Héctor observou-a surpreso e, ao mesmo tempo, com admiração. Sorriu como um tolo ao perceber o quanto a amava, ao ponto de não hesitar em partilhar os seus poderes com ele. Sentia-se maravilhado e assustado; não sabia se iria suportar, mas não demonstrou.
— Então, Amet, isso quer dizer que posso transferir parte dos poderes da minha irmã para ele? —continuou a perguntar o alfa, atento—. Como são metades, vão consolidar-se e completar um ao outro. — Exactamente! —confirmou o beta, detendo-se para olhar o alfa com o sobrolho franzido antes de continuar—. Mas teriam de consumar a união hoje mesmo, com a marca! O quê? Tenho de me casar hoje! pensou Héctor, tentando encontrar uma explicação para tanta pressa. Não era que não quisesse casar, mas tinha-se proposto a convencer Merytnert a ir viver para aEle estava emocionado pelo amor que Merytnert demonstrava diante de todos. Ela costumava ser muito doce com ele em privado, mostrando-se mais séria diante dos outros, mas agora não se reprimia e expressava o grande amor que sentia por ele. Essa demonstração de amor deu-lhe forças para continuar a suportar o que fosse necessário para não perdê-la. — Estou bem —apressou-se a assegurar Héctor—. Sinto-me estranho e bem ao mesmo tempo. Cheio de energia. Nunca antes tinha experimentado tal força e vigor. Na verdade, esta alcateia era algo diferente, pensava enquanto se levantava. — Vais-te habituar, Héctor —ouviu-se a voz grave do Alfa Supremo, que liderava tudo—. Agora vamos para a gruta de prata. Primeiro, vou desbloquear o poder da minha irmã, e ao mesmo tempo vamos transmitir-te o poder do relâmpago e do trovão. Achas que podes sup
Merytnert aproximou-se lentamente de Héctor, percebendo e partilhando a confusão que agora tomava conta do seu marido. Com um gesto suave, pegou-lhe nas mãos, entendendo que precisava de lhe explicar tudo o que tinha acontecido. —Sim, tudo foi também muito repentino para mim —disse suavemente, com ternura e seriedade enquanto continuava—. Esta manhã apareceu a tatuagem da minha loba, olha, esta —e, com uma pausa, descobriu o ombro para lha mostrar. O desenho da loba Nert parecia vibrar com vida própria sob a luz ténue do lugar—. Quando mostrei ao meu irmão, ele explicou-me que era normal. Disse que nascemos com este tatuagem por sermos da família real. Héctor, atento a cada palavra, não conseguiu esconder o seu espanto. Olhou para o ombro da sua companheira, onde estava o tatuagem, com fascinação. —A sério? —p
O que aconteceu a seguir apanhou-o de surpresa. Tudo aconteceu tão rápido que mal conseguiu processá-lo. Uma sensação intensa de deslocamento envolveu-o antes que pudesse reagir. Quando voltou a abrir os olhos, encontraram-se numa caverna espaçosa, lindamente mobilada! Héctor olhou ao redor, maravilhado. No centro da sala destacava-se uma enorme cama rodeada de cortinas, que pareciam flutuar com a leve brisa do local. Tudo naquele quarto era de um gosto requintado, cuidando até ao mais pequeno detalhe. Num dos lados, uma ampla casa de banho com uma banheira borbulhante enchía o ar com aromas relaxantes e embriagadores. Ele não conseguia deixar de se maravilhar com cada detalhe do que estava a descobrir. Toda esta experiência apenas reafirmava o quão incrível e poderosa era esta nova alcateia! Não era à toa que eram considerados os mais fortes de todas as al
As palavras saíam do peito de Héctor como nunca antes, como se tivesse esperado por este momento durante toda a sua vida. —Sei que não sou o melhor quando se trata de expressar o que sinto —continuou Héctor, inclinando ligeiramente o rosto com nervosismo—, mas quero que saibas que te amo com todo o meu ser. És a mulher dos meus sonhos, aquela que preencheu a minha vida com cores, a que me dá a energia para viver. Tudo graças às tuas risadas, aos segredos que partilhamos, e a esses teus momentos únicos, que guardo como um tesouro. Ele sorriu, mesmo sabendo que ela não podia vê-lo. Parado atrás da porta da casa de banho, com os olhos iluminados por uma sinceridade que só ela podia inspirar. —És especial, Meryt. Admiro-te pela tua generosidade, por me ensinares que podemos amar sem medos. Mas tenho que ser honesto contigo: nã
Héctor continuava a lamber o seu centro com uma devoção que parecia não conhecer limites, e Merytnert não conseguia conter os gemidos que escapavam dos seus lábios, embora tentasse silenciá-los. A intensidade das sensações estava a levá-la à beira da loucura. Ele subiu lentamente pelo seu corpo, deixando um rastro de beijos ardentes desde as suas coxas até aos seus lábios. Na sua trajetória, dedicou especial atenção aos seus mamilos rígidos, lambendo-os e chupando-os com empenho, e depois subiu até ao seu pescoço, onde deixou uma pequena mordidela, como que marcando com a sua paixão o lugar que sempre seria seu. Ela, dominada por um desejo cada vez mais incontrolável, virou-se para se colocar por cima dele. Aos poucos, a sua timidez e inexperiência começaram a desaparecer, dando lugar a uma mulher completamente en
Antonieta não sabia o que se passava com Amet; estava há dias a sentir que ele se afastava dela. Teria ele mudado de ideias sobre ser a sua outra metade? Além disso, não conseguia contatar as raparigas. Netfis passava o dia a treinar; com Angelina, ou melhor dizendo, Merytnert, não tinha ideia de onde ela estava, e Julieta tinha o telefone desligado. Estava a ficar louca! Decidiu meter-se na banheira.Como estava sozinha, pensou em fazê-lo nua, pois o calor que sentia era abrasador. Não compreendia como, do lado de fora de casa, estava a nevar, enquanto ela se sentia como se estivesse a derreter. Era tarde. Onde estaria Amet a essas horas?Levantou-se e saiu nua, caminhando pelo quarto. Sentiu que o calor tinha diminuído um pouco. Estava com sede, então dirigiu-se à cozinha, e quando estava a voltar para o quarto, viu Amet com os olhos desmesuradamente abertos, a olhar para o seu corpo. Pôde notar a
A escuridão era absoluta, uma densa negritude que parecia devorar até mesmo o próprio passar do tempo. Isis ignorava que, nesta ilha, nesta época do ano, os dias eram curtos. Não tinha previsto que o autocarro do hotel a deixaria sem táxis à vista, e muito menos que aceitaria apanhar uma boleia com um estranho de regresso ao hotel, apenas porque o homem dizia que trabalhava ali. —O que estava a pensar?— murmurou para si mesma. Entretanto, Isis observava como o estranho conduzia a uma velocidade vertiginosa, mergulhando mais profundamente na floresta e num manto envolvente de escuridão. A estrada asfaltada deu lugar a um caminho de terra, e apenas os faróis do carro conseguiam atravessar a noite omnipresente. Quanto mais avançavam, mais se adentravam na inóspita natureza selvagem, deixando para trás qualquer vestígio de civilização. Ao seu lado, o estranho ao volante tinha-se mergulhado num silêncio sepulcral, com os olhos fixos no caminho à sua frente enquanto o veículo cortava
Comecei a gritar desesperadamente, acordando os meus pais e todos no acampamento. Um trabalhador veio em meu auxílio, atacando o lobo que me levava. O lobo começou a correr mais rápido. Senti um forte golpe na cabeça e vi surgir uma luz branca antes de perder os sentidos. Quando acordei, estava num voo para França com os meus pais. Tiveram de me fazer várias operações para reparar os tendões e músculos rasgados. Felizmente, tudo correu muito bem, para espanto dos médicos, e a minha recuperação foi notavelmente rápida. No final, ficou apenas uma pequena cicatriz na perna, que foi habilmente escondida por belíssimas tatuagens. No entanto, desde aquele incidente, assim que ouço o uivo de um lobo, mesmo que seja na televisão, o meu medo começa a sufocar a minha razão, e uma necessidade intensa de fugir apodera-se de mim, tornando-se muito difícil de controlar. O meu medo é tão grande que posso percorrer grandes distâncias a correr sem sequer me dar conta disso. Fim da retrospectiva.