Em Luceria, vários quilômetros longe de Alvénia, começava a se desenvolver uma situação que mudaria o rumo de todas as coisas.Alessia havia assinado sua demissão e permanecia tranquila, pois ainda esperava a visita de Massimo. Sabia perfeitamente que ele teria uma boa explicação para o ocorrido.Com o passar dos dias, ele não havia chegado, e isso lhe gerava uma sensação estranha no peito. Algo lhe dizia que isso não era normal em seu amado.Numa manhã qualquer, levantou-se com uma leve sensação de vertigem, sentiu vontade de vomitar e correu para seu banheiro. Isso que acabava de acontecer já havia sentido dias antes, o que chamou sua atenção.Correu para seu celular e abriu um aplicativo para ver seu período. Tinha duas semanas que deveria ter chegado.— Diabos! Diabos! Isso não pode me acontecer agora! Não, não! — repetia a garota enquanto colocava um casaco para sair correndo para a farmácia.Saiu rapidamente do apartamento e subiu em seu carro. Ia como alma que o diabo carr
De volta à Valderosa, Massimo estava há uma semana na casa da avó, cuidando diligentemente de sua esposa. Inclusive, em um daqueles dias, havia se atrevido a preparar o café da manhã e levá-lo à cama.— Massimo, está delicioso! Nunca imaginei que você cozinhasse!— Bem, há muitas coisas que desconhecemos um do outro, mas de fome não vou morrer.— Já entendi! Está delicioso! Quer? — disse a garota, estendendo o garfo com um pedaço de pão francês.Ele aceitou seu gesto com prazer. Pouco a pouco, Guadalupe estava baixando a guarda, e isso estava agradando Massimo.Durante toda a semana, Massimo havia dormido na mesma cama que sua esposa. Era curioso porque, desde o primeiro dia, ela havia ficado muito na borda e, quando acordou, estava nos braços quentes, mas fortes, de seu esposo. No primeiro dia, resistiu e pediu que não voltasse a acontecer. Parecia que Massimo não a levava para seus braços; na verdade, ela se aproximava inconscientemente de onde sentia calor.Era sexta-feira à n
Ao amanhecer, Guadalupe acordou sentindo frio. O abraço quente de Massimo não estava mais ali. Pensou que seu marido talvez tivesse se levantado para preparar o café da manhã. Embora algo em seu peito não a deixasse tranquila, vestiu-se e saiu para caminhar no jardim. Passou pela cozinha e ele não estava lá. Não havia sinais de seu esposo. Voltou ao quarto e, por instinto, procurou sua mala. Ela já não estava mais lá.Por um momento, ficou sentada à beira da cama, sem poder pensar claramente. O que aconteceu na noite anterior foi especial para ela. Recusava-se ao que era evidente. Este homem novamente havia conseguido enganá-la. Ela caiu como cada uma das vezes anteriores.Tentou não pensar em coisas ruins, mas ao ver que o tempo passava e ele não aparecia, pegou seu celular e ligou. O telefone tocava, mas ele não atendia.Eram 10:00 da manhã, e decidiu ligar para a mansão, um pouco por preocupação, um pouco por raiva. Queria saber o que estava acontecendo. Na véspera, havia lhe dad
LuceriaMassimo e Alessia estavam sentados diante do ginecologista, esperando enquanto ele revisava os resultados dos exames realizados.— Senhora Amato, Senhor Pellegrini, parabéns! Está chegando um bebê! Muitos parabéns! Pelo que vejo no resultado, tem aproximadamente 9 semanas.— Amor, parabéns! Você vai ser papai! — disse Alessia com um grande sorriso desenhado no rosto.— Alessia... Eu... Eu... Não sei o que dizer... — disse um Massimo que jamais havia imaginado se encontrar em uma situação assim.Alessia interpretou a reação de Massimo como algo bom. Ele havia ficado sem palavras porque nunca imaginou que o momento de ter filhos chegaria. Mas não imaginava que dentro da cabeça de Massimo estava um verdadeiro caos. Ele havia decidido encerrar o relacionamento com ela e queria tentar salvar seu casamento com Guadalupe.Agora, um bebê vinha complicar tudo o que já havia sido decidido. Quando saiu esta manhã do quarto de sua esposa, não esperava que as coisas se complicariam a
Matteo escreveu para Massimo ao ver o que se especulava nas redes sociais. Massimo, ao ver a notícia, soube que isso já deveria ter chegado aos ouvidos de Guadalupe. O tema de voltar estava completamente descartado.— Matteo, redija um bom acordo de divórcio e envie para a casa da Avó. Proceda a fazer os preparativos para o divórcio. Se não tivermos que nos ver, será o melhor.— Senhor... — disse Matteo com dúvida.— Que parte do que acabei de dizer não entendeu? O casamento entre Guadalupe e eu deve ser dissolvido antes do aniversário da empresa.— Está bem, senhor — disse Matteo resignado.Matteo começou a redigir o acordo. Para a questão de dividir os bens, considerou vários milhões como compensação e algumas mansões que poderiam ser entregues à futura ex-esposa. Terminou o arquivo e o enviou a Massimo para aprovação.Massimo, por sua vez, encontrava-se no apartamento de Alessia. Ela não havia parado de falar do bebê desde a confirmação da gravidez.— Alessia, podemos parar u
A família Barzinni carregava a fama de pertencer à máfia italiana, além de serem considerados impiedosos com seus inimigos. Uma parte era verdade, mas não completamente. Pietro Barzinni teve dois filhos: Lorenzo Barzinni e Franco Barzinni, este último o mais velho dos dois.Sendo já idoso, Pietro designou seu primogênito como chefe da família, sem saber que este o levaria à perdição. Maus manejos nos negócios lícitos e ilícitos provocaram que várias famílias se unissem e decidissem acabar com eles.Uma manhã de verão, Pietro morreu pacificamente em sua casa na Valderosa Italiana. Sua morte fez com que várias peças se movessem. Pietro foi grande amigo e parte importante do crescimento econômico da família Pellegrini, contava com nada menos que 34% das ações do conglomerado. Entre Caterina e Alberto somavam os 66% restantes. No final de sua vida, deixou como cláusula que essa porcentagem fosse entregue integralmente a Caterina e somente a ela, não ao seu marido.Seu desejo era apagar
Massimo ficou surpreso com a rapidez com que as notícias haviam chegado à avó Caterina e, sobretudo, com sua reação. Jamais em sua vida havia escutado que os Pellegrini tivessem nexos com os Barzinni e agora, supostamente, estava propondo Marco Barzinni como candidato. Seu nome era apenas um mito; pelo menos, ele nunca o havia visto.Por um momento pensou nisso, virou-se para ver a mulher que estava ao seu lado, a futura mãe de seu filho e quem seria sua futura esposa. Uma lágrima rolou por sua bochecha ao imaginar o que Guadalupe deveria estar pensando dele.Novamente havia falhado. Desta vez, o destino lhe estava devolvendo um pouco do que havia semeado.Levantou-se da cama e partiu para sua mansão, especialmente hoje na que havia sido sua verdadeira casa. Sentia que algo o asfixiava e não o deixava tranquilo. Precisava de um pouco de tranquilidade para analisar como enfrentar o que estava por vir.Às 3:00 da manhã, em um hangar privado do aeroporto, chegava um homem de aproximad
Pietro levantou-se muito cedo e preparou as coisas com as quais iriam deixar Guadalupe. Doía-lhe vê-la naquele estado, mas ele não podia ajudá-la. Essa ajuda deveria vir de alguém especialista. Só o tempo e a terapia poderiam tirá-la daquele momento difícil. Aurora, até aquele momento, não havia visto sua amiga, mas a acompanharia em todo esse processo.— Pietro, não perca o cuidado! Eu posso levá-la e instalá-la. Só assine a carta compromisso que a doutora deixou e me encarregarei de tudo.Pietro recebeu uma mensagem da avó Caterina pedindo que chegasse o mais rápido possível a Luceria. Esse pedido lhe pareceu estranho, mas não perguntou. Quando a avó fazia algo, tudo tinha uma razão.Aurora entrou cuidadosamente no quarto de Guadalupe e viu a garota sentada na borda da cama. Ela já havia se trocado, vestia uma blusa folgada bege e uma calça branca folgada, com sapatilhas na mesma cor. Seu cabelo estava trançado cuidadosamente. Ao vê-la, Aurora sentiu como se seu coração se apertas