LIZ NARRANDO. Vou para o meu quarto com o coração na mão, enxugando as lágrimas que banham o meu rosto. Hoje experimentei com no passeio, dois momentos completamente diferentes, em um parecia que o sentimento prevalecia do lado dele, e aquilo fazia o meu coração saltar em grandes pulos, em outro ele se fecha é grosseiro a ponto de me deixar mal, de fazer-me sentir pequena diante dele. Porque, ao mesmo tempo que ele me faz sentir desejada quando me toca, ele tem atitudes contraditórias que bagunça tudo o que eu penso em relação ao que envolve nós dois. Para completar toda essa confusão aquela velha ainda descobre a minha história em relação à fuga da casa do Thales, antes que eu tenha a chance de contar para ele tudo que me fez chegar até ali, não o condeno completamente por estar se sentindo “traído”, porque é isso que eu acho que ele está sentindo, eu no lugar dele estaria. No entanto, não tiraria o direito dele de se explicar melhor, como ele fez comigo, ele foi logo se f
NICOLAS NARRANDO. Fico me questionando o porquê de tudo isso, agora encontro-me aqui andando de um lado para o outro no escritório. A entregar para o Thales sabendo de tudo o que ele vai fazer com ela ou então manter ela em segredo aqui, sabendo do risco dele vir aqui a qualquer momento e a encontrar? Eu posso livrar a minha cara e entregar ela ou posso me complicar com a Máfia. Que dúvida o meu Deus, o que eu faço nessa situação? A minha cabeça vai a mil e eu encontro-me num beco sem saída. Apago as luzes do escritório, fecho a porta e quando começo a subir a escada ela vem descendo, nós ficamos nos olhando, sem saber o que falar um para o outro. Ali meu coração acelera e parece que vem a tona tudo o que sinto por ela, a vejo fragilizada, ela é só uma menina assustada e eu quero a entregar para um cara sem coração. — Boa noite Nicolas. — Ela fala e abaixa a cabeça e vai descendo da escada. — Liz.. - Precisava falar com ela logo o que eu tinha pensando, não ia deixa
BLANCA NARRANDO Como assim o Nicolas não me escuta? Depois de tudo que falei sobre essa farsante? Preciso arrumar um jeito dessa mulher sair dessa casa antes que seja tarde. Eles dois andar muito próximos, fora o pestinha do menino que parece ter uma adoração por essa garota. Pior que essa menina me lembra alguém e eu não consigo me lembrar de quem. No mínimo não deve ser alguém de boa índole. Escuto barulho vindo do corredor, essa hora todo mundo já está nos seus quartos, deixa eu ver quem pode ser. Vou pé ante pé, porque são duas vozes, deve ser o Nicolas e a biscate. E começo a escutar a fala deles — Arrume as suas coisas. - Mas o porquê ele está pedindo isso para ela?? — Para que? - Olha a sonsa se fazendo de coitada. Pensa que me engana essa ai. — Vou te tirar da cidade. - Como assim ele vai tirá-la da cidade? quer leva levar ela para onde? — É sério? Você não vai me entregar para ele? - Hum , ela me deu uma grande ideia. — Eu não posso. - Como assim não pode
LIZ NARRANDO. Eu não preguei o olho, a minha mente não conseguia se desligar. As palavras dele ficavam matutando em minha cabeça e coração. Como assim ele me ama? Como ele vai me tirar daqui? E se o Thales for atrás dos meus pais? Ah vou enlouquecer. O sol raiou e eu continuava ali, sentada com os braços segurando as pernas, enxuguei as lágrimas do meu rosto e levantei da cama. Coloquei outra roupa, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, coloquei as minhas coisas dentro da mochila e abri a porta olhando para o quarto, apesar de tudo aqui vivi bons momentos. Eu iria dar um beijo em Lucas antes de sair, mas da cozinha mesmo eu comecei a ouvir os gritos do Thales. Droga, ele descobriu. — Fala baixo, você está dentro da minha casa. — Ouço o Nicolas responder. — Baixo o caralho, eu pensei que você fosse meu amigo, mas não, estava com a minha mulher, sabe lá fazendo o que seu indecente. — Thales, se acalme, meu filho por favor. — Blanca fala. — Foi você que
THALES NARRANDO Acordo meio atrasado tinha aula de tiro ao alvo e quando estava para terminar de me arrumar a empregada fala que a Tia Blanca estava aqui e o que ela veio me contar quase me fez surtar, mas que porra é essa Nicolas? Esse filho da puta está querendo me testar? vou foder com a vida dele e ele vai saber que nunca mais poderá mexer com o que é meu. Como assim esse tempo todo ele estava escondendo a minha Liz?? ele sabia do meu desespero atrás dela e não a me entregou? Ele não perde por esperar, vou aprontar uma com ele que nunca mais ele vai esquecer, e a nossa sociedade foi para o espaço. FODA-SE, eu quero que ele agora morra, ele abriu guerra comigo, quero só saber se ele aguenta a minha ira. Quando termino de me arrumar e chego na casa dele dou de cara com ela, percebo que senti saudades, ela é tão linda, mas é minha, única e exclusivamente minha e não é esse idiota que vai me fazer desistir dela só porque ele quer. — Isso não vai ficar assim Thales. - O
LIZ NARRANDO Pareceu um pesadelo tudo que vivi hoje cedo, sei que sempre vivi na loucura de um dia o Thales chegar na casa do Nicolas e me levar de volta, mas a sensação causada foi algo que me apavorou. O que mais mexeu comigo foi o fato de ver o Lucas chorando me querendo, aquilo ali foi a pior dor que eu já senti na vida, como pode em tão pouco tempo eu simplesmente amar aquele serzinho com todas as minhas forças e seria capaz de enfrentar o mundo para não vê-lo sofrer. A ida a casa dos meus pais foi outro momento deprimente, não entendo o porquê eles me pegaram para criar se não conseguem me olhar como filha. Não conseguem ter cuidado. O amor sempre foi mendigado. Até que a minha mãe mostrou sinais de carinho, mas meu pai não. Acho que ele nunca soube o que era amor. Agora estou eu aqui na casa do Thales novamente, eu não vou sair desse quarto hoje. Tomei um banho demorado e coloco uma camisola. Acho que ele não se encontra mais no quarto, então vou deitar na cama ao
NICOLAS NARRANDO. Como fui capaz de deixar ela ir embora, eles passaram por aquela porta e eu permiti que ela fosse com ele. Sento na escada, seguro a cabeça com as duas mãos e escuto o barulho do salto alto de vovó batendo no chão de casa, e ela era a maior culpada disso tudo, ela era a culpada do meu coração está tão pequeno, do meu filho ta lá em cima sinto falta da Liz. — Levanta-se Nicolas, vai ficar ai chorando por um rabo de saia. - Eu não sei mais o que eu faço com ela. Eu realmente estou no meu limite. Mas prometi ao meu avô que cuidaria dela até o fim. — Cala a boca. — Sussurrei, mas querendo gritar a plenos pulmões. — O que você disse? - Ela escutou, mas se faz de sonsa. — Eu disse para VOCÊ CALAR A BOCA. — Gritei me levantando e ela arregalou os olhos, sem acreditar que eu pudesse fazer isso. — Você precisa aprender a ouvir o que falo, mas parece que é surda. A senhora não respeita ninguém e isso já atingiu o máximo da minha paciência. - Falo muito sério com
KATHARINA NARRANDO Sou Katharina Siegel tenho 27 anos, filha de Bruce Siegal. Sou uma mulher forte e destemida. Lutei muito para chegar onde estou. Não sei quem é a minha mãe, afinal eu fui deixada na residência do meu pai com um papel dizendo que era filha dele. Ele não me abandonou, era casado, mas a minha madrasta nunca pode ter filhos e assim me criou como sendo dela. Quando descobri que ela não era a minha mãe de verdade foi muito doloroso para mim, porque é tanto amor que tenho por ela que isso doeu muito em mim. Mas com o tempo aprendi que o sangue não quer dizer nada, o que vale é o lado afetivo, é a ligação que nos une, e isso não tem preço. O meu pai é um homem muito forte, e me fez ser forte como ele, ele não se importou por eu não ser um homem, disse que um dia eu iria substituí-lo e sabia que isso iria causar muitos problemas para mim, pois esse mundo máfia era muito machista, mas ele estava me moldando como ele foi moldado e eu seria uma mulher de pulso forte que s