Me mexo na cama ao ouvir o celular de Gael tocar.
Ele se mexe um pouco, mantendo o nariz em meu cabelo, permitindo que sentisse sua ereção roçando em minha bunda.
O celular continua tocando. Abro os olhos pegando o celular do lado da cama, vendo o nome de Rubinho estampado na tela.
– Gael – chamo rouca – É o Rubinho.
Gael suspira, pegando o celular da minha mão.
– Fala – Ele faz uma breve pausa, franzindo o cenho em seguida – Como assim, a mercadoria foi roubada?! – Ele sai da cama, apenas vestido na cueca box, saindo do quarto.
Substituo a camisa dele por minha roupa do dia anterior, indo ao seu encontro na sala.
– Quero o nome desse rato até o final do dia! Tá me ouvindo? Não quero nem saber o que vai fazer pra descobrir. Quero ele
A vida era cheia de reviravoltas. Antes não acreditava muito em karma e até ria das pessoas que estavam sendo castigadas pela vida.Só não achava que a vida iria começar a fuder comigo e que me faria ser punida pelas minhas decisões.Poderia manter minhas decisões sem que Marco soubesse e sem interferir no que havia entre nós. Mas não.Ele tinha que ser amigo de Gael. A mercadoria de Gael tinha que ser roubada, para que Gael pedisse droga emprestado e eu acabasse de entrar de gaiata por estar querendo ter mais dinheiro e vencer na vida.Enfim, o mundo não dava voltas. Ele capotava.Não precisei de “mapa”.No porta– luvas do carro, estava a arma cromada de Gael.Havia tido tempo de voltar atrás, alegar qualquer coisa, mais não, en
Não conseguia me mexer e nem pronunciar nenhuma palavra.A impressão que tinha, era que havia esquecido de como fazer isso. Coisas básicas que estava sempre fazendo.Ainda parada na frente de Marco, não aceitava o que havia me dito. Ele não podia fazer isso comigo. Com a gente.– Se quiser que eu ponha você pra fora. Eu ponho – diz ríspido, trazendo novamente a vontade de dar um tiro em sua cara.Ergo o olhar, voltando a sustentar seus olhos.– Vim buscar a droga – digo por fim, pegando a arma.– Ele mandou você? – pergunta quase que abismado – Pelo jeito, confia mesmo em você – Ele pega o rádio no bolso bruscamente.– Por quê não confiaria?– Tu tá cheia de marra – diz tencionan
Não conseguia me mexer e nem pronunciar nenhuma palavra.A impressão que tinha, era que havia esquecido de como fazer isso. Coisas básicas que estava sempre fazendo.Ainda parada na frente de Marco, não aceitava o que havia me dito. Ele não podia fazer isso comigo. Com a gente.– Se quiser que eu ponha você pra fora. Eu ponho – diz ríspido, trazendo novamente a vontade de dar um tiro em sua cara.Ergo o olhar, voltando a sustentar seus olhos.– Vim buscar a droga – digo por fim, pegando a arma.– Ele mandou você? – pergunta quase que abismado – Pelo jeito, confia mesmo em você – Ele pega o rádio no bolso bruscamente.– Por quê não confiaria?– Tu tá cheia de marra – diz tencionan
- O que vai fazer com este aqui? – Rubinho pergunta, quando Gael dá as costas para ele.A expressão de Gael era distante ao se virar para mim. Como se ainda tivesse tentando entender, as palavras que ficaram suspensas no ar.- Rubinho – O homem chama choramingando – Parceiro. Você me... – Num movimento rápido, Gael saca a arma de sua cintura e atira três vezes contra a cabeça do homem, que tomba para o lado.Sinto mais uma ânsia, virando de costas, tentando vomitar o que não tinha no meu estômago.- Tem estômago fraco, puta? – Rubinho pergunta com deboche.- Vai se fuder – murmuro.- Não chama ela assim. Sabe muito bem que ela não é mais – Gael o repreende.- Não tá mais aqui quem falou.Me
Não consegui dormir. Sentia meu cérebro ligado ao 220.Precisava encontrar um jeito de falar com Marco, de fazer ele me ouvir. Pelo celular já havia visto que não teria chance alguma.Gael se mexia de vez em quando do meu lado agitado. Murmurando palavras incoerentes.Já passava da meia noite, quando saio da cama novamente, andando em passos firmes até a sala, onde visto minha calça jeans e pego a chave do carro na garagem.Afundo o pé no acelerador quando me vejo longe da casa de Gael. Não estava pensando muito. Se fosse pensar, não sairia do lugar.As ruas estavam calmas e com pouco movimento, o que facilitou que chegasse a velocidade de 100 km/h.Faço a curva entrando na estrada de areia, sem esquecer do aviso inicial de Marco, sem diminuir a velocidade. Só
Antes mesmo de abrir os olhos, já estava me sentindo enjoada.Saio da cama rapidamente, notando com uma rápida olhada na cama que, Gael não estava mais nela.Entro no banheiro não me importando em fechar a porta do banheiro, vomito a água que havia em meu estômago e inclusive a bile. Que era horrível.Apoiada no azulejo respiro fundo, me recompondo. O enjoo continuava em meu estômago, liberando um desconforto em todo meu corpo.Olho na direção da porta aberta, ao escutar a voz de Rubinho. Havia passado com tanta pressa para o banheiro, que não havia percebido ele na sala.Escovando os dentes e lavando meu rosto, deixo o banheiro em “busca” da minha calça jeans. Gael estava inclinado para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos de cabeça baixa, apenas vestido em uma bermuda. Enquanto em sua frente, estava Rubinho em pé, igual um urubu.<
- Aonde a gente tá indo? – Lidiane tenta me acompanhar, enquanto subíamos a rua.- Pra casa do Gael.Ela para de andar.- Perdeu o juízo? Deve ter polícia lá – Me viro para ela, andando de costa.- Acha mesmo que vão armar uma campana lá?- Gael assim como o Marco, é considerado perigoso e procurado pela polícia.Dou de ombros.- Vou do mesmo jeito – Giro meu corpo voltando a andar. Lidiane continua a me seguir, atenta a qualquer movimento estranho ao nosso redor.Paro na esquina da casa de Gael, olhando com atenção a rua quase deserta. Noto pingos de sangue na rua de paralelepípedo. Ando em passos largos até o portão aberto da casa de Gael, percebendo que o sangue vinha da calçada e não de dentro da c
Duas semanas depois Fazia duas semanas que os policias não entravam na favela.Isto por causa da propina de 20 mil oferecida. Havia mandado deixar bem claro, que era para ser avisada de qualquer operação que tivesse prevista para a favela.A venda de droga continuava constante e os números só cresciam. Não havia muito para eu fazer. Além de tomar decisões e receber os lucros.Depois de balear Rubinho, foi “fácil" aplicar algumas punições, mostrando que não estava ali para brincadeira.Aos poucos meu nome se espalhava, ganhando força.Mesmo sendo a dona do Morro do Alemão, precisei me aliar a uma das mais fortes quadrilhas que dominava o Rio de Janeiro e para entrar, precisei matar.Aos poucos, me acostu