Enquanto em Luceria várias peças começavam a se mover, em Porto Vento, Pietro levava Guadalupe à sua primeira consulta com o ginecologista.— Olá, Senhorita Priego, Senhor Pellegrini! Foi o senhor quem me escreveu às 12h00, às 2h00 e os outros e-mails, não é?— Olá, Dr. Ángel Romano. Exatamente, surgiram muitas dúvidas sobre a gravidez e eu não conseguia dormir direito.Guadalupe ficou surpresa ao ouvir que Pietro tinha pesquisado sobre a gravidez e, acima de tudo, já tinha agendado uma consulta com um excelente médico.— Dr. Romano, há 3 semanas fiz um exame de sangue que deu positivo, mas a analista me disse que ainda era muito pequeno.— Srta. Priego, como seu marido me escreveu de madrugada, se a concepção acabou de acontecer, deve ser pequeno mesmo, mas é importante começar a acompanhar adequadamente. Vou prepará-la para coletar uma amostra de sangue e também fazer uma ultrassonografia para verificar o tamanho do saco gestacional.Pietro estava corado; não esperava que o méd
Pietro e Guadalupe voltaram para casa. Ela dormiu por um longo tempo enquanto ele dirigia. Durante o caminho, Pietro pensava que havia muitas coisas para resolver; tinha um bebê a caminho e nada seria igual. Precisava contar as boas notícias para alguém e tinha documentos para organizar.Ao chegar em casa, quando parou o carro, Guadalupe acordou e Pietro abriu a porta, oferecendo sua mão para ajudá-la a sair. Quando ela saiu, ele a abraçou e a levantou, dizendo:— Estou tão animado! Consegue imaginar uma cópia sua correndo pelo amplo jardim? Correndo pela praia?— Pietro, ainda é muito cedo!— Sim, mas imagine só! Em pouco tempo esta casa estará cheia de brinquedos e coisas de bebê!— Disseram coisas de bebê, senhor? — perguntou Angostina com curiosidade.— Sim, Angostina, em breve teremos um bebê aqui! Mas, por enquanto, só você deve saber disso. — disse Pietro seriamente.Guadalupe não pôde fazer mais que corar. Era óbvio que Angostina estava surpresa, mas era inegável que em
Desde aquela noite, Pietro pediu a Guadalupe para dormir no quarto principal; esse pedido saiu naturalmente, sem pensar.Naquela mesma noite, depois de jantar, ambos foram para seus respectivos quartos. Pietro tomou banho, vestiu o pijama e deitou-se na cama. Reconheceu que aquele pedido tinha sido precipitado demais; ela mal tinha chegado em casa, acabara de se divorciar e estava grávida. Sentiu-se tolo ao pensar no que havia pedido durante o dia.Depois de pensar um pouco, colocou seus óculos e começou a ler um livro que tinha na mesa de cabeceira. Sua leitura foi interrompida quando ouviu batidas na porta.— Entre! — disse Pietro fechando seu livro e sentindo emoções contraditórias.Guadalupe tinha ido para seu quarto. Ficou parada em frente à janela observando a escuridão da noite, refletindo sobre como sua vida estava mudando. Carregava em seu ventre um bebê, fruto de um amor não correspondido, mas agora a vida lhe apresentava a oportunidade de estar ao lado de alguém que a am
Guadalupe e Pietro foram à consulta com o ginecologista. Tudo caminhava bem, o saco gestacional já havia crescido alguns milímetros a mais e tudo parecia sob controle. Perguntaram ao médico se podiam fazer viagens longas. Pietro se preocupava demais e não queria deixar passar nenhum detalhe. O aniversário da avó Caterina estava chegando e a viagem de carro seria longa.Depois disso, Guadalupe e Pietro saíram e caminharam pelas ruas próximas ao hospital. Ela acordou com um desejo incontrolável por bolo de morango, então estavam em busca daquele lanche que fazia sua mulher salivar tanto. Ultimamente, Guadalupe tinha se tornado muito gulosa, gostava de tudo que fosse doce, muito doce, o que a fez ganhar um pouco de peso. Aos olhos de Pietro, isso era encantador.— Guadalupe, olha! Aqui tem uma confeitaria! — disse Pietro apontando para o local.— Vamos entrar! — disse Guadalupe entusiasmada.Já dentro do estabelecimento, havia uma variedade de bolos de diferentes sabores e, embora Gua
O dia do aniversário da avó Caterina havia chegado. Pietro verificou sua agenda e eles podiam sair desde sexta-feira para não irem com pressa, pois estava ciente de que não podia mais dirigir em alta velocidade. Prepararam as malas e Angostina lhes preparou uma pequena mala cheia de doces e frutas para o caminho, pois Guadalupe não devia ficar sem se alimentar no seu estado.Naquele dia, Guadalupe se sentia um pouco ou muito nervosa. Hoje a avó descobriria que eles haviam começado um relacionamento, e não um relacionamento qualquer. Ambos tinham consciência de que não era um namoro, já estavam vivendo como um casal, então deixava seus nervos à flor da pele só de pensar que teriam que contar tudo à avó.Pietro entrou no quarto e viu Guadalupe parada em frente à janela. Ela parecia perdida em seus pensamentos, então ele não fez mais que chegar por trás e dar-lhe um abraço caloroso.— Calma! Vai dar tudo certo! Você verá que a vovó não vai desaprovar nosso relacionamento. Se desaprovar
Depois de algumas horas, Pietro acordou descansado. A viagem o havia cansado e, principalmente, estar com Guadalupe lhe provocava muita sonolência, por isso, ao chegar à casa da avó, não via a hora de se aconchegar com sua amada para descansar um pouco.Guadalupe continuava dormindo, mas ao sentir que Pietro se mexia, foi despertando e, como sempre, se espreguiçava como um gato. Ele aproveitou para fazer cócegas nela, e suas risadas não passaram despercebidas. A avó Caterina, que não via a hora desse casal sair do quarto, fingiu passar pelo corredor e bateu na porta. Guadalupe levou as mãos à boca em sinal de surpresa; por um momento, havia esquecido que estavam na casa da avó.— Pietro, querido! — disse a avó.— Sim, vovó? O que foi? — disse Pietro tentando segurar o riso.— Meu netinho, posso entrar?— Vovó, não estou apresentável!— Pietro Pellegrini! O que você está escondendo? — disse a avó entrando de repente no quarto.Guadalupe se levantou imediatamente, ficando sentada
Enquanto a família Pellegrini jantava tranquilamente em La Valderosa, em Luceria começavam a se desenvolver vários movimentos que afetariam gravemente Guadalupe Priego.— Senhorita Amato, tanto eu quanto meu irmão somos inocentes, só queremos a garantia de que poderemos parar de fugir. — disse Camila Priego.— Camila, sejamos sinceras, você sabe muito bem que isso não é verdade! O que vocês querem é que seu pai carregue a culpa porque ele é velho e não passaria tanto tempo na prisão. Se fosse o caso de vocês, bem, dariam a vocês vários anos e, sem contar que suas propriedades seriam vendidas para reparar o dano. Por acaso estou errada?— Senhorita, já lhe disse nosso preço. Se fizerem a transferência agora mesmo, nós assinaremos a declaração e, como vocês querem, amanhã, quando meu pai estiver na casa de Caterina, poderão prendê-lo.— São muitos zeros que vejo que você precisa. Será que sua vida vai ser suficiente para gastar todo esse dinheiro?— Senhorita, isso não deveria inter
Uma vez assinadas as declarações, Alessia indicou ao pessoal que trabalhava para o Juiz Amato que as duas pessoas ali poderiam ir para onde quisessem. Fez a transferência e saiu em direção ao escritório de seu avô.— Vovô, tenho excelentes notícias! Os filhos de Alberto Priego já assinaram a declaração. Amanhã, durante o aniversário da velha Caterina, poderemos proceder com a prisão de Alberto Priego. — disse Alessia com um sorriso sinistro.— Perfeito, minha querida! Estava claro que você era a indicada para realizar a negociação. — disse o Juiz Amato enquanto a segurava pelos ombros e lhe dava um beijo na testa.— Vovô, mais uma coisa: não quero que a polícia toque em Guadalupe Priego. Ela deve pagar de outra maneira, deve pagar pelo tempo que me tirou com Massimo. E que castigo maior do que ver como prendem seu avô, enquanto eu me caso com seu ex-marido, lhe dou um filho e vivo uma vida cheia de opulência, enquanto ela vive em sabe-se lá onde em Porto Vento?— Minha neta, me sin