendo isso Deus? — Eu falo enquanto a água caia sobre o meu corpo. E parece que tudo em mim doi, eu me curvo e deixo a agua e a dor lavar tudo que me sufoca. Sinto que tudo que venho vivendo é como se fosse um castigo, só isso explica essa tortura que é hoje a minha vida. Saio do chuveiro e vou até closet, fico olhando as sacolas das compras de hoje e me perguntando se vou me encaixar nesse mundo que eles querem me fazer entrar. Coloco uma camisola que tínhamos comprado hoje, soltei os cabelos e fiquei parada em frente ao espelho. Por um momento fechei os olhos e parece que eu conseguia sentir as mãos do Nicolas passar pelo meu corpo, o seu cheiro, o seu calor. Tudo nele me fascina, tudo nele parece que ascende todas as células do meu corpo e me faz sent
NICOLAS NARRANDO Depois que desligo vou tomar outro banho, eu não posso negar que o meu corpo respondeu a tudo que vinha dela, a minha cabeça foi longe e o que eu mais queria ela estar com ela nessa cama, mas como não posso só me resta tomar um banho e deitar. Amanhã é sexta feira tenho muitas coisas a serem feitas. Depois que termino deito ao lado do meu filho, fico olhando ele por um bom tempo. Uma coisa tão simples como dormir com ele ao meu lado, foi tão importante para ele. Pude sentir toda a sua alegria ao sair comigo para comer uma pizza. Coisas simples que fizeram toda a diferença na cabeça dele. Quero muito recuperar o tempo perdido, não que eu consiga isso, é impossível, mas pelo menos eu vou tentar fazer diferente. E sei que já tenho feito grandes progressos. Na verdade não só tem sido especial para ele, tem sido para mim também. Parece que eu acabei de ser pai, e isso tem me tomado por inteiro. Sei que dificilmente uma mãe abandonaria o filho pela morte d
LIZ NARRANDO Todas as vezes que eu falo com ele parece que meu coração quer pular do peito. Nunca me vi sentindo isso, como conheci de fato o que era amor retribuído. Desde que me entendo por gente eu mendigava amor daqueles que eu pensava ser meus pais. Eu nunca entendi direito o porque deles rejeitarem, algo não batia. Quando eu descobri o porque eu já tinha uns 16 anos e tudo começou a se encaixar. A falta de amor, a falta de cuidado, o desapego. Aí passei a me questionar mais ainda, se Deus fez com que ela não pudesse ter filho já era uma proposito né? Ele me falou aos gritos que eu tinha sido a pior escolha que eles já tinham feito na vida, ele estava bêbado, ele disse enquanto eu cuidava dele porque estava bêbado que eu não era filha deles, que eu fui rejeitada quando era bebe e eles resolveram me pegar. Início do Flashback Falou olhando em meus olhos que se arrependimento matasse eles já estariam mortos, eu engoli o meu choro naquele momento e continuei dando
THALES NARRANDO A mudança da Liz foi incrível, nunca imaginei que pudesse ficar mais linda do que já é. Sai daquela cozinha para não agarrar ela e dá um beijo, porque essa era a minha vontade. Deito e fico pensando na minha vida, em tudo que me aconteceu esse tempo, na mudança que ela fez em mim, hoje vejo as mulheres como objeto, porque pude sentir que nem sempre vale a pena se entregar ao amor e levar um pé na bunda e depois disso ficar no fundo do poço como eu fiquei. Eu nunca fui atrás dela, nunca achei que merecia o que ela fez, então porque iria me rebaixar? Se ela queria ir embora deveria ter um motivo muito sério. E sim, eu sabia que ela me amava, mas parecia que no fim das contas eu não era o suficiente, e não fui atrás, mas isso não tirou a minha dor. Passaram-se tanto tempo e eu nunca fui atrás dela. Acordo cedo dessa vez, corro para o banho para tentar pegar o café da manhã junto a todos, agora que eu estou tentando conquistar a minha Liz, certeza que ela
LIZ NARRANDO Os meus olhos estavam fixos nos olhos dele, ao meu redor eu conseguia ouvir as pessoas batendo palma e a voz de uma mulher soou no microfone. Mas eu não estava prestando atenção no que estava acontecendo ao meu redor. — Liz. — Bernadete chama a minha atenção percebendo a troca de olhares. — Desculpe. — Respondo e levanto indo em direção ao banheiro, precisava sair um pouco dali, não aguentava ver o Nicolas com aquela mulher. Entro no banheiro, apoio as mãos na pia e respiro fundo. Esse beijo que o Thales me deu foi totalmente sem noção e é claro que ele fez isso porque o Nicolas estava vendo. Ver o Nicolas conversando com aquela mulher também me deixou com ciúmes, será que eles realmente estão se relacionando novamente? A minha mente girava em torno das memórias dele me dizendo que me ama e que queria ficar comigo, e agora isso? Ele com outra, os meus olhos se enchem de lágrimas e aquilo era maior que eu, esse sentimento que antes nunca senti toma conta
KATHARINA NARRANDO São 19h e ainda estou aqui nesse escritório extremamente, irritada com tudo que aconteceu aqui hoje. Eu não posso me permitir ser levada por um ser tão desprezível como ele, eu SIMPLESMENTE NÃO POSSO. Ele é aquele estereótipo de macho alfa que pensa que tudo pode, só que o terreno que ele quer pisar é muito minado, e sim, eu sou aquela mulher que a boca não se cala e a perna não tem limite. Então se ele acha que tudo pode, comigo não é a vontade de pegar a minha arma que tinha na bolsa só para ele ficar de sobreaviso. Bom, vou para a academia antes de ir para casa, faço a minha aula de box tailandês, aquilo me deixa mais calma. Chego em casa e não vejo sinal dos meus pais, acho que eles tinham me falado que iam um jantar fora hoje né? Acho que sim. Subo, tomo um banho, já tinha comido rua já. E vou direto dormir, estava morta. A minha cabeça trabalhava mais do que deveria, volto no tempo. Início de Flashback — Amiga, sério que hoje enfim você vai
LIZ NARRANDO. — Eu vi quem foi com você ao banheiro, em casa iremos conversar. - Meu Deus, era o que me faltava, as coisas já são complicadas e além de tudo isso. Droga, ela vai encher o meu saco, eu tentei disfarçar e me sentei. O celular do Thales estava sobre a mesa, mas ele não estava. O que será que houve, ele nunca sai sem levar esse celular. — Onde está o Thales? - Pergunto por ele para disfarçar um pouco pelo flagra que ela nos deu. — É mesmo, já faz um tempo que ele saiu da mesa. — Sr. David fala. — O celular dele está aqui. — Respondo e pego na mão e mostro a eles. — Eu vou dar uma volta e ver se acho ele. - Sr. David levanta e sai em busca do Thales. A Bernadete ficou conversando com uma outra mulher elegante. Pouco tempo depois o Sr. David volta para a nossa mesa sozinho. — Bom, acho que ele já foi embora, não o encontrei — Que estranho, enfim vamos embora, estou muito cansada. — Bernadete fala. Guardo o celular na minha bo
NICOLAS NARRANDO. Depois que sai do banheiro voltei para a minha a mesa, acabou que não prestei atenção em nada do que foi dito, essa história com a Liz me deixa perdido. Eu só consigo pensar nela, em ficar com ela e isso estava tirando o meu foco no que era realmente importante. — Onde você estava? — Isabelle pergunta. E eu tinha esquecido que ela estava aqui. — Fui ao banheiro e depois encontrei um velho amigo. — Ah sim, você está vermelho tem certeza que está tudo bem? — Estou, só com um pouco de calor mesmo. - E que calor, meu Deus como aquela mulher me deixa louco. Ela continuou falando, mais eu mal conseguia prestar atenção, apenas concordava e os meus olhos ficavam em Liz, o jeito que essa mulher está mexendo comigo, logo eu que depois da morte da Manu prometi que não iria me entregar novamente. Mas eu não consigo cumprir essa promessa em relação a Liz, é mais forte que eu e eu a amo e a quero na minha vida e do meu filho. O tempo que ficamos no j