POV LUNA SWAN
O céu estava livre de lua, mas as estrelas brilhavam intensamente no infinito e vasto firmamento sobre minha cabeça. O vento da noite era frio e gélido ao baterem de encontro ao meu corpo, enquanto eu observava Karen terminar a mistura dos ingredientes para realizar o encantamento que destruiria o feitiço em meu sangue.
— Então, para acabar com o feitiço, é só pegar essas tralhas e falar essas palavras em latim?— indagou Lisa ao meu lado, um vinco formado entre as sobrancelhas.
— Sabe, eu não entendo as bruxas, é uma raça estranha— comentou Sarah com um pote de doce na mão.
Para minha surpresa, minha cunhada tinha vindo com Lucca a Orlẽans, com a Lua de Sangue tão próxima, seria impossível eles ficarem separados.
— Bruxaria me dá dor de cabeça&mdash
POV LUNA SWANMe sentei no sofá diante da sacada aberta do quarto e observei a noite estrelada do lado de fora da casa, o silêncio pairava no ar, os ventos frescos bagunçaram meus cabelos quando fechei os olhos e respirei fundo o odor da minha cidade, as terras que um dia pertenceram aos meus pais e que eu morreria lutando para conquistar novamente.— A Lua de Sangue é amanhã.Estremeci quando Peter se sentou ao meu lado.— Eu a sinto.Desde que acordara há algumas horas, eu sentia os efeitos da Lua de Sangue fervilhando sob minha pele, a sede de sangue que arranhava minha garganta, a necessidade monstruosa de matar algum ser vivo. E quando a lua vermelha brilhasse no céu da próxima noite, todo o controle que eu lutava para manter, desapareceria e a besta faminta por sangue e morte renasceria mais uma vez para matar aquele que cruzar seu camin
POV LUNA SWANE quando o brilho vermelho da Lua de Sangue reluziu no céu escuro, eu me tornei outra criatura e meu rugido transformado reverberou por toda a floresta. Me coloquei de pé, a vontade enlouquecedora de caçar e matar me controlando, a sede por sangue arranhando minha garganta. Disparei entre as árvores, correndo como se não houvesse amanhã, procurando por qualquer ser vivo para que eu pudesse persegui— lo.Eu tinha nascido para ser uma pura. A força e o poder que percorriam meu corpo, a selvageria que me consumia, eu adorava aquelas sensações.Durante quase uma hora, eu percorri a floresta, caçando minhas vítimas e me divertindo ao me banhar com seu sangue, libertei o monstro dentro de mim e não tentei controlar minha real natureza selvagem. Quando sangue cobria meu corpo, mergulhei no lago mais próximo, a águ
POV LUNA SWANPeter encostou sua testa na minha, nossas respirações ofegantes, o suor escorrendo por nossos corpos fundidos, nossas almas mescladas.Foi quando eu senti o laço se encaixando, forte como aço e intenso como uma carga elétrica que penetrou meu corpo, semelhante a uma explosão de sensações, a ligação que agora unia Peter e eu enquanto vivêssemos acariciava— me a pele. Nossos cheiros se mesclavam, nossas almas se conectavam, nos tornando um só. Ele era meu, e eu era dele, éramos uma canção entoada desde o tempo dos deuses, quando a Lua caminhava pelas terras mortais.O êxtase veio como fogo selvagem, me queimando, me incendiando. Peter afundou seus caninos em meu pescoço, finalmente me marcando, me reivindicando como sua, assim como eu tinha feito com ele. Seu nome escapou dos meus lá
POV LUNA SWANDespertei na manhã seguinte com comichões em minhas costas, me remexi, resmungando alguma coisa e um sorriso nasceu em meus lábios ao perceber que os comichões na verdade eram beijos do meu parceiro, seu corpo quente colado em minhas costas lançou vibrações quentes pelo meu interior.Dizer que tínhamos dormido algumas horas seria uma mentira, Peter era voraz e eu não fiquei para trás, não conseguia me cansar dos seus toques e beijos, da sensação de tê— lo dentro de mim. Peter não tinha somente reivindicado meu corpo noite passada, mas ele me marcou, alma e coração, de uma forma que eu jamais conseguiria entender.Me virei no colchão, e me esforcei para abrir os olhos, grunhindo devido a claridade da cabana. O rosto de Peter foi a primeira coisa que vi ao abrir os olhos naquela man
POV LUNA SWANAo seu lado, de costas para a sacada, pude finalmente ver o rosto do meu parceiro, e a dor que eu vi ali doeu em meu peito. Apertei os lábios em uma linha rígida.— Eu sinto muito.— Não sinta— sua voz saiu rouca.— Eu comecei isso, sabia? Você não precisava ter declarado guerra aos vampiros por um ato que eu fui responsável.Peter bufou pelo nariz.— Você não entende que todos que te atacarem, estão me atacando também?Enfiei os dedos em meus cabelos soltos, empurrando— os para trás.— Isso vai se tornar um banho de sangue, não temos a força necessária para acabar com a ameaça dos vampiros, você sabe disso. Com os Crescentes amaldiçoados, não temos muito o que fazer.— Por isso mandei Toni convocar
POV LUNA SWAN— Eu não vou te matar, bruxa, mas quando eu acabar com você, desejará a morte. Mas a imortalidade será seu maior castigo, Celeste.Senti a aproximação do meu irmão pelas minhas costas. O rosto de Celeste permaneceu branco ao visualizar Lucca atrás de mim, somente reforçando minha teoria de que Celeste estava morta por dentro, nada provocaria medo nela e talvez isso pudesse se tornar um problema, já que Celeste não temia pela própria vida e não seríamos capazes de barganhar pela quebra da maldição dos Crescentes.— Você não vai facilitar, não é?— Lucca perguntou a bruxa num rosnado perigoso.Celeste abriu um sorriso sombrio que me causou arrepios.— É agora que você vai começar a me implorar de joelhos para salvar sua
POV LUNA SWAN— Não seja uma tola, Alina, você realmente não quer enfrentar um Alfa Ballard, não é? A parceira dele está grávida, não vamos deixar o pequeno lobinho órfão, isso se ele sobreviver até o fim da gestação levando em consideração a fraqueza da fêmea em conceber.Lucca fechou as mãos em punhos e provavelmente teria arrancado a cabeça do vampiro se um terceiro homem não tivesse aparecido, acompanhado de duas jovens. O que me chamou mais atenção no bruxo foram os cabelos brancos como a neve e os olhos azuis, ele era um ancião, disso não restava dúvidas, o poder que vinha dele me fez estremecer.— Você não deve ameaçar o filhote de um Ballard, Kai— disse o ancião. — Não é todos os dias que
POV LUNA SWANCom um golpe fatal, Lucca arrancou o coração de um dos últimos sobreviventes da linhagem Constantino e o comeu diante de Alina, ela soltou um grito estridente e chorou violentamente ao perder o irmão, mesmo sabendo que lhe restava pouco tempo de vida. Olhei para os olhos vermelhos da vampira ao ver veias negras subirem pelo pescoço dela.— Espalhe para todos o que aconteceu aqui, e diga que os lobos estão de volta para tomar a cidade. Aproveite suas últimas horas de vida, Alina Constantino.Silêncio recaiu na Catedral de St Louis, o sangue dos gêmeos Constantinos escorria pelo altar da igreja e se espalhava pelo azulejo do chão, formando um cenário mórbido e assustador. Olhei para minhas mãos sujas de sangue e não ousei me encolher diante dos atos sujos que estava disposta a fazer para salvar meu povo.<